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EXCELETÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _VARA CÍVEL

DO FORO DA COMARCA DE ________.

JULIANA (NOME COMPLETO),


(nacionalidade), solteira – convivente, assistente administrativa, portadora do
RG nº (...,.) e CPF nº. (...), residente e domiciliada (endereço com CEP), via do
Advogado dativo infra-assinado (prov. j.), vem mui respeitosamente diante de
Vossa Excelência propor,

AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL c.c.


REGULAMENTAÇÃO DEGUARDA E VISITAS,

Em face de JOSÉ (NOME


COMPLETO), (nacionalidade), solteiro - convivente, autônomo e domiciliado
na (endereço com CEP), o fazendo em razão dos substratos fáticos e jurídicos
adiante declinados:
DOS FATOS

Requerente e requerido conheceram-se na faculdade


em 2010, passaram a viver sob o mesmo teto em 02.02.2011.

Da união do casal houveram os frutos. Em


02.03.2012, o nascimento da filha CLARA (NOME COMPLETO), conforme
estampa a inclusa certidão (em anexo).

Contudo, em 07.12.2013 o requerido decidiu não


mais permanecer com a requerente e ordenou que a mesma se mudasse do
apartamento, alegando que a mesma não teria direito a absolutamente nada
visto que a escritura do mesmo havia sido realizada somente em nome do
requerido e que por não serem casados a mesma não poderia “provar” que
possui qualquer direito. Alegou também que ajudaria a requerente com uma
salario mínimo para as necessidades de Clara (filha do casal), pois por ser
autônomo não possui renda.

DOS DIREITOS

Da Guarda da Menor

Tratando-se de direito de menores relativamente


incapazes a Lei visa sempre resguarda a tranquilidade e bem estar do mesmo,
é o que vem decidindo os tribunais:

FILHOS - GUARDA E POSSE - INTERPRETAÇÃO


LEGAL - PRIORIDADE Cuidando-se de guarda e
posse de crianças e adolescentes, as decisões
referentes aos menores não devem guardar, inclusive
por determinação legal, uma aplicação extremamente
dogmática e fria. Em primeiro lugar, deve-se observar
que situação é mais vantajosa para a criança (TJ-BA
- Ac. unân. da 4.ª Câm. Cív. julg. em 24-3-99 - Ap.
47702-9-Paripiranga - Rel. Des. Paulo Furtado.)

De tal afirmação é possível concluir que o mais


vantajoso para a tranquilidade da menor que a guarda fique com a mãe,
mantendo a situação muito similar a já existente, visto ser ela que dispõe de
todos os cuidados, como alimentação, higiene, vestuário, saúde e bem estar dos
filhos, ou seja, a mãe que sempre predicou todos os cuidados
necessários. Destaca-se que não há nada que desabone a requerente,
especialmente no trato da menor.

Por conseguinte a guarda deverá ser deferida


liminarmente à requerente, visto ser quem, que desde o nascimento dos filhos,
predicou todos os cuidados necessários e, consonante ao interesse
das crianças de tranquilidade e bem-estar, bem como necessidade de não trazer
prejuízos de ordem emocional ou psicológicos para a menor que sempre
viveu sob os cuidados maternos e com estes estão habituados.

Dos Alimentos

Preceitua o artigo 229 da Constituição Federal:

Os pais têm o dever de criar e educar os filhos em


igualdade de condições.

Complementa ainda o artigo 1.696 Código Civil


Pátrio:

O direito à prestação de alimentos é reciproco entre


pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes,
recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns
na falta dos outros.
Portanto, ambos os pais, ou seja, pai e mãe tem a
obrigação de criar os filhos. Quanto à obrigatoriedade de ambos já foi decidido:

ALIMENTOS. Manutenção da Prole. Dever Mútuo. É


dever de ambos os cônjuges contribuir para a
manutenção da prole. Ação de alimentos procedente.
Sentença confirmada. (Ac.un. da 2 ª C Civ. Do TJCE
AC 21.472 - Rel. Des. Águeda Pasos Rodrigues
Martins - j. 28.4.93 - DJ CE 17.6.93, p. 03.)

Inclusive, a prestação de alimentos, conforme


prescreve o parágrafo 1º do artigo 1.694 do Código Civil Pátrio, Os alimentos
devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos
da pessoa obrigada, ou seja, o binomio necessidade/possibilidade.

Veja-se que, a filha do casal apresenta gastos


mensais de R$ 2.800,00 entre escolinha, alimentação, plano de saúde, vestuário
e demais necessidades de modo que se faz necessário o deferimento de
alimentos provisórios e, a posteriori, a sua conversão em alimentos provisionais.

Quanto à renda do pai/requerido, este vem


recebendo verba o seu labor como corretor de imóveis, no qual sua renda mensal
variável de aproximadamente R$ 4.000,00 (quatro mil reais),

Dos Bens do Casal

Os bens que formam o patrimônio conjunto do casal


são os seguintes:

1. Apartamento localizado (endereço completo com CEP), em


nome do requerido, avaliado em R$ 200.000,00
2. Veículo Marca (...), Modelo (...), Ano (...), Fabricação (...),
Chassi (...) Renavan (...), avaliado em R$ 30.000,00
São estes os bens que o casal construiu durante o
período de união e deverão ser meados.

Da Regulamentação de Visita

Toda criança necessita do apoio familiar, o que inclui


a presença dos pais, para que possa crescer mental e emocionalmente perfeita.
O direito da mãe, que não convive com a criança, de lhe prestar visita é um direito
fundamental do direito de família brasileiro, em razão de a convivência familiar
ser um direito tanto para a mãe como para os filhos que vivem distantes, visto
que, apesar de seus genitores não conviverem mais juntos, o vínculo afetivo
permanece e encontra proteção jurídica contra potenciais agressões. Assim se
posiciona o ordenamento jurídico, conforme o disposto no Art. 19 da Lei 8.069/90
(Estatuto da Criança e do Adolescente), in verbis:

ECA, Art. 19 - “Toda criança ou adolescente tem


direito a ser criado no seio da sua família e,
excepcionalmente, em família substituta,
assegurada a convivência familiar e
comunitária(...)”.

A requerente tem total interesse em manter o vínculo


afetivo-familiar com os requeridos, seus filhos, no entanto, não pode fazê-lo a
qualquer momento do dia ou em qualquer situação sem prévio planejamento,
visto que precisa trabalhar e, além disso, precisa se preparar para receber seus
filhos e aproveitar bem o tempo que possui para passar com eles. Desta forma
vêm se posicionando nossos tribunais, conforme o seguinte julgado do Tribunal
de Justiça do Estado de Minas Gerais, in verbis:

EMENTA: DIREITO DE VISITA - DIREITO À


COMPANHIA DO FILHO - FIXAÇÃO - CRITÉRIOS
- INTERESSE DA CRIANÇA - DIFICULDADES DOS
PAIS. O direito de visita ao filho deve ser fixado pelo
Juiz tendo em vista os interesses primordiais da
criança, a manutenção do sentimento de família e o
apego aos pais, sem, contudo, desvelar as
eventuais dificuldades decorrentes de horário de
trabalho do pai. O direito de visita do pai ao filho
deve ser estabelecido, na medida do possível, em
dias e horários certos. A regra comporta exceções
quando o seu horário de trabalho é irregular, em
turnos alternados, o que recomenda maior
elasticidade na fixação, mormente quando a criança
é de tenra idade e não sofrerá prejuízo escolar
(Agravo de Instrumento Nº 1.0459.04.018917-5,
Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça de MG,
Relator: Vanessa Verdolim Hudson Andrade,
Julgado em 15/06/2005)”.

Do Pedido
Mediante o cima exposto requer:

1 – A citação do requerido, no endereço do


preâmbulo, para querendo vir se defender, sob pena de confissão e revelia;

2 – Que a ação seja conhecida e deferida a guarda


da menor Clara liminarmente à requerida, também deferidos os alimentos
provisórios em 1/3 da remuneração do requerido, seja declarada a União Estável
das partes no período de 02 de fevereiro de 2011 até a presente data, bem como
a guarda deferida liminarmente seja convertida em definitiva e os alimentos
provisórios convertidos em provisionais, bem como sejam meados os bens do
casal, como supra exposto, além condená-lo em custas e honorários
advocatícios;

3– requer provar o alegado por todos os meios


admitidos em direito, em especial os que ora junto, além de outros que se fizerem
necessários como rol de testemunhas, exames periciais e documentos para o
bom deslinde da ação;
4 – que sejam deferidos os benefícios da Assistência
Judiciária Gratuita nos termos da inclusa provisão.

Dá-se a causa o valor de R$ (...).

Termos em que,
Pede deferimento.

Localidade, (dia) de (mês) de (ano).

Advogado/ OAB nº (...)

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