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COLETIVO URBANO1
RESUMO
O estresse profissional é um fenômeno que impacta o bem estar dos indivíduos no ambiente de
trabalho, interferindo na motivação, produtividade, satisfação e saúde do trabalhador. O trânsito
tem se revelado um problema em cidades de médio e grande porte, e pode contribuir com o
nível de estresse de profissional que convivem com ele. Este estudo tem como objetivo analisar
o nível de estresse em motoristas de transporte coletivo urbano e identificar os fatores
estressores. Sob a ótica metodológica, o estudo classifica-se como descritivo e explicativo, com
abordagem quantitativa e o levantamento de campo (survey) como procedimento da pesquisa.
A amostragem é do tipo intencional e considerará os 120 motoristas (todos) lotados na empresa
concessionária do transporte coletivo do município de Curupira. Para coletada de dados será
utilizado questionário estruturado impresso, baseado no OSI (Occupacional Stress Indicator) e
adaptado para a categoria em estudo. Os resultados e contribuições esperadas estão relacionadas
com possíveis evidências sobre níveis de estresse e fatores estressores, oferecendo linhas
teóricas e empíricas para ações organizacionais e acadêmicas voltadas ao desenvolvimento do
bem-estar no trabalho.
1 INTRODUÇÃO
1
Este Projeto de Pesquisa foi baseado no estudo realizado por: Marcia Zampier (Professora do Departamento de
Administração – Unicentro; Fernanda Almeida da Silva (Especialista de Gestão de Pessoas e aluna do Mestrado
Profissional em Administração); Léo Raifur (Professor do Departamento de Administração – Unicentro).
barulho, ruídos e vibrações), a profissão de motorista de ônibus urbano coletiva pode estar
inscrita em ambiente de estresse profissional.
O estresse tem sua origem na expressão inglesa stress, que significa “tensão”, “pressão”
ou “insistência”. Portanto, o estresse profissional o ocupacional é o sintoma físico e ou psíquico
resultante sobre a saúde ou comportamento da pessoa em função da profissão o ocupação que
ela desempenha.
Robbins (2010) e Bigattão (2005) destacam que os gestores, dirigentes e agentes
reguladores devem ficar atentos à ocupações potencialmente estressoras, recomendando duas
medidas centrais: a) identificar níveis de estresse; b) identificar os fatores estressores. A partir
do diagnóstico adequado podem ser desenvolvidas ações mais assertivas para a promoção da
qualidade de vida no trabalho.
1.1 Problematização
Estudos como de Najenson et al. (2010), Evans et al. (1999) e Battiston et al. (2006)
constataram evidências de estresse em motoristas de ônibus coletivos urbanos, destacando
lesões no pescoço e costas além do desgaste psíquico decorrente da ansiedade e nervosismo no
trânsito.
O Município de Curupira possui população estimada de 280 mil, e já tem demonstrado
sinais de conturbação no trânsito, além de práticas de violência no interior de ônibus coletivos,
como assaltos e brigas.
Diante do exposto, e evidenciada a potencialidade de estresse profissional em motoristas
de ônibus, esta pesquisa será norteada pelas seguintes questões de pesquisa: qual o nível de
estresse dos motoristas de ônibus coletivos urbanos do município de Curupira?
1.1.1 Hipóteses
1.2 Objetivos
1.3 Justificativa
A justificativa deste estudo pode ser apresentada sob dois ângulos diferentes: o teórico
e o prático. Sob o ponto de vista teórico, esta pesquisa proporciona contribuições no sentido de
oferecer as adequações, ajustes e validação da escala de estresse descrito no OSI para a
categoria em estudo. Os indicadores sugeridos no OSI, com quase 200 itens, são abrangentes e
genéricos, requerendo, na maior parte das vezes, implementação de ajustes para que a
mensuração seja eficiente.
Sob o ponto de vista prático, tem-se que a pesquisa permitirá que, tanto os profissionais
como a empresa, conheçam os níveis de estresse e os fatores estressores das atividades
desenvolvidas, facilitando o desenvolvimento e implementação de ações para promoção da
qualidade de vida no trabalho.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Estresse
Carvalho e Serafim (1995, p. 123) definem o estresse como “um conjunto de relações
que o organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço para
adaptação”. Essa adaptação traduz-se, no contexto profissional, na competitividade, tecnologia,
domínio de informações e no conhecimento exigido que podem estar além da capacidade dos
indivíduos em assimilá-las e absorvê-las.
Limongi-França e Rodrigues (2007) esclarecem que o estresse não é bom, nem ruim, e
é impossível ou indesejável erradicá-lo, já que, sem ele, não haveria desenvolvimento pessoal
ou científico. O estresse pode ser um recurso importante e útil para uma pessoa conseguir
enfrentar as situações difíceis do cotidiano.
O estresse pode ser observado em duas dimensões de acordo com Limongi-França e
Rodrigues (2007, p. 33): o estresse como processo e como estado. O primeiro refere-se “a
tensão diante de uma situação de desafio por ameaça ou conquista.” O segundo “é o resultado
positivo (eustress) ou negativo (distress) do esforço gerado pela tensão mobilizada pela
pessoa”.
[..] não são apenas os indivíduos que sofrem com as decorrências do estresse
ocupacional, mas também as organizações, principalmente no que se refere à queda
da produtividade e à diminuição da eficácia no trabalho, com aumento de erros e até
mesmo de acidentes de trabalho, além da elevação da taxa de absenteísmo e turnover
nas organizações.
Para Bittencourt (2004, p. 396), QVT é a “qualidade de vida em relação ao que se passa
em nossos ambientes de trabalho ou em nossa vida laboral”, ou seja, “é a integração entre o
homem, as pessoas, e o meio ambiente, buscando uma forma física, social, psicológica e
espiritualmente equilibrada para a sua existência”.
Limongi-França (1997) salienta que a construção da QVT ocorre a partir do momento
em que as pessoas e a empresa são olhadas como um todo, ou seja, uma visão biopsicossocial.
Sua construção depende de inovações gerenciais e tecnológicas no trabalho. Oliveira (2011, p.
156) relata que a visão biopsicossocial consiste em “promover a saúde do trabalhador em três
áreas que dependem uma da outra: a da saúde física (bio) a da saúde mental (psico) e da saúde
social”.
Walton (1973) afirma que a expressão Qualidade de Vida tem sido usada com
frequência nos últimos anos para descrever certos valores ambientais e humanos, que foram
ignorados pelas sociedades industriais em favor do avanço tecnológico.
Rodrigues (1992) enfatiza que não pode haver qualidade de vida no trabalho se as
condições oferecidas não permitem transitar em um nível tolerável de estresse, levando ao
distresse, que resulta na tensão nociva responsável por produzir os distúrbios psicossomáticos.
3. METODOLOGIA
Os dados serão analisados por meio da estatística descritiva: média, mediana, desvio-
padrão, distribuição de frequências e gráficos.
4. CRONOGRAMA E ORÇAMENTO
4.2 Orçamento
Tabela 1 – Orçamento da Pesquisa
Item de Custo ou Despesa U/M Qtde Unitário TOTAL
Serviços de impressão unid. 200 0,20 40,00
Passagens ou transporte (coleta) unid. 40 4,00 160,00
Serviços de Informática e Estatística unid. 1 200,00 200,00
Revisão gramatical e ortográfica unid. 1 150,00 150,00
Orçamento Total 550,00
Fonte: Elaborado pelo Autor
REFERÊNCIAS
COOPER, C.; SLOAN, S.; WILLIAMS, S. Occupational stress indicator: test sources of
pressure in job. England: Windsor, 1988a.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
EVANS, G. W.; JOHANSSON, G.; RYDSTEDT, L. Hassles on the job: a study of a job
intervention with urban bus drivers. Journal of Organizational Behavior. 1999. V. 20, p.
199-208.
KIIHLMANN, T. M. Coping with occupational stress among urban bus and tram drivers.
Journal of Occupational Psychology (1990), V. 63, p. 89-96.
WALTON, R.E. Quality of working life: what it is? Sloan Management Review. v.15, n.1,
p. 11-21, 1973.