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Você sabe

dizer“não”
Como lidar com este desafio
segundo a Neuroliderança
?
Por Carlos Diz – Fundador do Instituto de Neuroliderança
Por causa de nossa
programação neurobiológica,
principalmente a grande
importância que tem para o
nosso cérebro a conexão social,
instintivamente ninguém gosta
de dizer, e muito menos de
ouvir, “Não!”
A NEUROCIÊNCIA POR TRÁS
DO “NÃO”
O “Não” é visto pela parte emocional de nosso cérebro
como uma clara ameaça à relação e é frequentemente
associado a sentimentos de culpa e inadequação. O cére-
bro emocional como é atualmente, é fruto de um proces-
so de seleção natural que favorece a perpetuação do que
dá certo e extingue inexoravelmente o que não dá certo.
Na natureza quando o ser faz algo que dá certo, aprende
(adaptação). Quando faz algo que dá errado, na maior
parte das vezes, morre.

Ou seja, na natureza, não existe não. Ou a vida diz sim ou


acabou a vida. Assim foi ao longo de centenas de milhões
de anos. Mais recentemente, há poucas centenas de mil-
hares de anos, o cérebro racional que vinha se desenvol-
vendo, nos primatas, hominídeos e finalmente humanos,
começou a conceber um conceito muito abstrato que
chamamos de não.

O não é como o nada, nem um pouco óbvio. Quando


então começamos a falar, uns 60mil anos atrás, passa-
mos a transformar o conceito em símbolo semântico e
proferir a palavra “não”.
A NEUROCIÊNCIA POR TRÁS
DO “NÃO”
Mas, 60mil anos é nada em termos de evolução
natural, e nosso cérebro emocional não teve ainda
tempo suficiente para se adaptar ao mundo dos
conceitos abstratos, ainda leva tudo muito física e
concretamente:
Quando ouve um “não”, o interpreta como uma
agressão com poder de matar e reage de forma
consoante à uma agressão, disparando a
chamada resposta Foge/Ataca, intimamente
associada ao stress.

Ou foge do não, essencialmente “colocando o rabo


entre as pernas” ou fingindo-se de morto, ou ataca
o não, e inevitavelmente ataca a situação e as
pessoas associadas. O emocional não tem, por si
só, como responder eficazmente a uma questão
racional. É por isso que quando se ouve um não
frequentemente se pergunta “por que não?”. A
pergunta é uma forma de agredir quem disse não.
Reflita, quantas
vezes você escutou
alguém perguntar
“por que sim” após
um sim?
A DIFICULDADE EM
DIZER “NÃO”
Como não gostamos de
ouvir “não”, é comum
também não gostar de dizer
não, pois o associamos a
tudo que sentimos quando
ouvimos e, por sermos
sociáveis, nos sentimos
culpados por fazer o outro
sentir-se mal. Um círculo
vicioso. Por isso, é comum
acompanhar o “não” com
explicações e justificativas,
numa tentativa infrutuosa
de amenizar os efeitos
emocionais.
O resultado disso é visível no nosso dia a dia
de duas formas diferentes:

Pessoas que dizem “sim” quando na realidade prefeririam


dizer não porém não conseguem. São os passivos: para
não agredir o outro, preferem agredir a si mesmos. Dizem
“sim” para o outro e “não” para si mesmas.

E enquanto seu racional diz sim (é o racional que fala) seu


emocional (responsável pela expressão facial) sente o
“não! E sofre. Isso é o que eu chamo de dizer sim com cara
de não. É interessante notar que o outro, mesmo tendo
conseguindo um “sim”, tampouco fica feliz pois o cérebro
emocional dele vai decodificar a cara de “não” e reagir a
ela como uma agressão. Isso resulta naquela sensação
que todos conhecemos de “disse sim mas de má vontade”.

Ou pessoas que dizem “não” porque racionalmente é o que


pensam, mas se sentem culpadas e a sensação de culpa
faz com que o emocional se sinta mal e sofra. Isso é o que
eu chamo de dizer não com cara de não. Aqui também o
outro vai se sentir mal, mas não pelo não racional, e sim
pelo não emocional que a cara de não transmite.

Ou seja, em ambos os casos todos perdem.


Você sabe dizer
“NÃO”com cara de “SIM” ?

SIM com cara SIM com cara


de SIM de NÃO

NÃO com cara NÃO com cara


de NÃO de SIM

A saída está em entender que a palavra “não” é, para o


racional, uma palavra como qualquer outra.
A resposta a uma pergunta ou a um pedido. Nada mais.
O racional não sente, entende. E como sabe entender o
sim, também entende perfeitamente o não. Ou seja, o
desafio não está na palavra que se profere e sim na
cara que se faz.
O segredo está em dizer não com cara de sim. O
racional de um dizendo “Não” para o racional do outro, e
o emocional de um dizendo “Sim” para o emocional do
outro.
Assim todos ficam felizes.
A liberdade e
autonomia do
“não”
É possível aprender a dizer “não” com cara de “sim” e,
uma vez aprendido, isso proporciona uma incrível
sensação de liberdade e autonomia.

É difícil? Sim, é difícil.

Tudo que não se sabe fazer inicialmente é difícil e depois


de aprendido vira fácil. Dizer não com cara de sim é algo
que precisa ser desenvolvido. Precisa aprender.

É a manifestação mais simples de uma


competência mais completa chamada
“ASSERTIVIDADE”, crucial para a eficácia pessoal e
que ensinamos no âmbito de nossos programas de Neu-
roliderança.
Você tem uma
escolha a fazer
Para começar é importante se conscientizar
de alguns conceitos e se esforçar para
lembrar deles frequentemente até serem
introjetados em seu subconsciente.
Talvez você acredite que dizer “não” é difícil,
que não consegue dizer não. Por isso acaba
dizendo sim contra a própria vontade.
Saiba que sempre que você diz sim para
alguém quando na realidade gostaria de dizer
não, está dizendo não para você mesmo. Ou
seja, você sabe e consegue perfeitamente
dizer não. A questão é para quem você
escolhe dizer não. É, de fato uma escolha.

Pense nisso e comece a fazer essa escolha de


forma mais consciente
PREPARADO(A)
PARA EXERCITAR?
“Não!” é uma resposta perfeitamente legítima a uma
pergunta ou pedido. Se alguém faz uma pergunta ou pede
algo, automática e implicitamente aceita a possibilidade
da resposta ser não. Se não aceita ou não gosta o
problema é dela, não seu.

Treine, treine, treine. Minha recomendação é que comece


a dizer não mesmo quando sim seria a resposta óbvia.

Por exemplo: se alguém perguntar “pode me dizer que


horas são?”
Responda “Não!” e cale-se. Espere 2 ou 3 segundos e
então diga o que teria dito normalmente.

Se alguém lhe pedir “me passa o sal por favor?, responda


“Não!” e cale-se. E aí passe o sal.

Em outras situações parecidas, tente sempre fazê-lo com


uma expressão serena e um leve sorriso. Afinal, você vai
dizer sim logo logo, portanto pode sorrir ao dizer.
Experimente e verá que funciona.
Caso busque desenvolver
outras técnicas para melhorar
sua eficácia pessoal e
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