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TCC - A MIDIA E O PODER PUBLICO - Construcao Da Opiniao Popular Sobre A Reducao Da Maioridade Penal - Caren de Lima Teixeira - Versao Final PDF
TCC - A MIDIA E O PODER PUBLICO - Construcao Da Opiniao Popular Sobre A Reducao Da Maioridade Penal - Caren de Lima Teixeira - Versao Final PDF
Rio de Janeiro
2015
CAREN DE LIMA TEIXEIRA
Rio de Janeiro
2015
A MÍDIA E O PODER PÚBLICO: construção da opinião popular sobre a redução
da maioridade penal
Banca Examinadora:
________________________________________________
_______________________________________________
_______________________________________________
Rio de Janeiro
2015
Dedico este trabalho à minha família e amigos e
aos que realmente acreditam que a Educação vale a
pena.
AGRADECIMENTOS
Agradeço imensamente à minha orientadora Lobelia Faceira, por aceitar este projeto,
por acreditar, pela atenção, paciência e gentileza;
Agradeço à minha irmã, Camila e a meu cunhado Aldebaran, por estarem sempre do
meu lado, pela paciência e disponibilidade em me ajudar;
Muito obrigada!
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Diniz é libertado após 36h de negociação........................................................30
Figura 2: Saulo: vagabundos se passam por terroristas...................................................30
Figura 3: Cercados os sequestrados de Diniz..................................................................31
Figura 4: Luís Sales: Coincidências são muitas..............................................................32
Figura 5: Tuma: Seqüestro de Abílio não foi político.....................................................32
Figura 6: Seqüestro: família Medina apela à polícia para suspender investigação.........33
Figura 7: Liberto Roberto Medina; Polícia inicia a caçada aos seqüestradores..............34
Figura 8: A sociedade no limite.......................................................................................43
Figura 9: Cadeia mais cedo para menores.......................................................................45
Figura 10: Novinha do açaí tinha cracolândia na perereca..............................................46
Figura 11: Civil pega menor da faca...............................................................................46
Figura 12: Maioridade: Governo já estuda alternativas..................................................47
Figura 13: Menores apreendidos irão para a cana dura..................................................48
Figura 14: Câmara rejeita a redução da maioridade penal.............................................49
SUMÁRIO
1. Introdução ....................................................................................................... 8
Referências ......................................................................................................... 57
1. INTRODUÇÃO
1
Disciplina Gestão e Planejamento em Serviço Social, ministrada pela Professora Doutora Lobelia
Faceira.
2
Projeto de pesquisa Cultura, mídia e direitos humanos: potencialização da consciência crítica e
desenvolvimento de processos emancipatórios, coordenado pela Professora Doutora Janaina Bilate na
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO.
3
Princípios do Código de ética do Assistente Social de 1993. [ver referências]
8
A participação no grupo de estudos “Privação e Restrição de Liberdade” 4 e no
projeto de extensão “Universidade e Prisão: um diálogo crítico e dialético”5
proporcionou o estudo do papel da mídia no processo de construção da imagem e
opinião pública sobre o crime e as prisões. A partir das apreensões teóricas nos projetos
sobre os temas de cultura e da mídia e dos projetos sobre o tema da prisão é que se
inicia a pesquisa “A Mídia e o Poder Público: construção da opinião popular sobre a
redução da maioridade penal”, sobre a contribuição da mídia contemporânea na
construção da opinião pública no que se refere à prisão e aos crimes na atualidade.
4
Grupo de estudos sobre a temática da prisão, desenvolvido pela Professora Doutora Lobelia Faceira na
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO.
5
Projeto de extensão desenvolvido pela Professora Doutora Lobelia Faceira, na Penitenciária Industrial
Esmeraldino Bandeira e na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO.
6
GRAMSCI, A. Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995 &
Hegemonia. Vocabulário Gramsciano. In: Gramsci e o Brasil.
http://www.acessa.com/gramsci/texto_visualizar.php?mostrar_vocabulario=mostra&id=644
7
Ver: RUIZ, Jefferson Lee de Souza. Comunicação como direito humano. In: SALES, Mione Apolinario
& RUIZ, Jefferson Lee de Souza (orgs.). Mídia, questão social e Serviço Social. São Paulo: Cortez, 2011.
8
ALVEZ, 2012. [ver referências].
9
contraditoriamente, contribuir para potencialização da consciência crítica e alavancar
ações políticas coletivas; que ela exerce um forte poder na construção de valores
hegemônicos, dando uma direção no entendimento do que seria liberdade, democracia,
equidade, as noções de feio/belo, bom/mau, justo/injusto, fidelidade/infidelidade, bem
como na reprodução do senso comum9. No entanto, esta esfera pode, face ao projeto
societário que busca defender, contribuir com a luta contra a dominação capitalista,
além de incentivar a construção de uma nova hegemonia. Conforme Bravo (2006)
destaca: “[...] fortalecimento da organização política dos usuários, que acredita-se, se
dará pela sua participação nos movimentos sociais se fortalecem na luta pela
democracia e dos direitos humanos” (BRAVO, 2006, p.152).
O estudo das relações de poder entre mídia e Estado pode contribuir com
reflexões críticas que superem a imediaticidade dos fatos. Com isto, pode-se traçar
estratégias de superação de expressões da alienação, potencializando a consciência
crítica. No entanto, temos que ter claro os limites que o Estado capitalista produz e
9
Bilate, 2012. [ver referências]
10
XAVIER, 2008. [ver referências]
10
reproduz. Isto aponta que a realidade pressupõe movimento, contradição, não estando
concluída por não termos possibilidades de mudança no modelo de produção capitalista.
11
Ver TORTELLA (2014).
11
pública e legitimar a lógica do capital de acordo com os interesses do Estado e do
empresariado. Neste sentido, Dias (2013, p.1) complementa que “a imprensa foi arauto
da trama golpista contra o presidente João Goulart. Sempre conservadores, os “barões
da mídia” brasileira agem na fronteira do reacionarismo”12, e de certa forma ratifica o
nosso pensamento a respeito dos acordos e ações da mídia no que se refere a
manipulação da informação.
O Estado pode ser visto como responsável por organizar as relações entre o
capitalista, a sociedade civil e ele mesmo. Ele normatiza, e contribui nas mediações
dessas relações visando estabelecer um padrão de manutenção da ordem vigente através
do consenso e/ou da coerção. À luz dos “anos de chumbo”, o Estado se legitima
principalmente pela coerção.
Diante das posições acima mencionadas, podemos entender que, por um lado, a
classe dominante usa o Estado como um instrumento de dominação da classe
trabalhadora e que o Estado partilhando dos mesmos interesses, acaba por estabelecer
laços interpessoais e políticos com o empresariado. O conceito de Estado provedor do
bem comum15 não se sustenta à medida que este, cada vez mais, age politicamente em
favor da manutenção do capital e não na direção da universalidade de acesso a direitos
sociais, políticos e econômicos dos sujeitos sociais.
12
Revista eletrônica: Carta Capital. Acessado em 14/10/2014 e disponível em:
http://www.cartacapital.com.br/politica/a-midia-na-ditadura
13
Revista eletrônica: Carta Capital. [ver referências]
14
Ver NETTO (1991) e o documentário de Simon Hartog, 1993.
15
Ver: LUCENA (1976) e MARX & ENGELS (1848) Edição 2008.
12
Então o interesse em desenvolver esta pesquisa partiu não só da participação nos
projetos de extensão, pesquisa e estágio relacionados à discussão dos direitos humanos,
políticas sociais, da cultura, e do poder da mídia na reprodução de valores hegemônicos,
dos projetos sobre o crime e a prisão, conforme citado anteriormente. Mas também em
função de considerar que este debate tem total relevância dentro da profissão de Serviço
Social, uma profissão que cada vez mais mantém o compromisso ético político com a
classe trabalhadora, tendo como princípios, dentre outros, a liberdade como valor ético-
central e defesa da construção de uma nova ordem societária, sem dominação/
exploração de classe, etnia e gênero16.
16
Ver: Código de Ética do Assistente Social, 1993, Princípios. [ver referências]
13
Neste sentido, a monografia está estruturada em três capítulos, onde no primeiro
capítulo apresentamos o debate teórico sobre as diversas concepções de Estado com
base nas ideias de Thomas Hobbes (2005), John Locke (2005), Jean-Jacques Rousseau
(2005), Karl Marx (2008), Antonio Gramsci (2001), e estudos teóricos críticos de
Carlos Nelson Coutinho (1996), Ricardo Luiz Alves (2005), Martin Carnoy (2005) e
Janaina Bilate (2012).
Esperamos, a partir deste trabalho, poder contribuir para o debate crítico acerca
das relações estabelecidas entre o Estado, Capital, e a Mídia na construção de uma
imagem hegemônica sobre o crime e a prisão.
14
2. Concepções de Estado e a perspectiva gramsciana a respeito da
hegemonia e organização da cultura e do Estado
17
Utilizamos o termo apenas para o recorte da organização econômica estudada, neste caso, será restrito
ao modo de produção e acumulação capitalista.
18
Este estudo compreende a utilização de dois blocos de autores, os quais identificamos como
jusnaturalistas: Hobbes, Locke e Rousseau, pois constroem suas respectivas teorias com base na razão
humana sobre o que é justo, e marxistas como Gramsci, estes fundamentam seus estudos nas teorias
elaboradas por Karl Marx realizando a análise econômica da sociedade considerando que as
transformações sociais ocorrem por meio de conflitos e relações estabelecidas na própria sociedade.
15
gramsciana de organização da sociedade. Assim buscaremos, em alguma medida, a
partir de diferentes concepções, pensar a sua organização, identificar e analisar seu
papel e seus objetivos para com a sociedade, além de seus meios de legitimação na
sociedade capitalista através da força ou do consenso.
16
efetiva através de um contrato social, ou seja, a partir da necessidade de se protegerem e
se organizarem enquanto um grupo social, indivíduos concordam em centralizar o
poder, a gestão das relações econômicas e sociais nas mãos de um só. E este será
soberano e detentor do controle sobre a comunidade que se organiza a sua volta. Será o
Estado eleito e organizado pela sociedade civil a fim de possibilitar e trabalhar para o
bem comum. É o que Hobbes tratará como contrato social. Diferente do soberano
apresentado por Hobbes, Locke, em sua teoria vai dizer que os governantes também
participam deste contrato inicial e não simplesmente assumem a organização da
sociedade. A comunidade confia ao governo escolhido à proteção dos seus direitos; e, se
este governo falta com a confiança depositada, o povo pode afastá-lo ou alterá-lo. Se
este age arbitrariamente, ou usurpa o papel de outro, tal governo é dissolvido. Ou seja,
neste acordo há participação mutua, há uma troca de obrigações, onde a população não
só abdica de certa liberdade presente no estado de natureza19, como reivindica que o
governo faça jus a confiança nele depositada.
Locke explica que o Estado é uma entidade criada pelo próprio homem, mas que
precisa ser regulado, pois uma vez que assume um grande poder, se não controlado leva
à opressão e arbitrariedade. De modo que Locke entende a necessidade de não
centralizar o poder unicamente ao Estado utilizando-se dele apenas como mero
instrumento provisório de organização, sem muita interferência significativa, inclusive
na propriedade privada, que seja apenas para manter a ordem. Sendo assim, podendo ser
deposto e remodelado ou alterado se assim a sociedade entender.
19
Grifo este termo para a diferenciação de situação em que não há qualquer forma de governo para
organizar e estabelecer certa ordem. Termo apreendido dos estudos de Thomas Hobbes.
17
Segundo estudo a respeito da teoria de Hobbes, “a sociedade passa a existir com
a figura do Estado” (2001)20 como regulador das relações inerentes a vida social.
19
Contudo, e considerando que os indivíduos poderiam e criaram as leis que
regulam suas vidas e as relações de poder, e que o governo, segundo Rousseau, se
submeteria à soberania do povo. Ou seja, o soberano, constituído no contrato social,
seria o povo, do qual a vontade geral era expressa na lei.
Marx veio a rejeitar essa visão do Estado como o curador da sociedade como
um todo. Uma vez que ele chegou a sua formulação da sociedade capitalista
como uma sociedade de classes, dominada pela burguesia, seguiu-se
necessariamente sua visão de que o Estado é a expressão política dessa
dominação. Na verdade, o Estado é um instrumento essencial de dominação
de classes na sociedade capitalista. (CARNOY, 2005, p. 67).
20
Partindo para a concepção gramsciana de organização da sociedade, já
encontramos uma divisão que foi utilizada por Gramsci para definir melhor o papel do
Estado para com essa organização. Gramsci realiza seus estudos sob a perspectiva da
existência de dois polos que compõem a sociedade capitalista: a sociedade política e a
sociedade civil compreendendo aparentemente uma divisão entre o que seria a figura do
Estado e o que seria a classe trabalhadora (ou subalterna) e os capitalistas (empresários
de um modo geral). No entanto, o Estado, segundo Gramsci, pode incorporar esses dois
polos:
21
civil”. (2005, p.93). Essa construção se dará tanto de forma consensual como coercitiva.
Como em Gramsci, “a supremacia de um grupo social se manifesta de dois modos,
como ‘domínio’ e como ‘direção intelectual e moral’”. (2011, p. 290). O fato é que,
independente dos meios utilizados, o Estado trabalhará para garantir o máximo de
aceitação da sociedade civil para com a organização social econômica imposta pela
lógica capitalista.
21
Para uma elucidação mais profunda acerca da dimensão coercitiva, encontramos o conceito de
sociedade política e civil, estudados no capitulo um da tese de doutorado de Bilate (2009).
22
“[...] a sociedade civil compreende os aparelhos privados de hegemonia, que são os organismos
políticos aos quais se adere voluntariamente [...] escola, igreja, partidos políticos, organização sindicais,
movimentos sociais, organização material da cultura [...]”. (BILATE, 2009, p. 42).
23
Projeto “Cultura Mídia e Direitos Humanos” (2012) [ver referências].
22
acerca do conceito de hegemonia, este, para o autor, tem dois significados, sendo o
primeiro:
[...] um processo na sociedade civil pelo qual uma parte da classe dominante
exerce o controle, através de sua liderança moral e intelectual, sobre outras
frações aliadas da classe dominante. A fração dirigente detém o poder e a
capacidade para articular os interesses das outras frações. Ela não impõe sua
própria ideologia ao grupo aliado[...]. (2005, p. 95).
23
S.C + S.P) incorpora tanto a face coercitiva de controle quanto a face consensual de
controle da massa.
24
Coutinho (1996 e 2000).
24
cultura política, necessária à crítica da ordem das coisas, entende-se que a cultura não
significa a simples aquisição de conhecimentos, mas sim posicionar-se frente à história,
buscar a liberdade. A cultura está relacionada à transformação da realidade, uma vez
que através de uma determinada concepção de mundo, cada cidadão pode compreender
suas particularidades na vida, seus próprios direitos e deveres.
[...] luta pela consciência da classe operária e a relação das forças políticas
numa sociedade depende dos vários ‘momentos’ ou ‘níveis’ de consciência
política coletiva. O primeiro nível de consciência é a identificação
profissional: membros de um grupo profissional estão conscientes de sua
unidade e homogeneidade e da necessidade de organizá-lo. O segundo nível
se alcança quando há uma consciência da solidariedade de interesses entre
todos os membros de uma classe social – mas apenas no campo econômico,
na produção. [...] o individuo se torna consciente de que seus próprios
interesses corporativos transcendem os limites corporativos de uma classe
econômica e se estendem a todos os grupos subordinados, que compartilham
a cultura da subordinação e podem unir-se para formar uma contra-ideologia
que os liberte da posição subordinada. (CARNOY, 2005, p. 112).
Portanto, este conceito de luta construído por Gramsci preconiza a luta social
pela via democrático-pacifista, ou seja, através da conquista da hegemonia e dominação
25
dos seus aparelhos privados. Com uma espécie de revolução passiva25, estes dois
termos estão diretamente ligados à medida que ambos estabelecem estratégia de
superação do Estado burguês pela via pacífica, desconsiderando o ataque frontal. A
superação de ideologia dominante, do modo de ser e de pensar hegemônico baseado no
capitalismo exploratório e na divisão social de classes desigual ganhará força e
delineará uma nova consciência, que se manifesta e se concretiza na prática política.
Nos torna protagonistas das reivindicações nos espaços políticos e sociais,
estabelecendo alianças com os que lutam pelos interesses coletivos.
25
Termo também encontrado em Gramsci (2011) que explica transformações nas relações sociais como a
busca de uma nova ordem. Para melhor apreensão verificar Gramsci, 2011, organizado por Carlos Nelson
Coutinho.
26
3. A relação entre Estado e Capital, tendo a mídia como instrumento de
legitimação da ordem burguesa.
26
Para melhor compreensão as produções de Salles & Ruiz (2011), Bilate (2012), Gramsci (2011),
Carvalho & Freire (2008), Chauí (2006), Coutinho (2000), Netto, (1991) fornecem o conteúdo necessário
para apreensão do tema. Todas estas fizeram parte do estudo ao longo do curso de Serviço Social e
serviram de base para análise e pesquisa nas áreas de cultura, política, direito, economia e etc.
27
Ruiz (2011) traz o debate aprofundado sobre a consolidação de empresas de comunicação através de
alianças políticas.
27
Podemos iniciar analisando o cenário mais atual da produção midiática brasileira
e verificar os canais de televisão, jornais e revistas que são controlados por empresários
que também são dirigentes religiosos e que em alguns casos também são dirigentes
políticos. Neste caso, a mídia e o seu poder comunicativo são utilizados para difundir
preceitos religiosos, atrair fiéis e vender a “marca” da igreja.
28
O clamor dos meios de comunicação antes e depois de o empresário Abílio
Diniz ser libertado, associado com as ondas de criminalidade urbana,
resultaram na promulgação da Lei nº 8.072/90 que é, indubitavelmente, uma
das mais midiáticas leis produzidas no Brasil.(MASCARENHAS, 2010, p.
4).
28
A escolha pelo jornal O Globo se deu pela sua abrangência de circulação e influência na sociedade.
Este se trata de um dos mais importantes e tradicionais jornais do Brasil. Alem também de ser o jornal
que mais teve sua reputação envolvida com a manipulação de informação e faz parte de uma empresa que
mais detém concessões de canais de comunicação. [ver RUIZ, 2011]. Toda a documentação do jornal
exposta neste trabalho pode ser encontrada em seu acervo eletrônico, no link:
http://acervo.oglobo.globo.com/
29
Fonte: Jornal O Globo, 18 de dezembro de 1989, p.3.
FIGURA 1: Diniz é libertado após 36h de negociação.
30
Nas reportagens analisadas, todas sempre mencionavam o possível envolvimento
dos sequestradores do empresário com o partido político PT que na época tinha como
candidato a Presidência da República o senhor Luiz Inácio Lula da Silva, este negou
envolvimento com o grupo e afirmou que tal informação divulgada no jornal se tratava
de mais uma estratégia de enfraquecimento da sua campanha eleitoral. Acreditamos que
tal atitude do jornal serviu não só para movimentar a discussão sobre a aprovação da lei
8.072/90 como também para intervir na opinião pública a respeito dos candidatos a
Presidência, podendo até deixar como demanda para o candidato que fosse eleito a
tarefa de dar uma resposta a ocorrência desses crimes.
31
Fonte: Jornal O Globo, 19 de dezembro de 1989.
FIGURA 4: Luís Sales: Coincidências são muitas.
Após muita especulação e debate sobre o crime ocorrido, os jornais, dentre eles
O Globo, mudaram seu discurso de acusação do Partido dos Trabalhadores afirmando
que o sequestro do empresário Abílio Diniz não teria sido uma estratégia política. No
entanto, a estratégia especulativa não terminou. No lugar da possibilidade de tática
política colocaram outras hipóteses para justificar o crime e assim atrair a atenção do
público.
33
Fonte: Jornal O Globo, 22 de junho de 1990, p.1.
FIGURA 7: Liberto Roberto Medina; Polícia inicia a caçada aos seqüestradores.
34
importante na construção da opinião sobre os dois casos de sequestro podendo
incorporar nos casos questões de cunho político. Essa e outras ações da mídia constrói o
consenso dentro de uma classe. Como fora explicitado nas imagens de notícias antigas,
a imprensa através das matérias poderia influenciar a opinião pública sobre os possíveis
suspeitos de organização do sequestro e até os rumos das eleições.
35
Toda a movimentação de grupos de luta por direitos, toda a manifestação
recentemente organizada levando a debate questões importantes para a organização
social e política no Brasil deu visibilidade à mídia ligada a movimentos sociais que
também contribuiu para a tomada de consciência em relação à forma como compramos
notícia todo o tempo e das mais diversas formas de disseminá-la construindo conceitos e
interpretações acerca do que está sendo noticiado. E assim, contribuindo inclusive com
direcionamentos políticos, em decisões que influenciam diretamente o cotidiano da
população como aprovações de leis, preços que pagamos na utilização de serviços,
implementação de políticas públicas e até a escolha dos governantes. A notícia em
forma de mercadoria é uma ameaça à efetivação de direitos e principalmente à justiça.
E seguindo por esta lógica da venda, da notícia como mercadoria, a mídia não
vende apenas uma ideologia, ou algo em que possamos acreditar, ela nos vende modelos
morais a seguir, nos vende governos nos quais depositamos confiança ou rechaçamos e
rejeitamos até aonde nos é possível, como foi no período da ditadura militar brasileira.
Sabe-se que este período foi decisivo para a consolidação de determinadas emissoras no
ramo da comunicação brasileira e como meio para se alcançar tal objetivo eram feitas
alianças veladas entre empresários do ramo com o governo instaurado na época. E
assim, por se tratar de uma organização antidemocrática, eram necessários mecanismos
que legitimassem tal governo no seio da sociedade da década de 1964, o mais eficaz em
matéria de alcance da população sem duvida é a comunicação. Utilizar a mídia como
instrumento de disseminação de ordem instaurada foi a chave para vender a ideologia
que o governo quisesse. Em troca essas empresas puderam estabelecer seus monopólios
de transmissão e consolidar um império da comunicação que perduram até os dias de
hoje. As empresas com um pensamento contrário tiveram que amargar a censura.
No entanto este não foi o único governo que recorreu ao apelo midiático
favorecedor de suas políticas internas. Na década de 1930, com mídia própria, o
governo popularmente intitulado de Era Vargas também fez uso de meios de
comunicação em massa para vender sua política de governo de modo a conquistar uma
maior aceitação da população. Essas e outras formas de utilização da mídia, como já
fora citado, nos levam cada vez mais à compreensão do atual propósito que o Estado e a
mídia legitimada possuem em comum: perpetuação do capital e suas formas de acumulo
nas mãos de uma minoria privilegiada cultura e financeiramente.
37
papel efetivo no incremento da violência, como também representam uma
das expressões da mesma. (CARVALHO; FREIRE, 2008, p.156).
A citação anterior vem ratificar tudo o que analisamos até o momento sobre o
papel da mídia na legitimação da ordem burguesa e a sua força e abrangência na
construção do consenso acerca da violência, a produção citada faz parte do trabalho de
análise da midiatização da violência que Carvalho e Freire (2008) realizam
brilhantemente expondo os meios com que a mídia pode construir o consenso sobre os
mais variados temas. Após a identificação e análise dos objetivos em comum do Estado,
Mídia e Capital para com a organização social, abordaremos no próximo capítulo, a
compreensão do papel da mídia na construção da opinião pública sobre o crime e a
prisão no cenário contemporâneo.
38
4. O papel da mídia no processo de construção da imagem do crime e
da prisão no cenário contemporâneo.
29
A saber, segundo Reishoffer & Bicalho (2015), “O crime é uma infração a uma lei estabelecida
internamente pela sociedade através de seu poder legislativo. Para que haja infração, é necessário haver
uma lei e que essa tenha sido formulada por um poder político constituído”. (p.14).
30
A partir da leitura de Guindani (2015, p.48), entendemos a prisão como o espaço de “utilização massiva
da pena privativa de liberdade” [...]. Tal modelo vem na passagem do século XVIII para XIX repaginar os
antigos modelos de castigo e suplício sofridos pela população carcerária. Conforme Farias (2015, p 86),
relata, “Essas instituições teriam como funções principais fazer os presos formarem novos hábitos de
acordo com determinadas premissas permeadas pelo exercício do poder”. Ou seja, a prisão como aparato
legal de reajustamento do individuo a ordem vigente.
31
Segundo o dicionário Aurélio online, humor negro significa “humor que sublinha, com crueza,
amargura e por vezes desespero, a absurdidade do mundo”. Link:
http://www.dicionariodoaurelio.com/humor
39
O termo opinião pública é a forma de pensamento que contempla a grande
maioria da população de determinado local; pode não ser unânime, mas é compartilhada
pela maior parte tornando-se assim hegemônica.
Conforme Gramsci nos traz, a opinião pública pode ser criada não só pela
construção coletiva e modos de pensar semelhantes, mas também a partir do interesse
individual e gradativamente ser propagar em outros espaços buscando o consenso,
concordância e aceitação desta opinião. Em casos políticos, como é citado em Gramsci
(2011) a construção da opinião pública torna-se estratégia de governo, de controle das
massas e centraliza ainda mais o poder do Estado e, no cenário contemporâneo, do
Capital.
No dicionário informal online humor negro significa “Humor feito com desastres, preconceito, racismo,
entre outras questões”. Link: http://www.dicionarioinformal.com.br/humor%20negro/
40
Entretanto, tentaremos analisar os mecanismos utilizados por ela para garantir um
mínimo de controle sobre a opinião pública acerca do crime e da prisão.
A mídia pode determinar os temas que são importantes para a atenção e reflexão
da população, e se tratando de manipulação da informação encontramos dois conceitos
que exemplificam um pouco da atuação da mídia em suas publicações de notícias sobre
violência de um modo geral, trata-se da prática de jornalismo máximo e jornalismo
mínimo. Esses dois termos vão diferenciar certos tipos de reportagens, sendo o
“Jornalismo Máximo” (Varjão, 2008), a utilização máxima de recursos que tornem a
notícia ainda mais atrativa e consequentemente chame a atenção do leitor para o jornal e
suas notícias, não garante a qualidade da notícia, porém atinge o objetivo principal que é
a atratividade, confere importância à notícia.
Seguindo a explicação do termo utilizado por Varjão (2008), a autora nos traz
uma análise das estratégias utilizadas pela imprensa baiana para evidenciar algumas
notícias e banalizar outras. Com a lógica do jornalismo máximo, Varjão (2008) nos traz
exemplos de notícias publicadas em alguns jornais de grande abrangência relatando um
assaltado a um grande supermercado da região, os recursos utilizados pelos jornais para
atribuir grande importância à notícia. Esta atividade ela nomeia de jornalismo máximo e
também percebe que além dos recursos utilizados, estes jornais privilegiam o dano
material sofrido no tal assalto e consequentemente ignoram a violência concreta sofrida
pelas vítimas do crime. E como exemplificação do oposto ao jornalismo máximo, o
“Jornalismo Mínimo”, a autora analisa reportagens nos mesmos jornais, mas agora
publicando o assassinato de um jovem pedreiro. Desta vez é identificada a relativa falta
de recursos atrativos para o que está sendo noticiado, com uma nota simples e sem
muitos detalhes a respeito do crime contra o jovem pedreiro. Mais uma vez percebemos
com a análise de Varjão (2008) o intuito da mídia local no sentido de valorização do
capital.
41
dependendo da noticia e até a localização da notícia dentro do jornal, podem atrair uma
maior ou menor atenção do leitor e consequentemente construir uma imagem, uma
opinião sobre o tema noticiado. Como identificado na análise realizada acerca da
influência exercida pela mídia no debate a respeito da aprovação da Lei nº 8.072/90
sobre crimes hediondos, Petrarca complementa:
42
O crime em questão foi cometido por dois rapazes que na ocasião eram menores
de idade. Na tentativa de roubo do veículo da mãe da criança, os dois adolescentes
arrastaram o menino João Helio por um longo percurso preso pelo cinto de segurança
do carro, a mãe não teve tempo para retirar o filho do veículo e viu a criança ser levada
arrastada pelas ruas de um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro. Este acontecimento
gerou grande comoção não só pela morte trágica da criança, mas também pelo fato de
ter sido cometido por adolescentes, o que gerou grande revolta por parte da população
que assistiu ao desfecho do caso pela mídia. Não estamos determinando aqui a acusação
ou absolvição de nenhuma das partes do caso, vale lembrar que o objetivo principal do
trabalho é a análise do papel da mídia e seu desempenho na publicação de notícias sobre
crime e prisão e como esse desempenho ajuda na construção de opinião acerca destes
dois temas.
Elementos como estes que nos chamaram atenção para a escolha das
reportagens, os recursos visuais de primeira linha de atenção (manchetes, subtítulos,
imagens), o que imediatamente nos deparamos tal como os leitores no dia – a – dia.
44
efetivamente aprovada na Câmara dos Deputados no mês de agosto de 2015, após uma
manobra realizada pelo Deputado Eduardo Cunha que colocou o texto da emenda
constitucional que reduz a maioridade penal em votação por duas vezes e com redação
editada, a primeira votação no mês de julho de 2015 não foi aprovada, posteriormente,
em agosto de 2015 o deputado conseguiu a aprovação da emenda.
O Jornal Meia Hora tem uma prática de publicação que realmente nos preocupa,
principalmente quando se trata de noticiar crimes, o jornal investe massivamente em
manchetes sensacionalistas e de mal gosto humorístico. No período analisado não
encontramos muitas notícias envolvendo crianças e adolescentes cometendo crime,
porém as poucas que encontramos seguem a mesma linha de fazer humor com tragédias.
Este fato pode ser facilmente observado na manchete destacada acima, onde é
relatado na capa do jornal que uma menina escondia crack em região íntima feminina.
Esta prática nos mostra que o jornal não trabalha no sentido de levar este tipo de
informação para que se faça um alerta sobre os adolescentes que estão envolvidos no
tráfico de drogas, do risco de vida que eles correm e da necessidade de medidas
educativas emergenciais por parte do Estado para por fim a esta atividade dos
adolescentes.
47
Ocupando praticamente uma página inteira do primeiro caderno do Jornal O
Globo, na reportagem anterior, o tema da prisão para os adolescentes é apresentado por
manchetes que sugerem uma opinião a respeito, principalmente se observamos que
dentre as quarto manchetes publicadas apenas uma critica a possibilidade de aprovação
da medida que condena os jovens, as outras três trazem relatos sobre as alternativas que
o governo adotará para a distribuição os jovens que cometeram crime nas unidades de
prisão, sobre o medo que esses jovens causam na população no sentido de ser uma
ameaça à ordem estabelecida e também sobre o aumento de punições.
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que buscam trazer humor de mal gosto a uma temática de grande importância para a
história das políticas de segurança do nosso país. No entanto, esta notícia em especial
não traz elementos de criminalização dos jovens, pelo contrário, a matéria traz no corpo
do texto elemento crítico à medida que está sendo discutida na Câmara dos deputados,
relatando através da fala do Diretor do Observatório de Favelas que a redução da
Maioridade Penal é na verdade o caminho inverso para a redução da violência.
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do Estado – Providência para o Estado-Penal32 que Wacquant (2004) considerou em seu
estudo sobre as mudanças políticas realizadas nos Estados Unidos em relação ao
tratamento da violência nas décadas de 1970, 1980 e 1990. Tais medidas aumentaram
não só o número de unidades prisionais no país, como também o número de pessoas
encarceradas, identificadas como em sua maioria negra e pobre. O Estado-Penal agia no
sentido de cada vez mais reprimir a pobreza através do encarceramento. Este aumento
também foi vivenciado no Brasil. Na tentativa de dar uma resposta ao aumento da
criminalidade, governos brasileiros intensificaram, no mesmo período, os meios legais
de condenação aos infratores da lei, aumentaram o número de prisões e propagaram
através da comunicação como aparelho privado de hegemonia, a cultura de
criminalização da pobreza. Na mídia brasileira há sempre uma predisposição na notícia
para ratificar a importância da punição para crime cometido, mesmo que ao longo da
matéria apareçam elementos contrários, o que prevalece é a conduta de punição e ainda
mais criminalização do jovem menor e para além disso, a criminalização de uma
maioria desfavorecida economicamente. A punição inerente ao sistema penitenciário
sofreu mudanças e investimentos por parte do governo, inclusive no que se refere aos
objetivos a serem alcançados por meio do aprisionamento. Wacquant (2004) nos traz a
seguinte conclusão:
[...] objetivo não é mais nem prevenir o crime, nem tratar os delinquentes
visando o seu eventual retorno à sociedade uma vez sua pena cumprida, mas
isolar grupos considerados perigosos e neutralizar seus membros mais
disruptivos mediante uma série padronizada de comportamentos e uma
gestão aleatória dos riscos, que se parecem mais com uma investigação
operacional ou reciclagem de "detritos sociais" que com trabalho social.
(Wacquant, 2004, p. 55)
32
Estado-Providência, ou Estado Social, é o termo utilizado para caracterizar o modelo de Estado agente
de promoção e proteção social. Neste modelo, o Estado regulamenta a área social, política e econômica
do país. Estado-Penal, termo que faz oposição ao Estado-Providência, pois caracteriza um modelo de
Estado mínimo para as questões de bem-estar social, um modelo de Estado opressor e punitivo.
50
hegemonia. Essa população com seu escasso ou até mesmo inexistente recurso
financeiro, acesso a bens e serviços, a educação, a direitos tem em seu cotidiano o apelo
por parte da classe dominante para mais punições por conta da crença (socialmente
construída) de que a pobreza em si predispõe o individuo a criminalidade, ou seja, a
condição de individuo pobre, ainda agravada pela cor da pela e local de moradia
pressupõe uma tendência criminosa. O pobre, negro, morador da favela passa a ser não
só o retrato da pobreza, mas também do crime e por isso é exterminado do convívio
social.
Vale ressaltar que esta observação não pretende julgar e condenar jovens
economicamente favorecidos que cometeram algum crime, mas sim alertar para as
diferenças de tratamento do infrator condicionadas pela sua posição financeira e social.
O que nos interessa neste debate é identificar até que ponto é vantajoso para o capital
punir e eliminar as classes subalternas que atrapalham a sua manutenção econômica. E
entendemos que as atuais medidas punitivas e criminalizantes da pobreza não dão conta
na diminuição da violência.
51
Compreendendo a dinâmica de criminalização da pobreza identificamos que a
punição do infrator que é pobre já se inicia antes mesmo do julgamento do crime
cometido, por meio da exposição, especulação e até humilhação deste individuo. O
infrator sofre o julgamento da sociedade que levada pela emoção/ revolta por certos
crimes clama por punições mais severas até que o próprio modelo de prisão que temos
hoje. Como se viver na inexistência de dignidade e condições de sobrevivência já não
fosse punição suficiente, inclusive para tornar este infrator ainda mais propenso à
reincidência no crime. Talvez a falta de conhecimento do que é a prisão de fato também
contribua para este tipo de pensamento por parte da população. A respeito das condições
de vida precária na prisão, Guindani (2015) relata que,
O castigo como exemplo para que o delito não se repita, ainda é um pensamento
compartilhado no cenário atual e propagado nos meios de comunicação mais fortemente
nos últimos anos ao retratar crimes e também infrações da lei envolvendo menores de
idade e consequentemente acalorando o debate da redução da Maioridade Penal.
A mídia, conforme temos identificado nas analises das reportagens, tem forte
influência na construção da opinião pública no que tange aprovar ou não a redução da
Maioridade Penal, e mais, na construção do consenso sobre quem ameaça a ordem e
quem é o criminoso. Com os aparelhos privados de hegemonia estudados em Gramsci
52
(2011) que legitimam formas de governo e constroem diferentes apreensões a respeito
da sociedade, o Estado utiliza-os, no sentido de consolidar uma ordem político-social e
manter a dominação de classes. Hoje, o castigo legitimado pela mídia trata-se
basicamente de manter o indivíduo em restrição ou privação de liberdade, em condições
de extrema negligência à vida humana e ao desrespeito aos direitos humanos, sendo o
cumprimento da pena frequentemente atravessado por violações e o uso da violência.
53
5. Considerações Finais
[...] mídia, que deve ser passaporte para a inclusão social, promotora da
educação em valores, respeitando a cultura e as crenças de cada comunidade.
A mídia detém o privilégio do alcance pleno. Falta-lhe encontrar seu
verdadeiro sentido de indutora da cidadania, ou seja, despertar no indivíduo o
interesse pelo bem comum, pelo bom funcionamento das instituições, pelo
bem-estar da coletividade.
55
medida vislumbrar a superação da ordem capitalista exploratória. No entanto,
considerando a mídia como forte construtor de concepções políticas e opinião pública,
não podemos deixar de exaltar a sua força e alcance na sociedade e também não
podemos deixar de mostrar que a sua atuação pode e deve seguir na direção contrária a
hegemonia instaurada, trabalhando como:
Nesse sentido, a mídia deve ser utilizada como um instrumento, não do capital,
mas da sociedade e do Estado, seguindo no caminho oposto ao que identificamos neste
trabalho, em contracorrente ao capital exercendo o papel social de promover à garantia
de direitos, a inclusão social, a educação, o respeito às diferenças e a emancipação
humana.
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8662/93 de regulamentação da profissão. Brasilia: CFESS, 2006.
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