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Misoginia e Hipocrisia pelo exemplo

Usado com permissão do autor: originalmente publicado em 22 de dezembro de 2010, este


artigo foi escrito por Willem Vandenberg (Varnadi das), que ingressou na ISKCON em Amsterdã
em 1990. Ele atuou no Bhaktivedanta Book Trust na Suécia como tradutor e editor e como
gerente de um de seus subcomplexos. Depois de deixar oficialmente a ISKCON em 2010, ele
continuou sua carreira como programador de computador no ensino superior. Ele agora vive
no Texas e gosta de ler, escrever e viajar pelo mundo.

“Eu nunca gostei de minha esposa”

Swami Prabhupada

Os pontos de vista de cada um vislumbra-nos seu próprio passado e educação. Levar em


consideração os antecedentes culturais e familiares de Bhaktivedanta Swami pode ajudar a
colocar em perspectiva algumas de suas atitudes em relação às mulheres. Bhaktivedanta
Swami veio de uma família de classe média, que morava em uma propriedade dada a seus
avós maternos por uma família rica da casta de comerciantes de ouro (Suvarna Vanik) - todos
alegando descendência de Udaram Datta Thakur, um suposto companheiro de Chaitanya.

Ele (Prabhupada) levou uma vida protegida e desfrutou de uma educação decente na Free
School and College da Mutty Lall Seal, seguido pelo Scottish Church College, do qual se formou
em 1920, com especializações em inglês, filosofia e economia. Quando jovem, ele foi um
seguidor idealista e ávido do movimento pela liberdade de Gandhi. Com base na experiência
adquirida com seu emprego em uma empresa farmacêutica, mais tarde ele próprio iniciou um
(comércio) para manter sua família.

Merece ser observado aqui que, ao contrário do que ele esperava de seus discípulos mais
tarde, o próprio Bhaktivedanta Swami nunca foi mandado por seus pais aos 5 anos de idade ou
menos, para participar de um gurukula (escola fundamental, tradicional da Índia), e nunca o
fez com nenhum de seus próprios filhos. Como homem casado, ele também nunca viveu sob o
controle direto de seu guru. [Nota]

Gour Mohan De (1849-1930) e sua esposa Rajani (pais de Prabhupada), tiveram seis
(conhecidos) filhos. A maioria dos devotos da ISKCON conhece apenas dois - Abhay Charan
(Bhaktivedanta Swami) e Bhavatarini (Pisima) - enquanto alguns, também, conhecem uma
irmã mais velha, que às vezes era usada como exemplo de boa submissão védica, por ter se
casado com um marido que comia peixe. Vejamos a seguir os filhos da família Gour: Na ordem
do mais antigo para o mais novo: Rajesvari, filha; Filha desconhecida; Filho desconhecido;
Abhay Charan (Bhaktivedanta Swami), filho (1896-1977); Krishna Charan, filho (? - antes de
1970); Bhavatarini (Pisima), filha (? - 1980).

Em 1919, aos 22 anos, Abhay Charan entrou em um casamento arranjado com Radharani
(1908-1984), que tinha apenas 11 anos na época. Fiel aos costumes locais bengalis, o
casamento precoce foi levado a sério na família. Conta-nos Prabhupada:

"Na prática, na minha infância, minhas irmãs se casaram entre nove e doze anos. Minha irmã
mais velha se casou aos nove anos de idade, antes do meu nascimento. Ela é a mais velha. E
minha segunda irmã se casou aos doze; doze anos. E minha terceira irmã se casou com a idade
de (indistinta) anos. Assim, pelos anos (indistintos), o casamento deve terminar. Esse era o
dever do pai. Lembro-me, porque minha segunda irmã tinha doze anos, minha mãe disse ao
meu pai que, ‘irei ao rio e cometerei suicídio. A filha não é casada’. (Risos) Você vê. O pai
lamentou muito: ‘Sim, estou tentando. O que posso fazer?’(Risos) E, então, na próxima
geração, quando meu ... eu também era homem casado, você sabe. Eu era casado quando
minha esposa tinha apenas onze anos de idade. E com quatorze anos, ela deu à luz o primeiro
filho. E na próxima geração, quando minha filha mais velha se casou com dezesseis anos - ela
aumentou pouco -, mas eu também fiquei muito chateado por ela ter dezesseis anos. ”
Conversação sobre Srimad Bhagavatan, Los Angeles, 13 de maio de 1973.

Em outra ocasião, numa caminhada matinal, Abhay Charan De, disse:

"Aos doze anos, e ela foi dada a um menino, meu cunhado, para o segundo casamento.
Significa que meu cunhado perdeu sua primeira esposa e, mesmo assim, ele tinha 21 anos.
Minha irmã tinha doze anos e meu cunhado, vinte e um. Nos sastras ... eu não sei exatamente
em qual é o sastra..., mas, eles dizem que se a menina, antes do casamento, tiver
menstruação, o pai precisará comer esse líquido menstrual. Significa que é ... significa, muito
rigoroso. E se o pai não está vivo, o irmão mais velho precisa comer. (pausa)… o tipo de
casamento da garota depende do pai. Na ausência do pai, o irmão mais velho (assume os
deveres do pai). A menina deve ser casada. Caminhada matinal, Mayapur, 9 de fevereiro de
1976

Mas muitos anos antes, no entanto, e ao mesmo tempo, temos as seguintes considerações de
Prabhupada:

“Quando me casei aos 21 anos, com uma esposa de apenas 11 anos, praticamente não gostei
da minha esposa. E, como eu era muito jovem, e estudante universitário, eu queria me casar
novamente, apesar de minha esposa estar presente. Porque, entre os hindus, é possível
aceitar mais de uma esposa (é claro que a lei agora mudou). Portanto, sempre que tudo estava
pronto para o meu casamento com outra garota, meu grande pai, que era um grande devoto
do Senhor, me chamava e me instruía nas seguintes palavras: 'Meu querido menino, eu
entendo que você está tentando se recompor, casando de novo, mas eu aconselho você a não
fazer isso. É a graça de Krishna que sua atual esposa não esteja apenas de acordo com o seu
gosto. Isso o ajudará a não se apegar à esposa e ao lar, e isso o ajudará no futuro avanço da
Consciência de Krishna. Então, eu aceitei o conselho de meu pai e, pelas bênçãos dele, nunca
me apeguei a isso, à minha esposa ou lar, que resultou em minha completa libertação do
apego mundano, e me (fez) dedicar totalmente à Consciência de Krishna. Portanto, acho que
sua separação de Karunamayi também é a mesma oportunidade para você estar cem por
cento envolvido na Consciência de Krishna”. Carta a Gargamuni, Allston, 5 de maio de 1968

Uns meses depois, temos uma outra conversação, onde Prabhupada, falado sobre sua mulher,
dissera:

“Nós éramos casados. O que quer que nossos pais selecionaram, nós aceitamos. Não gostei da
minha esposa (risos), mas gradualmente me acostumei. Eu fui obrigado a gostar. Isso é tudo.
(risos) Esse é o sistema indiano. Você gosta ou não gosta, você tem que aceitar. Isso é tudo”.
Conversação de quarto, Seattle, 24 de setembro de 1968.

Ainda falando sobre sua esposa, Prabhupada escreve:

“Na verdade, nunca gostei da minha esposa. Eu ia me casar com outra, mas meu pai me salvou
do perigo, e ele me disse que, ‘... você não gostar de sua esposa, essa é a graça de Krishna.
Portanto, não se preocupe com sua esposa. Se ela quiser se casar novamente, deixe-a fazê-lo,
e você estará livre, e eu lhe darei Sannyas, e você estará pregando livremente’”. Carta a
Gopala Krishna, Honolulu, 11 de maio de 1972

Em uma aula sobre o Bhagavatan, Prabhupada comenta:

“Então, depois de casado, não gostei da minha esposa. (risos) De um jeito ou de outro, eu não
gostei. Devo dizer que ela era muito fiel, muito tudo ... Todos elogiavam. Mas eu não gostei, de
um jeito ou de outro. Então, eu estava me preparando para o próximo casamento. Próximo
casamento. Porque na Índia, na época em que era permitido, um homem pode se casar com
mais de uma esposa. Agora a lei está aí. SB 1.3.17, Los Angeles, 22 de setembro de 1972

Numa caminhada matinal com os devotos em Bombaim (Mumbay), temos o seguinte:

Prabhupada: Não. Eu não gostei da minha esposa. Ainda assim, eu tive que me casar com ela.
(risos)
Dr. Patel: E você não teve dias ruins a vida toda. Ou você estava brigando? Lamento invadir.
Prabhupada: Sim.
Dr. Patel: Você estava?
Prabhupada: Sim.
Dr. Patel: Então você está brigando mesmo agora. (riso)
Prabhupada: Minha esposa ... eu admito que ela é uma senhora muito legal. Mas eu não gostei
dela.
Morning Walk, Bombaim, 27 de março de 1974

Noutra caminhada matinal, desta vez em Mayapur, Prabhupada expressa:

“(Risadas) Minha esposa nunca foi bonita aos meus olhos, então eu queria me casar
novamente, e meu pai aconselhou: 'Não faça isso. Ela é sua amiga, ainda que você não gosta
dela. (Risos) Apenas veja.’” Caminhada matial em Mayapur, 22 ou 23 de janeiro de 1976.

Filhos apesar do desgosto de Prabhupada

Apesar do desgosto (de Prabhupada por sua esposa), o casal gerou pelo menos cinco filhos
vivos: (Vrindavan Chandra De, a qual, por sua vez, confirmou que havia vários outros filhos
antes deles (seus irmãos), mas que todos haviam morrido antes ou logo após o nascimento).
Radharani engravidou pela primeira vez aos 13 anos de idade, quando ABhay Charan tinha 24
anos. Portanto, ela deu à luz seu primeiro filho aos 14 anos. Em ordem do mais velho para o
mais novo:

Prayag Raj, filho (ca 1921-1950): Ficou doente mental e morreu nas ruas de Calcutá por volta
dos 30 anos.

Sulaksmana, filha (ca 1924 -?): Era casada e tinha filhos e permaneceu em Calcutá até morrer,
em data incerta.

Mathura Mohan, filho (ca 1932 - meados dos anos 2000): Ressentiu seu pai por tomar
sannyasa, e deixá-lo com a responsabilidade pela família. Nunca se casou. Processou sem
sucesso a ISKCON em meados dos anos 80.

Bhaktilata, filha (ca 1942 -?): Ressentiu o pai por tomar sannyasa antes de se casar. Vive com o
irmão mais novo até o momento em que este artigo foi escrito.
Vrindavana Chandra, filho. Sua filha se casou com um devoto da ISKCON. Ela, e uma de suas
filhas, morreram em um acidente de barco em 2006 em Mayapur.

Nenhum de seus próprios filhos - do mais velho para o caçula -, tornaram-se vaishnavas, e
Bhaktivedanta Swami, atribuiu a culpa por isso, diretamente a sua esposa.

Em conversa na Sala de conversação, 20 de fevereiro de 1977, Mayapur, temos o seguinte:

Tamala Krishna: E sua esposa não era tão boa.


Prabhupada: Porque ela sempre foi contra Krishna ... Meu pai disse assim: “Você tem tanta
sorte que não gosta de sua esposa. Não tente se casar novamente. "
Tamala Krishna: Você estava pensando assim.
Prabhupada: "Você tem sorte." Levei a sério. “As pessoas tentam desistir da companhia da
esposa com grande dificuldade. Você tem tendência natural.
Tamala Krishna: Não parece que seus filhos são muito ..., exceto Vrindavana. Nenhum dos
outros vem.
Prabhupada: Eles são como a mãe.
Tamala Krishna: Eu conheci aquele Madan-Mohan.
Prabhupada: Mathura.
Tamala Krishna: Mathura-Mohan. Ufa! Fumando (gíria da época).
Prabhupada: Tudo estragado. Mãe estragou. Todos.
Tamala Krishna: E esse Vrindavana? Ele é ...
Prabhupada: Ele é meio mimado.
Tamala Krishna: Ele é o filho mais velho?
Prabhupada: Ele era um pouco louco [o filho mais velho, Prayag Raj]. Pode ter ido embora de
casa. Garoto muito inteligente que ele era. Sua mãe o deixou louco. Muito ... Ele estava em
primeiro lugar na escola. Muito inteligente. Ela estragou toda a vida da família. Foi bom para ...
Para minha filha caçula, escolhi um garoto muito legal, homem rico. Ela não deu. Ela queria
mantê-la como assistente e não é casada.
Tamala Krishna: Mesmo agora. Quantos anos? Ela deve ter 45 anos.
Prabhupada: Nem tanto. Mais velho que Vrindavana.
Tamala Krishna: Então ela deve ter trinta e cinco.
Prabhupada: Sim. Trinta e cinco. Muito irresponsável e letárgica.

Conexões com a “ex-familia”

E, embora tenha deixado claro em muitas ocasiões, que o ashram sannyasa exclui conexões
com a ex-família, e que ele não tinha nada a ver com sua ex-esposa, filhos e netos, várias
cartas (como uma de Bombaim, 8 de junho de 1971), conversas (como Vrindavana, 20-22 de
maio e 28 e 30 de outubro de 1977), e o testamento que ele deixou, provam que o próprio
Bhaktivedanta Swami continuou a apoiar sua família financeiramente com as receitas da
ISKCON, e do Bhaktivedanta Book Trust, e fez acordos comerciais para com seus filhos
Vrindavana De, e Mathura Mohan De, para garantir seus sustentos desde 1971.

Falando sobre a questão do sannyasa, Prabhupada frequentemente afirmava:

“E aqueles que são renunciados, não têm conexão com nada do mundo, são chamados
sannyasa. Assim como eu sou um sannyasi. Sannyasi significa que tenho minha família, tenho
minha esposa, filhos, netos na Índia, mas não tenho conexão com eles. Eu vivo sozinho."
Entrevista, Los Angeles, 1 de fevereiro de 1968
Numa entrevista em Los Angeles, em dezembro de 1968, temos a seguinte situação:

Jornalista: Você tem filhos?


Prabhupada: Ah, sim, eu tenho meninos crescidos.
Jornalista: Você acabou de deixá-los?
Prabhupada: Sim. Tenho minha esposa, meus netos, todo mundo, mas não tenho conexão
com eles. Eles estão fazendo o seu próprio caminho. Minha esposa está confiada aos meninos
mais velhos. Entrevista à imprensa, Los Angeles, 30 de dezembro de 1968

Em setembro de 1969, numa viagem a Londres, Prabhupada concedeu uma entrevista:

Repórter: Você é casado, senhor?


Prabhupada: Sim. Tenho meus filhos, netos, minha esposa, todos vivos, mas não tenho
conexão com eles. Eu sou um sannyasi, ordem renunciada. Eu tenho filhos idosos.
Repórter: Você diz que não tem conexão com sua família?
Prabhupada: Não.
Repórter: Por quê?
Prabhupada: Porque eu tomei sannyasa. Dediquei minha vida a Krsna. Esse é o sistema védico,
que certa parte da sua vida deve simplesmente dedicar a Deus. Isso é chamado sannyasa.
Repórter: Para fazer isso, você teve que se divorciar?
Prabhupada: Não. Não há dúvida de. Não sabemos o que é divórcio. Em nosso país, não há
divórcio, pelo menos na lei hindu. Sim. Esposa e marido, uma vez combinados, são para toda a
vida. Não há questão de separação, em todas as circunstâncias. Tanto na angústia como na
felicidade, não há questão de separação. Agora, nossos políticos modernos, eles introduziram
essa lei do divórcio. Caso contrário, de acordo com o hindu Manu-samhita, não há lei de
divórcio.
Repórter: Quando você renunciou à sua família?
Prabhupada: em 1959.
Repórter: Como eles estão gerenciando sem você?
Prabhupada: Eles estão gerenciando. Meus filhos cresceram; eles estão ganhando. Minha
esposa também é filha de homem rico. Ela tem alguma propriedade. Então eles não têm
nenhum problema.
Repórter: Você já os viu?
Prabhupada: Não. Eu não posso ver. Não tenho como ver, pelo menos minha esposa. Mas, se
meus filhos e filhas vierem me ver, eles poderão me ver. Mas minha esposa não pode me ver.
Isso está encerrado. Esse é o sistema de sannyasa. Um sannyasi não pode encontrar sua
esposa novamente. Isso é renúncia. Renúncia significa, renunciar à conexão com a mulher ou
renunciar à vida sexual. Isso é renúncia. Local de desembarque, Londres, 11 de setembro de
1969

Numa conversa com Bob Cohen, em 1972, temos:

"Sim. Esquecer não é muito difícil, se você tentar esquecer. Isso é tudo. Fora da vista, longe da
mente. (risos) Assim como eu tenho minha esposa, filhos, meus netos, tudo. Mas fora da vista,
fora da mente. Isso é tudo. Portanto vanaprastha, sannyasa. Tudo é bem organizado pelo
sistema védico”. Conversa com Bob Cohen, Mayapur, 27-29 de fevereiro de 1972

Em 1976, numa entrevista para o jornal “Newsday”, em Nova Iorque, vemos:


Entrevistador: Sua família; sua família de sangue, também são conscientes de Krishna?
Prabhupada: Não muito. Por isso tive que deixá-los e criar outra família. (riso)
Entrevistador: Quantos filhos você tem?
Prabhupada: Eu tenho duas filhas e dois filhos. Minha esposa também ainda está vivendo.
Entrevistador: Ela é Krishna consciente?
Prabhupada: Não muito. Naturalmente, as mulheres buscam a opulência mundana.
Entrevistador: Foi difícil para você desistir do que estava fazendo para dedicar tempo integral.
Prabhupada: Não, é o sistema védico que, em certa idade, abandone-se a conexão familiar e
se dedique completamente à consciência de Deus. No começo, vinte e cinco anos, deve-se
aprender com o guru sobre a consciência de Krishna. Então, se ele está apto (de manter o
caminho da renúncia), ele não se torna um homem de família, mas se ele é inapto ou
circunstancialmente, ele pode se tornar um homem de família. Assim, ele pode permanecer
como homem de família até o quinquagésimo ano, e depois se aposentar da vida em família.
Ele viaja para lugares sagrados com a esposa e, às vezes, volta para casa e, às vezes, retorna
para casa. Dessa maneira, quando ele pratica o abandono do apego familiar, a esposa retorna
para casa aos cuidados de seus filhos mais velhos, e o homem toma sannyasa, e ele permanece
sozinho simplesmente para espalhar a consciência de Krishna. Este é o sistema védico.
Entrevista ao jornal Newsday, Nova Iorque, 14 de julho de 1976.

Em dezembro de 1976, Prabhupada afirmou:


“Antes de deixar minha vida familiar, eu queria casar todos os meus filhos e filhas, mas alguns
deles discordaram, outros ... Minha esposa discordou. Deixe eles irem pro inferno, eu não ligo.
O tempo acabou. Não importa se você é casado ou não. Então veja [para] seus próprios
assuntos. ” Caminhada matinal e conversa no quarto, Bombaim, 26 de dezembro de 1976
Apesar dessas declarações, Bhaktivedanta Swami organizou que, a partir de 1971, sua ex-
esposa receberia Rs500 por mês durante sua vida, totalizando Rs36.000 em dinheiro antes de
sua morte em 1977 (cerca de US $ 20.000 em dólares de 2010 e Rs420.000 em rupias de 2010,
considerando a inflação e taxas de conversão para cada um dos 6 anos). Além disso, no
testamento da sua vontade, ele declara que ela receberia Rs 1.000 por mês por toda a vida e
cada um de seus quatro filhos vivos Rs 1.000 por mês durante sete anos, dos quais R $ 250
seriam pagos em dinheiro e Rs 750 seriam reinvestidos em depósitos fixos por um período de
sete anos - a serem utilizados para reinvestimento ou aquisição de imóveis. Para conseguir
isso, foram criadas cinco contas com juros, contendo Rs120.000 cada (totalizando quase US$
280.000 em dólares de 2010). Se isso foi realmente seguido, de 1977 até sua morte em 1984,
Radharani De recebeu um total de Rs84.000 (cerca de US$ 24.000 em dólares de 2010 e quase
Rs600.000 em rupias de 2010, considerando a inflação e as taxas de conversão para cada um
dos sete anos). ) Os filhos de Bhaktivedanta Swami receberiam um quarto desse valor, cada
um em dinheiro, e mais de três quartos em juros compostos para reinvestimento ou imóveis.

Considerações finais

Alguns podem dizer que o valor do dólar era mínimo naquela época, e que mesmo a
quantidade de rúpias convertidas era insuficiente, mas esses argumentos são muito simplistas
e não levam em conta as circunstâncias socioeconômicas da vida urbana de Calcutá de 1971 a
1984. De volta a 1977, cerca de 63% das pessoas que viviam no distrito metropolitano de
Calcutá ganhavam menos de Rs300 por mês e mais de 40% ganhavam menos de Rs200 por
mês (Problemas Urbanos e Perspectivas Urbanas, de Gopal Bhargava, 1981). Não foi muito
melhor na década anterior e posterior a 1977.
O ponto aqui não é o fato de que Bhaktivedanta Swami enviou algum dinheiro para sua antiga
família, mas que ele se esforçou para usar o equivalente moderno de US$ 350.000 para fazer
isso, com provisões para investimentos futuros ou aquisição de imóveis e pagamentos mensais
consideravelmente acima (no caso de sua esposa, mais que o dobro) da renda média de
Calcutá. Se qualquer atual sannyasi da ISKCON fizesse provisões semelhantes para sua antiga
família com fundos fornecidos por distribuidores de livros, discípulos e doadores não
remunerados, isso seria considerado inconcebível.

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Nota: Srimad Bhagavatan, 7.12.11: “Da mesma forma, existem fortes restrições para os
grhasthas. Grhastha deve entrar na vida sexual apenas de acordo com a ordem do guru.
Portanto, é mencionado aqui que é preciso seguir as ordens do mestre espiritual (guru-vrttir
vikalpena). Quando o mestre espiritual ordena, o grhastha pode aceitar a vida sexual. ” SB
7.12.1, Vrindavana, 12 de abril de 1976: “Assim como em nossa sociedade, mesmo grhastha,
ele também está sob restrição, e do que falar, de brahmacari.”

Link deste artigo: The Hare Krishna Thing

http://harekrishnathing.com/the-founders-legacy/misogyny-and-hypocrisy-by-example/

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