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1 Introdução
A partir do projeto de uma nova aeronave, o projetista deve estar atento às necessidades opera-
cionais da mesma (requisitos da missão) e fazer uso correto de vários parâmetros obtidos durante
os cálculos prévios de aerodinâmica, desempenho e estabilidade, pois a determinação correta das
cargas atuantes nos vários componentes estruturais permitem o correto dimensionamento estrutu-
ral e a obtenção de uma estrutura resistente e leve garantindo assim a maior relação entre carga
paga e peso vazio contribuindo significativamente para o aumento da eficiência estrutural.
Na aeronáutica costuma-se falar em “quatro forças”. Menção que restringe-se ao mundo particu-
lar de quem lida com o voo e seu conhecimento é fundamental para que os pilotos possam voar
apropriadamente. O vento fluindo em uma determinada direção em relação ao avião produz uma
força sobre o aeroplano chamada de força aerodinâmica total. Uma outra grandeza intimamente
ligada à força aerodinâmica e também muito importante na descrição do vôo é o ângulo de ataque
definido como o ângulo formado pela direção do vento (chamado usualmente de “vento relativo”)
e a direção do avião. A força aerodinâmica total pode ser decomposta em duas componentes: a
sustentação e o arrasto. Além desta, atuam sobre o avião o peso e a força de tração (ou propulsão)
[1] Podemos definir mais especificamente as quatro forças envolvidas na física do vôo como:
• Sustentação L é a componente da força aerodinâmica perpendicular à direção do movimento
do vôo;
• Arrasto D, essencialmente uma força de atrito, é a componente da força aerodinâmica para-
lela à direção de vôo;
• Peso é a força da gravidade W atuando sobre o avião e dirigida para o centro da Terra;
• Tração T é a força produzida pelo motor e é dirigida ao longo do eixo longitudinal do avião.
1
2 Forças Presentes em Aeronave
2.1 Força Gravitacional
Dentre todas as forças que possam estar presentes em uma aeronave, a força gravitacional é a
interação mais conhecida. Sua formulação foi apresentada por Isaac Newton ainda no século XVII,
sendo uma de suas maiores contribuições para a ciência. De forma completa, a força gravitacional
foi definida como [2]:
Mm
Fg = G 3 r̂ (1)
r
Sendo G a constante da gravitação universal, M a massa do planeta, m a massa do segundo corpo,
r a distância entre os corpos e finalmente r̂ o vetor unitário apontando na linha que liga os corpos.
Dentro do estudo da gravitação um caso é completamente relavante para nosso estudo, que é o caso
de um objeto de massa muito inferior a massa da Terra em um região que tenha poucas diferenças
de altitude em relação ao damento do raio terrestre, que é o caso de um voo convencional. Na
referida situação a expressão 1 simplifica-se de forma que, o agora chamado peso, e referenciado
com a W torna-se:
W = mg (2)
De forma que g ≡ GM/r3 . E m é a massa da aeronave. O peso da aeronave aponta em quaisquer
posição para o centro da Terra, o que faz que o vetor peso no sistema de coordenadas do avião seja
alterado conforme o ângulo de ataque aplicado.
2.2 Torque
O torque de uma aeronave é a força responsável por desloca-la através da massa fluída. Essa força é
aplicada através da atividade dos motores, e qualquer que seja sua natureza, utilizam-se a rigor do
mesmo princpipio para gerarem movimento. Ou seja, tanto o mais simples motor à hélice quanto o
mais modermo motor a jato, O efeito em questão é a conservação do momento linear,a forma mais
geral da terceira lei de Newton de maneira que estende-se ao eletromagnetismo clássico, dinâmica
de fluídos e diversos sistemas físicos.
Se considerando a forma clássica de representação do momento (p = mv), e tomarmos a conser-
vação do momento, obtemos de forma particular a famosa tereceira lei de Newton, e a partir deste
conceito explica-se a movimentação de uma aeronave de motores turbofan, turbojet e ramjet, os
chamados motores a reação. Suponha um sistema com dois elementos, de forma que podemos
defini-los como elemento 1 e elemento 2, em uma situação tal que podemos estudar dentro de ums
sistema inercial a dinâmica dos mesmo. Dada a conservação do momento linear temos[2];
p1 + p2 = K (3)
Dessa maneira, seja o corpo 1 a aeronave, e os elementos i as partículas de ar que passam pelo
motor um modelo simplificado de explicação do funcionamento desses motores seria;
X d
ṗ1 ≡ T = − (mi vi )
i
dt
(6)
2
Para um motor do tipo turbojet, a relação que gera o torque da aeronave é a seguinte expressão:
De onde temos que ṁar é a massa de ar que passa pelo motor por segundo, ṁp a massa de gás
proveniente da queima do propelente que sai do motor por segundo, v s é a velocidade de saída dos
gases, e v e a velocidade de entrada do ar atmosférico no motor.
2.3 Arrasto
O arrasto, assim como força gravitacional, é uma força que se opoe as funções que a aeronave tem
de desempenhar, porém, diferentemente da gravidade, que é uma força de intereção à distância
via um campo físico, essa depende do contato direto sa superfície da aeronave para poder atuar.
O arrasto em uma aeronave, ocorre por conta da diferença diversos fatores, de maneira tal que o
chamado genericamente de arrasto ao final é o vetor resultante da soma de cada um de seus tipos
isoladamente.[3]
Arrasto induzido
O arrasto induzido ocorre devido a diferença de pressão que ocorre nas asas da aeronave próximo das
pontas de asas. Essas diferenças de pressão na extremidade acaba por gerar vórtices, responsáveis
por frear o corpo. O arrasto induzido dessa forma depende diretamente da sustentação e de aspetos
de geometria da asa, e de fato podemos definir tal equação a partir desses parâmetros [4].
CL2
CDI = (8)
πAR
Donde AR é a razão de aspecto da asa. Com o poderio dos coeficientes de arrasto, o arrasto total
é dado por;
1
D = ρV∞ CD A (9)
2
3
2.4 Sustentação
A sustentação é a força mais importante e estudada na aeronautica, ela é a responsável por manter
o avião em altitude equilibrando-se com o peso da aeronave. Ela é definida como a força que aparece
sobre o corpo na direção perpendicular ao vento relativo, que aparece por conta de diferenças de
pressão principalmente entre o intradorso e extradorso das asas da aeronave.
Teorema de Kutta–Joukowski
O teorema de Kutta-Joukowski apresenta-se como um dos fundamentos da aerodiâmica, e mostra
que a sustentação tem uma relação direta com a densidade e velocidade de escoamento livre do
fluido através da definição da cicrulação sobre a superfície, induzida pela curvatura, ângulo de
ataque do aerofólio e descontinuidade no bordo de fuga.
L = ρ∞ V∞ Γ∞ (10)
A equação para a definir a circulação em parâmetros da superfície do aerofólio pode ser dada por:
I
Γ∞ = V · ds (11)
C∞
C∞ é o caminho no plano complexo, que pode ser utilizado a fim de se simplificar as conside-
rações sobre a geometria do aerofólio. Parâmetro complelemtar e importante para os cálculos
aerodinâmicos que constantemente são utilizados é o Coeficiente de atrito. [4]
L
CL = 1 2
2 ρV∞ S
(12)
3 Estruturas
Durante o projeto de uma aeronave, cada centímetro quadrado da asa e da fuselagem, cada nervura,
longarina, e até mesmo cada encaixe deve ser considerado em relação às características físicas do
material do qual ele é feito. Todas as partes da aeronave devem ser planejadas para suportar as
cargas que lhes serão impostas [5]. A determinação de tais cargas é chamada análise de tensões.
Os cinco principais tipos de cargas as quais uma aeronave está sujeita se caracterizam por tração,
compressão, cisalhamento, torção e flexão e são mostrados na Figura 3.
4
Figura 3: Principais Tipos de Cargas
• Esforço de tração: ocorre quando forças normais estão presentes na estrutura e possui a
tendência de aumentar o comprimento do componente causando deformação permanente ou
ruptura do material.
• Esforço de compressão: ocorre quando forças normais estão presentes na estrutura e possui
a tendência de reduzir o comprimento do componente causando deformação permanente ou
ruptura do material.
• Esforço de compressão: ocorre quando forças normais estão presentes na estrutura e possui
a tendência de reduzir o comprimento do componente causando deformação permanente ou
ruptura do material.
• Esforço de cisalhamento: ocorre quando forças transversais estão presentes na estrutura e
possui a tendência de cortar o componente causando ruptura do material.
• Esforço de cisalhamento: ocorre quando forças transversais estão presentes na estrutura e
possui a tendência de cortar o componente causando ruptura do material.
• Esforço de torção: ocorre quando momentos de torção (torque) estão presentes na estrutura
e possui a tendência de torcer componente causando deformação permanente ou ruptura do
material.
• Esforço de flexão: ocorre quando transversais estão presentes na estrutura e possui a ten-
dência provocar a flexão do componente causando deformação permanente ou ruptura do
material.
O conhecimento de todas as possíveis forças que possam ocorrer na aeronave durante voo na sua
fase de projeto viabiliza uma otimização e bom atendimento das normas de especificação e de
suas necessidades estruturais, assim mas melhores técnicas e mais adequados materiais podem ser
utilizados para a necessidade específica do projeto da aeronave.
5
Referências
[1] A Física Nas Aeronaves. https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/
a-fisica-nas-aeronaves/. Accessed: 2019-07-03.
[2] J. Marion S. Thornton. Classical Dynamics of Particles and Systems. Thomson, 5th ed edition,
2004.