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Universidade Federal do ABC

Projeto de Elementos Estruturais de Aeronaves I


Forças em Aeronaves
Camila Dias Bruni da Silva 21046012
Carlos Alberto da Silva Junior 11109214
Ricardo Henrique de Sousa 11101210
Vítor Matozinhos de Faria 21025413
São Bernardo do Campo, 06 de julho de 2019

1 Introdução
A partir do projeto de uma nova aeronave, o projetista deve estar atento às necessidades opera-
cionais da mesma (requisitos da missão) e fazer uso correto de vários parâmetros obtidos durante
os cálculos prévios de aerodinâmica, desempenho e estabilidade, pois a determinação correta das
cargas atuantes nos vários componentes estruturais permitem o correto dimensionamento estrutu-
ral e a obtenção de uma estrutura resistente e leve garantindo assim a maior relação entre carga
paga e peso vazio contribuindo significativamente para o aumento da eficiência estrutural.
Na aeronáutica costuma-se falar em “quatro forças”. Menção que restringe-se ao mundo particu-
lar de quem lida com o voo e seu conhecimento é fundamental para que os pilotos possam voar
apropriadamente. O vento fluindo em uma determinada direção em relação ao avião produz uma
força sobre o aeroplano chamada de força aerodinâmica total. Uma outra grandeza intimamente
ligada à força aerodinâmica e também muito importante na descrição do vôo é o ângulo de ataque
definido como o ângulo formado pela direção do vento (chamado usualmente de “vento relativo”)
e a direção do avião. A força aerodinâmica total pode ser decomposta em duas componentes: a
sustentação e o arrasto. Além desta, atuam sobre o avião o peso e a força de tração (ou propulsão)
[1] Podemos definir mais especificamente as quatro forças envolvidas na física do vôo como:
• Sustentação L é a componente da força aerodinâmica perpendicular à direção do movimento
do vôo;
• Arrasto D, essencialmente uma força de atrito, é a componente da força aerodinâmica para-
lela à direção de vôo;
• Peso é a força da gravidade W atuando sobre o avião e dirigida para o centro da Terra;
• Tração T é a força produzida pelo motor e é dirigida ao longo do eixo longitudinal do avião.

Figura 1: Forças principais atuantes sobre uma aeronave

1
2 Forças Presentes em Aeronave
2.1 Força Gravitacional
Dentre todas as forças que possam estar presentes em uma aeronave, a força gravitacional é a
interação mais conhecida. Sua formulação foi apresentada por Isaac Newton ainda no século XVII,
sendo uma de suas maiores contribuições para a ciência. De forma completa, a força gravitacional
foi definida como [2]:
Mm
Fg = G 3 r̂ (1)
r
Sendo G a constante da gravitação universal, M a massa do planeta, m a massa do segundo corpo,
r a distância entre os corpos e finalmente r̂ o vetor unitário apontando na linha que liga os corpos.
Dentro do estudo da gravitação um caso é completamente relavante para nosso estudo, que é o caso
de um objeto de massa muito inferior a massa da Terra em um região que tenha poucas diferenças
de altitude em relação ao damento do raio terrestre, que é o caso de um voo convencional. Na
referida situação a expressão 1 simplifica-se de forma que, o agora chamado peso, e referenciado
com a W torna-se:
W = mg (2)
De forma que g ≡ GM/r3 . E m é a massa da aeronave. O peso da aeronave aponta em quaisquer
posição para o centro da Terra, o que faz que o vetor peso no sistema de coordenadas do avião seja
alterado conforme o ângulo de ataque aplicado.

2.2 Torque
O torque de uma aeronave é a força responsável por desloca-la através da massa fluída. Essa força é
aplicada através da atividade dos motores, e qualquer que seja sua natureza, utilizam-se a rigor do
mesmo princpipio para gerarem movimento. Ou seja, tanto o mais simples motor à hélice quanto o
mais modermo motor a jato, O efeito em questão é a conservação do momento linear,a forma mais
geral da terceira lei de Newton de maneira que estende-se ao eletromagnetismo clássico, dinâmica
de fluídos e diversos sistemas físicos.
Se considerando a forma clássica de representação do momento (p = mv), e tomarmos a conser-
vação do momento, obtemos de forma particular a famosa tereceira lei de Newton, e a partir deste
conceito explica-se a movimentação de uma aeronave de motores turbofan, turbojet e ramjet, os
chamados motores a reação. Suponha um sistema com dois elementos, de forma que podemos
defini-los como elemento 1 e elemento 2, em uma situação tal que podemos estudar dentro de ums
sistema inercial a dinâmica dos mesmo. Dada a conservação do momento linear temos[2];

p1 + p2 = K (3)

Sendo K uma constante arbitrária. Dessa maneira, se derivarmos a expressão 3, e considerarmos


que os cada um dos elementos não tem perdas e nem ganhos de passa obtemos:
d
(p + p2 ) = 0 ⇒ ṗ1 + ṗ2 = 0 (4)
dt 1
Ampliando então o conceito a um sistema com diversas partículas, então podemos adquirir uma
equação similar. X
ṗ1 = − ṗi (5)
i

Dessa maneira, seja o corpo 1 a aeronave, e os elementos i as partículas de ar que passam pelo
motor um modelo simplificado de explicação do funcionamento desses motores seria;
X d
ṗ1 ≡ T = − (mi vi )
i
dt

(6)

2
Para um motor do tipo turbojet, a relação que gera o torque da aeronave é a seguinte expressão:

T = (ṁar + ṁp )v s − ṁar v e (7)

De onde temos que ṁar é a massa de ar que passa pelo motor por segundo, ṁp a massa de gás
proveniente da queima do propelente que sai do motor por segundo, v s é a velocidade de saída dos
gases, e v e a velocidade de entrada do ar atmosférico no motor.

Figura 2: Fluxo de gases em motor Turbojet

2.3 Arrasto
O arrasto, assim como força gravitacional, é uma força que se opoe as funções que a aeronave tem
de desempenhar, porém, diferentemente da gravidade, que é uma força de intereção à distância
via um campo físico, essa depende do contato direto sa superfície da aeronave para poder atuar.
O arrasto em uma aeronave, ocorre por conta da diferença diversos fatores, de maneira tal que o
chamado genericamente de arrasto ao final é o vetor resultante da soma de cada um de seus tipos
isoladamente.[3]

Arrasto por atrito


A geometria do corpo que desloca-se através do ar e sua área projetada sobre o fluxo do fluído são
responsáveis pelo aparecimento de atrito dessa natureza, e seus eveitos tornam-se menos expressivos
quadrativamente, conforme a velocidade aumenta.

Arrasto induzido
O arrasto induzido ocorre devido a diferença de pressão que ocorre nas asas da aeronave próximo das
pontas de asas. Essas diferenças de pressão na extremidade acaba por gerar vórtices, responsáveis
por frear o corpo. O arrasto induzido dessa forma depende diretamente da sustentação e de aspetos
de geometria da asa, e de fato podemos definir tal equação a partir desses parâmetros [4].
CL2
CDI = (8)
πAR
Donde AR é a razão de aspecto da asa. Com o poderio dos coeficientes de arrasto, o arrasto total
é dado por;
1
D = ρV∞ CD A (9)
2

3
2.4 Sustentação
A sustentação é a força mais importante e estudada na aeronautica, ela é a responsável por manter
o avião em altitude equilibrando-se com o peso da aeronave. Ela é definida como a força que aparece
sobre o corpo na direção perpendicular ao vento relativo, que aparece por conta de diferenças de
pressão principalmente entre o intradorso e extradorso das asas da aeronave.

Teorema de Kutta–Joukowski
O teorema de Kutta-Joukowski apresenta-se como um dos fundamentos da aerodiâmica, e mostra
que a sustentação tem uma relação direta com a densidade e velocidade de escoamento livre do
fluido através da definição da cicrulação sobre a superfície, induzida pela curvatura, ângulo de
ataque do aerofólio e descontinuidade no bordo de fuga.

L = ρ∞ V∞ Γ∞ (10)

A equação para a definir a circulação em parâmetros da superfície do aerofólio pode ser dada por:
I
Γ∞ = V · ds (11)
C∞

C∞ é o caminho no plano complexo, que pode ser utilizado a fim de se simplificar as conside-
rações sobre a geometria do aerofólio. Parâmetro complelemtar e importante para os cálculos
aerodinâmicos que constantemente são utilizados é o Coeficiente de atrito. [4]

L
CL = 1 2
2 ρV∞ S

(12)

Sendo S a áerea da superfície da aeronave.

3 Estruturas
Durante o projeto de uma aeronave, cada centímetro quadrado da asa e da fuselagem, cada nervura,
longarina, e até mesmo cada encaixe deve ser considerado em relação às características físicas do
material do qual ele é feito. Todas as partes da aeronave devem ser planejadas para suportar as
cargas que lhes serão impostas [5]. A determinação de tais cargas é chamada análise de tensões.
Os cinco principais tipos de cargas as quais uma aeronave está sujeita se caracterizam por tração,
compressão, cisalhamento, torção e flexão e são mostrados na Figura 3.

4
Figura 3: Principais Tipos de Cargas

• Esforço de tração: ocorre quando forças normais estão presentes na estrutura e possui a
tendência de aumentar o comprimento do componente causando deformação permanente ou
ruptura do material.

• Esforço de compressão: ocorre quando forças normais estão presentes na estrutura e possui
a tendência de reduzir o comprimento do componente causando deformação permanente ou
ruptura do material.
• Esforço de compressão: ocorre quando forças normais estão presentes na estrutura e possui
a tendência de reduzir o comprimento do componente causando deformação permanente ou
ruptura do material.
• Esforço de cisalhamento: ocorre quando forças transversais estão presentes na estrutura e
possui a tendência de cortar o componente causando ruptura do material.
• Esforço de cisalhamento: ocorre quando forças transversais estão presentes na estrutura e
possui a tendência de cortar o componente causando ruptura do material.

• Esforço de torção: ocorre quando momentos de torção (torque) estão presentes na estrutura
e possui a tendência de torcer componente causando deformação permanente ou ruptura do
material.
• Esforço de flexão: ocorre quando transversais estão presentes na estrutura e possui a ten-
dência provocar a flexão do componente causando deformação permanente ou ruptura do
material.

O conhecimento de todas as possíveis forças que possam ocorrer na aeronave durante voo na sua
fase de projeto viabiliza uma otimização e bom atendimento das normas de especificação e de
suas necessidades estruturais, assim mas melhores técnicas e mais adequados materiais podem ser
utilizados para a necessidade específica do projeto da aeronave.

5
Referências
[1] A Física Nas Aeronaves. https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/
a-fisica-nas-aeronaves/. Accessed: 2019-07-03.
[2] J. Marion S. Thornton. Classical Dynamics of Particles and Systems. Thomson, 5th ed edition,
2004.

[3] John David Anderson. Fundamentals of Aerodynamics. McGraw-Hill Companies, 1984.


[4] Krishnamurty Karamcheti. Principles of Ideal-Fluid Aerodynamics. 1st edition, 1966.
[5] Analise Estrutural. http://www.engbrasil.eng.br/livro/cap6.pdf. Accessed: 2019-07-02.

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