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• Entrevista Preliminar ou Ensaio Preliminar – Freud diz que este ensaio preliminar já é
o começo da análise e que deve seguir as regras da mesma. Pode-se distingui-lo talvez
por deixarmos o paciente falar sobre tudo e lidarmos apenas os esclarecimentos que
forem indispensáveis da continuação de sua análise.
• Quando o sujeito procura o tratamento ele vai procurar porque ele tem uma dor ou
angustia. Sintoma é apenas para o analista. Por exemplo, o caso Elizabeth que foi
procurá-lo por apresentar dores na perna. Essa dor na perna é que Freud dirá se uma
“máscara”, um sintoma, decifrável, etc. Essa dor na perna é um enigma. É decifrável,
por tanto é analisável.
• Ele está dizendo que nas entrevistas preliminares antes do início do tratamento, antes
do início de uma análise, existe um momento que o sujeito chega e vai trazer essas
dores (no caso de Elizabeth). Nas entrevistas preliminares, o que ela vai trazer é essa
dor. O que nós vamos fazer com essa dor, é o que diremos dizer. Já que o paciente não
sabe do que se trata.
• Regras da análise - atenção flutuante e associação livre. Apenas isso. As outras questões
falam das condições de análise e não das regras.
• Para decifrar o enigma e a máscara, vou deixar o sujeito falando na associação livre,
ou seja, mesmo aquilo que seja vergonhoso e doloroso ou irrelevante. Isso ocorrerá na
entrevista preliminar e durante o tratamento. Por que a consciência tem uma tendência
a excluir o material vergonhoso e doloroso.
• Estes períodos de entrevistas preliminares tem uma função. A primeira função, é tem
também uma motivação relacionada ao diagnóstico.
• Ocorre que para o psicanalista, o erro é mais funesto que para assim chamado o
psiquiatra clínico. Dentro nas entrevistas preliminares. A função destas é para não
erremos este diagnóstico.
• Efeitos na neurose: Há uma prevalência das dores psíquicas serem dores corporais. Na
histeria, as dores psíquicas se manifestam no corpo. Na neurose obsessiva, há uma
prevalência é no pensamento. Pensamentos que causam horror. São vivências impostas
desde de dentro. As diferenças entre a histérica e a obsessiva é que uma sofre no corpo
e a outra no pensamento, a histérica utiliza a condensação e a obsessiva utiliza o
deslocamento, chama atenção na histérica a indiferença com relação ao seu sintoma
(bela indiferença) e o que chama atenção no neurótico obsessivo é a dúvida exacerbada.
A histérica possui a fala vazia (na realidade, ela não cala a boca, porém trata-se de uma
fala vazia). O obsessivo é “surdinho”, possui a posição subjetiva de quem está colado
no sentido imaginariamente de muitos de seus significantes (ele surdinho, pois o
analista pontua/corta para que ele possa se escutar, mas como ele é “dono da verdade”
ele não se escuta). Para o obsessivo, falar sobre seus termos é a mesma coisa que falar
dele, já na histérica, ela refuta e joga para a fala do analista. No campo do sujeito, a
falta pode manifestar-se como insatisfação. Isso ocorre na histérica, pois o desejo dela
é um desejo insatisfeito.
• Há uma hostilidade na neurose obsessiva. Há também a questão “eu estou vivo ou estou
morto”. Ser tudo para o outro e quando o outro diz “você não é tudo para mim”, há um
choque.
• Dissolução do imaginário - mesma coisa que crise/surto. Surto é o sujeito que está sendo
invadido no corpo pelo gozo. Os efeitos são, multiplicação das vozes e dos olhares.
• O que o analista tem de escutar é sobre que máscara retorna o recalcado. Na estrutura
da neurose, o que o analista precisa escutar é sobre que máscara retornará o recalcado.
• Freud nos ensina a localizar o lugar de gozo. Nas entrevistas é onde deve se localizar.
Não é suficiente para um diagnóstico diferencial. O analista precisa entender esse lugar.
• Análise é decifração. O psicótico não precisa de decifração porque ele não está na barra
do recalque. O psicótico precisa ser tratado. O neurótico precisa de decifração porque
o retorno do recalcado porque o retorno do recalcado vem de forma ininteligível,
demandando decifração.
• Dores corporais são dores psíquicas. Exemplo: caso Elizabeth. “Eu não consigo andar.”
“Algo não anda bem.”. A dor na perna representava o amor e o adoecimento do pai.
• O gozar de Agostini está no olhar. O corpo como palco. Assim, todos os olhares estão
para o palco, ou seja, todos os olhares estão para ela. A cena histérica se passa no corpo.
As histéricas rompem com toda fisiologia médica.
• Os sentimentos, amor, ódio, desprezo, são sentimentos que tira o lugar de analista.
• É importante dirigir o tratamento para que o sujeito saia daquele lugar, daquela posição.
O sujeito entra com um discurso e ele precisa sair com o discurso do analista. Ele
querendo ser analista ou não.
• Os casos Dora, Elizabeth e Homem dos ratos, são interpretações, pois são sintomas.
Nenhuma construção é feita. Como se estivesse tirando camadas da máscara. O papel
do analista é decifrar.
• O id fala. Além disso, Freud diz que a transferência é uma atualização do inconsciente.
É por meio da transferência que o id fala.
• “Vinte e cinco anos de trabalho intenso fizeram com que os objetivos imediatos da
técnica psicanalítica sejam agora muito diferentes do que eram no início. Antes o
médico praticante da psicanálise não podia senão procurar descobrir, reunir e
comunicar no momento certo o inconsciente oculto para o doente. A psicanálise era
sobretudo uma arte da interpretação. Como a tarefa terapêutica 130/311 não se concluía
dessa forma, logo surgiu mais uma intenção, a de instar o paciente a confirmar a
construção por meio de sua própria lembrança. Naquele esforço, a ênfase principal era
nas resistências do paciente; depois a arte consistiu em desvendá-las o mais
rapidamente possível, mostrá-las ao paciente e, através da influência pessoal (eis o lugar
da sugestão atuando como “transferência”), induzi-lo a abandonar as resistências.”
• Freud traz três conceitos para a transferência: transferência como sugestão, uma
transferência como atualização do inconsciente e a transferência como repetição.
• Na clínica não se pode trabalhar com sugestão e nem aconselhamento. Desse jeito, o
analista não dirige o tratamento e sim a pessoa. O analista precisa dirigir o tratamento.
• O analista não deveria estar “ali”, o que tem de estar “ali” é o inconsciente do paciente.
Não há uma relação de reciprocidade.
• Não existe duas pessoas, e sim, um inconsciente do qual eu convido a pessoa a falar.
Lacan afirmava que os psicólogos gostam muito de conhecer. O entender o outro não é
trabalho de analista e sim de psicólogo.
• O acolhimento é dizer que ele pode dizer TUDO o que ele quiser.
• O édipo é vivido três vezes na vida de uma pessoa: aos 3 ou 4 anos de idade, na
adolescência e na análise. A castração é feita na adolescência e simboliza o fim do
complexo de édipo. Na análise o édipo é revisitado. Os filhos brigam com os pais, pois
eles “furam” os pais, há uma crítica com relação a eles e isso é maravilhoso.
• Apesar da transferência, Freud diz que a partir daí é que existe a resistência ao trabalho
da associação livre.
• A resistência do analisante vem do ego e não do inconsciente. O inconsciente insiste.
O ego é coerente e é aquilo que é reprimido. A característica do inconsciente é a
resistência.
• Toda resistência vem do eu. O ego vai reconhecer todo material recalcado. O que
atrapalha a terapia, não é a apenas a interrupção do trabalho, mas também a resistir a
associar. Atrapalhar as cadeias dissociativas. Precisa ser dito tudo o que vem à cabeça
por mais que esse material seja vergonhoso e/ou doloroso.
• Muitas vezes os pacientes que vão à análise, chegam numa posição infantil, querendo
ser amados pelo pai e pela mãe. A análise fará uma posição discursiva para que ele saia
da posição de amante. Sair da posição de ser amado para ser amante. Freud dizia que a
análise é para o sujeito possa amar melhor e trabalhar melhor, pois o sintoma a um gasto
de energia absurdo do aparelho psíquico. Quando Freud diz que o sintoma é muito caro
é justamente porque ele suga a nossa libido.
O AMOR DE TRANSFERÊNCIA
• Ele precisa sair da posição de querer ser amado para ser amante. A resistência vai se
aproveitar da transferência. A transferência positiva no neurótico ➥ambivalência
(amor - ódio). A transferência negativa ➥ só ódio ➥ Não tem como seguir a análise
aqui. A transferência quer dar corpo as suas paixões.
• O analista vai precisar ter manejo transferencial para esse cadeirão pulsional. Toda
situação não desejada e emoção dolorosa são repetidas na transferência; revivido com
grande hostilidade.
• Na transferência, o sujeito vai repetir o reprimido. Essa reprodução sempre tem algo da
vida sexual infantil (Complexo de Édipo e seus derivados). O amor é uma suplência. A
linguagem é a primeira castração (a satisfação é sempre parcial). O inconsciente/o que
foi recalcado insiste para chegar à consciência. Finalidade do recalque: evita um estado
de desprazer na consciência.
Desejo x Interdição
Volúpia Valores
• É possível fazer uma análise com um neurótico face a face. Depende do caso.
Contratransferência ➥ Quando o analista saí do seu lugar de analista. O sujeito saí das
entrevistas preliminares quando saí da queixa. Passa a questionar a queixa.
• Recomendar ao paciente que esse trate de sua análise apenas com o analista, pois essa
conversa fora da análise com outra pessoa escorre o melhor (o que não foi dito na
análise).
• Escutar o sujeito antes de cobrar o paciente. Precisava ser caro para cada paciente.
• Neurose Obsessiva - O recalque não tem tanto êxito quanto na histeria. Ele não liga.
No trabalho com o obsessivo, o analista vai ajudar a ligar essa liga.