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Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

Matéria: Direito Penal


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Direito Penal
Teoria e Questões comentadas
Prof. Dicler Forestieri Ferreira

Aula – Crimes contra a Administração Pública praticados contra as


Finanças Públicas

Sumário
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1- Introdução ...................................................................................... 3
2- Crimes contra a Administração Pública praticados contra as
Finanças Públicas ................................................................................ 4
2.1 – Contratação de Operação de Crédito ............................................................................ 4
2.2 – Inscrição de Despesas não empenhadas em Restos a Pagar .......................................... 7
2.3 – Assunção de Obrigação no último ano do Mandato ou Legislatura ................................ 8
2.4 – Ordenação de Despesa Não Autorizada ...................................................................... 10
2.5 – Prestação de Garantia Graciosa .................................................................................. 12
2.6 – Não Cancelamento de Restos a Pagar ......................................................................... 13
2.7 – Aumento de Despesa Total com Pessoal no Último ano do Mandato ou Legislatura .... 14
2.8 – Oferta Pública ou Colocação de Títulos no Mercado.................................................... 15
3- Bizus do Dicler ............................................................................... 16
4- Lista de exercícios ......................................................................... 17
5- Gabarito ........................................................................................ 23
6- Questões Comentadas ................................................................... 24
7- Referencial Bibliográfico................................................................ 36

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1- Introdução

Os agentes públicos no exercício de suas funções na Administração


Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios devem obediência aos princípios constitucionais
preconizados no art. 37, caput, da Constituição Federal.
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Os arts. 359-A a 359-H do Código Penal visam reforçar a eficácia da Lei


de Responsabilidade Fiscal - LRF (LC 101/2000). Assim sendo, muitas das
condutas penalmente punidas nos oito dispositivos configuram também ilícito
civil e administrativo, ensejando punições nas respectivas searas.
O estudo dos crimes contra as finanças públicas exige entendimento
sobre os deveres do administrador público durante sua gestão, o qual deve ter
como meta o equilíbrio das contas públicas. Aliás, deverá realizar uma ação
planejada e transparente, evitando riscos e corrigindo desvios capazes de afetar
o equilíbrio das contas públicas, agindo nos ditames da LRF.
O legislador de maneira discreta dispôs ao administrador público que fica
proibido gastar mais do que se arrecada e comprometer o orçamento mais do
que está permitido pelo Poder Legislativo.
Vamos analisar cada um dos oito crimes, mas devemos saber que todos
somente podem ser praticados na forma dolosa, ou seja, não tem crime contra
as finanças públicas de forma culposa.

Praticados por funcionários públicos contra a


adminstração em geral

Praticados por particular contra a administração em


geral

Crimes Contra a
Administração Praticados por particular contra a administração
Pública estrangeira

Praticados contra a administração da justiça

Crimes contra as finanças públicas

O tema da aula de hoje está marcado no quadro acima.

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2- Crimes contra a Administração Pública praticados contra as


Finanças Públicas

2.1 – Contratação de Operação de Crédito

Contratação de operação de crédito


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Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno


ou externo, sem prévia autorização legislativa:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou
realiza operação de crédito, interno ou externo:
I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido
em lei ou em resolução do Senado Federal;
II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite
máximo autorizado por lei.

Interno
Ordenar

Operação de Sem prévia


Autorizar autorização
Crédito
legislativa
Realizar
Externo

O conceito de operação de crédito (empréstimo) é dado pelo art. 29, III


e § 1º da LRF:
Art. 29 da LRF. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas
as seguintes definições:
III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido em
razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título,
aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores
provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento
mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de
derivativos financeiros;
§ 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento
ou a confissão de dívidas pelo ente da Federação, sem prejuízo do
cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16.
Para que um ente da federação faça um empréstimo (contrate uma
operação de crédito) é necessária uma autorização legislativa de forma
prévia. Tal autorização pode ser dada, inclusive na própria Lei Orçamentária
Anual (LOA), conforme prevê o art. 7º, § 3º da Lei 4320/64.

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Art. 4º, § 3º da Lei 4320/64 - A autorização legislativa a que se refere
o parágrafo anterior, no tocante a operações de crédito, poderá
constar da própria Lei de Orçamento.
Em se tratando de empréstimo internacional (operação de crédito
externa), a autorização deve ser dada pelo Senado Federal, conforme determina
o art. 52, V da CF:
Art. 52 da CF. Compete privativamente ao Senado Federal:
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V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse


da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
Municípios;
Conclui-se que, ao contratar uma operação de crédito, o ente federativo
deve obter prévia autorização legislativa – Senado Federal, Assembleia
Legislativa e Câmara Municipal, estabelecendo os limites, as condições e o
montante da operação.
A ausência da prévia autorização legal caracterizará o crime disposto no
caput do art. 359-A do Código Penal. Quando presente a autorização legislativa,
mas o ente público desobedecer aos limites, condições ou montantes
previamente previstos incorrerá no delito do parágrafo único, inciso I, do artigo
em comento.
Trata-se de crime próprio (aquele que exige qualidade especial do
autor), pois somente pode ser praticado por funcionário público com atribuição
legal para praticar o ato relacionado à operação de crédito.
É também um crime de conteúdo variado (aquele que a lei descreve
várias condutas nucleares alternativamente relacionadas no tipo penal) e misto
alternativo (aquele em que a prática de mais de uma conduta importará em
infração penal única).
As modalidades ordenar e autorizar somente consumam o crime com a
efetiva abertura do crédito. Na modalidade realizar, que configura um crime
material, há necessidade da efetiva celebração da operação de crédito para
consumação.
A tentativa é admissível em razão da possibilidade de fracionamento
da conduta.
Quando a conduta é praticada pelo Presidente da República, temos um
crime de responsabilidade nos termos do art. 10, itens 6 e 9 da Lei
1.079/1950.
Art. 10. São crimes de responsabilidade contra a lei orçamentária:
6) ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os
limites estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei
orçamentária ou na de crédito adicional ou com inobservância de
prescrição legal;
9) ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de
operação de crédito com qualquer um dos demais entes da
Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda
que na forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida
contraída anteriormente;
No que tange ao Prefeito, também temos uma hipótese de crime de
responsabilidade, nos termos do art. 1º, XX do DL 201/67.

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Art. 1º São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal,
sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente do
pronunciamento da Câmara dos Vereadores:
XX – ordenar ou autorizar, em desacordo com a lei, a realização de
operação de crédito com qualquer um dos demais entes da
Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, ainda
que na forma de novação, refinanciamento ou postergação de dívida
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contraída anteriormente;
Sobre o parágrafo único, temos dois assuntos importantes:
1) É mencionada uma Resolução do Senado Federal que estabelece regras
para as operações de crédito. Tal Resolução é a 43/2001 que dispõe sobre
as operações de crédito interno e externo dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, inclusive concessão de garantias, seus limites e condições de
autorização.
Na Resolução do SF 43/2001, a título de curiosidade, merece destaque o
art. 7º, I que trata do limite às operações de crédito realizadas em um exercício
financeiro.
Art. 7º As operações de crédito interno e externo dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios observarão, ainda, os seguintes
limites:
I - o montante global das operações realizadas em um exercício
financeiro não poderá ser superior a 16% (dezesseis por cento)
da receita corrente líquida, definida no art. 4º;
Se tal limite for desrespeitado, temos um crime contra as finanças
públicas.

Limite máximo de operações de crédito


16% da Receita para Estados e Municiípios estabelico por
Corrente Líquida Resolução do SF

2) O montante da dívida consolidada também é tratado em Resolução do


Senado Federal, mas, dessa vez, é a de nº 40/2001, que dispõe sobre os limites
globais para o montante da dívida pública consolidada e da dívida pública
mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, em atendimento ao
disposto no art. 52, VI e IX, da Constituição Federal.
Vejamos, a título de curiosidade, o art. 3º da citada Resolução:
Art. 3º A dívida consolidada líquida dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, ao final do décimo quinto exercício
financeiro contado a partir do encerramento do ano de publicação
desta Resolução, não poderá exceder, respectivamente, a:
I - no caso dos Estados e do Distrito Federal: 2 (duas) vezes a
receita corrente líquida, definida na forma do art. 2º; e
II - no caso dos Municípios: a 1,2 (um inteiro e dois décimos)
vezes a receita corrente líquida, definida na forma do art. 2º.

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Parágrafo único. Após o prazo a que se refere o caput, a inobservância
dos limites estabelecidos em seus incisos I e II sujeitará os entes da
Federação às disposições do art. 31 da Lei Complementar nº 101, de
4 de maio de 2000.

200% da Receita Limite da Dívida Consolidade para os


Corrente Líquida Estados e o DF
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120% da Receita Limite da Dívida Consolidada para os


Corrente Líquida Municípios

2.2 – Inscrição de Despesas não empenhadas em Restos a Pagar

Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar


Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de
despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda
limite estabelecido em lei:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

Ordenar sem prévio


empenho
Inscrição de de
ou ou
Restos a Pagar despesa
Autorizar Que exceda o limite
estabelecido em
lei

Para iniciarmos o estudo deste crime, devemos saber os conceitos de


empenho e de restos a pagar.
Sobre o empenho, vejamos o art. 58 da Lei 4320/64:
Art. 58 da Lei 4320/64. O empenho de despesa é o ato emanado de
autoridade competente que cria para o Estado obrigação de
pagamento pendente ou não de implemento de condição.
Ou seja, com o empenho ocorre o comprometimento de um crédito
público com uma determinada despesa. Como exemplo, se um órgão público
quer comprar uma televisão, o empenho é o ato da autoridade que compromete
o crédito orçamentário com essa despesa. Após a televisão ser entregue, ocorre
a liquidação. Por fim, deve ocorrer o pagamento do fornecedor, conforme prevê
o art. 62 da Lei 4320/64.
Art. 62 da Lei 4320/64. O pagamento da despesa só será efetuado
quando ordenado após sua regular liquidação.
Veja um esquema gráfico:

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ESTÁGIOS DA DESPESA DÚBLICA

Empenho Liquidação Pagamento


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Sobre os restos a pagar, vejamos o art. 36 da Lei 4320/64:


Art. 36 da Lei 4320/64. Consideram-se Restos a Pagar as despesas
empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-
se as processadas das não processadas.
Dessa forma, os restos a pagar são as despesas empenhadas, mas que
não podem ser, por qualquer razão, pagas no mesmo exercício e que por isso
terão seu pagamento diferido para o exercício financeiro seguinte ou outro.
Percebe-se que, só a despesa já empenhada pode ser inscrita em restos
a pagar. Ou seja, o administrador que ordenar (determinar, impor, mandar, dar
ordem, mandar que se faça) ou autorizar (permitir, corroborar, anuir,
concordar) a inscrição em restos a pagar de despesa que não tenha sido
previamente empenhada ou que exceda o limite estabelecido em lei deve ser
punido pelo crime do art. 359-B do CP.
Pelo fato do crime somente ser punido a título de dolo, o funcionário
público deve ter a consciência de que a despesa não fora empenhada
previamente ou que ultrapassa o limite legal e determinar ou autorizar sua
inscrição em restos a pagar com vontade livre, sem qualquer outra finalidade.
Trata-se de crime próprio (aquele que exige qualidade especial do autor);
de forma vinculada (aquele que a lei descreve o meio de execução de forma
detalhada); de conteúdo variado (aquele que a lei descreve várias condutas
nucleares alternativamente relacionadas no tipo penal), mera conduta (aquele
que a lei descreve apenas uma conduta); instantâneo (aquele que o momento
ocorre em um só instante, sem continuidade temporal); monossubjetivo (aquele
que é praticado por uma só agente, mas admite concurso de pessoas) e
monossubsistente ou plurissubsistente (aquele que a conduta típica é composta
por vários atos, admitindo-se a tentativa) dependendo do caso.
OBSERVAÇÂO
Trata-se de norma penal em branco, haja vista que o operador da lei deverá
necessariamente complementar o conteúdo do crime com outra norma.
Tal conceito é extraído da expressão “limite estabelecido em lei”.

2.3 – Assunção de Obrigação no último ano do Mandato ou


Legislatura

Assunção de obrigação no último ano do mandato ou


legislatura
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois
últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja

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despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso
reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha
contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Ordenar ou Autorizar
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Assunção de Obrigação

de despesa não possa ser sem contrapartida suficiente


ou
paga no mesmo exercício de disponibilidade de caixa,
financeiro caso reste parcela a ser paga
no exercício seguinte

nos dois últimos quadrimestres do último ano do


mandato ou legislatura

Através deste crime procura-se evitar os trens da alegria em que o


administrador, no término de sua gestão, assuma despesas a serem pagas por
seu sucessor. O crime só pode ser cometido nos últimos oito meses do
mandato ou legislatura.
O art. 42 da LRF também trata do assunto:
Art. 42 da LRF. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art.
20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair
obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente
dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício
seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este
efeito.
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão
considerados os encargos e despesas compromissadas a pagar até o
final do exercício.
Como há previsão semelhante na LRF, percebe-se que o fato também
pode ser punido na esfera administrativa.
Perceba que, se houver suficiente disponibilidade de caixa para o
exercício seguinte, não haverá crime. O que não pode é passar dívidas de uma
gestão para outra sem condições de pagá-las.
É possível o reconhecimento de uma causa excludente de antijuridicidade
prevista no art. 23 do Código Penal para atender despesas imprevisíveis ou
urgentes, como por exemplo, no caso de calamidade pública.

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Trata-se de crime próprio (aquele que exige qualidade especial do autor);
de forma vinculada (aquele que a lei descreve o meio de execução de forma
detalhada); de conteúdo variado (aquele que a lei descreve várias condutas
nucleares alternativamente relacionadas no tipo penal), mera conduta (aquele
que a lei descreve apenas uma conduta); instantâneo (aquele que o momento
consumativo ocorre em um só instante, sem continuidade temporal);
monossubjetivo (aquele que é praticado por uma só agente, mas admite
concurso de pessoas) e monossubsistente ou plurissubsistente (aquele que a
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conduta típica é composta por vários atos, admitindo-se a tentativa)


dependendo do caso.

2.4 – Ordenação de Despesa Não Autorizada

Ordenação de despesa não autorizada


Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
A definição de ordenador de despesa é dada pelo art. 80, § 1º do DL
200/67.
Art. 80, § 1° Ordenador de despesas é toda e qualquer autoridade de
cujos atos resultarem emissão de empenho, autorização de
pagamento, suprimento ou dispêndio de recursos da União ou pela
qual esta responda.
Trata-se de uma norma penal em branco por depender da
complementação de outra lei. Tal complementação é feita pelos arts. 15 a 17
da Lei de Responsabilidade Fiscal que vem a definir critérios para que uma
despesa seja considerada regular.
Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao
patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação
que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17.
Toda criação, expansão ou aperfeiçoamento (CEA) de ação do governo
que gere aumento de despesa deve, necessariamente, cumprir os requisitos do
art. 16 da LRF.
Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação
governamental que acarrete aumento da despesa será
acompanhado de:
I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em
que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes;
II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem
adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e
compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes
orçamentárias.
§ 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:
I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de
dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida por crédito
genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma

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espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho,
não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício;
II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes
orçamentárias, a despesa que se conforme com as diretrizes,
objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não
infrinja qualquer de suas disposições.
§ 2o A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompanhada
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das premissas e metodologia de cálculo utilizadas.


§ 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considerada
irrelevante, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes
orçamentárias.
§ 4o As normas do caput constituem condição prévia para:
I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou
execução de obras;
II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3o do art.
182 da Constituição.
Além da atenção que o gestor deve ter quando cria, expande ou
aperfeiçoa (CEA) despesa, maior cuidado deverá ter quando a despesa criada é
de caráter continuado, como por exemplo, a despesa de contratação de
servidores para cargos efetivos, em virtude do maior potencial que possui de
desequilibrar o orçamento.
Vejamos o art. 17 da LRF que trata das Despesas Obrigatórias de Caráter
Continuado:
Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a
despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato
administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de
sua execução por um período superior a dois exercícios.
§ 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata
o caput deverão ser instruídos com a estimativa prevista no inciso I
do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio.
§ 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o ato será acompanhado de
comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as
metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no § 1o do art.
4o, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser
compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução
permanente de despesa.
§ 3o Para efeito do § 2o, considera-se aumento permanente de receita
o proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo,
majoração ou criação de tributo ou contribuição.
§ 4o A comprovação referida no § 2o, apresentada pelo proponente,
conterá as premissas e metodologia de cálculo utilizadas, sem
prejuízo do exame de compatibilidade da despesa com as demais
normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentárias.
§ 5o A despesa de que trata este artigo não será executada antes da
implementação das medidas referidas no § 2o, as quais integrarão o
instrumento que a criar ou aumentar.

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§ 6o O disposto no § 1o não se aplica às despesas destinadas ao
serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração de pessoal
de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição.
§ 7o Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada
por prazo determinado.
Percebe-se que para melhor compreender o delito em estudo é necessário
o exame de normas extrapenais – Lei Orçamentária Anual, Lei de Diretrizes
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Orçamentárias e o Plano Plurianual, onde estão previstas as despesas de cada


exercício financeiro.
O administrador depende de prévia autorização legal para assumir
encargos em nome do Poder Público, pois caso contrário está sujeito à sanção
prevista neste tipo penal.
Trata-se de crime próprio (aquele que exige qualidade especial do autor);
de forma vinculada (aquele que a lei descreve o meio de execução de forma
detalhada); formal (se consuma com a previsão da ordem contrariando a
previsão legal); instantâneo (aquele que o momento consumativo ocorre em
um só instante, sem continuidade temporal); monossubjetivo (aquele que é
praticado por uma só agente, mas admite concurso de pessoas).
Sobre o fato do delito ser unissubsistente ou plurissubsistente, a doutrina
diverge. Luis Flavio Gomes, Alice Bianchini e Cezar Roberto Bitencourt admitem
a tentativa e, consequentemente, a plurissubsistência. Por outro lado, Damásio
de Jesus não admite a possibilidade de fracionamento da conduta, sendo
inviável a tentativa.

2.5 – Prestação de Garantia Graciosa

Prestação de garantia graciosa


Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha
sido constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da
garantia prestada, na forma da lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Quando algum ente federativo realiza um empréstimo (operação de
crédito), é possível que outro ente seja o garantidor desse empréstimo. Mas
imagine o seguinte:
Um Estado da federação faz um empréstimo com banco internacional e
pede para a União ser o garantidor. Ou seja, caso esse Estado não pague a
dívida, a União irá pagar o banco internacional. Para aceitar isso, a União pede
ao Estado uma contragarantia, ou seja, se ela tiver que pagar o banco
internacional, irá reter parte das receitas tributárias que seriam transferidas a
esse ente federado.
Trata-se de uma norma penal em branco por depender da
complementação de outra lei.
Nos termos do art. 40 da LRF, existem limites e condições
estabelecidos pelo Senado Federal a serem observados:

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Art. 40 da LRF. Os entes poderão conceder garantia em operações de
crédito internas ou externas, observados o disposto neste artigo, as
normas do art. 32 e, no caso da União, também os limites e as
condições estabelecidos pelo Senado Federal.
§ 1o A garantia estará condicionada ao oferecimento de
contragarantia, em valor igual ou superior ao da garantia a ser
concedida, e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente
a suas obrigações junto ao garantidor e às entidades por este
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controladas, observado o seguinte:


I - não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do próprio
ente;
II - a contragarantia exigida pela União a Estado ou Município, ou
pelos Estados aos Municípios, poderá consistir na vinculação de
receitas tributárias diretamente arrecadadas e provenientes de
transferências constitucionais, com outorga de poderes ao garantidor
para retê-las e empregar o respectivo valor na liquidação da dívida
vencida.
O pressuposto para o reconhecimento do crime em estudo é que não
tenha sido prestada contragarantia em valor igual ou superior à garantia
concedida, na forma da lei.
Assim sendo, o fato típico é o da prestação, pelo agente que representa
o ente da federação, de garantia sem a constituição prévia da contragarantia
ou com constituição de contragarantia insuficiente. Na primeira hipótese, ele
presta a garantia sem nada exigir, e na segunda, feita a exigência, a
contragarantia é de valor menor do que o valor da garantia prestada.
Trata-se de crime próprio (aquele que exige qualidade especial do autor);
de forma vinculada (aquele que a lei descreve o meio de execução de forma
detalhada); mera conduta (aquele que a lei descreve apenas uma conduta);
instantâneo (aquele que o momento consumativo ocorre em um só instante,
sem continuidade temporal); monossubjetivo (aquele que é praticado por uma
só agente, mas admite concurso de pessoas).
Sobre o fato do delito ser unissubsistente ou plurissubsistente, a doutrina
também diverge. Luis Flavio Gomes, Alice Bianchini e Cezar Roberto Bitencourt
admitem a tentativa e, consequentemente, a plurissubsistência. Por outro lado,
Damásio de Jesus não admite a possibilidade de fracionamento da conduta,
sendo inviável a tentativa.

2.6 – Não Cancelamento de Restos a Pagar

Não cancelamento de restos a pagar


Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o
cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor
superior ao permitido em lei:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

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Pune-se o Administrador Público que deixar de ordenar, de autorizar ou
de promover o cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor
superior ao permitido em lei.
Assim sendo, o fato será típico quando o agente, verificando que o
montante inscrito ultrapassa o limite legal, deixa de ordenar, de autorizar ou de
promover o cancelamento do valor inscrito.
Trata-se de uma norma penal em branco por depender da
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complementação de outra lei.


É um crime próprio (aquele que exige qualidade especial do autor); de
forma vinculada (aquele que a lei descreve o meio de execução de forma
detalhada); mera conduta (aquele que a lei descreve apenas uma conduta);
instantâneo (aquele que o momento consumativo ocorre em um só instante,
sem continuidade temporal); misto alternativo (aquele que a prática de mais de
um comportamento previsto pelo tipo importará em infração penal única);
conteúdo variado (aquele que a lei prevê mais de uma conduta nuclear,
alternativamente relacionada no tipo penal); omissivo próprio ou puro (a
conduta típica se perfaz com um não fazer); monossubjetivo (aquele que é
praticado por uma só agente, mas admite concurso de pessoas) e
unissubsistente (aquele que a conduta típica é composta por um só ato não
admitindo a tentativa).

2.7 – Aumento de Despesa Total com Pessoal no Último ano do


Mandato ou Legislatura

Aumento de despesa total com pessoal no último ano do


mandato ou legislatura
Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento
de despesa total com pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao
final do mandato ou da legislatura:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Ordenar ou Autorizar ou Executar

Ato que acarrete aumento de despesa total com


pessoal

nos cento e oitenta dias anteriores ao final do


mandato ou da legislatura

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O conceito de despesa com pessoal é dado pelo art. 18 da LRF:
Art. 18 da LRF. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se
como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente
da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a
mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de
membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais
como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios,
proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais,
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gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer


natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo
ente às entidades de previdência.
O tipo penal elenca um elemento temporal de cento e oitenta dias
anteriores ao final do mandato ou legislatura. Durante esse período, o
agente não poderá praticar qualquer ato que dê causa ao aumento da despesa
total com pessoal.
O fato só é punido a título de dolo. O agente tem consciência de que seu
ato gerará aumento total da despesa com pessoal e a vontade livre de ordená-
lo, autorizá-lo ou executá-lo, sem qualquer outro fim especial. Ainda, é
necessário demonstrar que o agente tinha consciência de que realizou a conduta
típica no período proibido por lei.
Trata-se de crime próprio (aquele que exige qualidade especial do autor);
de forma vinculada (aquele que a lei descreve o meio de execução de forma
detalhada); mera conduta (aquele que a lei descreve apenas uma conduta);
instantâneo (aquele que o momento consumativo ocorre em um só instante,
sem continuidade temporal); de conteúdo variado (aquele que prevê mais de
uma conduta nuclear, alternativamente relacionada no tipo penal); misto
alternativo (aquele que a prática de mais de um comportamento previsto pelo
tipo importará em infração penal única); monossubjetivo (aquele que é
praticado por uma só agente, mas admite concurso de pessoas) e
unissubsistente (aquele que a conduta típica é composta por um só ato), exceto
na modalidade executar, que apresenta-se como plurissubsistente e, por isso,
admite a tentativa.

2.8 – Oferta Pública ou Colocação de Títulos no Mercado

Oferta pública ou colocação de títulos no mercado


Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a
colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que
tenham sido criados por lei ou sem que estejam registrados em
sistema centralizado de liquidação e de custódia:"
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Pune-se a ordem, autorização ou promoção de oferta pública ou colocação
no mercado financeiro de títulos que não tenham sido instituídos por lei, ou de
títulos que não estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de
custódia.
O fato só é punido a título de dolo. O agente deve ter consciência de que
os títulos não foram instituídos por lei, ou que não estão registrados em sistema

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centralizados de custódia e de liquidação e, mesmo assim ordena, autoriza ou
promove sua oferta pública ou a colocação no mercado financeiro.
Trata-se de crime próprio (aquele que exige qualidade especial do autor);
de forma vinculada (aquele que a lei descreve o meio de execução de forma
detalhada); mera conduta (aquele que a lei descreve apenas uma conduta);
instantâneo (aquele que o momento consumativo ocorre em um só instante,
sem continuidade temporal); de conteúdo variado (aquele que prevê mais de
uma conduta nuclear, alternativamente relacionada no tipo penal);
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monossubjetivo (aquele que é praticado por uma só agente, mas admite


concurso de pessoas) e unissubsistente (aquele que a conduta típica é composta
por um só ato).

3- Bizus do Dicler

Memorize bem esses “bizus” a seguir, pois eles podem fazer a diferença
na hora da prova.
1- Todos os crimes contra as finanças públicas são de natureza dolosa. Ou seja,
não há crime contra as finanças públicas de natureza culposa.
2- Todos os crimes contra as finanças públicas são próprios, pois o conceito
sujeito ativo está limitado a um grupo de pessoas determinado.
3- Não há causa de aumento de pena ou qualificadora no texto legal dos crimes
contra as finanças públicas.
4- Todos os crimes contra as finanças públicas são de ação penal pública
incondicionada.
------------------------------------------------------------------------------
A parte teórica da aula de hoje termina por aqui.
No próximo tópico vamos ver como o assunto costuma ser cobrado pelas
diversas bancas de concursos em questões de provas anteriores !!!
Bons estudos !!!
Dicler

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4- Lista de exercícios

1. (CESPE/TCE-PR/ACE/2016) Com base no Código Penal e na


jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item a seguir, a respeito dos
crimes contra a administração pública.
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O crime de ordenação de despesa não autorizada é de natureza material,


consumando-se no momento em que a despesa é efetuada.

2. (CESPE/TCE-SC/AFCE/2016) Acerca dos crimes contra a administração


pública, julgue o item subsecutivo.
É crime a conduta de autorizar ou realizar operação de crédito, sem prévia
autorização legislativa, constituindo causa de aumento de pena a inobservância
de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução do Senado
Federal.

3. (CESPE/TCE-SC/AFCE/2016) Acerca dos crimes contra a administração


pública, julgue o item subsecutivo.
Situação hipotética: Determinado indivíduo autorizou a assunção de obrigação,
no último quadrimestre do mandato, mesmo sabendo que não haveria
contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa para o pagamento de
parcela que venceria no exercício seguinte. Assertiva: Nessa situação, o referido
indivíduo praticou crime contra as finanças públicas, estando sujeito a pena de
reclusão.

4. (CESPE/TRE-PE/AJAJ/2017) Acerca do crime de assunção de obrigação


no último ano do mandato ou legislatura, assinale a opção correta.
a) Tal crime classifica-se como crime de mão própria, exigindo-se, para sua
tipificação, atuação pessoal e direta do agente, razão pela qual não se admite
coautoria ou participação.
b) É típica a conduta do agente que autoriza a assunção de obrigação nos dois
últimos quadrimestres do último ano do mandato caso reste parcela a ser paga
no exercício seguinte, ainda que haja contrapartida suficiente de disponibilidade
de caixa.
c) O sujeito ativo desse crime é o funcionário público competente para ordenar
ou autorizar a assunção de obrigação, podendo ser inclusive diretor de fundos,
autarquias, fundações e empresas estatais dependentes.
d) O tipo penal em questão prevê as modalidades dolosa e culposa, podendo o
comportamento do agente ser comissivo, omissivo próprio ou impróprio.
e) Por se tratar de crime de menor potencial ofensivo, admite-se a transação
penal, mas, como a conduta do agente ofende a moralidade e a probidade
administrativa, há vedação expressa à concessão de suspensão condicional da
pena.

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5. (CESPE/TCE-PA/ACE/2016) O agente público que ordena despesa para
utilizar-se ilegalmente de passagens aéreas e diárias pagas pelos cofres públicos
comete o crime de prevaricação.

6. (CESPE/TCDF/ACE/2014) O agente que autorizar a inscrição, em restos


a pagar, de despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda
o limite estabelecido em lei pratica crime contra as finanças públicas, e, não,
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mera infração administrativa.

7. (CESPE/CD/ACE/2014) A conduta de prefeito que ordene ou autorize a


assunção, no último quadrimestre do último ano de seu mandato, de obrigação
cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro tipifica crime
contra as finanças públicas.

8. (CESPE/TCE-RO/ACE/2014) O ordenador de despesas que determinar a


inscrição em restos a pagar de despesa que não tenha sido previamente
empenhada pratica conduta descrita apenas como ilícito administrativo, estando
sujeito a processo administrativo a ser julgado perante o tribunal de contas.

9. (CESPE/TC-DF/Procurador/2013) O crime consistente em ordenar,


autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal,
nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura, é delito
material e não se caracteriza quando o aumento de despesa estiver dentro dos
percentuais da receita corrente líquida estabelecidos em legislação própria.

10. (CESPE/TC-DF/Procurador/2013) Por força de dispositivo expresso


constante no CP, a caracterização dos crimes contra as finanças públicas
depende de pronunciamento definitivo da corte de contas.

11. (CESPE/TCE-RN/Procurador/2009) Constitui crime contra as finanças


públicas ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no
mercado financeiro de títulos da dívida pública que não tenham sido criados por
lei ou que não estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de
custódia.

12. (CESPE/DPE-CE/Defensor Público/2009) Os crimes contra as finanças


públicas admitem modalidade culposa e requerem o resultado naturalístico para
a sua consumação.

13. (CESPE/TCE-ES/Procurador/2009) Considere que um agente público


competente, nas vésperas do encerramento do exercício financeiro, adotou
todas as medidas com o desígnio de ordenar a inscrição em restos a pagar de
despesas que não estavam previamente empenhadas e que excediam, em
muito, os limites estabelecidos na norma de regência, além da ausência de
disponibilidade de caixa do ente público municipal. Nesse caso, há crime contra
as finanças públicas.

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14. (CESPE/MPE-PI/Analista Ministerial/2012) Todos os responsáveis por
recursos públicos, independentemente da natureza de seu vínculo com a
administração pública, estão sujeitos à aplicação de penalidades previstas em
lei. A respeito desse assunto, julgue o seguinte item. Constitui crime contra as
finanças públicas deixar de expedir ato que determine limitação de empenho e
movimentação financeira, nos casos e condições estabelecidos em lei.
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15. (CESPE/TRE-MT/AJAJ/2005) Determinado prefeito, nos dois últimos


quadrimestres do último ano de seu mandato, autorizou a prefeitura a assumir
obrigação cuja despesa não podia ser paga no mesmo exercício financeiro,
restando parcela a ser paga no exercício seguinte, para a qual não existia
contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa. Com relação à situação
hipotética apresentada, assinale a opção correta.
a) O prefeito poderá ser responsabilizado, na esfera penal, pela prática do crime
de peculato.
b) O sucessor do prefeito deverá pagar a obrigação assumida pelo seu
antecessor, sob pena de também ser responsabilizado penalmente.
c) O prefeito poderá ser responsabilizado, na esfera penal, pela prática do crime
de emprego irregular de verbas ou rendas públicas.
d) O prefeito poderá ser responsabilizado, na esfera penal, pela prática de crime
contra as finanças públicas.
e) O prefeito poderá ser responsabilizado, na esfera penal, pela prática do crime
de prevaricação.

16. (FCC/TJ-PA/Analista Judiciário/2009) Os crimes contra as finanças


públicas cometidos por agente público que possua atribuição legal para ordenar,
autorizar ou realizar operação de crédito, classificam-se como crime
a) de estelionato.
b) de peculato.
c) de fraude.
d) de apropriação indébita.
e) próprio.

17. (FGV/TCE-RJ/Auditor Substituto de Conselheiro/2015) Com relação


aos crimes contra as finanças públicas inseridos no Código Penal pela Lei nº
10.028/2000 (artigo 359-A/H), é correto afirmar que:
a) admite-se, excepcionalmente, a forma culposa;
b) em razão de sua gravidade, não se admite a substituição da pena privativa
de liberdade por restritivas de direitos;
c) a tentativa não é admitida em qualquer de suas hipóteses;
d) a suspensão condicional do processo não é cabível em qualquer de suas
formas;
e) trata-se de crime próprio, eis que praticado por funcionário público que tenha
atribuição legal ou titular de mandato ou legislatura.

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18. (FCC/Pref. de Campinas/Procurador/2016) A contratação, em nome


do Município, de operação de crédito sem autorização legislativa constitui crime
contra
a) a ordem tributária.
b) a ordem econômica.
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c) as finanças públicas.
d) a economia popular.
e) o patrimônio público.

19. (FCC/ICMS-PI/Auditor-Fiscal/2015) Com relação ao crime de


contratação de operação de crédito (art. 359-A do CP), é correto afirmar:
a) Incide na mesma pena do referido crime aquele que ordenar, autorizar ou
realizar operação de crédito, interno ou externo, quando o montante da dívida
consolidada excede o limite mínimo autorizado por lei.
b) Incide na mesma pena do referido crime aquele que ordenar, autorizar ou
realizar operação de crédito, interno ou externo, com inobservância de limite,
condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal.
c) Comete o crime aquele que ordena, autoriza ou realiza operação de crédito,
interno ou externo, ainda que com prévia autorização legislativa.
d) Comete o crime aquele que ordena ou autoriza operação de crédito, interno
ou externo, ainda que com prévia autorização legislativa.
e) A pena é de detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos.

20. (FCC/MPC-MS/Analista de Contas/2013) O crime, previsto no art. 359-


D do Código Penal, com a redação que lhe foi dada pela Lei no 10.028/2000,
“ordenar despesa não autorizada por lei: Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos”
a) admite a forma culposa, quando houver imprudência, imperícia ou
negligência.
b) inclui-se dentre os crimes de mera conduta.
c) não admite a participação de particular.
d) só pode ser cometido por administrador federal.
e) exige a ocorrência de efetivo prejuízo para o Estado.

21. (VUNESP/Câmara de Cotia-SP/Procurador/2017) A respeito dos


crimes contra as finanças públicas, previstos no Código Penal Brasileiro, assinale
a alternativa correta.
a) São crimes próprios, pois só podem ser praticados por agentes públicos
responsáveis pelas finanças públicas dos entes e órgãos públicos respectivos,
não se admitindo coautoria ou participação.

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b) O crime de ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, com
inobservância de limite estabelecido em lei ou resolução do Senado Federal, é
norma penal em branco.
c) O crime de contratação de operação de crédito sem prévia autorização
legislativa é de ação penal pública condicionada à representação do presidente
da casa legislativa desrespeitada.
d) O não cancelamento de restos a pagar é crime de omissão imprópria.
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e) São puníveis a título de culpa.

22. (FCC/TCE-AM/Auditor Substituto de Conselheiro/2015) O agente


público que, possuindo atribuição legal, presta garantia em operação de crédito
sem que tenha sido constituída contragarantia em valor igual ou superior ao
valor da garantia prestada, pratica crime denominado
a) prestação de garantia não onerosa.
b) prestação de garantia graciosa.
c) contraprestação em operação de crédito.
d) inscrição de garantia não empenhada em restos a pagar.
e) assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura.

23. (FCC/ICMS-PI/Auditor-Fiscal/2015) Em relação aos crimes contra as


finanças públicas, é correto afirmar:
a) O tipo previsto no artigo 359-D do Código Penal (ordenação de despesa não
autorizada) não admite o dolo eventual.
b) O tipo do artigo 359-B do Código Penal (inscrição de despesas não
empenhadas em restos a pagar) admite a modalidade culposa.
c) Comete o crime de inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar
aquele que ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que
não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em
resolução do Senado Federal.
d) O crime de inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar admite
a tentativa.
e) O tipo previsto no artigo 359-D do Código Penal (ordenação de despesa não
autorizada) é crime de mera conduta.

24. (FCC/TCE-SP/Procurador/2011) Constitui crime contra as finanças


públicas o ato de ordenar a assunção de obrigação cuja despesa não possa ser
paga no exercício financeiro, desde que a determinação ocorra
a) nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura.
b) nos dois últimos semestres do último ano do mandato ou legislatura.
c) nos três últimos trimestres do último ano do mandato ou legislatura.
d) nos dois últimos quadrimestres dos dois últimos anos do mandato ou
legislatura.
e) nos dois últimos bimestres dos dois últimos anos do mandato ou legislatura.

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25. (VUNESP/IPSMI/Procurador/2016) A respeito do crime previsto no


artigo 359-C (assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura),
é correto afirmar que
a) a condenação definitiva leva à perda do cargo, função pública ou mandato,
tratando-se de efeito imediato da condenação.
b) pode ser praticado por qualquer funcionário público.
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c) prevê a modalidade culposa.


d) há previsão de elemento de tipo temporal, perfazendo-se a figura penal
apenas se a conduta incriminada realizar-se nos dois últimos quadrimestres do
mandato ou legislatura.
e) tem por bem jurídico assegurar a veracidade nos pleitos dos poderes
executivo, legislativo e judiciário.

26. (VUNESP/Prefeitura de São José do Rio Preto-


SP/Procurador/2014) No que concerne aos delitos contra as Finanças
Públicas, o crime de
a) “prestação de garantia graciosa” só se configura se não tiver sido constituída
contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na
forma da lei.
b) “contratação de operação de crédito” só se configura se a operação é
referente a crédito interno, não sendo típica a conduta quando se trata de
crédito externo.
c) “assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura” só se
configura se é ordenada ou autorizada a assunção de obrigação, no último
quadrimestre do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa
ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no
exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de
caixa.
d) “oferta pública ou colocação de títulos no mercado” só se configura se tiver
sido autorizada ou promovida a oferta pública ou a colocação no mercado
financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou
sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de
custódia, não se configurando se tiver havido mera ordenação de oferta pública.
e) “aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou
legislatura” só se configura se for ordenado, autorizado ou executado ato que
acarrete aumento de despesa total com pessoal nos noventa dias anteriores ao
final do mandato ou da legislatura.

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5- Gabarito

1 Errada 11 Certa 21 B
2 Errada 12 Errada 22 B
3 Certa 13 Certa 23 E
4 C 14 Errada 24 B
5 Errada 15 D 25 D
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6 Certa 16 E 26 A
7 Certa 17 E
8 Errada 18 C
9 Certa 19 B
10 Errada 20 B

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6- Questões Comentadas

1. (CESPE/TCE-PR/ACE/2016) Com base no Código Penal e na


jurisprudência dos tribunais superiores, julgue o item a seguir, a respeito dos
crimes contra a administração pública.
O crime de ordenação de despesa não autorizada é de natureza material,
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consumando-se no momento em que a despesa é efetuada.

O crime de ordenação de despesa não autorizada (art. 359-D) é de natureza


formal, dando-se sua consumação com a simples ordenação, ainda que a
despesa não venha a ser de fato efetivada.
Gabarito: ERRADA.

2. (CESPE/TCE-SC/AFCE/2016) Acerca dos crimes contra a administração


pública, julgue o item subsecutivo.
É crime a conduta de autorizar ou realizar operação de crédito, sem prévia
autorização legislativa, constituindo causa de aumento de pena a inobservância
de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução do Senado
Federal.

De acordo com o parágrafo único do art. 359-A do CP, a situação apresentada


é sancionada com a mesma pena do caput.
Gabarito: ERRADA.

3. (CESPE/TCE-SC/AFCE/2016) Acerca dos crimes contra a administração


pública, julgue o item subsecutivo.
Situação hipotética: Determinado indivíduo autorizou a assunção de
obrigação, no último quadrimestre do mandato, mesmo sabendo que não
haveria contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa para o pagamento
de parcela que venceria no exercício seguinte. Assertiva: Nessa situação, o
referido indivíduo praticou crime contra as finanças públicas, estando sujeito a
pena de reclusão.

A situação está em conformidade com o art. 359-C do CP.


Gabarito: CERTA.

4. (CESPE/TRE-PE/AJAJ/2017) Acerca do crime de assunção de obrigação


no último ano do mandato ou legislatura, assinale a opção correta.
a) Tal crime classifica-se como crime de mão própria, exigindo-se, para sua
tipificação, atuação pessoal e direta do agente, razão pela qual não se admite
coautoria ou participação.

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b) É típica a conduta do agente que autoriza a assunção de obrigação nos dois
últimos quadrimestres do último ano do mandato caso reste parcela a ser paga
no exercício seguinte, ainda que haja contrapartida suficiente de disponibilidade
de caixa.
c) O sujeito ativo desse crime é o funcionário público competente para ordenar
ou autorizar a assunção de obrigação, podendo ser inclusive diretor de fundos,
autarquias, fundações e empresas estatais dependentes.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

d) O tipo penal em questão prevê as modalidades dolosa e culposa, podendo o


comportamento do agente ser comissivo, omissivo próprio ou impróprio.
e) Por se tratar de crime de menor potencial ofensivo, admite-se a transação
penal, mas, como a conduta do agente ofende a moralidade e a probidade
administrativa, há vedação expressa à concessão de suspensão condicional da
pena.

Análise das alternativas:


(A) ERRADA. Trata-se de um crime próprio e não de mão própria.
(B) ERRADA. Se houver contrapartida suficiente de caixa para quitação da
parcela remanescente não se configura o crime.
(C) CERTA. O sujeito ativo desse crime deve possuir poder de decisão
administrativa, ou seja, abrange também o diretor de fundos, autarquias,
fundações e empresas estatais dependentes.
(D) ERRADA. Não há crime contra as finanças públicas culposo.
(E) ERRADA. O conceito de infração penal de menor potencial ofensivo é dado
pela Lei 9099/1995 em seu art. 61:
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo,
para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que
a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou
não com multa.
Para o delito citado no enunciado está tipificada a seguinte sanção:
Assunção de obrigação no último ano do mandato ou
legislatura
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois
últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja
despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso
reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha
contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Ou seja, como a pena máxima é superior a 2 anos, não se trata de uma infração
penal de menor potencial ofensivo.
Gabarito: C

5. (CESPE/TCE-PA/ACE/2016) O agente público que ordena despesa para


utilizar-se ilegalmente de passagens aéreas e diárias pagas pelos cofres públicos

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comete o crime de prevaricação.

A situação apresentada se amolda ao delito do art. 359-D do CP que é a


Ordenação de despesa não autorizada por lei.
Gabarito: ERRADA.
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6. (CESPE/TCDF/ACE/2014) O agente que autorizar a inscrição, em restos


a pagar, de despesa que não tenha sido previamente empenhada ou que exceda
o limite estabelecido em lei pratica crime contra as finanças públicas, e, não,
mera infração administrativa.

A situação se amolda ao delito tipificado no art. 359-B do CP (Inscrição de


despesas não empenhadas em restos a pagar).
Gabarito: CERTA.

7. (CESPE/CD/ACE/2014) A conduta de prefeito que ordene ou autorize a


assunção, no último quadrimestre do último ano de seu mandato, de obrigação
cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro tipifica crime
contra as finanças públicas.

A situação se amolda ao delito tipificado no art. 359-C do CP (Assunção de


obrigação no último ano do mandato ou legislatura).
Gabarito: CERTA.

8. (CESPE/TCE-RO/ACE/2013) O ordenador de despesas que determinar a


inscrição em restos a pagar de despesa que não tenha sido previamente
empenhada pratica conduta descrita apenas como ilícito administrativo, estando
sujeito a processo administrativo a ser julgado perante o tribunal de contas.

A situação se amolda ao delito tipificado no art. 359-B do CP (Inscrição de


despesas não empenhadas em restos a pagar). Ou seja, além do ilícito
administrativo, temos um crime.
Gabarito: ERRADA.

9. (CESPE/TC-DF/Procurador/2013) O crime consistente em ordenar,


autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com pessoal,
nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura, é delito
material e não se caracteriza quando o aumento de despesa estiver dentro dos
percentuais da receita corrente líquida estabelecidos em legislação própria.
Segundo Cezar Roberto Bitencourt, a modalidade executar é crime material, e
somente se consuma com a efetiva realização do ato ordenado por quem tem
atribuição para tanto. Nas figuras ordenar ou autorizar, trata-se de crime
formal, cujo resultado não integra o tipo penal.

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O doutrinador Guilherme Nucci não faz distinção entre as modalidades


classificando todas como crime formal.
O CESPE entendeu que, para o crime se consumar, precisa haver aumento de
despesa. Ou seja, o entendimento da banca é de que o resultado é necessário
para a consumação do crime, o que caracteriza um delito material.
Discussões à parte, aceitemos a posição da banca.
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Gabarito: CERTA.

10. (CESPE/TC-DF/Procurador/2013) Por força de dispositivo expresso


constante no CP, a caracterização dos crimes contra as finanças públicas
depende de pronunciamento definitivo da corte de contas.

Os Tribunais de Contas não julgam matéria penal. Dessa forma, não há relação
entre os crimes contra as finanças públicas e o pronunciamento dos Tribunais
de Contas.
Gabarito: ERRADA.

11. (CESPE/TCE-RN/Procurador/2009) Constitui crime contra as finanças


públicas ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no
mercado financeiro de títulos da dívida pública que não tenham sido criados por
lei ou que não estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de
custódia.

A situação se amolda ao delito tipificado no art. 359-H do CP (Oferta pública ou


colocação de títulos no mercado).
Gabarito: CERTA.

12. (CESPE/DPE-CE/Defensor Público/2009) Os crimes contra as finanças


públicas admitem modalidade culposa e requerem o resultado naturalístico para
a sua consumação.

Não há crime contra as Finanças Públicas na modalidade culposa. Todos


somente admitem a modalidade dolosa.
Gabarito: ERRADA.

13. (CESPE/TCE-ES/Procurador/2009) Considere que um agente público


competente, nas vésperas do encerramento do exercício financeiro, adotou
todas as medidas com o desígnio de ordenar a inscrição em restos a pagar de
despesas que não estavam previamente empenhadas e que excediam, em
muito, os limites estabelecidos na norma de regência, além da ausência de
disponibilidade de caixa do ente público municipal.

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Nesse caso, há crime contra as finanças públicas. A situação se amolda ao delito


tipificado no art. 359-B do CP (Inscrição de despesas não empenhadas em
restos a pagar).
Gabarito: CERTA.
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14. (CESPE/MPE-PI/Analista Ministerial/2012) Todos os responsáveis por


recursos públicos, independentemente da natureza de seu vínculo com a
administração pública, estão sujeitos à aplicação de penalidades previstas em
lei. A respeito desse assunto, julgue o seguinte item.
Constitui crime contra as finanças públicas deixar de expedir ato que determine
limitação de empenho e movimentação financeira, nos casos e condições
estabelecidos em lei.

Realmente a situação narrada não tipifica crime contra as finanças públicas. O


aluno deve ter atenção para não confundir com o delito do art. 359-F do CP.
Não cancelamento de restos a pagar
Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o
cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor
superior ao permitido em lei:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Ou seja, deixar de promover limitação de empenho não é crime. Porém, deixar
de ordenar, autorizar ou promover o cancelamento de restos a pagar é crime.
Gabarito: ERRADA.

15. (CESPE/TRE-MT/AJAJ/2005) Determinado prefeito, nos dois últimos


quadrimestres do último ano de seu mandato, autorizou a prefeitura a assumir
obrigação cuja despesa não podia ser paga no mesmo exercício financeiro,
restando parcela a ser paga no exercício seguinte, para a qual não existia
contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa. Com relação à situação
hipotética apresentada, assinale a opção correta.
a) O prefeito poderá ser responsabilizado, na esfera penal, pela prática do crime
de peculato.
b) O sucessor do prefeito deverá pagar a obrigação assumida pelo seu
antecessor, sob pena de também ser responsabilizado penalmente.
c) O prefeito poderá ser responsabilizado, na esfera penal, pela prática do crime
de emprego irregular de verbas ou rendas públicas.
d) O prefeito poderá ser responsabilizado, na esfera penal, pela prática de crime
contra as finanças públicas.
e) O prefeito poderá ser responsabilizado, na esfera penal, pela prática do crime
de prevaricação.

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A situação se amolda ao delito tipificado no art. 359-C do CP (Assunção de
obrigação no último ano do mandato ou legislatura).
Gabarito: D

16. (FCC/TJ-PA/Analista Judiciário/2009) Os crimes contra as finanças


públicas cometidos por agente público que possua atribuição legal para ordenar,
autorizar ou realizar operação de crédito, classificam-se como crime
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a) de estelionato.
b) de peculato.
c) de fraude.
d) de apropriação indébita.
e) próprio.

Tendo em vista que os crimes contra as finanças públicas só podem ser


praticados por quem tem capacidade de gerir recursos públicos, tais crimes são
próprios.
Gabarito: E

17. (FGV/TCE-RJ/Auditor Substituto de Conselheiro/2015) Com relação


aos crimes contra as finanças públicas inseridos no Código Penal pela Lei nº
10.028/2000 (artigo 359-A/H), é correto afirmar que:
a) admite-se, excepcionalmente, a forma culposa;
b) em razão de sua gravidade, não se admite a substituição da pena privativa
de liberdade por restritivas de direitos;
c) a tentativa não é admitida em qualquer de suas hipóteses;
d) a suspensão condicional do processo não é cabível em qualquer de suas
formas;
e) trata-se de crime próprio, eis que praticado por funcionário público que tenha
atribuição legal ou titular de mandato ou legislatura.

Análise das alternativas:


(A) ERRADA. Todos os crimes contra as finanças públicas somente podem ser
praticados na forma dolosa.
(B) ERRADA. A substituição de PPL por PRD em crimes dolosos é possível
quando a pena for de até 4 anos, como é o caso dos crimes contra as finanças
públicas.
Art. 44 do CP. As penas restritivas de direitos são autônomas e
substituem as privativas de liberdade, quando:
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro
anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à
pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;

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II – o réu não for reincidente em crime doloso;
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
(C) ERRADA. A tentativa é admitida em várias hipóteses.
(D) ERRADA. A suspensão condicional do processo está prevista no art. 89 da
Lei 9099/1995 que trata dos Juizados Especiais:
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Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou
inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério
Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do
processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja
sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime,
presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão
condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
Como em diversos crimes contra as finanças públicas a pena mínima é
inferior a um ano, é cabível a suspensão condicional do processo.
(E) CERTA. Somente agentes públicos com poderes de administrar recursos
públicos podem praticar os crimes contra as finanças públicas.
Gabarito: E

18. (FCC/Pref. de Campinas/Procurador/2016) A contratação, em nome


do Município, de operação de crédito sem autorização legislativa constitui crime
contra
a) a ordem tributária.
b) a ordem econômica.
c) as finanças públicas.
d) a economia popular.
e) o patrimônio público.

Trata-se de um crime contra as finanças públicas previsto no art. 359-A do CP.


Contratação de operação de crédito
Art. 359-A do CP - Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito,
interno ou externo, sem prévia autorização legislativa:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou
realiza operação de crédito, interno ou externo:
I - com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido
em lei ou em resolução do Senado Federal;
II - quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite
máximo autorizado por lei.
Gabarito: C

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19. (FCC/ICMS-PI/Auditor-Fiscal/2015) Com relação ao crime de


contratação de operação de crédito (art. 359-A do CP), é correto afirmar:
a) Incide na mesma pena do referido crime aquele que ordenar, autorizar ou
realizar operação de crédito, interno ou externo, quando o montante da dívida
consolidada excede o limite mínimo autorizado por lei.
b) Incide na mesma pena do referido crime aquele que ordenar, autorizar ou
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realizar operação de crédito, interno ou externo, com inobservância de limite,


condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução do Senado Federal.
c) Comete o crime aquele que ordena, autoriza ou realiza operação de crédito,
interno ou externo, ainda que com prévia autorização legislativa.
d) Comete o crime aquele que ordena ou autoriza operação de crédito, interno
ou externo, ainda que com prévia autorização legislativa.
e) A pena é de detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos.

Análise das alternativas:


(A) ERRADA. O excesso deve ser observado em limite máximo e não mínimo.
(B) CERTA. Conforme art. 359-A, § único, I do CP.
(C) ERRADA. Se houver prévia autorização legislativa não há crime.
(D) ERRADA. Se houver prévia autorização legislativa não há crime.
(E) ERRADA. Se houver prévia autorização legislativa não há crime.
Gabarito: B

20. (FCC/MPC-MS/Analista de Contas/2013) O crime, previsto no art. 359-


D do Código Penal, com a redação que lhe foi dada pela Lei no 10.028/2000,
“ordenar despesa não autorizada por lei: Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos”
a) admite a forma culposa, quando houver imprudência, imperícia ou
negligência.
b) inclui-se dentre os crimes de mera conduta.
c) não admite a participação de particular.
d) só pode ser cometido por administrador federal.
e) exige a ocorrência de efetivo prejuízo para o Estado.

Análise das alternativas:


(A) ERRADA. Todos os crimes contra as finanças públicas somente podem ser
praticados na forma dolosa.
(B) CERTA. O simples ato de ordenar despesa não autorizada por lei, não
havendo resultado a ser atingido.
(C) ERRADA. É possível a participação de particular se houver concurso de

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pessoas.
(D) ERRADA. O crime se estende às esferas estadual e municipal.
(E) ERRADA. Por ser crime de mera conduta, não há necessidade de haver
prejuízo para o Estado.
Gabarito: B
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21. (VUNESP/Câmara de Cotia-SP/Procurador/2017) A respeito dos


crimes contra as finanças públicas, previstos no Código Penal Brasileiro, assinale
a alternativa correta.
a) São crimes próprios, pois só podem ser praticados por agentes públicos
responsáveis pelas finanças públicas dos entes e órgãos públicos respectivos,
não se admitindo coautoria ou participação.
b) O crime de ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, com
inobservância de limite estabelecido em lei ou resolução do Senado Federal, é
norma penal em branco.
c) O crime de contratação de operação de crédito sem prévia autorização
legislativa é de ação penal pública condicionada à representação do presidente
da casa legislativa desrespeitada.
d) O não cancelamento de restos a pagar é crime de omissão imprópria.
e) São puníveis a título de culpa.

Análise das alternativas:


(A) ERRADA. Apesar de serem crimes próprios, eles admitem a coautoria e a
participação.
(B) CERTA. Por necessitar da complementação de outra lei, realmente trata-se
de uma norma penal em branco.
(C) ERRADA. Todos os crimes contra as finanças públicas são de ação penal
pública incondicionada.
(D) ERRADA. O não cancelamento de restos a pagar e de omissão própria ou
pura, pois não depende da ocorrência de um resultado.
(E) ERRADA. Não há crime contra as finanças públicas que admita a modalidade
culposa.
Gabarito: B.

22. (FCC/TCE-AM/Auditor Substituto de Conselheiro/2015) O agente


público que, possuindo atribuição legal, presta garantia em operação de crédito
sem que tenha sido constituída contragarantia em valor igual ou superior ao
valor da garantia prestada, pratica crime denominado
a) prestação de garantia não onerosa.
b) prestação de garantia graciosa.
c) contraprestação em operação de crédito.
d) inscrição de garantia não empenhada em restos a pagar.
e) assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura.

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Trata-se de um crime contra as finanças públicas previsto no art. 359-E do CP.


Prestação de garantia graciosa
Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha
sido constituída contragarantia em valor igual ou superior ao valor da
garantia prestada, na forma da lei:
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Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.


Gabarito: B

23. (FCC/ICMS-PI/Auditor-Fiscal/2015) Em relação aos crimes contra as


finanças públicas, é correto afirmar:
a) O tipo previsto no artigo 359-D do Código Penal (ordenação de despesa não
autorizada) não admite o dolo eventual.
b) O tipo do artigo 359-B do Código Penal (inscrição de despesas não
empenhadas em restos a pagar) admite a modalidade culposa.
c) Comete o crime de inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar
aquele que ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que
não tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em
resolução do Senado Federal.
d) O crime de inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar admite
a tentativa.
e) O tipo previsto no artigo 359-D do Código Penal (ordenação de despesa não
autorizada) é crime de mera conduta.

Análise das alternativas:


(A) ERRADA. O dolo eventual se caracteriza quando o agente assume o risco
de provocar o resultado. Tal conduta é admissível no crime de ordenação de
despesa não autorizada.
(B) ERRADA. Todos os crimes contra as finanças públicas somente podem ser
praticados na forma dolosa.
(C) ERRADA. O limite deve ser estabelecido em lei e não em Resolução do SF.
(D) ERRADA. A tentativa não é admitida pela maioria da doutrina.
(E) CERTA. Sobre a classificação doutrinária do crime em questão, trata-se de
crime próprio (aquele que exige qualidade especial do autor); de forma
vinculada (aquele que a lei descreve o meio de execução de forma detalhada);
de mera conduta (aquele que a lei descreve apenas uma conduta); instantâneo
(aquele que o momento consumativo ocorre em um só instante, sem
continuidade temporal); monossubjetivo (aquele que é praticado por uma só
agente, mas admite concurso de pessoas) e unissubsistente (aquele que a
conduta típica é composta por um só ato não sendo possível o fracionamento).
Gabarito: E

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24. (FCC/TCE-SP/Procurador/2011) Constitui crime contra as finanças
públicas o ato de ordenar a assunção de obrigação cuja despesa não possa ser
paga no exercício financeiro, desde que a determinação ocorra
a) nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura.
b) nos dois últimos semestres do último ano do mandato ou legislatura.
c) nos três últimos trimestres do último ano do mandato ou legislatura.
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d) nos dois últimos quadrimestres dos dois últimos anos do mandato ou


legislatura.
e) nos dois últimos bimestres dos dois últimos anos do mandato ou legislatura.

Vide art. 359-C do CP.


Assunção de obrigação no último ano do mandato ou
legislatura
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois
últimos quadrimestres do último ano do mandato ou
legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício
financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que
não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Gabarito: B

25. (VUNESP/IPSMI/Procurador/2016) A respeito do crime previsto no


artigo 359-C (assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura),
é correto afirmar que
a) a condenação definitiva leva à perda do cargo, função pública ou mandato,
tratando-se de efeito imediato da condenação.
b) pode ser praticado por qualquer funcionário público.
c) prevê a modalidade culposa.
d) há previsão de elemento de tipo temporal, perfazendo-se a figura penal
apenas se a conduta incriminada realizar-se nos dois últimos quadrimestres do
mandato ou legislatura.
e) tem por bem jurídico assegurar a veracidade nos pleitos dos poderes
executivo, legislativo e judiciário.

Análise das alternativas:


(A) ERRADA. A condição determinante para perda do cargo, função pública ou
mandato em decorrência de crime contra a administração pública está prevista
no art. 92, I do CP.
Art. 92 - São também efeitos da condenação:
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou

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superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou
violação de dever para com a Administração Pública;
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior
a 4 (quatro) anos nos demais casos.
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são
automáticos, devendo ser motivadamente declarados na
sentença.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

Entretanto, o § único determina que tais efeitos não são automáticos, devendo
ser motivadamente declarados na sentença.
(B) ERRADA. Apesar de se tratar de um crime próprio, não basta ser funcionário
para praticá-lo, havendo a necessidade de ser titular de mandato com poderes
de decisão.
(C) ERRADA. Não há crime contra as finanças públicas que admita a
modalidade culposa.
(D) CERTA. Em conformidade com o art. 359-C.
Assunção de obrigação no último ano do mandato ou
legislatura
Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois
últimos quadrimestres do último ano do mandato ou
legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício
financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que
não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
(E) ERRADA. Protege-se a regularidade administrativa, mais precisamente, das
finanças públicas.
Gabarito: D

26. (VUNESP/Prefeitura de São José do Rio Preto-


SP/Procurador/2014) No que concerne aos delitos contra as Finanças
Públicas, o crime de
a) “prestação de garantia graciosa” só se configura se não tiver sido constituída
contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na
forma da lei.
b) “contratação de operação de crédito” só se configura se a operação é
referente a crédito interno, não sendo típica a conduta quando se trata de
crédito externo.
c) “assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura” só se
configura se é ordenada ou autorizada a assunção de obrigação, no último
quadrimestre do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa
ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no
exercício seguinte, que não tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de
caixa.
d) “oferta pública ou colocação de títulos no mercado” só se configura se tiver
sido autorizada ou promovida a oferta pública ou a colocação no mercado

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financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou
sem que estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de
custódia, não se configurando se tiver havido mera ordenação de oferta pública.
e) “aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou
legislatura” só se configura se for ordenado, autorizado ou executado ato que
acarrete aumento de despesa total com pessoal nos noventa dias anteriores ao
final do mandato ou da legislatura.
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Análise das alternativas:


(A) CERTA. EM conformidade com o art. 359-E do CP.
(B) ERRADA. Pode ser tanto operação de crédito interno como externo.
(C) ERRADA. O período temporal do crime em questão abarca os dois últimos
quadrimestres do mandato ou legislatura.
(D) ERRADA. A ordenação de oferta pública também configura crime.
(E) ERRADA. O período temporal do crime em questão abarca os últimos 180
dias do mandato ou legislatura.
Gabarito: A

7- Referencial Bibliográfico

Código Penal.
MIRABETE, Julio Fabbrini; FABBRINI, Renato N.. Manual de Direito
Penal: Parte Geral. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 18. ed. São Paulo:
Saraiva, 2014.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Código Penal Comentado. 7. ed. São Paulo:
Saraiva, 2012.

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