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Palavra derivada de fascio, termo italiano que significa feixe e que foi utilizado por
revolucionários do século XIX, em alusão a fasces, do latim, como se denominava o machado
de cabo coberto por feixe de varas, carregado por litores romanos em desfiles públicos da
Roma antiga, significando a unidade do povo e a autoridade do Estado. Mus-solini apropria-se
do termo por ver no fascismo o símbolo do Estado totalitário por ele concebido: "Tudo no
Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado". O Estado, assim concebido, exclui
qualquer forma de conservadorismo, de liberalismo, de socialismo, de democracia, conferindo
ao fascismo posição gene ris na tradição política do século XX.
Trata-se de fenômeno político de interpretação polêmica, seja quanto às suas origens, à sua
natureza, a sua relação com o estágio de desenvolvimento e de estruturação das sociedades
em que ocorreu, mas cujas causas mais próxima são, em geral, entendidas como relacionadas
com as conturbações das primeiras décadas do século XX, na Europa. O fascismo, com efeito,
manifestou-se, com semelhanças e diferenças, em diversos países, embora de modo mais
expressivo na Itália, com apoio, no plano das idéias, de pensadores como Giovan-ni Gentile, a
quem se atribui, embora figure em nome de Mussolini, o verbete "La doutrina dei fascismo",
de 1932, no volume XIV da Enciclopédia italiana.
Fascismo
A Primeira' Guerra Mundial (1914-1918) foi experiência amarga, que envolveu dezenas de
nações, não apenas européias, (o Brasil participou, apoiando os aliados da chamada Tríplice
En-tente, ou seja, Inglaterra, França e Rússia, com recursos médicos, de transporte de tropas e
vigilância aérea do Atlântico), deixando saldo de mais de dez milhões de mortos, além de
muita fome, muita miséria, muito ódio. Aos derrotados, especialmente Alemanha e Império
Austro-Húngaro, o Tratado de Versalhes, que encerrou o conflito, impôs duras condições, e,
terminada a guerra, um espírito militarista de forte nacionalismo dominou a Europa. As
nações, humilhadas pela derrota e feridas pelas enormes dificuldades de sobrevivência a que
se viram submetidas, re-
gurgitavam de desejo feroz de autoafirmação e vingança, sem apelo a nenhum dos valores
políticos tradicionais, o que fez surgir oportunidades para iniciativas políticas até então
desconhecidas e, portanto, não estigmatizadas pela derrota. O fascismo, a principal dessas
experiências, é uma forma de governo que se baseia, do ponto de vista político, numa relação
populista de exacerbada emocionalidade do povo com seu líder carismático e no centralismo
autoritário do Estado; do ponto de vista propriamente ideológico, o fascismo rejeita,
repetimos, valores conservadores, valores liberais, valores democráticos, valores socialistas,
afirmando, de modo bastante genérico, a sacralidade da nação, da raça (no caso do nazismo) e
a venerabilidade de certos símbolos como o fascio, a suástica, as camisas negras dos fascistas
italianos.
Fascismo
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O mesmo autor chama atenção para a importância dos intelectuais na "preparação intelectual
e [n]o sucesso posterior do fascismo", referindo-se, .especificamente, ao papel que
desempenharam "no descrédito dos governos liberais anteriores". Torna clara a fragilidade dos
regimes liberais, no período que imediatamente antecedeu a Primeira Grande Guerra:
p. 135).
É fácil compreender, diante do exposto, o naufrágio dos regimes liberais ante a impetuosidade
e a violência do movimento fascista ascendente; o fascismo rejeita valores democráticos: os
princípios da democracia são frontalmente opostos a tudo o que o fascismo preconiza no
campo social, na economia, na organização e concentração do poder e no estilo individual de
participação política. Norberto Bobbio examina o confronto fascismo-democracia em seu Do
fascismo à democracia, encerrando o capítulo II, sobre a ideologia do fascismo, lembrando
que, mais que do Estado liberal, de cuja defesa do capitalismo compartilha, mais que do
Estado comunista, ide cuja defesa do partido único faz-se, também, porta-voz, o fascismo é,
por essência e de modo privilegiado, a antítese da democracia;
o fascismo expressa-se, às vezes, como racismo: é o caso típico do nazismo, com seu
antissemi-tismo radical, embora o fenômeno racista não tenha ocorrido na Itália, de cuja
experiência de implantação do fascismo também participaram os judeus, pelo menos até a
união de Mussolini com Hitler, na Segunda Guerra Mundial;
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FÉ E POLÍTICA
político, o Estado exerce poder absoluto sobre a vida dos cidadãos. Tratando da "vontade
totalitária feroz", que Mussolini explorava em discurso e depois, com Giovanni Gentile, no
verbete "Fascismo" da Enciclopédia italiana, Ory registra uma característica essencial comum
nos regimes totalitários: "a concentração, nas mãos de uma única instituição, de todos os
procedimentos legais que acompanham não o indivíduo, como se diz frequentemente, mas
sim a comunidade, do berço (da comunidade) ao túmulo" (2004, p. 106).
o fascismo implica relação emocional fanática do povo, como massa, com um líder
carismático: o fascismo traz, de forma acentuada, a marca do po-pulismo, implicando o
comando de um líder messiânico sobre a população massificada e como que magnetizada pela
retórica de seu guia. Assim foi na Itália, assim foi na Alemanha e, em níveis variados, em todos
os países em que se verificou o fenômeno fascista. A história do fascismo está sempre
associada à de um líder que transformou seu povo em massa e o conduziu, ao povo e a si
mesmo, muitas vezes, a um destino trágico. Mussolini foi assassinado, Hitler suicidou-se, Itálià
e Alemanha foram arrasadas, na Segunda Guerra Mundial, para citar apenas dois exemplos
paradigmáticos.
ro: Record, £007; - ARENDT, Hannah. Les origines du tota-litarisme: Le système totalitaire.
Paris: Ed. du Seuil, 1972; - BAUER, O., MARCUSE, H., et al. Faschismus und Kapi-talismus.
Theorien iiber die soziale Ursprünge und die Funk-tionen des Faschismus. Frankfurt Am Mein:
Europãische Verlaganstajt, 1967; - BOBBIO, Norberto. Do fascismo à democracia. Riç> de
Janeiro: Elsevier/Campus, 2007; -_;
FÉ E POLÍTICA
Toda comparação supõe dois momentos. Cada realidade define-se a si mesma na singular
originalidade. Mostra que possui consistência e autonomia próprias. Num segundo momento,
torna-se possível o confronto entre as duas realidades em busca das proximidades, diferenças,
oposições, mútua crítica, complementaridade.
virtude sobrenatural, pela qual, sob a inspiração de Deus e com a ajuda da graça, cremos ser
verdade o que ele revela, não devido à verdade intrínseca das coisas conhecida pela luz natural
da razão, mas em virtude da autoridade do próprio Deus revelante, o qual não pode enganar-
se nem enganar.
E crer significa "prestar, pela fé, a Deus que revela plena adesão do intelecto e da vontade".
Portanto, segundo o Vaticano I, três elementos fundamentais constituem a fé católica: Deus,
que revela verdades; o ser humano, que as acolhe com adesão plena do intelecto e da vontade
em virtude da autoridade de Deus; e a ação da graça de Deus, que o ajuda a tal. A
originalidade do conhecimento da fé vem-lhe da fonte - Deus revelante -, da maneira como se
aceita a verdade
Situação (Onde você estava?) Pensamento Automático (O que passou pela sua cabeça
naquele momento?) (Qual o pensamento que gera maior desconforto?) (O quanto você
acredita neste PA, 0 à 100%?) Emoção (O que você sentiu?) (Qual o grau da emoção, 0 à
100%?) Comportamento (O que você fez?) Pensamento Alternativo (Qual o pensamento
mais realista?)
Questionamento Socrático
3. Qual é a pior coisa que poderia acontecer? Você poderia superar isso? Qual é a melhor
coisa que poderia acontecer? Qual o resultado mais realista?
6. Se um amigo estivesse na mesma situação e tivesse esse pensamento o que você diria
a ele?