Você está na página 1de 54

Projeto

PERGUNtE
E
RESPONDEREMOS
ON-LlNE

Apostolado Veritatis Splendor


com autorização de
Dom Estêvão Tavares BeUencourt. osb
(in memoriam)
APRESENTAÇÃO
DA EDIÇJl.O ON-LINE
Diz São Pedro que devemos
estar preparados para dar a razão da
nossa esperança a todo aquele que no-Ia
pedir (1 Pedro 3,15).
Esta necessidade de darmos
conta da nossa esperança e da nossa fé
hoje é mais premente do que outrora,
~ ' .. visto que somos bombardeados por
numerosas correntes filosóficas e
religiosas conlrérias à fé católica. Somos
assim incitados a procurar consolidar
nossa crença católica mediante um
aprofundamento do nosso estudo.
Eis o que neste sl18 Pergunte e
Responderemos propõe aos seus leitores:
aborda questões da atualidade
controvertidas, elucidando-as do ponto de
vlsta cristão a 11m de que as dúvidas se
. . dissipem e a vivência católica se fortaleça
_ I - no Brasil e no mundo. Queira Deus
abençoar este trabalho assim como a
equipe de Veritatls Splendor que 50
encarrega do respectivo sito.
Rio d. Janeiro, 30 de julho de 2003.
Pe. Est.vlo Bettencourt, OSB

NOTA DO APOSTOLADO VERITATIS SPLENDOR

Celebramos convênio com d. Estevão Benencourt e


passamos a disponibilizar nesta área, o excelente e sempre alual
conteúdo da revista teológico - filosófica ·Pergunte e
Responderemos", que conta com mais de 40 anos de publicação .
A d. Estêvão Bedencourt agradecemos a confiaça
depositada em nosso trabalho, bem como pela generosidade e
zelo pastoral assim demonstrados.
<fi SUMARIO
<{
::>
I-
.: Teologia da Aeconc:iliaçio
.,
. }W o Neocatecumef\ato
~~
J..!.'cn "A Memória do Povo Cristlo"
" ~ iu
'! l ::>
o Fenômeno das Seitas
~
~a
-., E o Caso do Padre Falclo?
.:
, :l!

..
OI
-"

..'"
O

ANO XXVII JULHO 1986 .' .



.,.
JULHO - 1986
PERGlINTE E RESPONDEREMOS
',' " , NC? 290
PubllClçio mlnul

Direto"RMpOnÜ'tll: SUMÁRIO
Euhio Bltttlnc:ourt OSB
AUlor I Reelltor de toda a mal!!ria o FELIZ INCÕMQOQ DA F~ , .. ,. ' . . ' .. .
publ iced. MUI periódico
Um. meMlglm "um Mowimenlo:
Dir.tor,AcI mi ni$'ltador
TEOLOGIA DA RECONCILIAÇÃO, 3
D, Hildelmlndo p, M.",ins asa
N. Igrl~ Contlmpo ni n .. :
o NEOCATECUMENATO ' , . ' .. ,_ 12
Adminiltraçio e diltribui~o :
A Igrej. dos "és primeiros "culos:
Edições Lorr.el'l Ch,iui
Dom Geraldo. 4 0 rp andar . S1 50 1 --A MEMÓRIA 0 0 POVO CRISTÃO"
Tel.d0 21 I 29 1,1112 POf E. Hoorn aert ...... , . . . . . . . . . 23
Cai.a posul 2666 D... lio p.noral :
20001 - Rio de Janeiro - RJ O FEN ÔMENO DAS SEITAS "" . . , .. 35
Not lciils de fonte li mp.:
Compoli~io I lmpr&Uio: E O CASO 00 PADRE FALCÃm, 46
" Marques Saraiy~" LI V ROS EM ESTAN TE ..... ' , " , ' .. 47
Slf'Itos Rodrigues. 240
Rio de Janeiro

Assinatura de 1986: Cz$ 100,00


Número avulso Cz$ 11.00 NO PROXIMO NÚMERO
Para pagamento da assinatura de
1986, queira depositar a imponân- 29' - Agosto - 1986
da no Banco -do Brasil para crédito
na Conla Corrente nl? 0031 304-1 " Escatologil Cristã", - Catôl ico e Maçom? - " L.
el"!" nome do Most ei ro de São Bento Religidn en I. URSS", - O Direi to ao FOfO ("timo.
d o Rio de Janeiro, pagãvel na Agê n- - COmlnlilrio de Caril Abertl .u C'rl1ul R.u ín-
cia da Praça M.uã (n'? 0435 1 o u en , go' .
viar VALE POSTAL p agável na
Agenc ia Central dos Correios do COM APR OVAÇÃO EC LESIÁSTICA
Rio de Janeiro.

ReN OVE QUANTO ANTES COMUNIQUE,NOS QUALQUER


ASUAASSINATURA MUDANÇA DE ENDERE ÇO
BI~LIOTECA

o feliz incômodo da fé
Em livro de ficção religiosa, Gustave Thibon imagina um
mundo em Que a ciência tenha libertado o homem de todas as
causas de angústia - doenças, veltlice e morte - e lhe proporcio-
ne todas as comodidades poss{veis, como as viagens i ntersiderais.
Todos na terra têm aparência jovem. bela, imortal; são como deu·
ses. .. A ciência tudo explica; não fica mais nenhum mistério. A
primeira geração que u$Ufrui deste "para(so", julga Que ti crença
em Oeus era um tapa-buraco ou um paliativo de que precisavam
as gerações anteriores, sufocadas por muitas misérias.
Neste contexto aparecem três jovens a dialogar: Amanda,
seu noivo Hél io! e uma amiga Estela. Amanda parece estar fora
do setJ quadro próprio: é saudosista. talvez por erro de programa-
ção genética, e exclama :
" Sim,. nada mais 11 criar! A grande obra e$tê terminada. Tu·
do foi produzido, tudo perfeito. Mas por Que • . • por que estou
triste?"
Replica Estela: "Triste? Quando todos os cumes estão aos
nossos pés?"
Amand,: "Gostaria de Que houvesse um pico acima de mio
nha cabeça. . . Um pico acessfvel, . .• mas que tivéssemos de esca·
lar" .
Estela: "Escalar com o auxflio de um Deus, como antiga'
mente? ! Você estâ sonhando, querida . • ,OI
O di/llogo prossegue, e finalmente Amanda conclui :
"Renuncio 11 imortalidade Que a ciência me dê. para ficer
com a etemidade que espero. Considerando a vida neste mundo
que suporto e recuso, escolho a morte",
Este texto, profundO como é, nos faz pensar.
~ incômoda a situação do homem nesta vida, pois ele se vê
connantemente obrigadO a lutar, a procurar conquistar; é situ.
çio de carência e sofreguidlo. Assimacuada. a criatura tende a s0-
nhar com o dia em que a ciência emancipará o homem de tudo o
que lhe causa preocupaçlHK e satisfari a todos os seus anseios ter·
(estm. Então nio haverá mais nada a procurar e a conquistar. -
Ora Amanda repreSll!lnta o protesto espontâneo que tal situaçlo
"gostosa" paradoxalmente sugere: uma vida sem lutas e sem con·
2.9
2 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 290(1986

qUiSt8S, uma vida em que tudo estej.a pronto e acabado. não tem
graça; é insfpida e fastidosa. Pensemos no segu inte: se o BrítSiI
fosse dedarado campeão mundial de futebol para sempre, estaria
terr:ninada a festa das disputas e dos campeonatos; seria pre<:iso in·
ventar outro tipo de campeonato, pois é só assim que o homem se
descobre, exerce sua criatividade e desdobra suas virtual idades. Is-
to ' quer dizer que. o ser humano é essencialmente demanda,
anseio, aspiração. , . Ele procura algo que não é ele ... Às vezes os
bens materiais parecem ser a resposta para tal sofreguidão; ele
lhes vai, com grande sede, ao encalço; agarra-os, mas vê que 110
como bolhas de sabio, que estouram e nada deixam nas mãos de
Quem as segura.
. Na verdade. o homem foi feito para o Infinito, e s6 no Infi·
nito repousa (5 . Agostinho) . A demanda - e a demanda do Infi·
nito ..:.. é essencial e congfnita no ler humano.
Tal situação pode parecer d85agradável, pois é caminhada
para "aquilo que o 011'10 nlo viu, o ouvido não ouviu e o coraçlo
do homem jamais percebeu" (l Cor 2,9) . Implica que nos 'Upe.re·
mo! constantemente, que nlo paremos, Que nio nOI estabilize·
mos na estrada ... Mas, pensando bem, verificamos que tal condi·
çio não é tão inc6moda: o Deus da eternidade é o OeuI do tem·
po; Aquele que um dia veremos face-a-face, jtl o vemol na penum-
bra da fé; o Absoluto, portanto, não nos' estranho. Podemos,
sim, tê-Io na conta de estranho, se não convrvermos com Ele, por-
que demasiado voltados par. bolhas de sabJo; então dele fazemOS
uma simples fOrmula ou um nome pouco significativo em nossa
realidade concreta. Mas,. se nos hlbitultmos a entreter-nos com
Ele num colbquio de fé ti amor, se fazemos dele o grande Tu.ou o
Referencial da nossa vida, Ele se toma familiar e (ntimo, Assim
desaparece a sensação de incômodo que nossa condiçlo de pere-
grinos pode suscitar, e se torna compreens(vel a palavra de Santa
Tefesa de Ávila: "A vida' uma noita mal passada num albergue
in6spito, um sonl1o que, bom ou mau, raramente se prolonga".
Senhor, IA' tempo de nos vermos!"
Assim lambêm ent1nderernos que é ilusbria a imaoem de
uma felicidade a 58r obtida exclulivamente peio progntSlO d.
e
ciencia pelo atendimento de nossas necessidades mlterlais. 170-.
mos feito. para mu ito mais do que ino. Criados para o AbsolutO,
aceitemos a graça imensa, embora paradoxal. de sermos peregri-
nos. .. do Absoluto. para os quais a morte nio 6 ruptura, mas 6
PIIscoa, ou transição para a plenitude da verdadeira vldal . E.a.
m
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
ANO XXVII - n? 290 - Julho di 1986

Um. Mensagem e um Movimento :

A Teologia da Retoncilia<ão
Em ..ín tew. V.i tom.ndo vul ro". Am4rica bt;"., 'l»r1ir do Ptru,
um. cemnr. df Pft'l.f'r/IMfó t:fntt'kJ. M Teo/ogi . dI! R«emciJillç$o. O t#mt
ih R«OnCIII.çIo foi f()f,rican»nftl llpregOildo pelo S. Padm Joio ~u1o "
qwndfl.Jt,1IIt MI Put/Ju fIO .no tN 1919; desde Melo r.1 coru'JIi to W'm un -
do ITIIis . mM' .mxâdo com vilr" ; siWaçIo 19i tAtR q/JII vi..,. o CDIIfinenr,
l.rim»f'Mricano. O Inrerrn:. ~/, temátic." RIICOncili8Çlo se pt'Mdft t.m.
blm ao ~/o de "N~ E~n~/iaçlo"I'''ÇlIdo por J060 Paulo 11 qu.ndo
.lNiu em SIo Domingo.. o nownlrio fi" p"~rIÇio PIT' ti OIItt~çIo dos
q/atroc.ntrn MIO' iN dflcoMm • ,vangtilnçlo rR Atmriu (12/to/ '992J.

A fim d'lPfO'undlr, TlOIogI. ih RlCOncili~. iI ,. f'Nlfzvwm dois


CongfftM1S Inr'rnllc}oMís no hro. lI'm '985. 1986 ff!sP«:1iv.lMnr• . Ar pI-
giM .. ou. se ugwm. 8plWSMr.m MW ",,.r6,io rkn pronunci.".,."t06 ocor·
ridos no .,Ulldo ~rtllnM. (16-191)111986). do qtml fMrtici".ram trlr c.r.
~s. di",.~ Af'tfb/IfKJI' 8Jtptn,. CIIltMl$ M dlrlgol, R,ligltw, " leigos:
., concJuslJeI dI» estudos rulindo. ,..,.,.". , Nr qu.. cJ. um f• • • ilfata
CtUnr OI br'IpJl dMnr. • lirwçlo 1OCi. das populiÇ&s l.rina ...lMriGIMs
• • tM outro I.do• • ,.wiluçlo tlial«!u rench. submflrer r.i$ popul'fIJH . to-
t.lit.rilm<u. q ... .", ~z eM libM'r.r. rldUltNn • no_ fo,,,.., ch ~"dlo.

• • •
Foi no Peru que Gustavo Gutiérrez. o pai da Teologia da Li·
bertaçlo extrem.da, deu in(cio a esta corrente de panSEllmen1;o. e
tamb6m no Peru que vai tomando yulto nos últimos anos a Teo-
logia da Reconcili8Çio, concebida como resposta autenticamel)te
evang6lic. aos problemas do continente latino-americano. A Ins-
piraçlo fundamental desta procede de Puebla. onde o S. Padre
lançou a temltica em 1979; o assunto foi retomado por Bispos.
teôlogos e leigos do continentê latino-americano, a tal ponto que
em Janeiro de 1985 se realizou o I Congresso Internacional de

291
4 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" '!<JOl I YK6

Teologia da R,eeonciliação, reunindo em Ayacucho, sob o patro-


c(nio de Mans. Fernando Vargas Ruiz de Somando, Arcebispo de

. ,.
Arequipa (Peru), algumas centenas de participantes de vários par·

o
amadurecimento das idéias ocasionou o segundo certame
dito "Congresso Intemacional sobre Reconciliação e NoviI Evan·
gelização segundo o Pensamento de João Paulo li ". Ocorreu de
16 a 19 de janeiro de 1986 em EI Cal1ao, perto de Lima (Peru •.
Reuniu tres Cardeais: Mon$. Landázuri Ricketts. de Lima; Mons.
Alfonso l 6pez Truj illo. de Medellfn (Colômbia) e Mons. Bernard
F. law. de Boston IU.S.A.1. diversos Arcebispos e Bispos, entre
05 quais D. Lucas Moreira Neves. brasileiro, Secretilrio da Congre-
gação para os Bispos (Roma) e centenas de congressistas da Amé·
rica do Sul.• do Centro e do Norte.

Na verdade. o Congresso versou sobre dois temas princ1pais:


1) as dimensões da Teologia da Reconciliação aplicada ao
nosso contineme, muito sacudido por tensões. São palavras de
João Paulo 11: "A Igreja considera como missão especifica sua a
reconciliação de todos os individuas e de todos 05 povos";

2) a Nova Evangelização da América latina. preconizada por


João Paulo li, quando em São Domingos abriu a novena de pre·
paração para o quarto centen6rio da descoberta e da evangeliza·
çio da América (12/10/19921 . Esta Nova Evangelização deve fa·
zer frente a desafios que os prim6rdios do Evangelho ignoraram
na América: o secularismo, as injustiças sociais, o contra·testemu·
nho de cristios. •.

o Congresso constou de seis densas confer4ncias e de dezoi·


to Seminários de t"abalho, que versaram sobre temas especiais,
como se depreende da lista abaixo:

a) Mons. Diria C.$Irillbn Hoyos, Secre t'tio Geral do CE LAM: "A5 c.I'
IIbr~ da Evanoeliz~ na AtM rica lltin l " .

b) Mont. JOM Han, p,.of.$$or no ~minjrio Ponlillcio JOl8phinum


IU.SA. ): " A E'Ianplizaçio na AmI!r ia do Norte":
TEOLOGIA DA RECONCILIAÇÃO ,
cl Sr. Hem MoIrie ClIna. do Comiti In[em.cional da Renovaçlo Ca·
rismitica Católica: " Rt<:Oncilia-çfo no Espirilo";

di MOIu. Oscar Alumofl, Bispo de T.cnl (Peru) : " Perspectivas de


uml Teologia dOi Reconciliação";

e) Mons. ~ . Teodoro Jimenu Urf'Hti, PrafHlOr da Uniwrsldade do


SlI.mlna{E,panlll) : "A Espanha e o 4C?Centen'rio di Ev.ngalizaçio";

fi Mon •. Gre90rio Rosa Chave:z. Bispo Auxiliar d. San S.I.... dor: "U,-
o'nci. de um. RecQr\ciliaçio na A.mrica Centr.I";

o) Mons. Alberto Bra21ino, Bispo Auxiliar de lima lPeru). "O Serviço


Ministerial" •

hJ Sr. Germln Ooig. lostitulo HVide e Espiritu.lidade" (Peru) : "Os


cristios consagrados: HrvidOfeS d. reconcililção" ;

i) MonL Sun O'MllleV, Bispo das Ilhls Virgem IU.S .A.) : "Misslo d.
JlMntooe hOje",

jI Mons. Alfredo Noriega. Bispo .Auxiliar de Lima (Peru) : "MissIo da


Famílil Ctiltlno Ml,lrldo Contemporlneo";

kl PI. LOlen zo Albacele. do Arcebi.~o de Bonoo IU.S.A.I: "O


compromisso do teó logo".
II Sr. VirgU io l . v ., da Assod.ação Promotora do ApostoJm
(Peru): "Os movimentollelHiais";

ml P.. Ciprilno Cllderón, 'npon".... 1 pel. edlçlo de L 'Ouervnon


Aomltlo Im espanhol: " Importlneil doi Meios de Coml,lrlieaçi'1) 5cH::iaf';

o) Stl. Ula Blanca Archid'l), CIAFIC (Argentin.) : " EducaçJo par. a


Reconciliação e o Progresso" ;
oi Sr. Fitdtf'ico Müggenburs. do Centelha Coordenador (iG; EmprulI
IMillicol : " Empregados e Empngadorel rlconcili.<Sol na Empr4!$II";

p) Sr. Augusto Bl,achr, di Revi"l " Efficaci." IPeru) : " Economil,


FinlnÇll! Solidari~adl Internacional";

q) Pe. Claudio Sol8no, di Escola Social Joio XXIII (Costa Rica) :


" Evan;elizaçJo e Solidlrledade dos Tnbelhadorts";

293
6 " PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 290{19!16

ri Sr. Pedro Moran<W. ProfuSO( na Pontiflcia UniV1!rsidade Cltólic.


do Chile : " Religi05idade popul.r , Esplrito sOlidirio n. cultur.l.tino-ame·
rian . ...

A seguir, proporemos o conteúdo de al90mas das principais


conferências do notável Congresso ,

1. Em continuidade com o passado, o futuro, , ,

Mons. Ricardo Ourand Flores

o Arcebispo-bispo de Callao. Mons, Ricardo Durand Flores,


foi o primeiro conferencista do certame. Iniciou sua exposiçãoa
coam uma referência à dignidade humana, que s6 encontra seu ver·
dadeiro sentido em Cristo e na obra de reconcil iação realizada
por Ele. Para se alcançar esta reconciliação, tanto a n{vel indivi·
dual como a n{vel social, no ambiente civil e dentro da Igreja, re-
quer-se uma atitude de humildade, que leva à converslo do cora-
ção, Esta implica renovação; todavia a renovação jamais poderá
significar uma mudança do dep6silo da fé ou da Revelação. A
Teologia da Reconciliação não tenciona construir "nova Igreja"
nem modificar a missão confiada por Jesus Cristo aos Apóstolos
e 11 Igreja Universal.
Em Puebla, sob o impulso de João Paulo 11 e a despeito de
pressões exercidas em contr6rio, a Igreja tomou distAncia em rela-
ção às ideologias -tanto de inspiração marxista quanto de " Segu·
rança Nacional", As primeiras (tenha·s8 em vista a Nicarágua) suo
focam a liberdade do homem; as outras (veja-se o regime chileno)
ofendem soa dignidade, impondo-Ihe um sistema que os cidadlos
rejeitam_

A confusão provém do fato de que cada uma dessas ideolo·


gias pretende encarnar de maneiras diversas a "civilização cristlr' ,
Todavia quem pode sustentar que o Evangelho leve a algum siste·
ma polftico determinado? Ao contrário, toda autentica reconci·
liação deve apoiar·se sobre humildade. proflomdo respeito pela S.
Escritura, grande sinceridade e ardente amor ã verdade. A genuí·
na Nova Evangelização preconizada por João Paulo 11 deve pro·
mover essa reconciliação. Em São Domingos, o S. Padre exprimiu
valas de que hilia "novo .e sforço criador", uma "evangelização re-
~94
TEOLOGIA DA RECONCILlAÇAO 1

riovada", mais denlro dos parâmetros da fidelidade à Igreja e lOS


textos do Magisté rio.
A Nova Evangelizaçio dew ocorrer sem perder de vista a
opção leu o amor} preferencial pelos pobres, que nia é nem ex·
clusiva nem excludente. Segundo a doutrina da Igreja, nlo é Ircito
identificar o mundo dos pobres e uma classe social em luta. O
combate pela justiça em favor dos pobres h.6 de ser travado sem
que os pobres corram o risco de tomar·se escravos de um sistema
que os prive da sua liberdade e que os submeta ao ate rsmo siste·
mático; tlmb,", se deve evitar que tal combate leve a um mate·
ri,liUT10 pr6tico, apto a despojar -o s pobres da sua riqueza interior
• do seu . senso de transcendência.

A primeira IibertaçJo que devemos propiciar a todo tlomem.


é a do pecado, a do mal moral, que estll em seu coração e que d6
origem ao "pecado socia'" e ~s estrutur8'S opressoras.

Assim entendida. a libertação social faz parte integrante da


libertação simplesmente dita. Todavia nenhum partido polftico,
nem sistema pOlftico-econOmico illgum pode pretender apropriar
a si o dinamismo do Evangelho e. menos ainda. a Palavra de Deus
tal como a Brblia no·la entregou.

Serã graças a uma tal libertação que a reconciliação poderé


ocorrer e levar à paz.

2. Um. EVlngelizaçlo Reconciliador.


Pe. Julio Teriín Dutui S.J .

o Reitor da Pontiflcia Universidade Católica do Equador.


o Pe. Julio Terân Dutari S.J .• dissertoLJ sobre "As Dimensões de
LJma Evangelizaçlo Recondliadora: Salvação. Libertação e Pro-
moção Humana". Estes três aspectos estão. de resto. intimamente
ligados entre si . O Pe. Talin mostrou que, :te a missão de Cristo
nlo .ra nem econômica nem poHtica nem social, nlo obstante o
EvangelhO comporta em si uma força capaz de transformar a co-
munidade dos homens.

Foi Isto que a Conferência do CE LAM em MedalHn (t968)


qUIs exprimir. Mas a recusa de cumplicidade com situações de in·
295
K " PERGUNTE ti RESPONDEREMOS" 290 / 1986

justiça não significa, como abusivamente foi dito, que a Igreja


identifique libertação e revolução.

A libertação cristl apoia·se sobre os lIalores blblicos. Abre


perspectivas que englobam o homem todo e todo homem. A Igre-
ja lig8. mas não confunde, aS5O<:ia, mas não identifica a salllação
do homem e a promoção humana. O que João Paulo I1 denun·
ciou em Puebla, foi a redução da salvação evangélica à promoção
humana. A mudança de estruturas é apenas um dos elementos da
transformação total que o Evangelho preconiza_

Medellín e Puebla vêm a ser "aberturas" aos prOblemas so-


ciais, mas Puebla insistiu principalmente na necessidade da conver-
são dos coraç5es.

A autêntica libertação deve integrar também a "encarnação


da miseric6rdia"'- Isto significa que ela não pode pactuar nem
com o materialismo de um " capitalismo selvagem" nem com a lu -
ta de classes_ Da mesma fonna, o amor da Igreja pelos pobres nlo
se pode reduzir aos aspectos polfticos e sociais, mas deve tender
impreterivelmente a levar·lhes os bens definitivos e transcenden-
tais.

3. Os Bispos e a Reçonciliaçlo
D. Lucas Moreira Neves
O Secretário da S. Congregação para os Bispos abordou o
papel dos Bispos na Nova Evangelizaçlio. Em primei(o lugar, enfa·
tizou que falar de "Nova Evangelização" significa que se admite
uma evangelização anterior, evangelização que deve ser aceita e
assumida sem ser julgada a partir de critérios de nossos dias. Tra-
tlt-se não propriamente de pbr em relevo as inevitáveis limitllções
do passado. mas de -construir projetos novos da evangelização a
partir das exigências do presente.

Evangelizar hoje não significa contentarmo)-nos com passar


vernil sobre estruturas antigas. mas trabalharmos na transforma-
ção do homem de hoje, suscitando aspirações, COrrentes de pensa·
mento e mentalidade novas. I mplica agir sobre as culturas comu-
nicando·lhes um sopro vital. Significa ainda entrar ~m diálogo
09.
TEOLOGIA DA RECONCILIAÇÃO ,
com a cultura moderna, valorizar seus melhores aspectos. corrigir
o que ~ med(ocre. recusar O que é inaceitável.
Outro aspecto enfacizado por D. Lucas Neves: B evangeliza-
ção na América Latina nio pode ser uma cópia do que ocorre (ou
ocorreu) na Europa de maneira mais ou menos bem sucedida. E.
preciso inventar uma dinAmica evangelizadora para a América La·
tina

Todavia o qUI importa acima de tudo, é a fé. O Bispo nio é


somente homem de M. Deve ser também um defensor da fé. que
saiba nlo apenas transmiti· la, mas também como a fazer crescer;
saja um confessor d. fi. que, pOr certo, há de respeitar o mundo
tal como é, mas nio se senti'" intimidado ou comptexado diante
deste.

Nlo sem certo humor, D. lucas evocou a questlo do plura·


lismo, tio apregoado por aqueles que procuram um pretexto para
se calar quando deveriam falar. "p.. Igreja, disse, nlo quer i,mpor·
se a ning~m, mas, em nome do plunllismo, Ela reivindica o direi·
to de proclamer e Palavra de Oel:l', da qual E la é depositária". Ela
crê Que essa Palavra li proflltica e 6 capaz de iluminar o momento
presente. Trat• • menos de denunciar do que de anunciar.

4, A irrupçio de ideologias
Card, Alfonso l6pez Trujillo .

o Cardeal Trujillo teve por tema "A Reconciliaçlo na Ver·


dade e no Amor. do conflito à pai'. Apornfundou' o sentido dos
dois termos: Verdade e Amor.

A opçJo pela Verdade exclui todos os relativismOl; trat• • da


Verdade de Cristo ou de Cristo·Verdade. A exigénda Ge fidelida·
de à Revelação, manifestada na Escritura e na Tradiçio, e ao seu
int6rprete leg(timo, o ' Magist6rio da Igreja, é de especial necessi·
dade nest.s tempos de confusão. conflitos. A fidelidade 1 Verda-
de lev.nos a acautelar-nos contra duas armadilhas: 1) a irrup-
ção. dentro da Igl'tja, de ideOlogias que trazem consigo I divido,
como o vento traz a tempel1ade; essas ideologias $lo portadoras

297
10 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 290/ 1986

de conflitos internos e externos. Por conSt!Quinte, um C!rtO realis·


mo exige Que se restabeleça primeiramente a paz entre OS cris·
tãos., reunin<'o todos em torno daqueles que têm o encargo da
unidade: o Papa e os BiSpOs. 21 A segunda armadilha é a da con·
fusão das Ifnguas: marxistas e nlo marxistas pronunciam freqüen ·
temente as mesmas palavras (paz, libertação, Igreja dos pobres ... ' ,
mas esses voc6bulos não rftobrem sempre as mesmas real idades.
Para uns, a paz é a "tranqüilidade da ordem" (S. Agostinho. S.
Tomás); para outros, é "a lei do mais forte", ou seja, daquele que
tiver conseguido impor suas idéias, mesmo pela força, !em levar
em I::onta a vontade do povo (veja·se o caso de EI Salvador).
Quanto ao amor, o cristão deve participar do amor de Deu5
para com os homens, manifestado em Cristo Jesus. A opçio pelo
amor implk:a a recusa de todos os sistemas que se apresentam em
termos conflitivos. Aludindo às palavras de Hobbes "o homem é
lobo para o homem" e as de Sartra "o inferno sia os outros" o
Cardeal Trujillo observou como o marxismo é uma ideologia de
conflito, que propõe a violência e o 6dio como meiorde salvação.
Ora os sistemas assinalados pelo espfrito de COnflito estio em ra·
dical oposição à Revelação cristl; por isto nlo é Ueito interpretar
a mensagem do Evangelho em chave de conflito.
O caminho da Reconciliaçio nasce precisamente da Revela·
ção do mistério do amor de Deus em Cdsto. Trata-se de uma ali r·
mativa Que, rejeitando a opção pelo conflito " sacralizado" ou
"santificado", leva ~ paz mtd iante o amor. Isto não significa que
fuja da realidade, mas implica realismo oriundo de um reconheci-
mento da verdade sobre o homem, sobre Jesus Cristo e sobre I
Igreja.
O conferencista encerrou sua exposição detendo·se sobre o
sentido da paz crislã: MIa é centrada na verdade e no amor e dis·
tingue·se claramente do irenismo (ou da paz irreal. amorfa, Que
pactua com qualquer propo$ta), . .. irenismo Que carece da $oli·
dez da paz verdadeira, pois não se norteia pr.r definições.
·S. Fecho do Congresso
Cardeal Landãzuri· Ricketts

O Cardeal'arcebispo de Lima, Mons. Landizuri. Ricketts, to·


mou a palavra no encerramento do Congresso. Ap6s enfatizar o
:298
TEOLOGIA DA RECONCILIAÇÃO
"
valor das teses apresentadas, observou : "Este Congresso de CaUlo,
estou certo, contrjbujr~ poderosamente para que as duas pilastras
básicas da Igreja - Reconciliação e Evangelização - se reavivem
nio só no Peru, mas tamb~m em outros parses. Uma Reconcilia-
çio baseada na justiça, no respeito iI pessoa humana e ao direito
dos demais homens, Reconciliação com Deus e com os irmãos a
fim de sustentar uma Nova Evangelização, Se a con.guirmos,
creremos, com a graça do Senhor, ter cumprido a nossa mi.sUo",

• •
Comenta o Pe. Jaime Baertl Gómez, Secretário Geral do
Congresso, ao terminar breve relatÓrio do mesmo:
" Após rer anl/isado a situaçSo da nossa América LlllilMe ui·
ruaçlo do mundo em que vivemos, um mundo e uma sociedade
sulcados pela ruptura, 11 dlsunião soei!/, a via/blcia, B injustiça, a
desconfianç6 de uns em rel#Ç1o 801 ourros, mundo que gtlra ho-
mens e mulheres fech«ios 11m seu próprio egolsmo por falta d~
Amor, nlo nos é IIciro assumir a atitude da indif.re()Ç8 ou de
qUllm nio quer ver, dll quem nlo quer eXfll"C(Jr SttU papel na hist6·
ria e na Igreis, de quem ni'o dllseja ser guardilo do seu irmlo,
porqUII isto incomod•. Tambhn nlo tf /feito actJitsrs'8titude da·
qu~/es que julfPm SJ!r 11 viollnci• • única via !.IcU e eficaz pBr.
uma tran$lormaçio ímport.nte.

A reta posição, " atitude certa hl de 56r 8 de Maria, Mãe da.


Fé. Pedagoga do E'IIlIngelho, que, ICOlh,ndo o Plano de Deus,
lICredítou no poder de conrer;6o da BOI-NoWJ ti permitiu que o
Senhor nllla fiztlsu marllllilhllS. DII~mo, cer fI, crer na forçl do
Cristo, qutI poda cOnv6rter e transformar" (Vida V ; Espirituali-
dad, n93, Enero-abriI1986,p. 119).

Outros Encontros do tipo do que foi apresentado, estio sen-


do preparados. a fim de se dar vulto e eficácia li Nova Ev.angeliza-
ção reconciliadora tio apregoada pelo Santo Padre João Paulo 11.

299
Na Igreja COAtemporlnea :

o Heocatecumenato
Em .Intao: O NeocatecINTWMllto 4 uma irutituiçSo q~ pmporcicxw
.aI '~s ut61kos iI lurizlldos _ otaSiSo de #I ~'unf»rtlm ". 14, pucor'
,..-,do IIJCusivat _r_".s de I'II~K~O ~ dt prlr;Q, Cf'i,tTs. O nofTltl l.mlH. o
c.ar«:UfMnllro qu. " I,r.j• ... r4Ja "plir:.~ «IS pJIfJ60s rnwio$OS de ~,
OI acnmtffltos dlI in.'cillÇSo cr;d'; li c.mín~ riOO. tmI viu. to",., COIIS'
t:iMm • t:JOerellrf'f OI futlJl'Os erinitJl.. O N«J(2tH:tllNn.ro ptOp& rHl MOS
de peraKJO .m s~s ,r,,,.. qUI llium • ministr.' stJlidll fortJMçlo .spiritUIII
_OI m4" stguidom; Il1o tfrmi". com o S_rismo. pois Inttl j4 toi ministndo
(n. rnflnei." .os MOQlr.wmenos, In" fnc.m4e com • sole". l'lno~
du ptOmf18Us do &trismo, O tripl '" rM lormM;60 COIISt. ch h/.",a d.
lHus. da Lftur,ill (ellJt8dlll~nlll di E~ris.ril) e diI ComunitJade.comu'
nhio (lg"j.}, , Cruz de Cristo ,Ioriosa llImINlm tJ muito IIsrimMiB /NIlos CII'
reeUm!'tlor. TIII iflfriruiçio na'" rem que 'IItIf mm H t:omunídllder edlll;';1
rh base: cMWI ~racteriZ'N' por pmtl. fidelidlKk /10 tnB!Jimr/o rR Igrwj, •
h Instiruições da hillrarqui. loctJI (Bispo, ~roco), as PilPN P'lulo VI, J060
P"ulo 11 rim dMlo SUl eprovaçSo • r.1 CÃminho. qw COmftÇoUrlOS .rndOl'l'
tM Mldrid 11m 1964 por ~ do ;OVflm Kiko Argiiello. conIMrtido do."/s,
mo j fi cri,r1; Kiko Itnt~ 'n«tmidMJ. real de iJlllrec.r -a mundo "'!SUit·
tiMIlndfJ • aol fWi~ urdHctJl IIflJltMios. oClUiSo dIJ u~ ttmJld. d. t:0111·
rilnâ. mais prof(1)(/8 do qUI $11.' l'DesçIo crnrS.
• • •

Virias iniciativas tém surgido na Igreja contemporânea a fim


de promove r a cotlvemo dos pecadores e afervorar a vida cristã.
Entre outras, estA o chamado "Neoeatecumenato" ou o "Cami-
nho Neocatecumenal". existente no Brasil a ponto de suscitar o
interesse do público cristão. Em vista disto, passamos a expor o
Que seja tal forma de vida cristã,

1. Neocatecumenato: origem

A rigor, a palavra "Catecumenato" indica o per(odo pre· de


paração dos adultos para o Batismo. perfodo que na Igreja dos
300
NEOCATECUMENATO 13

primeiros séculos era obsel\'ado rigorosamente com instrução (ca-


tequese), jejum, exame das intenções do candidato Iscnrtinium}...
Os antigos procuravam assim fazer que o Batismo fosse recebido
eoniCientemente e dispusesse o neófito a sério e coerente testa·
munho de vida cristã. O catecumenato prolongado e lolene caiu
em desuso quando começou a preponderar o número de batiza-
dos de crianças na Igreja. Ultimemente, porém, o eone(fio do Va-
ticano 11 11962-1965) apregoou a restauração do catecumenato
na sua Constituiçio sobre a S. Liturgia;

"Flnraun-N o C.tecu~MfO dOllldultos di"idido em dillflfASet.,us. .•


de K'DrdD COm o ".~r do Ordinlrlo do lugIlr. Dest. man~J,. o tffllpo do
attK1Jmemno, 8fIMIlCidD fJIIn. convenhHI,,, imtruçSo, p«krá ser unri/;·
CMJo com OI Mff"dos ritos • s~nm ~1fbradof em tlmpas Suc.ssiVDr' (nt?
64),
Independttntemente de tal instituição, jA em vigor para pre-
parar·se o Batismo de adultos, nasceu em 1964 um Movimento
destinado a pessoas j6 batizadas que procuram aprofundar a sua
,. e 8 sua vida cristl, e que tomou o nome de Neocatecumenato.
A origem deste oçorreu entre 0$ favelados de Palomeras AI·
tas nO$, arredores de Madrid (Espanha) em 1964 por obra de um
jovem espanhol chamado Kiko Argijello e de seus companheiros
leigos.
Kiko era ele mesmo um convertido do atefsmo, que d~
brira o Senhor Jesus. como ele dizia:
''Taillflz rillllswis outra imagem , ~;to cU Kiko.,. EIs. por4m. rpM'
MCOI'rtntStu um p6b,. IIOWN11t - o qUf polSi.../~n" M)s CllAou profund.
dw:tIpçIo. lJaaJlpM'~' N60 sou~u qut! lOS convoquri. mu foi. "'am ~
Deus, foi "Iuifo qw Deus ,..lizou na KJ$U comunit!MW. Ouun sou eu? Sou
Mgu#m q . . ,. IMtiu dNm«Jo por C,isto. ambon dMrI~ • infeliz. Os
outros mt MnrI'..m. na nwdiiM M'I qw.u tinh...Iores ou CNO.u aruds_.
fOlSlJ útil. c:ao ~"df'VOIIIfIDt. .. Ao COfltrJrio, SlMI;''''''tnMJo por Cris·
lO gratlR'rament" embtn ~,. i"'I,'. .... {pal,vras pro/trilJa ptY Kiko
no EflCOIItro N.OCIJtecunwaal d. m. 13,01 /1977 f!m ROIrNJ.

o testemunho de vida de Kiko e de seus companheiros lei·


gos entre os pobres da periferia de Madrid tornou·se fermento na
massa; levou aquela gente simpl" a pedir ao grupo que comparti·
Ihava a sua indigência, uma catequese baseada na leitura da Bí-
blia Kiko aceitou a missão; a princ fpio encontrou difietJldades
301
14 " PERGUNTE E RESPONDEREMOS 290/ 1986 H

para se adaptar ao nlve! de pouca cultura de seult ouvintes, mas a


perseverança permitiu Que aos poucos fosse elaborando uma sfn-
tese catequética lúcida e convincente, que deu origem a uma au-
r~ntica comunidade de fiéis, Assim teve surto o que se chamaria
depo is "o Caminho Neocat8cumenal", Associou ·se a Kiko, entre
outras pessoas, uma jovem, Carmen Hernández, diplomada em
Ffsica e em Teologia. Esta, depois de ter trabalhado durante ai ·
gum tempo em Nal8ré. procurava comprometer-se com o Evange.
lho; encontrou o Que procurava, agregando·se a Kiko e seus com ·
panheiros; a palavra inflamada desses arautos parecia reproduzir
as maravilhas de Pentecostes em Palomeras Altas. Diria Kiko:
"Com gUinde ~U'Pl~, fomos tesr.munhas de uma Palav,.,. qu.. fa ,
nndo-s. urM ~m pnr. r60 pobn, mN tio «XJfh«lon, dava or~m, uma
comuni~ de orarSo, .. um. Uturvi. surprundenttJ ,., como ~. r~spot·
t. fk r"mos Irmãos, qw, cheios rt. ~ados, bMdizi.m '" &!nhor, que SII
ret:OreJ"", iNks. Assim num ,.rlodo dfl/ rrfs .1101 vimos '".~ClJr .oJ nossos
olhos um c,mil1ho IM fl1tIÇi(J dII fi, um .. npkI'. d. UU'WIMfl.to, qw ( N-
finva oJOJ poUCM • Igreja, cri,.,. uma comuflhiO f"renw, da .. lUf'r ao
.mor nu,", dimensSo qUf ma,.yjlh,VI todos, PDrqu. ~". di montl 11m ,• •
!IOf' do inimigo 011 ~r". di~nl60 cRI Cruz" ( L. GOmllniti neocatecumfllllli ,
.m Aivim d i Spirit.... lid 2 1915 p- '931,

A vida da pequena comunidade oriunda no meio daquela


gente pobre, em clima de simplicidade e sincero amor fraterno,
tornou·se em breve um sinal que chamou ti fé muitas pessoas in-
crédulas ou, se batizadas, pHSOas afastadas da vida sacramental,
Em conseQuência. alguns vigários, como o de S. Front!s em Za-
mora e o de Cristo Rei em Madrid. impressionados pela experiên-
cia realizada em Palomeras Altas, pediram fi Kiko e seus compa-
nheiros que a fossem repetir na sua par6quia. Apbs atender a tais
convites, observava ,o jovem Uder: "Ficamos surpresos por ver
como naquelas parÓQuias cujo ambiente sociolbgico era diferente
do da favela , tiveram origem, apesar de tudo, comunidades em via
de conversa0 suscitada por uma catequese de dois meses" (ibidl.

Diante dos resultados obtidos, oproprioaTcebispo de Madrid,


Mons. Casimiro Morcino, encorajou o movimento e apresemou'o
a outros vigários; recomendava sempre que qualquer nOlla comu-
nidade catecumenal a ser fundada guardasse a comunhifo com o
respectivo pastor, a fim de não formar um quisto dentro da parO,
Quia.
lO:!
NEOC .... TECUMENATO 15

o progresso de tal iniciativa foi tamanho Que em breve pas-


sou da arquidiocese de Madrid para a de Barcelona e para outras
partes da Espanha, vencendo os inevitmis obsttjculos Que iI novi·
dade despertou num ou noutro lugar.
Quatro anos mais tarde, ou seja, em 1968, o Catecumenato
de Kiko e seus companheiros chegou a Roma, acompanhado de
recomendaçio de Mon$. Morcillo ao Cardeal Vigério de Roma:
os corajosos apóstolos Kiko, Carmen e Pe. F rancesco Cuppini es-
tabeleceram-se no Borghetto Latino, o redutO de pior fama da Cio
d_ Eterna. Sem acolhidos af, espalharam a sua mensagem I o
seu ideal nio só em Roma, más em toda a Itália. Assim tomou
vulto ainda mais definido o carisma daqueles catequistas ltineran·
tlts (sacerdotes e leigos) . A panir de 1972, a difusão se fez em QU.
tros pe(sas da Europa e mesmo da América Latina em atendimen·
to a pedidos de Bispos e sacerdotes. Hoje em dia pode-se dizer
Que o Neocatecumenato eslã presente e atuante em todos os con·
tinentes. Até mesmo em núcleos da Comunhão Anglicana, os ca·
tequistas itinerantes instituiram o Catecumenato ap6s o devido
acordo entre Bispos anglicanos e Bispos católicos.

Pergunta·se agora:
2. Que i propriamente o Neocatacumenato?

o Neocatecumenato é uma instituição que tem por objetivo


levar os cristãos adultos, especialmente os mais afastados, a uma ~
conversão mais profunda; para tanto propõe-lhes um caminho de
diversas etapas, semelhant.s àquelas que a Igreja antiGa propunha
aos adultos Que se preparavam para passar do paganismo à vida
cristã: essas etapas vão familiarizando o "catecúmeno" com i!I Pa·
lavra de Deus, com as fórmulas di!l fé e da oração e com os ritol
sacramentais a fim de Que pOSA abraçar esses dons de Deus com
maili conviççio e eficácia. O çateçumenato na Igreja antiga termi·
nava com a recepção do sacramento do Batismo lao qual, não ra·
ro, se acrescentêNam os da Crisma e da Euca ristia) ; hoje em dia o
Neocatecumenato jti supõe "catecúmenos" batizados; apenas visa
a transmitir-lhes mais profunda consci~ncia do valor e das respon·
sabilidades da vida crinl; termina com a renovação das promessas
do Batismo. Tal é o depoimento de alguém Cjue fez a experiência
neocatecumenal:
303
16 " PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 29011986

"E~ t ivéssn7lOs ,.cHJjdo o &rismo. JHI(lJ muitos de nds e~ u.


inO/MfJnr. na "ida canaet.: nós o tlnhlfY/Of ~qU«idll ou nSo SIIbl.",Of o
q,. e~ , n:lcaç.fo cristl. ("mos milionirios Que vi"iam IV miú,I," (K. A,·
gü,HltJ, 1/ N.oCllrt!ClJlMfNtt>.J.

D~ta forma o Neocatecumenato tenciona " reconstruir a


Igreja no século presente, na hist6ria que estamos ... i....endo.. (Pau·
lo VI). ... a Igreja que, sem destruir o seu passado, volta às fontes
autênticas da sua vitalidade e se renova no intuito de mostrar ao
mundo o Cristo presente em meio aos homens de hoje. A face da
Igreja renovada há de 5e caraCterizar pela vivência do amor e da
unidade.

Assim entendido, o Neocatecumenato não deve ser confun ·


dido com as comunidades eclesiais de base, que têm origem e fi-
nalidades diferentes.
3. As etaplS do Naocatecumenato

o itinerário do NeOÇ8tecumenato pode durar dez anos. Seis


são as suas principais etapas: 1) o anúncio da Boa Nova; 2) o pre-
catecumenato; 3) a passagem ao cateo.uneneto; 4) o catecumena-
to 5). escolha (elKtio ou eletçio) ; 6) a renovação das promessas
do Batismo. Percorramos essas sucessivas. fases.
1) O anúnçio (kerygma' da BOI Nova. Com 8 aquiescência
do Vigirio, o Neocatecumenato é apresentado aos diversos seto-
res de uma paróquia. Os fiéis que o queiram aceitar, passam {li
reunir-se dotavante duas vezes por semana durante dois meses, a
lim de ouvir o anúncio da Boa-Nova. Este proclama a sal...açlo
efetu.da pela Piscoa : Cristo, morrendo e ressuscitando. obteve-
nos 8 graça de morrermos com Ele para o pecado e de ressuscitar-
mos p.ra uma vida nova, que implica comunhão com Deus e com
os irmãos. Este breve parlodo termina com a form.çio de uma
comunidade, pari I qual são eleito$ um coordenador e seus cola·
boradores; o pároco lcompanhafit o grupo com o seu carisma de
pastor. Os catequistas que deram o impulso inicial ti comunidade.
se retham para as su.s sedes.de origem, mantendo de longe o çan-
tato com a comunidade fundada.
21 Precatecumenl"to. A segunda etapa dura aproximadamen-
te dois anos. Os irmios se encontram duas vezes per semana pa-
304
NEOCATECUMENATO 17

ra a reflexão sobre a Palavra de Deus e para preparar a Eucaristia


dominical. As reunli5es são planejadas por equipes de cinco ou
seis pessoas, qUI, juntas, lêem os textos brblicos, os estudam 11' in·
tarpretam a fim de oferecer à comunidade a respectiva mensr
gem, Uma vez por mês, toda a comunidade participa de um dia
de convivência, quando os irmãos compartilham suas experiên·
eias pessoais à h.1<1: 'da Palavra de Deus; cada qual examina e expõe
qual tenha sido o seu comportamento na famrlia, na profiuão, na
sociedade, confrontando<a eom o modelo traçado pelo Evange--
lho, Trat.se de um exercrcio de humildade, em que todos são
convidados a tirar as máscaras a fim de ser plenamente ilumin.
dos pela Palavra de Deus.

T ran$COrridos os dois 8nos respectivos, esta eupa se encerra


com um primeiro escrutfnio de transição para o catecumenato.
Num retiro de tris dias, os candidatos refletem sobre as exigêrr-
cies evan~liCls de "carregar a cruz", "entrar pela porta estreita",
"tudo deixar em prol do Reino", , ,; 6--lhes incutido O valor da
graça de DeuI, que nos vem pelo Batismo e que nos faz membros
da Igreja. Tendo meditado sobre estas verdades, o candidato, que
81 aceita conc,.tamente, exprime diante do Bispo o seu prop6-
sito de responder ao apelo e de entrar no Catecumenato.

3) T,..m~o para o c.tecumenato, Este per(odo dura tem·


~m dois anos e dntnvolve.se sobre o tripé "Palavra de Deus -
liturgia - Comunidade". Cada mês é proposto Ias candidatos
um momento da histbria da salvação: Abraio e OI Patriarcas, Moi· .
sés e o êxodo, a Terra Prometida, o E)((Jjo.. . Tam~m 1\ apl'8$el\-
tado aos catecúmenos o perigo dOf (dolos que escravizam o ho.
mem : o dinheiro, os afetos dl$regraclos, o trabalho apaixonado;
diante das lIduçãet: destes: valores o homem' muitas vezes inca-
paz: de se desviar; por isto o Senhor Jesus Ih. oferece a sua graça,
qUI converte os corações.

Esta etapa termina com um segundo Iscrut(nio de entrada


definitiva no catecumenato. Ouranu um retiro e na presença do
Bispo, o neocatecúmeno renuncia publicamente aos ldolos deste
mundo para faur de Deus o centro da sua vida, consciente de
que "todo aquele que nio renunciar a todos os .UI benl, nIo po.
de ser meu dlsc(pulo" (Lc 14,33).

,."
J8 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 290(1986

4) O Catecumenato. Esta fase dura três anos. O primeiro ano


é dedicado à leitura e ao aprofundamente dos Salmos em pers·
pectiva cristã; encerra·se com a entrega do Saltério como livro de
oração. O wgundo ano é caracterizado pela refle)(Jo sabre o Cre·
do· Apostólico: os catecúmenos procuram vivê-Io e transmiti·lo às
famflias da paróquia; a cerimOnia de entrega do 51mbolo de F6 se
realiza no domingo de Ramos, quando cada cateOÃmeno r",be
das mãos do Bispo uma palma benta como sinal do testemunhe
de Cristo que chega at~ o herofsmo do martírio. O terceiro ane
consta de nova iniciação t oração mediante a entrega do "Pai
No$SO" . coração do Evangelho. Estes tres anos levam em conta
especialmente a famflia e a vida cristã & ser vivida no lar; às crian·
ças é dado participar da aprendizagem e da prltica de oraçJo dos
mais Velhos. consoante o preceito que o OeuteronOmio formula
para as famílias israelitas: "Tu os repetirAs los mandamentos) aos
teus filhos" 10t 6,71.

5) A escolha leleiçlol. Esta penúltima etapa é dll mail exi·


gentes, seja porque comporta catequese sempre mais aprofunda-
da, seja porque requer vida moral ainda mais pura ela parte dOI
catecúmenos. Tais exigineias nlo sobrevêm como algo de artifl·
cial ou forçado; ao contririo, decorrem da preparaçlo de v.êrios
anos que as antecederam. Aqueles a quem Oeus dê a graça de
corresponder devidamente a tais apelos, sio candidatos li escolha
(a palavra " escolha" - electio em latim - no caso lembra I vaca·
ção gratuita que Oaus d irige aos homens; não é a criatura que se
impõe a Deus. mas" Este qUI tam a iniciativa de chamar a cri.·
tura' . A cerimônia di 8tcolha ~Or"nporta a InseriçJo do nome do
catecúmeno no livro da vida lver Lc 10,201; mediante esta lrlscri·
çio, Q cristlo testemUrlha a plena aceltaçio das exiglneia, da vida
cristi, formuladas nll palavras do Senhor Jesul: ~'Sede perfeitos
como VO$$O P.i que eJtj nOI c6us" IMt 5,48). A misslo alta e no·
bre que inwmbe • quem tem o nome no livro da vida, é 8 de ser
cristlo.

6) Renovaçio da. promH18S do Batismo. Os catecOmenos,


no C8$O, j' foram batizados em tempos remotos. Por conseguinte,
o que lhes toca no final do seu itínerArio.' renovar as promessas
do Batismo, que incluem I renúneia a Satanás, às suas pompas e
obras, e a procura de vida inteiramente fiel ao Evangelho. Os que
306
NEOCATECUMENATO 19

chegam a este termo, são erisdios que proclamam Cristo Ressus-


citado como (mico Senhor de suas vidas e sabem que os frutos do
Batismo são dons gratuitos de Deus, apregoados pela Igreja em
todos os tempos e hoje tornados mais presentes. mente dos fiéis
através da praxe catecumenal. A propósito observa Kiko Argüallo:

"Nio I poa(~f contllr todol OI mil.-n de q,. IOmos mrvnunhA·


qu. UMndOMrWn a lU. " di mundfnl r:t.~, rh Idu/ririo,
11 (»I.JOI.J
de furros, rJ. "'ollnda, a!fl/uno, profundo 19O/~mo; os c-i.~ ou
11 f.mflia dMdidn que Cristo reco~s;osjo_ tfMmMiM qw '"n(OIt+
tnr.m o ."tldo th "cU;. comunhlO criMâ Mtre pust(HU de rodll., icM·
dw. de ccndi~1 SlJd.i, • eulrUf8ii muito diftlWl MS. ~ wddiC"la ""sw.;
"H, aincJ. oue,.J coisn rNliziKlu por JflUf qu., l i fosum fIIrrPs unv fKJr
u".., enio qu. o mundo infliro filo butlr;' PI" con~rol fiwwqwlldfte-
ri_.sctftIIr Ih 21.25J" lK. ArprwIfo, 11 Neocatecumeneto, 107).

Examinemo. agora

4. Os fundamentos teológicos do Neocateçumenato

o NeocallCumenato se ergua sobre a base de três grandes va-


Iares do Cristianismo: •

1) A Palavra de Deus. A estl6 atribu(dG o plpel desencadea-


dor e sempre estimulador da caminhada. J: um sacramental que
vai sendo gradualmante aprofundado pelos catecúmenos; estes a
penetram nlo .m atitude intelect\Jllista e fri&. mal em penpecti·
VI sapienelal e orante. A Palavra de Deus 6 uml semente (Mt ~
t 3,19), que eont,," a ....ida 10t 32,47) li germina na hlst6ria pes-
soal e eomunit6ril, eonsolidando I Igreja li produz indo a grande
irvore do Reino de Deus (cf. Me 4,26·34). Essa Palavra, em últi-
ma anAlise, nlo 6 algo, mas Alguhn; é uma Pessoa que fali, é Cri,.
to que nos convida a entrar em aliança com Ele. Os neocatea'nne-
nos sabem que" Palavra entregue llgreja atua com especial eficá-
cia numa comunidade-eomunhlo marcada pela unidade na fé 11
no amor fraterno; por i$to Ihm li meditam a Palavra como Igreja
orante.
2) EUC8rlsd•• No centro da vida comunitjria dos neocate-
cúmenos esU a Eucaristia. A rtdascoberta di Eucaristia como
fonte indispens6vel de vida cristl foi muito incentjvada pelo mo-
307
20 " PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 290/1986

vimento litúrgico que o Concilio do Vaticano 11 confirmou em


tudo o que ele !inha de sadio. Assim as duas mesas sãu assidua·
mente freqüentadas pelo Neocatecumenato: a da Palavra e a do
Corpo do Senhor (cf. Constituição Dei Verbum n9211. E da Eu·
caristia que os catecúmeoos recebem o incentivo para a suamisdo
e é para 11 Eucaristia que tendem a levar todos aqueles que es-
cutam a Palavra de Deus.

3) A Cruz gloriosa. O Neocatecumenato nutre a forte con·


vicção de que 11 Cruz es~ plantada no coraçio do Evangelho; a
ignom!nia do patlbulo iI iluminada pela gl6ria do Cristo Ressus-
citado. Ji que toda a vida de Jesus tendia para a Cruz (cf, Mc
10,32·34, Lc 12,50: Mt 16,23), também o dísclpulo deve seguir
Jelius carregando a SUl cruz (cf. M1 16,2451. Para o catecllrTlfno,
anunciar a salvação é proclamar a cruz gloriosa de Cristo; esta imo
plica renúncia ao egolsmo e la pecado para abrir-se li graça e à
vida que vêm da parte do Ressuscitado, A imagem do Servidor de
Javé que sofre para expiar os pecados do mundo e obter a salva-
ção para todos os homens, paira ante OI olhol do neocateCÚme·
no (cf, Is 42, '-7 ; 49,1·6; 50, 4-9; 52,13·53,12) .

Baseado, pois, nos valo,., da Palavra, da Eucaristia e da


Cruz, o cristão se dispõe a "testemunhar o nascimento de um no-
vo humanismo. no qual o homem se define, em primeiro IU9ar,
por SUl re$ponsabilidade perante os innJos e a história" (Consti-
tuição Gludium et Spes n9551.

A espiritualidade do catecumenato assim alimentada' a ~


conversão cont(nua ou é a de vivência, tio coerente quanto passl·
vel,· da graça do Batismo (que ti inseparável do dom da Eucaris-
tial . Maria ~ considerada como o mode'o desta atitude. pois ela
se colocou ao inteiro dispor do Senhor Deus mediante o teU Fiat;
em decorrência desta entrega, o Esprrlto Santo a recobriu com a
lua sombra e el. trouxe em seu seio o Filho de Oeus para dê·lo ao
mundo inreiro Ccf, Lc 1,28-38). O Neocumenato é tido como um
per(odo em que o Esplrito Santo lamenta a formaçlio do Cristo
em cada cristlo: com efeitc, o Batismo deposita no ne6fito
uma semente de vida nova, principio de "nova criatura'", que h'
de ser desenvolvida pela ação do Esplrito Santo (cf. R m 8,14-16:
2Cor 5,17; GI 4,6; 6.8; CI 3.10; Tt 3,5); Quem t dócil a.ssa açJo
308
NEOCATECUMENATO 21

e se entrega cada vez mais:' vocaçlo cristã, se toma mais e mais


ponador do Cristo em benetrcio seu e de toda a S. Igreja.

6. Concluslo

A inspiração básica do Neocatecumenato é sadia e tem me·


recido I aprovação dos Sumos PooHfices Paulo VI e João Paula
11. Aulm, por exemplo. se exprimia O atual Papa em visita às cc-
munidades neocatecumenais da parbquia de S. Joio Evangelista
em Spl naceto I Rama' :

"€ lwIo tlmblm o nOlftfl: oomuflidM/., ~rtH:UlTIflYil. Pois.,m 110-


"" nos mv. •fWfIur fiOS ",rfaÍmMOI qUI outrofll se pt'f~WJm pMlI o a.
ti#nO durwrre muito r.mpo ou dUlW1tf m.w. afIM, .speci.fmenre Q~. 11.
reIIM. A ,.,uir, .'m ~s. ncebi.m o S.tismo com gnndtJ fuvor,
com {mJf/JIfttR • •ht fL.'OUeMl'torl Romano, 19/20mJl'embro ~ 1979p.
N

'J.
Pode-se dizer que o Neocatecumenato nlo tenciona senão
tomar viva de modo concreto e sistemético a exortação de Paulo
VI formulada aos 5/1 111979:

'~ RMOv.çIo W f~iI segundo o npJlftdido pr~1M proposto " .


/o Conclfio do v. tiano fi "so lJfKh $M, em SUII funcJ.".nr.' osuturll fI!
tamb4m na: SeJa conaetN ttNnif~t.ç6ftJ. OUtn!l coia SVJI'o um. lIutll!tla
oontoWJlo • lhus rJ.ntro du .xiglnciu do nwso r.mpo. O .".1tJ • COIIIIH"
úo (nwunoeittJ, isto I , ; "."it"'o·., ~ filo Wmf/flr. • IN'",.ira PMIIIII". do
E _ _ho, ",. r.mblm. Clmstmlm e insubsriru(l/fI/ t»I,w. dntt. t dftp
,,"n qUI pro'fltlm rodl • "'t.üdH}e ta Igr.jII. A I"..;. • IM(Ontn!l r»nto
nvis ~te i" ftatu m"lonb - isto _, r~to ~n ~,,.nte rNllz• •
SUII mJaSo - qUlNlto tmls ,. con~• .lI Dttus t r6 mlidiMlttl f$tfI.,utocoll·
.,.rúo q,. E/li AI tOlflJl mIIis .fiuz como OH/tro rJ. ctJt'I""rúo dot hOlMftt'
do mlJlJdo 10 CTllIdOf. Rldentor".

Como em todo movimento da Igreja contemporânea, sio


apontados exageros ou abusos no modo de falar ou agir de neoca·
tecÍlrr.-nos. Tais falhas se explicam pela fragilidade humana, mas
não decorrem da mensagem do neocatecumenato. Este tenciona
ser fiel ao magist6rio da Igreja e: contrAria ao seu programa qual·
quer atitude de insubordinação ao Bispo diocesano ou 80 Pároco,
como tambAm qualquer enquisllmento dentro da paróquia. O
neocatlCÚmeno • incitado a alimentar em si o "sentir oom 8
309
22 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 290/1986

igreja", de modo a servir a Esta, fomentanda a SU1!l unidade e co·


munhão, jamais trabalhando em direçio contrAria. Uma vez ter·
minado o longo itinerário, o fiel cat6lico tleve sentiNe compro·
rnetio() com as tarefas pastorais da sua paróquia e da sua diocese;
há de ser ~m membro vivo e atuante da comunidade paroquial e
diocesana, de acordo com 8S palavras de Paulo VI:
"Construir Cf Igmj. I O grvrcW rhvw tM rodos ,,6s, fi4is do nOSlO r~m­
po. .. Construir. I,,.)••m dois ~tldos, • s.bfJr: pritmiro , fW;Onnruir
lfqw/' Ig,,;' di qtal tw::«J«nos uma hMm~ riqu{ui IM. ma tio ntleflJir.·
ih r'- purific.çlo s~Ulldo o esp(rlro do E...*lho • rn resuur,po priltd.
pellMnr. no pllIfIO dos ..,./ore, reI',io$Os, do, qUli, o mundo cid ho~ onl{»r·
rhmdo • ~stitnll, ~mbo~ r.mo pred.~. Em litlgvndo II.I9.r, num unrido
que .. 'fO/r. ~ o fvturo. mIIi, do QUfI pera o fJMIIIH/o : ~t..nos.o dflwr
rh continfRIr, IJM rt. IMO"" com lidelltM~ rndlcio"./... Mlt;g.. construçSo,
fi , . IM ~ fCJITNS tlOMI$ COII~ com.s tlXlglnaM hisrdricu. co"stit~
aon.js" (L'QsaetwI0te. RomIIno, 22101/'976).

Eis por que os fiéis catõlicos podem reconheçer no Neocate·


cumenato um tios frutos da ação do Espírito Santo em nOS5QS
dias, e pedem ao Senhor preseNe tão generosa e benéfica iniciati-
va dos desvios que a debilidâde humana lhe pode inflingir.
A propósito çit.mos:

ZEVINI, GIORGIO, Irdorm~. iSObre Experlincil d. lniciaçio Cris·


ti d. Adulto! na5 Comunidldn Neoc.ucuIM ....I•• • mo' ConeJllum n9 '42.
'97211, pp. 72(208)·8' (21 lI.

IDEM, NflXatecumlRlto, .m: Nuovo Ol:r:ionario di SiNrllu.lid, Ro·


m., Ed. P.u/ln., '979, pp. '056-'013.

IDEM. 11 t.mmino Nloc:alllCUm.nal•. Ill __ rio d i _lurezion. n.11a


f• • 11m: Mo\'lmanti Ecclui.1i ContM'lporaMi. Libnn. Aren.o 5<I/ftiMlo.
Rom. '982,pp- 231 ·261.

310
A I.,..jl doi trh primeiros séculos;

"A Memória do Povo Cristão 11


por Eduardo Hoomaert

Em .Int_: Edu.rdo HoornHn ttmciOlU tncre ...r. hi,r6ri1l d, I~;~


dM tth prif'Miros flkulos • /Mnir dO$ ~ •• rhI u:on1a com as pntrri_
ct. coMçio "T."q;/I. L/~ -. (li qu.l. i".,... E~u 6r;(2 PIfJCkIirtkú
.~ O /lutor /I cultiWlr Vlt(cnn: pobm _ dens. cari~ _ inftitulçlo,;ud/l/I-
mo • helMlúmo. .. O .sqwm," lutll t:M d _ Mal sl.lb/lcen~ /I todo O li-
...-o. o q/A rt60 potJ. dMor de deturpM' os q/Adroc .",.,."t«IoI. Tar.~
nhM • '.tOl que nIo coodi,.", com • prtml_ do .uror ou.sl'o omirldos
ou do ín~t.dtn tmdencioamen,.; 11" mnmo o Apóstolo SIo hula é
sujMto ~ a(tfca tJ. PMU di Hoortu.n (IOr ter ",.~t. c«Jido •
/di;' M'l(;TllrlltllS (eorranfrJ h.r1ric. QU. ,.pudillw o ccn"iv;" CtMi~/). A
fndoI. ""dNIciou ri,. M1 /Jwo Q au llelor dMtlfJaJ. «nbor. MIe,. enmn·
rrwn beIIIs plflna.alw Q t.or" .. ~ IW6Jco dos prltr»iros a /srlos, tftff'-
munMdo fKH'lIsaif'OfH ""rigas, cujos r.J(tos HoonlHlt t,.",crel4'_

• • •
A coleção " Teologia e Libertação" apresentou sua terceira
obra, intitulada " A Memória do Povo Cristio"I, da autoria de
Eduardo Hoornaen; tenciona ser uma história da Igreja dos três •
primeiros -'culos, escrita a partir do povo, de ac::ordo com as dire-
trizes que Inspiram a referida coleção. - Vamos, a seguir, asslna-
,.... Iguns dos traços marcantes do livro, ao que serão acrescenta ·
dos breves coment6rlas.

1. Linha.-mutr•• do livro

1. A história da Igreja dos três primeiros séculos é escrita a


p.nir de premissas predefinidas, das quais a principal é a da lula

I EduInIo H"OfflWrt, A Memóri. do Po.o Cri" . CoJ.po " 7.0/0,;' 11 Li·


bf1tIçio .... Sb;. /. E.fW/lnciJl ,. DeUl ~ Justip. Ed. Vont. P.tr6pclis
'986, '40.2'0 mm, 263 pp. - Por t*rttrmifYÇlo dII Sllnta SI, • IIQulpf 'IIS-
ponsI!MI ,.,. cokçIo J~ "UI r,.bIIlhos /JII" ptJfMf ser mformul«U.

311
24 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 290/ 1986

de dasses: JIltSUS ter' sido um marginalizado contestaUrio (cf_ p_


441. que deu in (cio a um movimento de marginalizados adversá·
rios da sociedade em que viviam:

': _ .Os QUS o Dlreíro ROmMIo chlf1V ~ humildft (~mlliof'lS) em


opos.Jç60 «J$ honestos (hone:uiof'ftJ: os ncr611Os, líbtl'fOS, in(.~s como
glMliMlonn, btnt~riru no circo, rúnprinos, cantOtW, pfOstitutH. mulhHH
• crianps. Entr' ~tft I qw df..emDS procunr os crisdos" (p. 5Ol_

Em vez de alimentar complexo <le inferioridade. os cristãos


descobriram na marginalizaçio social "um plano de Deus de im-
portância soberana e- passaram 8 .Iaborar uma teologia da eleição
e predileção drvinas pelos marginalizados, a grande teolOgia dos
primeiros tempos cristãos" Ip. SOl. Eram as seguintes as linhas
dessa teologia: a predileção pela mulher num mundo machista, a
predileção pela criança nJJm mundo de adultos. a predileçio pelos
operários num mundo de patrões, a predileção pelos doentes num
mundo de 'sadios, a predileção pelo negro num mundo da bran-
cos, a predileção pelos (ndios num mundo invadido pelos brancos,
a predileção pela periferia do sistema no plano da poUtlca inter·
nacionallct. p. 53) .

o intu ito dos discrpulos de Jesus _. os materialmente pobres


- era transformar O I mpério Romano, onde havia autoridade
constiturda e determinado tipo de vida social, Por conseguinte, o
Cristianismo antigo era fonemente politizado:

"Diante d. m/igiosidBdf: tipiCll "lnlHJtt no Implrlo ROfl1MJo, D6l11a


f~r.lmenr. 'U'IN apoIitiz6Çlo It npiriw.liz~, mM r.mb4m nu~
ttlOriaçSo rb IlidJI ~Iigiou. o Oüti."ismo c.u;ou iffll»Cto ~/o ~ ~"'''r
pr.rico, ,..,isr., WMO, voIr.do ".,.. • uansf~o eM s~, tttrrbcn '
tNnn{lIMsoa.iJ muito dist_tadM~'.fU do (J(HNI'(JóIlt{t;(J" (p. 2401_

A famoia "nio era considerada célula da sociedade lum te-


ma clássico das religiões de Estado), mas como fermenlo da uma
nova sociedade" (p. 166).

Os cristãos terão levado vida de comunidades de base, em


que a responsabilidade era de todos; um liame genérico, inspirado
pelo amor e pelos carismas, fazia a união dessas comunidades en-
tre si:
JI2
"A MEMORIA DO POVO CRISTÃO" 25

"As .'/RI',
comunidfdu de baJ6 encontntm nas prlmmm comunic»'
da cri"ir dos tm pri"";n;n s4cu/0I wMJiImOf IUrprH#1tW1rn. h,o ~
nOl i "qw" pocM fH'ce~, nos ."tUl/umos dM cristlos .,wh que pNfici·
pun di u"" comunldMle • I».- • ~". • $Ui lIivlnch com. dos pri.
""'rM crhrIM H (p. 131).

"'Exisrâ ."tn .. comunllbdft de ~ dt:Js primeiros Nmpos Utm cor'


f8SIX)ndIncj" mm:«M por dual anctM(stlms: " (fWlúlncia e o rrato de
ip/,.,.. ip/. No. _ 160-J70, por .Jt~o." bispo M Corinro, Dio-
n(,io, MWiou ."". drJ. di CMtaf • (JMi, di",ras 1,.j6$. un b~mlHIj.,
Atenas. Nk::Jom4dI• • Ciwr.. ~. M.nor. ROIN• .-m l'ImIhum rnrço di autor/·
tariflflQ. rítn{JhitlmMlre ".~ . "i ",., DS ;rmloc ~ IS irmls" ~ fi.
f•• comIMfer., herfsi#. prtJt:U,., " "eomunhSo com Cristo" ."t,. sj 11 fi".'·
",."trr rutJwr, mem()rü crlstl fEvslblo, Hln6rll EcllSi_ica 4,23. '" 1)-
(p. '51).

Os anseios dessas células do Cristianismo antigo eram de or-


dem prética ou vivencial mais do que de ordem doutrin6ria:

"(h docUmMltoI qw o Crlui."i,mo primlti'lO nos'~ n60 delK~


UIN .omb,. de dúvldI: UI C/1.rIo tlllqvffft tlmptJI nio ri",ifi~ .. ."", de
tudo Mh-rlr IIJtJV no ... dourri",. l7IB 1Ii.,., UrM novJt vich" (p. 164)..

Mais:

inr«b .tI'II"
"O Cr;:ri.,ismo nlo pocIe tofICflb.r-SfI como UIm doutrina COfIIervada
d()$lku/OI. mu lim ~ f 011" g#ndcra de mlinçõM.m-
1ft ,.".tlrãs • PMf/r di fit*lidMJI .o ..."to fundldor que I MUI fi • 11M
,nU" • , A Nf'dMItI nIQ IHMIICI, polI, • ninguém, ma I ditiJ por muitos .
/»,. wraclrIMM eM '11th • Pfllos _rfgios do _ro "'11$qutI"." . . .ncon-
rtwn '" (p. ,91/.

Segundo Hoomaen, os antigos cnstaO$ vIviam em comu-


nhio de bens materiais: "comunhio de bens enue todos os cris-
tãos indiscriminadanwnte" (pp. 221 ·223) . "A fraternidade nas
comunidades cristis teria que ter dimensões financeiras. As co-
munidades s6 conllgUiriam ser o in{cio de uma nO'll" sociedade
se nelas _ praticasse a nOV8 lei de que todos participam dos bens
materiais e não apenas das palavras" Cp. 2121 .

2. Todavia esse !'I.lldada carismática e fraternal da Igreja


dos dois primeiros "culos terA começado a desmoronar, segundo
3i3
26 " I'ERGUNTE E RESPONDEREMOS" 290/ 1986

Hoornaert, por efeito de três fatores principais, que terão deterio-


rado a face e o (ntimo do Cristianismo:

1) a influineia do helenismo ou da cultura e da filosofia he-


lenista, ei.Jltivadas especialmente por Clemente (t 215 aproxima-
damente) e Or(genes de Alexandria (t253 ou 254)_ Estes mestres
terio fomentado i formação de dois grupos no corpo social cris-
tão - o dos simples e ignorantes de um lado, e o dos sábios, cul-
tos e iniciados, do outro lado_ Houve então o aburguesamento da
mensagem cristã e a conseqüente manipulação da membrla de Je-
sus, dos profetas, dos apbS1olos do Reino.

210 monaquismo, que tem seu pioneiro em S. Antão (251 -


356), também modificO!J profundamente a realidade da Igreja an-
tiga: eom efeito, pregava a retirada para o deserto ou a vida du-
politizadà como também o celibato: liA imagem eelesial origin.1
mudou consideravelmente com a propagação do modelo monaeal
e a conseqüente acento ação da prAtica celibatária no modo de se
viver Igreja e Cristianismo" (p. 236). - Hoornaert critiCI 510
Paulo por apre~oar a vida celibatllril em lCor 7,25-31; Insinua
que tal posição se identifica com a dos hereges encratiStBl, para
os quais a matéria era má e, por conseguinte, o casamento conde'
nâve llpp. 1675) .

3) A hierarquia di Igreja foi-se estruturando de modo que 8


espontaneidade dos carismas teri desaparecido na Igreja. Tal es-
truturação haverá sido influenciada por correntes filosbficas gre-
cO'romanas: " Acreditamos qufl tanto o fasdnio exercido pelo sis-
tema organizat6rio romano como a influência das idéias plat6ni-
cas e estbicas tiveram um papel relevante na revirélllolta do século
li" (p. 193), Os mestres cari5m6ticos passaram a ser sujeitos. hie-
rarquia clerical (cf. p. 192) .

Exposto o conteudo do livro em termos sint6ticos, propore-


mos algumas considerações a respeito.

2, Refletindo . . _

o livro de Hoornaert tem suas páginas interessantes, espe-


cillmente quando transcreve textos da escritores dos primeiros
3\4
" A MEMÓRIA 00 POVO CRISTÃQ" 27

séculos do Cristianismo IS. Justino. S. Ireneu, Aristides, Atenágo·


ras, Clemente, Or(genes. .. ). pouco conhecidos ao leitor brasilei·
ro. Todavia quem o lê, verifica que se baseia em permanente anH'
tese ou dualismo entre pobres e ricos, carisma e instituição, ju-
da(lmo e helenismo ... Para firmar eue dualismo, o autor omite a
consideração de textos não condizentes com o seu prop6sito ou
interpreta-os tendenciosamente. Para evidenciar isto com a máxi·
ma clareza, seria necess6rio escrever outro livro. Eis. porém. algu.
mas observações a propb$ito da temática :

2.1. Carisma e Instituição

Não se deveria crer que os antigos cristãos vivessem de inspi·


rações carismâticas alheias a uma instituição ou a um regime jurr.
dico. Sejam recordados, entre outros. os seguintes pontos:

Em lCor 5,3·5 e 2Cor 2,&'11, temos ai mais antigas not(o


eias de excomunhão da Igreja: a primeira aplicada a um cristão in·
cestuoso de Corinto; a segunda, a um fiel que h~ia injuriado o
Apbstolo.

Em 1Cor 14, 1·40 São Paulo tem em vista OI fiéis dotados de


carismas na comunidade de Corinto; preferiam o dom das Ifn·
guas, que era, à primeira vista, o mais impressionante. Ora o
Apbstolo censura a estima indisciplinada dos carismas e baixa
normu para o bom uso dos mesmos: "Se alguém julga ser profeta
ou inspirado pelo Esprrito. reconheça, nas coisas que \lOS esere· v

vo, um preceito do Senhor. Todavia, se alguém não o reconhecer.


é que também Deus 1'110 é reconhecido" (lCol 14,37sl.

A estrutura iur(dica da Igreia foi·se desenvolvendo com o


passar dos decênios.. As ep(stol85 pastorais, que são da segunda
metade do século I. i' revelam a hierarquia com diversos minis·
térios e os prenúncios do episcopado monârquico lum só bispo à
frente de presbrteros e diáconos) ; o episcopado monárquico estil
plenamente institu(do na época de S. Inácio de Antioquia It 110
aproximadamente) , cujas cartas nos foram transmitidas..

S. Clemente d. Roma t tcerca de 1021 escreve aos Corrntios:


"Os Apóstolos foram mandados a evangelizar pelo Senhor Jesus

'"
28 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 290/1986

Cristo . Jesus Cristo foi enviado Dor Deus. AS$im Cristo vem de
Deus e os Apóstolos de Cristo... Iam pregando por campos e cio
dades... e estabelecendo os Que eram as prim(cias dentre eles co-
mo bispos e diáconos dos futuros fiéis. depois de prová-l9S no Es·
perito Santo"ln9421 .

No século 11 o Papa S, Vitor 089-1981 excomungou os fiéis


da Asia Menor que queriam seguir SItU calendário prOprio para a
celebração da Páscoa.

Não nos li posslvel alongar a lista de testemunhos que pro-


vam que, desde as suas origens, a Igreja foi regida insthuçional·
mente. Estã claro que a organização jurfdica s6 aos poucos foi ·se
desdobrando; a princfpio as dificuldades de viagem e comunica-
çio criavam obstáculos ao exercfcio de um governo central. De
resto, a caracter(rtica " instituição" na Igreja tem seu fundamento
no prbprio Evangelho, onde Jesus entrega a Pedro as faculdades
necessárin para ligar e desligar lei. Mt 16,16·19), para confirma r
seus irmlos na fé Ilc 22.31sl. para apascentar seu rabanho (cf.
Jo 21.15-171. O colégio dos Apóstolos. por sua vez, recebeu a fa·
culdade de "ligar e de$ligar" (cf . Mt 18,181 _ A autoridade na
Igreja nlo $8 opõe aos carismas; ao contrârio, ela é eXlm:ída em
função do mistério ou do sacramento do Corpo de Criste prolon ·
gado, que o Esprrito Santo vivifica, Há, de resto, verdadeiros e
fa lsos (ilusb,.ios) carismas; entre uns e OUtros é a autoridade da
Igreja que deve julgar, 'a fim de que a doutrina e a obra de Cristo
nio sofram deturpações; ver Constituiçlo Lumen Gentium n~ 12.

Mais: o e)(erc(eio da autoridade dentro e fora da Igreja não


era \/isto pelas primeiras gerações como algo intrinsecamente mau
ou alheio à caridade e aos carismas cristãos: Muito ao contrtrio,
São Paulo se refere à autoridade civil e ao seu pOder coercitivo
em termos muito enfáticos, procurando valorizar o uso justo e
honesto das 'aculdades de governar:

-rodo homem ,. lubnwtl ., ~roridMln constituída. pai, n60 ~


.utoricRw que n«1 ~ rh Dft4• ••, qw ~J(/Jt~m fonm . ,t.Ml«idn por
Deus. De modo qUfl MlUfI~ qlH ~ rtvolt. corm•• autoridMH. op/W-'•• oro
dMn IIIt.,«:19 por Deus. E 0$ qu. ,. tJp6#m .tr.irio $(Jb!w l i. conckM-
çIo. O, QUIt governam incut,m m«fo QUMldo SI! prat;ar o ",./, filo Qu.ndo
316
" A MEMORIA 00 POVO CRISTÃO" 29

stIlu o b.m. Owrn .,,'10 nIo ter m«Jo tJ. . utorldMh7 Pr. tlc. o bfm, . .
I, rw:.bml,loglos, ptJi",. é ;lI$fromMtto d. Deus {JNa "conduzir #o l»m.
s., fIOtfm, ",.tiCMWS O ",.1, ffme, porqu. nio ~ li roa que til. trn ,.".dii
,m I i rlttrumento rW Delll IH'» f,ur jwtip fi punir CIlHm conwte o ",.r
{Rm 73, 7-4J_

Algo de semelhante se I! em 1Pd 2,13s.

2.2. O monaquismo

O monaquismo. com seu programa de fUlla do mundo


(altleamento à polrtica partidária) e celibato, l: auttntico fruto da
pregação evangélica. Confc)rma lCor 7, 25-35, a c.onsciência de
que chegou o Reino de Deus com OI valores definitivos leva os
cristãos I procurar envolver·se o menos poss(vel nas coisas deste
mundo: " os Que usam deste mundo, sejam como se nlo usassem
plenamente" (lCor 7 ,311. Da( a vida Urlf e indivisa desde os pri-
meiros decênios e a retirada para o deserto no .culo 111. Tais ati-
tudes sio muito Ibgieas e c:oerentel com a pregaçlo de Jesus. -
Hoorn .. " critica SiQ Paulo neste ponto... ; critica, porém. em
virtude de p~nc:eitos Ou porque o Apbstolo (que certllment8
tem respeitiv.1 autoridade) não -se enquadra no esquema que o
hirtoribgrafo quer impor à Igreja antiga.

Os primeiros cri'Stlos aram estranhos à vida pública e à socie-


dade civil do Império nio exclusivamente por motivos classistas
ou s6clo-econõmicos, mas principalmente porque estai possuiam
sempre caracter(sticas religiosas; cada famUia tinha seus dii mana
ou penates ou seus deuses dom6sticol, de modo que até as festas
de família eram celebraçool religIosas pagls; isto dificultava a par·
ticipação dos cristilos t8nto nos certames públicos como na con·
vivência doméstica.
2.3. Pobreza, comunhfo dt bms

A comunhio de bens na Igreja era praticada espontaneamen-


te e nio de maneira slstem6tica e cumpulSÓria. Tenh&-S8 em vista
o caso de Ananias e Safil'8: V1Inderam uma propriedade, mas nlo
entregaram aos Apbstolos toda a quantia corrHpondente; foram
então punidos porque " merltiram ao Esp(rito Santo" querendO
.enganar os Apóstolos; Sio Pedro disse expressamente a Ananias
JI7
30 "I'~RGUNTE E RESPONDEREMOS" 290fl'986

que ele podill ter conservado os seus haveres e, se os vendesse, po-


dia ter guardado a quantia respectiva; c:f. At 5.1 ·4. Barnabé ven·
deu seu campo e levou o respectivo preço aos Ap6stolos; este ÇêI '
so deve ter sido excepcional para merecer especial menção Icf. At
4,36sl. e: certo, porém, que cada cristão na comunidade de Jeru·
salém punka seus bens. disposição de todos; cf. At 2.42-47; 4',
32·35; 5.12·16. Sem chegar li praticar a comunhão de bens obri·
gatória, os cristãos posteriores se ajudavam mutuamente; Tertu·
liano (t apbs 220) refere que em Cartago çriaram uma cai)(B co-
mum, fo rmada pelas contribuições mensais que cada um dava es-
pontélnaamente para atender aos mais necessitados (cf. Apologé-
tic039,5-11' .

As primeiras comunidades cristãs parecem ter sido recruta-


das majoritariamente entre os pobres; não, porém, de modo ex·
clusivo. Com efeito; o Ap6stolo São Paulo se dirigiu aos $enhores
de escravos para pedir' lhes benevolência em favor destes :
" rodo ~ftl qUtl (;Ztlf o ~m. reCf!mm o bem do S.nhor, _/a efe.r•
...o, ui- fim. E vós, unhores, faMi o mHt7lO para com IIln (HrV'OJ/, wm
.mu~. ubendo qUft o Sanhor dtlles li 1101$0 esr4 fIOS c4us 11 que Ele MO
f., tlCtlpçlo cU peuoas" fEf 6,&).
A carta a F ilemon recomenda o escravo cristão Onésimo a
seu patrão cristão. a fim de que o trate como irmão; cf. Fm 16.

Em 1Cor 7. 17·24 São Paulo aconselha cada cristão a perma·


necer na condição social em que se achava quando foi chamado 6
fé : "Eras escravo quando foste chamado? Nio te preocupes com
isto. Ao contrârio. ainda quê pudés5éS tornar·te livre. prOC\.HlI an·
tes tírar proveito da tua cond ição de escravo. Pois aquele que era
escravo quandO chamado ,no Senhor, f um liberto do Senhor"
(lCor 7,215. ,

0$ cristãos, durantê muitos "cuias, não puderam pensar em


abolir a escravatura; isto nlo lhes passava pela mente, pois equiva·
leria ao colapso da vida pública. Embora a escravatura seia inC·
qua. ela não lhes parecia tal, como se depnlende das prbprias caro
tas do Novo Teitamento; cf. 1 Pd 2,18; Ef 6.5-8; CI3.22·25; Fm.

o que os Apóstolos pediam. era compreensão e benignidade


para com os escravos.
318
"" MEMORJA DO Povo CRISTÃO" 31

. O. ricos nlo são condenados pelo Apóstolo São Paulo, mas


exortados "a que façam o bem. se enriqueçam com boas obras,
sejam pródigos, capazes de partilhar. Estarão assim acumulando
para si melmos um bele tesouro para o futuro. a fim de obtsrem
• verdadeil'l vida" f 1Tm 6,17-191.

A conversio. ao Cri$1:ianismo, de pessoas de classe social


mais conlprcua ê atestada" j' no primeiro .ulo. Tal foi o caso do
cônsul Flhio Clemante e de SUl esposa Domitila, que, conforme
010 Cassio 167. 14-21. fOl'lm manirizados por causa da f6 sob Do-
miciano "com muitos outros inclim.dos aos costumes judeus".
Quando SIo Paulo esteve detido em Roma de 61 a 63. deve ter
suscitado. converdo de pessoas chegadas ao I mperador, que o
Apbltolo menciona em FI 4,22; muitos cidadios de.josos de
uma filosofia d. vida mais satisfatbria foram entio procurar Paulo 8
abraçaram a f~ cristi. tais como ~mbulo. Pudente e Lino. Que pa-
recem ter pertencido à aristocracia romana (Lino seria posterior-
mente PIPI a minir, o primeiro sucessor de São Pedro). O escri-
tor romano T6cito fala de uma mulher da aristocra<:ia, Pompõnia
Gncina. que em 57. por causa da sua vida austera e de outros in-
d(clol, foi IIcusad.. de "superstiçio estrangeira"; terá sido uma
crlltl?

2.4. HeleniZllçlo e desvio de rota

Nlo se d..... associar o Cristianismo ao patrimbnio cultural


judaico I ponto de opor ao Evangeltlo a cultura helenista. como
18 fosse .ntieristl ou pl'O\Ioeadorl de desvio do Cristianismo.

Na própria S. Escritura encontramos ecos da cultura helenis-


ta; t.ntl.... em vista o livro da Sabedoria, escrito em Alexandria,
nOl t6cu10l1l/1 LC.: recom • conceitos 8 vocábulos da filosofia
grava para exprimir a genurna Revelaçio de Deus. Mais: os escri ·
tos do Novo Testamento supõem. por vezes. categOrias gregas de
penumento, como atestam especialmente as ep(stolas de São
Paulo. o pr610go do quarto Evangelho, a ep(stola de S. Tiago. ..

A filosofia greoa haveria de ser. para os antigos cristlos, o


instrumental oportuno que os ajudaria a ilustrar .s verdades da
J6 (a da 55. Trindade, a da Encarnação do Verbo, a da M.tami·
"9
32 " PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 290/ 19116

dade Divina" .). Sem dúvida. ela pod ia ser utilizada - e. de fato.
foi por vezes - para favorecer heresias. para promovero.intelec·
tualismo, que encontrou no Gnosticismo dos séculos 11/111 uma
de suas expressões mais daninhas. Contudo é ineg6vel que o Cris·
tianismo professa o primado do logol (do pensamento) sobta a
praxis (ação); a doutrina da fé é que deve iluminar o compona-
mento concreto do cristão. e não vice-vem; basta lembrar a infa-
se que São Paulo dá às expressões " palavras da salvação" IAt
13,261. "palavra da fé" (Rm 10,81 . "palavra sadia" (Tt ·2.B) , "pa-
lãvra da verdade" (2Tm 2,151. "palavra de Deus" IEf 6, 17; 1Ts
2, 13; 21m 2.9: Tt 2.5) , "palavra da reconciliação" {2Cor 5,191 .
" palavra da Cruz" (1Cor 1.18) ... Os Apbstolosempennavam·,.
ao máximo pela preservação da mensagem anunciada, de' modo
que $Oria an6tema até mesmo o anjo que anunciasse algo de
contrár.io (cf. GI l,8s) . Ao logos da verdade os ApOslolos opõem
os mythoi (mitos), "ue eles profligam energicamente e qúe ten-
tliam a SI infiltrar nas antigas comunidades (cf. lTm 1,4; 4.7;
2Tm 4,4; Tt 1.14; 2Pd 1,161; São Paulo sacrificou-se durante to-
da a vida para manter puro o Evangelho ameaçado pelas teorias
dos judaizantes. Por conseguinte nio 6 Ucito relativizar o valor. da
doutrina da fé em fa\lor da vivincia honesta e exemplar dos pri-
meiros cristãos. Esta era, de fato. impressIonante, mas como fun-
ção da Palavra previamente apregoada e assimilada.

Vale a pena referir aqui o caso de Sio Justino ocorrido em


pleno século 11, antes de Clemente e Or(genn de Alexandria.
Nascido de famllia pagã em NaplulI (Palestinal. sempre procurou
a \lerdade; por isto freqüentou mestres estóicos, aristotélicos, pio
t.g6ricos e platôn icos, sem, ponm. encontrar _ plena resposta.
Cena vez um anciio em ~fe5Q lhe despertou o interesse pelo No-
vo Testamento e a mensagem cristã. Nesta Justino feconheceu ter
achado "a única filosofia proveitosa"; fez-se entio cristão pelo
Batismo e pelo porte de vida. mas nunca deixou a vocação de fi-
Ibsofo • professor, chegando a fundar uma ascola em Roma. Eís
alguns trechos do d itllogo com o judeu T rifão, em que Justino
narra seu itinerário intelectual e lua conversão :

" Junlno: A fi/mofil ~ derrm um


'*
".ndf #Mm. mui to ",.dtnO MH
olhos Dw$,. q~~. nO! conduz. ~."ta. VrdMMinmMlr. dtJ uno
tos os qw . iam w.. Int.,,,,,,o. .. filtNOfi" T~•• 1M1or 1Mn. ilf?Ol8

320
"A MEMORIA DO POVO CRISTÃO" 3J

o q.- _# liloso/~, e . ,.zlo por qUIIloi dd .os homem. ..

r,lffo: MIs qu. . lilosoli. ' E qu./. '~/ddMlttque pode propord0flM7


SI n«» ,. proit. did% , dilHJ !

Justino: Filoso'~ I cilnc~ do "." COfIhBcinNflro d. vwrcllft. E il$O


mlSmG constitui " fefici dMH, o prlmfo Ih ubedori..

rrifio: E que~ que clwNI fhusl

Mini, ' I. l»U$I Ih eJci,tInci. dos outros .m; ~ .r.


Judlno: AqUIII qUI .",~ I o mnmo , .. compom W ma",.",.
chMno o.us-.

Ap6s mirrar a seqül ncia do di"ogo, conclui Justino:


..,.flltindtJ comIgolMlmo$O~ilSi»I.~domcilo, ~.chMtdo
qUI liam_ únicl fi/owfilugurt f COI1V1nilnr.. ASlim ptlSJO ~i", qw por ~u­
"dftrtI filmoli. (. ~m crisel) t~m IU$OU fiJdsolo. au;".",qUl to,
dos os hoff1M$, t~ do mamo anrusiNmo qui fIU, n60 ,. aplftftSem
dos " "/MmentCM do ~/.,.do,. Sui S ptlf.rru sSo fortu " mmlwis, ~".ze,
de perslRdir os que mtbm davlMJos (o uminho mio; , contudo um IWW
dncenso /}Na os qw. m«Jiram".

Assim como Justino guardou por toda a sua vida o manto


do filósofo, também Tertuliano, advogado famoso que em 195 se
converteu ao Cristianismo, conservou sempre a toga do jurista.

Podemos. pois, dizer que Clemente e Orlgenes de Alexan-


dria nlo deturparam a mens.gem cri.tl, ma5 a aprofundaram e
ilustraram mediante estudo mais sistemitico da mesma. A mensa-
gem evangélica nada tem a recear da parte do estudo; 80 contré·
rio. sb pode ser, por este, mais e mais penetrada para ser mais
amada.

Não flá duvida, muitas outras observações deveriam ser teci·


das a propósito do livro de Hoomaert; neste anigo apenai ' pC)$-
s'vel tenter pôr em relevo o carAter preconceituoso dessa obra,
que por certo atnta a erudiçlo do autor.

Em síntese: o livro da Hoornaert se ressente da um enfOQue


fundamental deficiente, que impede a autêntica reconstituiçlo
32'
]4 "PERCUNTE E RESPONDEREMOS" 290/ 1 ~86

da história do Cristianismo dos três primeiros séculos. Infelizmen-


te a hist6ria é um dos terrenos mais palmilhados pelas ideologias,
que tencionam encontrar nela o respaldo para as suas teses. - Um
panorama mais nrtido e objetivo da mesma tematica nos é ofere-
cido por famosos historiadores como

JEDIN, HUBERT, Man... ' clt Hinoril de 'I llIl<e.II, rol. I, Ed. H.,dtr,
BHC#/OM 1980.
MINERATH, R., L" chrtttens It Ii MoNtI, Ed. J. G~balda, P.,is
1913.
DANIEL-ROPS. A Igre;. dOI Ap6ltolOl e cIct M'ni,.•. - Livr.ri. r.-
\/Me. IMrtins, Porra 1956.

BIHLNE YER-TUECHLE. Hirt6ril d. I..-.;a. 1101. /. - Ed. PlIu/in. s,


Sio P.ulo '964.

ATENÇAO!

A Editorl Slnluírio de APllrecida (5Pt MUi publicando urnlltrie de


mli. de 'Ilnte folheto. de qUllro pAglnu. CIda qual Wfln.I sobre UmI da di-
nominaçõel pmlllUnt.. OUl .obre as seia. ilponesn:. cor..nas. indilnu (MI
l i"" aobtl .. 111"';" a,••lIair.., a MaçoMril. a Ro.-CrUL •• Visem ISAm
I fornteer 10 Srs. Hracos e li populaç:lo em .,.,.1 um instrumlntal que 1ICJa...
raçI SObrl a origem e • doulriNl de cad. qUII d ..... co"..nlas nU,loMs (MI
filot6flclll. - Plelldol à Edllorl Santvlrio, RUI P8,. Cifro Mont.iro 342.
C.iJll Postal 4, 12670 ApHIICicla eSPI. Rlm_ mfnl_ di dN ."empilffl,
Oe1tfio pestoral:

o Fenômeno das Seitas

Em .lntIII: A Slnr. Si, 6Cnílvft de q/Ntro doi #IIS SeaeuriMJos, pu-


blicou .", ,mio p.p. um. uposipio ,..f.,.nt~ MJ (~""f/O d.s Mtn con-
r~porInHs. G documMIro ,mplo ~ ;udicioso. pois nsult. dfl c:oltr.itll di
d«kn (,ir, no mundo int~ro m«Ii.nr. um inqwito. Em su",., o turo nos
diz qUIJ o (Mdnwno du ult.s correspondll ~ sir!U#o df dlurino. PBp/#JIlI·
dd fim qu. se flnt:t:JfIl,.., hotMm de nossos di8!; ffUft,.do, mM9irllJludo,
r,,'OO, busa unv resposr. PIIr. as lUa liPd~ fundlmmY;s,' ~m tais
eircuntrinciar, ~ soluçSo nYis simpIB fJlIIW» IM. "./hor., thfiniriWli' os
#ntl",."tos fi II~I su".,'"' usim li I6giCll dlJ ~do. ~ o qUIJ tJXp/ia li
dodlldldt com qUfl os ho~ de ho~ se deixM1I .Iir:âr 11 .comlmrRr pejos
JftA tldIJ"s "carismlricoJ", M1S qwis pnslllm crhJito incondJcion./. - 1,;,
.tltudH comtitwm gf'Wf .rrwp ".,. OI próprios indivlduoJ fi ~ M f#-
mllla. Mls~• .tnf'M rh tudo, 1»1'1 os CAtólicos um riddfio: os .nzios dt 1'fS'
posr. qw os hotr»ns ih hoil mIInifntlm, W podtJm (Jnoontr.r IJUtlntiu JO'
luçio no EW(tfI8fho, qw Cristo IIntrtgOU j su, S. Igmj& Esr.. porr.nto, •
~mMI. I anenvolvctr um frft»lho Ih ."'''!IfJlizllÇSo (Nis .mpJo 11 QJoroso,
/U;OmpMrhlldo pelo ~stMlunho df vidl dos ,!liis r:at6/iCOST

o dOCUmMta, Mllflado no .rrigo QUfI ,. segue, ~., ffNI6mfno


das J41w fi llpontl diverus pI"M PllSro(.i•• #f" trllh«R ~os cllrip 11 r,l·
lOS de I".;. Cat6liu.

• • •
Muito se tem comentldo I surpretndente difusão de RitlS, que 58 fiZ
sentir niow no Brasil, mas Im diverslS perta do mundo. A Santl SI! ",,,,.se
preocu~ndo com o fito. pois tIIm conseqüinclas v'"_ sobtt • vidl ~
fiéis utólico" Con5Ci,ntn disto. o Secretll'iado pira I Unidlde dos C-i,·
I'os. o Secrltlrildo PIII'II os Nio-Cri5tios, o Secret,riado p arI 0$ Nio-Crtn·
tel • o Conlelho Pontifleio par•• o.Jltura promoveram. em f,vlreiro de
1984, um inquerito JuntO às Conferéncies Episcopais e 10$ ortlnismolsimi·
IIfeI, parI çolher infotmlÇÕa sobre as wlt. ti os novos movimentos nUgio-
SOl de nossa ..,~; na bISe destes dados podariam "~r'_ liMIl de ~
pastOf,1 mlis ,ficazes.

323
36 "PERGUNTE E RESPO,NOEREMOS" 290(1986

Aos 3011011985 ....,iam cheQldo ~ Santa S6 75 respostas, algumas


assu mlnurJosas e ilcompõlnl1adll de f.rta documentação. Tais elementos
ponibilitaraTn a el.bor.ção de um relalõrio, que considera o problema, suas
ClU'1$ e IUM plSlI5 de solução; foi publicado, em nome dos referidos Secre-
tariado," no periódico "L'Ouel'\liltor. Romano", edição franceu de
13105186. pp. s.a Abaixo Vii propollil uma slntese deSSf! importante dI>
cumanto.

1. As seitas: traços Clracterfnicos


Não i fiel! definir o que Mil uma seita no;'. mormente M! se ~a em
conla o nriegado p.norama dllS que Interpelam o povo católico. Embora M-
i.m geralmente proselitistas, Intolerantes e agressivas. MIas notas nio bas·
101m par. urKteriz"'lu, pois sio encontradas também em grupOS de fiéis
pertenCl!ftleS is "andes comunid2dK fcle,l.i,. Por isto O docum.nto propÕe
I seguinte descriçio: sdta é todo grupo religioso que prolam alUI yjsio do
mundo prÕpri.. ~rI"ada doi ensin.mentos ele uma das princi~is religiõe1
do mundo; tlis grupos CÔm ..u comportlmtnto distintivo: 1111\ .m 9frJl lia
a\Jtoritirlos. praticam 58... ro control. mentlt sobre OI WUI mambTos. che-
pndo à I.yagem ctrtlbral; inspiram sentlmentOl de culpa. d. medo, que Coa-
r.ettriram o ambientl di muil01 dI"" eultCK.

Ulteriorrntnlt , pr.ciso dininguir .ntra selus de ori8'm cristi e seitas


derivadas de outras nllgiõe$ ou de um otrto J-.Jmanilmo. Alseiw oriurlClas
do CriltiM'ilmO distinguem-. da Igreja ou dl1 elksica oomunidadru ec.·
. , lIuterlVlilmo. catvjni$mo, anglicanilmo. . .1 pelo f.to de nio ,.-ti admiti-
RIm, além da Slblia, outros livros "rlV,lIdos" ou "profítlcos", como 11 li-
vro di Mbrmon, os IKCrltos d8 EIIen Gould White (.dventlsmol, .. obra "Os
Principias ~ivinos'', di Sun Myung Moon, , ,; tais "revejaçÕff' .Iteram" por
"Im de m.n.ir. noÜ'l1t~ o conteúdo d. Sibila.
2. EKplnd"o
2.1. AmbientH ad.cjuadol

o f.nômeno d. seitas tem-Ie dawnvo"'-ido com rapidel, sendo que


.ntfe 01 jO'llnl .ncon1ril terreno multo receptivo. E,tel nio rlrO sofrer'l"l M·
peci.lment. dos males da sociedade contlmporinea: penlnça a flmCli.s iOl·
tivei$,. dHmembfldl5. desempre90 ou oc:lCKidade llil vezes involuntllri.I,
fUieçlo I minorias 'mieal. . . ; tOfl'llm·.e .ntlo vulnerkeil 10 prOSollitismo
dos novos gl\JpoI. Mas wnbem OI adul1ossio atingidos. u vezes, como obje-
tivo preferencial· de certa seitas; h' mesmo aquellS que meil Ie elastram em
.mbientes di alto nlvel econbmico • cultur.~ inclusive n. Univlr11dadel,
(:jut lhes IeNem di campo f!CUtldo de recrutam.nto. OI pane dos Citôlicol,

):!4
FENOMENO DAS SEITAS 37

a .cSuio ls seitll i fõlcilittdl QUando"" acham ~rrilllmenll dHligllldas d,


Igrei", .m virtude de lil\o1lÇõts ma1rimon~il irngulam ou por causa de diH·
cill1llecioolmlnto com o clero.

2.2. Motivos de lIII~nslo

As pessoas qUI! Idel1m li ,-Itas, nlo costumam tu Inttnç&ts desones-


tas, mas geralmente procur..m "llsfaztlr. uma asplraçiO nl1Ul1I1 dentre as
que, I seguir, Nrio lnumerldas. As seit.. porém. às VIZII lbuum das boa
intençi5n I dos anseios dlS pelsoas Insltisfeit., prometertdo-lhes o que nio
podem cumprir.

As rlJ.~ pelas qulls • seitas se IIlIptndern. são vlrietld.. Al6m de


algumas chl eeriter hltt"'neo. como do interesses econllmicos, preua.s
polltlcas. slmpleli curiosidade• .. , M nKlnldlldes. desejos congênitos Im
todo homem. I que 118umll pessoa julilm n'o poder satisfezer nll Igra'a;
podlm ser reunidoslOb nO\/I titulas principais :

2.2.1. PrGCUn de plfteflÇa (IMIIM., d. COfMInkllCl.)

NI vida modeml mul1as pe$$OfIS sent.m-5I dH.iIrraipdas e 50S. ou por.


que o 5IU lar foi destruido ou porque estio delifocadas em ,..Ieção aos seus
I:oINrntI tradicionais. Dar u~rimtnterem especl.1 necessldlde de celor hu·
mano, comonidacle. fraternidade. SCllidariid.de. Pfoteçio. .briao. ..
Ora .. selbls p""cem oferecer ••nçio, ~oIo. Sl9JrIRÇl. pertUhl,.
OI'ientlÇio [o grupo plns •• m Iugllr do Indiv Iduo).

2.2.2. Procun da rllfllosca

As Iltuações compttxas. confusa de nossos dillllUKltem 110".11\In:-_


.. o dneJo de solllÇõe, sobre o IIIntióod. vidl,. do trat.lho. dolOfrimenlo. do
amor. .. - Diante diste, IIlf1itas parecem ofa,.tef' respostas simples e pron-
tas pari conJunturu complicad.as. Um..I "nov. verdade" P'l'Il)HSOas que mil
conheotm • "velha verdade", diretriz'l bem trllçadas. UInI 11IIologla sincretis-
11. pragmi,lce. prOl/as "sobrenaturais" como profedas, glonolalia, mediu-
nid.de...

2.2.3. "aeu,. di int..,.lidlCle

MuitaS pessoas parecem IOfr.r. duintegraçio de I' mesml• • da'UM


r.lações com o. outros. com I l ua cultur. I o 5IU mlle ambiente•• . Sio p"-
1011 larldas por seus pais. seus mntres ou peta sociedade. .. De.JIm ... ~
mente. restaurlçio. I reconcilieção•• partlcl1»Çio. e cure pslqulce ou "si·
a.
32S
38 "Pt;RGUNTE E RESPONDEREMOS" 2'JfJ/ 1986

Ora aleitas parecem oferecer I Sll'ItÇio. lcon.... rlio interior, I cur. fi·
sicl ou espiritual (especialmente aos qUI sio vhi mis do Ílleool. das droga"
em cel.brlçws litúrgicas Qu~ dão lugar" p.nicipaçio. li esponlaneidade e li
criatividade.

. 2.2.4. Procura de identidllde C::Ul1\111111

bit aspecto se: lig. emeitlWTllnte 10 anterior. Em palses do Terceiro


Mundo muita gente se Mnte alienada porque .. cultura lu'096i. lhe foi "im-
posta" em detrimento d. cu llu l1l tradicional do seu pais. - Ora as $eitas nio
rlIro rHt6U',m o patrimônio religiOSQoC\.lllural tradicione' de um povo; em
su~ orações. pridicas uum linguagem I enllo condizentes com esses ",lo
ret tipiClrnente It!gion~s.
2.2.5. Neee:ssidade d' .... reconhecido, vllatiudo

Todo ..r hum.nO é ptopenso I uirdo ..,onill'Wlto •• firmllr I SUl ict.....


lidade; quer senti,-.. apreciado, e não apenas um numero ou uma ~ça anô-
nima dentro d. mlftl,. Na Igreja Católica e nas cláuicas denominaçÕM do
Protnt... tlsmo, u parbc!uias ou cong~.ç6es, grandes como NO, d ificu ltam
ti .prOJl imaçio de cada p.no.. na lU' Illuaçio indillidull, por plm dOI ele'
rillO~

Ei" porem, que 11 seitas, formlndo pequenos grupos. of.r.cem a CI-


da um d. MlUI membrOI um tratamento peuoal, I oportunidade de desenvol-
ve r seu poteoci.1 prllprio, de pertencer I um grupo da alitl...

2.2.8. ProcllfI da tr.nttandiincl.


Muitos homens experimentam ViVlITM,"!e I necessidade di ultr.p8$pr
o imediato, o mlteri.~ o controlável; procur.m elucidar o sentido IUpI"'mo
d. vidllTlldiante o r.curso M além. Em outra p.wlavrll: tim o HTltido do
min'rio I do miUtriow I a PI'IIOCUpaçio com o futuro 1rwl,fvII. Embor ...·
jam Cllniol, ignoram o que li Igreje tem I dizer. r'I~llo. porque IÓ iPren·
derAm preceitos e proibiç6t1 do Catecismo ou 10 çonhtlctm 0$ aspectO$ lnl'
titueion.11 da Igrtja.
O" • seitas recorrem copiosamenle 11 Blblil ou e livros " reonl.dos"; o
seu discursa' fortelTllnte voltado plra os valorel tl'I,ucend.nllis, enriqueci·
dos por "dons do Esplrito ~nto". Gefllnwnte nfo mostram preocupaçio
eO!'I'I prOblemas sõcio-polltiCOl, m'l vio de cheio ao encontro da sede da
Deus e dOI t-ns definitivO$.
2.2.7. A n _ _ dlde de dlnçlo . . Irilllal

Muitos indivíduos tent!m-U! desorientados I "lo enc:onlr*m quem OI


326
fENQMENO DAS SEITAS 39

OUÇi JllCil"tement.; as famllias, os educadores, os clirigos não tem tempo


para Mel\dlr- Ihh.
As ..i tas ,,"o "pn.rosas" neste pooto: ,apl"esllntun seus prus , MUS
nwntortl ctrismitleot. qUI dts,mptl\ham p81)t1 iMportlt'lte. • ponto
da polulz.r a af.tivldadt dos dkcfpulos; utes nlo só $8 tomam dóClls .m
rtl,ç.Io .01 gul., !MS ~ vew ÇQAQlblm devoçio his1liriCl pln! com o. MUI
chefes. como .. fouem protetas ou Mnd ....

2.2.8. N, _ _ de. ,,1.0


O homrm de MIje: vivendo sob ameaça d, 'Iioleneil I eonflitOl,. sente-
M inquieto em n:laçio lO fUlUrQ. que ,lhe parece muito Incerto. Muitos- çto
dendo ~ dehtino, procurem sin.is de Isperllnçll I 1'8'Ie1aç&s que os Ijvf'lm
d. puplulcbde.

Ore .... itas plm::em of.recer nova visão do homem,. dAlI histbrit a do
mundo. PromtUm .Irl\l~de novI " •• da MY' humanidade.

Est. aspKto SI prende I v"los dos Interiores. As p&Uo. que querem


ptolV,r o futuro, qu,,..m tamblim sentir-se responsflVal5 pelas decisões. t.re-
, . CQl1cernlnteS. lHe futura.
Ore as seitas Mtisflllm • es" II\Mlo. oferecendo miss&s COflÇftltlS •
dewl'lVOMt '1'1'1 'I'\Ior d, hUMlnict.d, " Que asti pua naufrlOlr"', exigindo
total dOlÇic do Indhlfduo li causa proposb ou 11 connrução di um mundo
m.lhor.
Em sln'. .: poct... d iter qu... Mli tas 18 impl.,tllm ad.a '11111: mais por
CW'I. d. forte oonvloçio 111 do c.lor com q ue enunciam UmII ment.aOlm de
....,uçla .. tr8nlClndenul; do 10 encontro dM pnsoas mall Clfentes. onde
n\fl l i echlm. e lhes f.'lm de maneira muito pessoal 111m I'IIIsidlnei-. rua,
pt'1ÇM pÚblicas. .mplos. .. Acompenhlm in.nsamtn. os -.JS .o.ptos.
Ot'Mntlndo-OI 111 tir.ndo-os do IIInon lm.to. Embora proçedam da maneira nio
rllllO f..,tlSlosa e nem sempre honlll5U- encontnm .colhid. da muitOJ e rnu ~
tos qUI, ,,/d. 111 ltoei.dl. delnUm di lado.

Par. III pllar o SUctSSO das MlltaS, ~mOl alnd. levar am conte ..
.uH tfeftieu da ...crutafnento, doutrlnaçio. Donde O novo titulo:

3. Recruumento e doutrina.;t"o
O. pf()OlS$Ol clt l'ecrutllmtnto 111 doutrlna~o nas Mius recorrem Ir.
327
4() " PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 290/ 1986

qÜlnlemente • art. da encenaçio ou d. teltr~lidadlt. Que ~ .JC.r~m ,obre


pessoas ineonlcientn dos objeti'los dftAS tícnlcas; isto eQuiule I cena rM"
nipulaçio dOI indi'llduos inlipirlCle por pro"lililmo f,rrentlu. A titica COmi!-
ça tranqüila. ml$ tende progfflliv,mtntlll exercer controle sobfe as pessoas
mediante um. I.".gem de crinlo, ou mais, on menos Kl ntuad .. Os' Jovens
e l i peiSOIl idos. vim I ser. presa na!. fiei I de Nr ClPtada por 85sel recur·
sos. Tail prootdimlOtO$ dilerem rielic.lmenle dM qUI .Igrej~ .pliel na pre-
~io do Evangalho, pois esla nio Iuprim.. mal antes preeill de constnti·
mento idôneo I responlMI da perte dos ouvin tIS.

Sio " t i l as princip.i. titicas utilizadas pell$ seit.,:

- o candidato vai sendo .Iiel.do sutilmente p.r. participar do grupo;


• princfpio 1'110 sabe preclSilmentt quem li!» os $IUS interlocutor.*';
- tknicas de domlnlo: ref'içiQ lIf.lUill num centro de connnçiíes
101e",", nlmOro Ulirting·fbhinll "bombatd.lo de amor" (Io_bombin,);
- gestos de amil.lde' que constrangem ou tolhem I liberdMia do CIn'
didlto;
- bljuleçio:
- dlnribuiçio de rem6dlos. roupas, dinheiro, am troce ele .desIo 1101
Itm de culto d. ~il.;
- isol.mento: o c.,didAto • privado d. tOdI inforlnlçlo ou de tod.i
influincia di fOrl Ifamili#ei, amigos, Jornais, I"Ivist.. televilio, ridio. , ,I,
qUi poderia prejudiCllr a wimllaçio dos fucltllnUls modelos d. comport.
mente q.... I .... são Incutid05;
- lembrança de ponhl8! c:ompert.lMnto du,.gredo do individuo em
tempos pNHCIos l.. buHl di sexo, drogll. .• 1. per. que o andidato qUlbre o,
lilmn com a lU' vida pregreu•• proponhl inicl.r vidl n0'l8;
- bomblrd.io intelectu.1. Ipr.sentlÇio di clichis ou de frasel curtas
e eloq(i,n1H. OIIfCelmanlO d. c.apecidade de fecioclnlo e de crllica do indl·
vlduo - o qUI provoca mud,"~ ÓII con5Ciincl. ou de pet"SOl"l.lIdede;
- CH rtCrutal lio ocuptdos perm.Mntlmentlem 11"". ' i.m.ls dei-
x.dos 1\ s6s õ sIo exorud05 I .ti",!r cen. u:ahlção espiritual que os tom.
IImpot~ot 11 dispmtos a submtter·. IUlOm.tictmentl ~ ordens rlcebid.;
- enf.tb:eçio d. pnso. do ch"e. Em seitas criltis, • figure de CrIsto
pode Slr empelidecida.m favor d. do fundador. A "te'
preciso tributu in-
condldOl'll1 confilnça..

4, Desafio e Ibord,agem pastoral

4 ,'. Deuflo

Pod.J.I dizer qUI o fltnômeno das $oIIitu' um. das expre"õe, do u ...
do deSU1TNl1\O em qUI SI acha. lOCi.dade contampcrinlL
)28
rJ:::NOMENO DAS SEITAS 41

As b,usc~s mud l nças - ~e:arreudas péla industrialização, a urbinizi-


ção, as mionçÕl!$, o rápido desenvolllimlRto dos meios de comunicação, a
pujança di 1"ooerEi. - deixam muitos indiv lduo5 desorien~, deUlTTei-
gados. inseguros e. por conseguinle, vulnlriveis. Muitos sollem I Crilll di!
Pl"Opria idenlidade Iquem ' o homem nHI. mundane as incertezas do futu·
ro (desemprego. .meaçlS de ~.rra nucle8l", perigos ecológic05. .. I. Muitos 58
interroglm I r,speito d. vtrdM:II e da maneira d, descobri·t., ...• AlSfl,i10
do sentido da vida. ... a proptHilo das domin.;õn IdtolbgiclS • polfti·
eIS. .• Em suma. um grande vazio se lu no interior de muitol homens e Ilé
d, grupos inteirO'-

A frustr8Çio. o d'SfiPero . • 11111 de motiv.ção. de proteçio, I tr.içio,


• dtc:epção•• m.rgina lização. a solidio. .. IUscillm ~ontaneamentt • pro-
e
OJra de luz ou de resposta: em uis circunstincias. o rllCÍoc(nio um tanto
obnubil.ao pelos sentimentos e .fetos. de modo que • solução mais simples
(ou simplôri,) tende a parecer I melhor. I impor·" como sendo. úniC-l'
definitiva soluçio. Multu das penolS que aceitam tal respo$tI,lPrender.m
outror. 8 ~ r conscienlll'mente e nio como joguetes ou oportunistas ,mal;'
v~ mas • durez. d" eircunltAncin em que se ach'lIrn.. deix"ol perp"JlOS '
qUlse inCIPacitadol de raciocinar CDm a dlvid. coerencia.

Til IRgÚsti. do homlm conllmporifleo. se de um I.do revlla a morbi-


e
dez d. sociedld. de hoje, de outro lado sintoma de inconformismo do ser
humano com o .n)(ollllhamanto dos verdadeiros valores: o homem de nossos
dia i doente porQue. apesar dos reve~ solridos. anSl!ia por umil relpasl ':'
par. su.s ind'g.lçÕls trilnscendent.is ou mlstiels- Infelizmente, por'm. c
mcwido mlis por Mn,;~nlOl um t.nto irracion.is do qui p4:lIlbgiCl do seu
rlCioclnio hlifrd. o antiinteleclu.lismo diueminado por correntel e){iste~
à.listas modernas ~m eontrlburdo para o descrédito d. filosofi. e d. r1Izio
I'" predomlnlo, claro ou velado. das emoções e dos afltoel. e ....ndin.·
lectu.lismo filOsbfico que favorece a aaitaçio dai soluções prontas I 1.".
tlSi05lSdl$ "I tal-

A Igre;" como ponldora da mensagem do Evangelho. Hflte-se profu n-


damente interpelada pele) décalio das 58i11l. EII ube que entre Dl fieis ~I~
licos houve e hi deficiências. em pule rlSpOflsíveis pelo mll'esta, do mundo
COfltemporineo. Ma Ela cri que no terouro do Evangelho 51 achlm V.llo~1
ncwos , velnol Icf. ""1 13,621 I apresentar como autenticas respoStls 10 ho-
mem sequioso Im nouo~ dias.

V.jlmos" pai... quais urlam as JinNs p~torai1 que o fenómeno sugt-


ri i Igreia.
319
" PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 1901 1986

4.2, lInhls Plrlorail

4.2.1. O MnlO d, comunidade

Quase todas as reljXHlas iO inquerito lançado peli Sanla st PfKI'am


Umi revido do dstem. de comunidade paroqui.1 lr.dieion.l; aspíram" for-
mação de eomunidadts mail fl'l~m. . m.il adapudas li 'lida de WUI mem-
br01,. ... comunidades animadas por fi viva, amor frallrno. compreensio
mutu,," çapIlO$ de aludar aqueles Que uazem problernlll panicularcs de cag.
mente, de dHempre90. de margin. lizaçio,.•. comunidades que oram e ceie-
br.m tOm um sb corM;:io ,uma sb ilma. ~ri.m as comunidades tel.siais
de b.asI conservldM n. IUi .utenticid_ oritiníria.

4.Z.2. FOflnaçio bjsiCl • formac:io permanente

As resposlls .nfatitam também fortemente. nece"idadt di rllngtli'


uç'o, ClllqUIM p.r. qUlm nio conhtce suficientemente o Credo, • de fOI"'
maç io permanente: ou .tu.liuda par.'quem já o conhece e par. quem o
tr.nsmlte em aul.s. conferéncles, pregações, etc. O próprio clero, portanto,
.fev. passer por esse formaeio ~I'MIMn~. Em t.1 proceuo i S. Escritura hí
de ocupar lugar cenml, sem ql.H! se negligenciam a teologia sistamitla, as
diretrizes do ecumenismo, I espiritualidade, a formação Iscético-mhtiCl. 85
teses da MoreI. , ,

I: preciso ajudar cada indivlooo a tomar canseiincia de que t amido


por um OetJl peao.al dentro de uma hillbria que Ele acomp/lf'lha com sua
Providência. A "v.lh. verdlCle" deve tomer-M, para cada um. I " elevl ve.
de" PIlo fito d, ler .. ,..go_ com vigor juvenil dentro do COOtDto di: l\Ofo
lOS di . . Especial alltnÇio hJi de ler dMfil a. dirntnsio de _periincla. i,t04,
li dncobtrta pnlo. 1d. Ctido PlI. oração I!I pOr uma vidi eomprometidalt..
nMoIe em vku o QUI IICOOtea nos WUPQI carism~ticos. congêneres, quan-
do bem oritn~OII , O zelo pastor.1 nio deve IeVIr em conta apcrI. os ..
pectOl Mpiritu lis. mn também as dimen56es ffsic:as. p$icol6gicas, sociais.
culturais. .conômica, polhicas do ser humlno.

O probltma d. ineullur.çlo ' fund.mental. Tratlt-lIt do enq ... ;tdramen-


la do Ewangelho d.ntro dos moldes das divertas cultures do globo. nia .p.
nas dtntro das do O<:ideelw, Princip.lmenUt as respostas prov.nien~s de
Áfdc. insistiram nMtl IlCigênci .. assim formulad. : "Os afriClnOI qu.rem
~r cristios. Nbs IIws demos. possibilidade de o ur, mas nio lhes d.mot:

330
FENOMENO DAS SEITAS .)

ell. prápria. . . Querem um Criuianismo mais simples, integrado nos divtr-


$0$ ingulos d, ,ida ecodi.., .. nos sofrimentos, nas alegrias. nos .r.balhos.
1'111 aspirações. n05 temores li nas neceuldades dos .africano" . . o, jovl", ,...
«Inhtam nas 'Igrejas independente.' um l utintico filio da trldiçlo religio-
sa .frican . ...

4 .2.5. Orlcio. cullO


Algum. "lPQ$lI' 'SUgerem. rev illo d" fOfmas da liturgia dominiel~
que i ni o ""0 distan te d • .,ida cotidiana dos fiéis. A Pai." . de [)eus hâ di
ser redesc:oberta como ,lemento imponente pM' • comtrução di comunict.
de. A pregIÇio. porUi\to, dw, tlr um cunho fortemenlll blbliCQ; sej. drt ~
dtmenbl prep«.da"io IOmenlll! pelill' reflexi'o,. Mas também pelo tts1emu·
nho da ...Ida da prtQldor: uma equipa di clirigos • leip Incarregueo_ do
digno dt.nrolar d, l.iturgiL A preglÇio, o culto e I oração di comunidade
nio d,."ri8ITI f lQr neeHS. riamente I'Il tritos aos lugares de culto trldlclo-
"".
4.2.6. Partlci~Q • c:DQrdenaçio

Em '111tl d.lnsuficl~nci. numericI dos ministros ordsnados I do5 Rllj·


giOlOf. roquer-M • formaçio de lelllos para que posswn assumir as funçõel
que o Direito lhes reconhece. Osltililos-bem formados, e em comunhiocom
seus pIStom, podem lurcer papel multo proflcuo nill abordagsm d. sei,~
Os presblte rol não se]1m conliderados como funcion'rlOl d. I~J.. mil c0-
mo Irmi os, guia. con.ol.adol'ls I homens da oração. Os Bispos permanlÇim
em contato pastoril com os fiéis e os pmbrter~ pois o minilUrio dos Bi,.
pai 1 dos pnsblteros é mln lsttrio de un idade 1 dI comunhio. qui" deve
~ villvll _ olkol de todos os .fiéis.

5. Concluslo
"Afina' !Na! deVI ser nosn aliwde diante das seitas r', pergunte o do-
cumento.

Pera tal indagação .,nsentl uma r1!spos'ta si !li., que vii, • sevuir, ,.
produzldlllter.ln'I*nr.. :

" Em.."... que rYo podemos . , simplnmenrs irinirm d~nr~ do f.-


n6lMno d., sm t.s. A"./i AlDOI suficientementl ~ ~rwçlo tMll _ i m fh modo
1 ...,r qUl!l ., .titUiNs • os mltados dtI.IgUtMl ckllJs podem dtlsrroir. (»nO-
tV1idMII, dno",."lzlT M f. mlli.. l ' wci~;. SUII'I úourrin n lsmo mui-
to d;'ttntel do ~n$in4"'l'Ito ih (jiSfo I d, '1IlI 19J'&j• . Em nrfOS PMr_ po.
demos Juspeir-r - ou fMSrrtO abMms - qur••",'Iés d6s .rru, esrlO .m

331
"I'cRGUNTE E RESI'ONDEREMOS" 21)0/ 1\1116

iÇlo fo~ ideoJógius e intt:ress~s fCOn6mico ·politicos roralmfnft esc,..


nhos M) ve-rdadtiro Inm '" humMlirRde; utilizilm o 'humano' em viSII ele
desígnio! dnunvnos..

t. Mt%SSIrio informar ti ~uttf" os fitiis, espedafmtmte os io ..ns: I


prtei~ ~t~ ~di, ~ ~iurJI d" pro(;uion~is 1»'11 que coI.borem com lllrilra ti
proreç'o f~/. .. Ar vezt!S ~r~nos Que S8ri~ vilidd t mertlCf1'do'~ de ~s·
timulo a inr,rwnçSo r~dical do ~stMlo dtnuo dll esfer. ele su.r Il tfibuiç6n.

S~Mmm tiílmbtffl, por exPtJfi'ncill. q~ ger.tlmente h4 POUC/l ou rHJ'


nhUf1lll possibilid.de de dialogo com /1$ seitas, e q~ nSo sol71tlnttl e/.s s60
f8ChMJ.s M) diJ/ogo. mIIS podem, ti/Im do mais, tornar·se s~rio obstículo ,
Iduaçio t!cuminiallO$/upres em que ~tum1

Ape$Ilr de tudo, ~ que-rtmos $Ir IMi, i flO$U '1 e aos no$SOS princi·
pios - respeiro tU p8SSN flUrNM, ff1spei to tU liberchde 'tI/il iou, fI fi' ,çSo
do Esp frito. que.~o,"ifIC/pios insondáveispsr, queM CfJfTI{JQ o dnl·
9nlo dtI ,mo, de Deus sobre todll • hunvnidade. sobre Cid. indivIduo, fio-
mem, mu/fw, ou cri~~ - fITo nos pod«f'IDS dar po, utisf.i roslim"feUMn·
te por condenar e comlnJrer /Ir te/ru, por fIi./.s fJOSt.s 10flI cU 1#f111idad8 ou
tlnxotiíldn e por uber q~ os $lU! IMmbros ISo 'tRsprogrlln-..dos' . (tI",lill
sw. O desafio das U!itlls ou dos novos mDvif1lllnlOs religiosos (hVfllStimu"r
nOSl.ll r~o""ção pessoIIl em prol r» mII!s e{i Cllz 1IçM:J /»Sloriíll.

E1t6 thu(i~ deVfl t.mbtim dntlnllOJ~r rm nós e em nOSSlls comunidll·


dts O ,splrito dI Cristo {reM" as Sfi(~s: esfOfÇdronO$·emos por tompl"Nnd6r
o pontO flm qw se Khlm fIl. sempre qw poulre/. ir.Jhn 110 encontro no
llmor ~ Cristo.

H,vemos tH IIliment.r nt. s ob;erivos, confillndo rY vt!,d.rif ensinadll


por Cristo, com amor 11 todos os Ifomens e 11 todas IIS muJhflrfls. N60 pod#-
ITIM chix.r qut/ as pr,oculȂf5es .$U$dt.cUs (1f!JIIS .siIira.s dim;nUllm nouo ulo
".10 verrhdt!iro ecumenismo flntftl os cristios"o

Após ui. conclusio, o documento IIPreSenla, 111 guia de Apêndice, a


mensagem do ültimo Slnado dos BisllOS atinente ao aSSunto.
6, Convite do Sínodo dos Bispos de 1985

o Relalório fin,1 do S~noclo regillrou o rellV iv'mento do sentido do


sagrado, a ponto que tN.Iim pessoal plocuram nas ~itas respostas par, o
rnflmo (11 A..ll. A Igreja r muitas vezes vista simplesme nt. como il'lililuiçio
lurldiça.

J.l::!
FENOMENO DAS SEITAS 45

Para Ir ao encontro de tais anseios. o S/nodo Quis Ilmbrar qu,a Igrej.


li um mil~rio 111 A; cf. 3. 1.61. comunhio II1 B; d. 4.1, 4.61. Todos OI cril'
1101 sio chamados' santidade, isto é, a tonvtrsâo do ÇOraçio li ~ participa'
çJo na vida trln/tiria de o.UI (lI A.4; cf. 3 .1.1, 3.1. 51. A Igreja. Mndo co-
munhlo, deve lomlr p.retptlvel • particlpaçio e a COf'rnponsabilid.de dos
leU, fi'is 111 C 6; cf. 4.4,3.1.91. Quanto' inculturaçio, "a Igreia C,tólica
nadil reoun do que fi verdadliro li nnto nlS religiões 1'110 crinãl. .. Os catb-
licos devem reconhteer. pres.rvu e luer progredir OI v.lores espirltuail,
mor.1 • sbcic>cultur.is que oelas se encontnm" ( 11 0,51. $obre a justiça no
mundo, li-se : "A Igrlja deVI denunciar da mCMSo profftk:o loda forme de
pobreza. opreslão, defender e promover em toda parti OI direitos funda·
mentais e inali.n.....is diI plS$08 humana" (11 O. 6; cf. 3.21.

o Slnado quis outrottim reconvndat a formaçio espiritual dos 'iiís


I11 A. 5; cf. 3. 1. 7, 4. 21, a ew.ngelillÇÍO e a caleqUMI lin.miticas. acomp.1-
nhadas do tHtemunho da witSa (11 Ba, 2; cf. 3. 1.8, 3.1,31, a pIorticiplA;lo n.
Liturgia (11 8,6; 3.1.9, 4.5), o dllllogo eRlrl I» crlulos (Ite, 71. .. diversas
forma de I'ipiritualidlOt vlgtntn nil IgAj. d. hoje (11 A.4; d. 3.1.71-. de
modo especial. o rewrso ~ Pa..... ra de Oe\ls. norma d i vld. dos fiéil C11 Ba 1
e 21.

• • •
o óocumenlo da Santa 56 .té ..u! apffllntado faz eco a qu.-.to pas-
tor15. fI.is !elVOS cltó!icos d!sseram recentemente sobre • ifwasão du .. Itn.
E.te fenômeno tem seus "PIctos preocupantes. :sem dúvidl; ma h' de Itr
conlldendo, antel do mlil, como uma interpelação qut o hOl1\lm de hoje,
mlltntado pela hinbria contemporha. dirilJ8 I O'UI; inconformado com
O m."ritlismo I a desagregaçio dos vllom tradicionais, lle procurl rtcUJ)II'-
,"Ios; procura. porim. de maneirl mais lmotivl do que ptCl)tilmente racio-
nl l Em conseqUincia. compete aos fi.il eatólicos ",",lIntar mais n/tlda e
brilhante « ) mundo I menugem do ~anGtlho entregue por Cristo ~ Igr....
Plfl que o homlm desatinado de nouos dias posu erlCOntrlr aI I Relposu
que, sem lIber definir, .11 ndi procurando- Com efeito, _ api,1ÇÔeI mais
"nulnel do wr humeno só podem ser pllnamen.. saciada pela conversio a
Crino, ... conv8r.io que nio deve ter em seu fl'lor nenflum artiflclo te.t,.,l,
mlS unkamen. o próprio fulgor da verdadl. Foi a vlrdad8 como til que,
pers.guid. pelo Impirio Romana até 313, conseguiu atrair o mundo Plllio
I Cllsto. Ser. el. que, devid.m.nt. lIultradapela PlI.vra e pclla vld. dOI "'11,
consol,,' e raer9Ulr' o homem CORtempo,lneO abalido e Inquieto.

333
Notícill1 de fonte limpa:

E O caso do padre Falcão?

Em abril pp., foi ordtnado sacerdot! o Pe. Jmi Clbta l Falcão, homem
cuado que outrorl dehtou I famm .. O caso, difundido pelos meios de co-
municaçJo soclll. suscitou interroo-ç6es no 'Jnlnde publfco. EI~mOl,
portlntO, lO Sr. Bispo de NRSr! da Meti. QUI Of"denou o Pe. Fslelo, a fjm
de pedir· lhe informaçÕet soIm: o QC(I;.ndo. Muito gentilment« o Sr. Bispo
rtspondtu·nOI nos termn 5agUintes:

OIrlaimo Dom Esrevio 8et~court:


hx!

fflC«Ji tUIl dltrint. Qrta•• qut logo mpondo. InicIlIIlTH1f1t•• o proc.s·


to de OrdctYçEo do Pc. JosI C.bnl F.feSo concntizou," .tnm th um lOIt·

(/1# cH_ri.
10 caminho .ntre • conwnSo • • Ord.fNÇIo. ConvenirJo. ef. tmtrou nume
e venerou {)ttrIitlnda . 1, no Rio d. hnt!iro, ulI(lo M»tnpM1h,..
do tl$pirit/MJ".nr. por Dom Jo6o d'Ávi/a fltftJnirll Lim.. com .uisrlncle de
A~ &n.fic:ente Comunidll.:k SIo Jo6o Clis6$romo. Em·s.guida. faz
os estudos ,. ~ TeoIogie nO Most.iro tk SMJ Santo. Ofinde, Pt. ~
Jlll"ltI 1#4 tempo {k mudos. f'N/izou .m "'fÓql!Jn de Dion dtl NlJZllrI.

_.
fIOS !inlllS de umeM, um "Ii,i#nte r,./»llIo pllStoral . bise cU OflÇlo • AcJo.
nçSo .a Smtra imo s.aamanto (mMli(aundtHtt 110 ",.smo t~po gra"*
dellOro ti.II &",rrni mil Vi~mJ, o que ".,miriu eos hdras am cu/n f»r6quin
ale ,J(ffCfIU os ministérios. erl o DIKOfIlIto, drswm tot., ~io ,. sua Orrh-

Um MKI enres cU conclusSo do ClIt$O teOlógico. Mt2minltei . Santa Sl


o pedfdo de dispenSll do imp«Jimtnro lipmll'lil, contor",. ,ez.
o Cinon
1042. A SIm. SI Instou !tO IfIfItldo da qUI 101# r:~~. fi vre. ~fin'tf~ e
disposlçS(J do cendirJ.rQ da ._mir D ~Iit.to, bani ClOmo. lW1únO. fivrw,
apondna de tnpOSI 10 di,..iro do dMJJto COIIjugsl. rllmWm os filhos, qUI
li fttlo ttdfJt:ldol. 'ndepMderl"t" aconomit;.lnwnt", t:Ont:O~m com . da-
, /110 do'''do ,etl ~z.m por SUl tid,lidMJtJ. Com o Mt2minhmwnto dos
docum«ltOl lJfigldos j»I. Sent. 54 .Ilnexedo o t»reCIr r»
"guns hdm,

334
o CASO DO PADRE FALCÃO 41

Bispos que o conh«l.", df Pfr(o. blm .uim o ~r«Jjcto do Cln.lho d.


ProfftSOl'H eM EICC1I. 1.016"", roQw ff(;O(Jh«»ndo, no c.o, COfJWlfIIo,
~ "P4fiçSo eM hi,t6~ de s.r.JIo • Agostinho, o SANTO PADRE
Ilto I :
KOIIwu bM/gMINnt. minhe $O'lcit~o, ptlrmlti"do qlW JosI Olxel Fel·
elo ~.r orcIHIIdo Dikono. hdre.

0bservIçI0: - o ClQ".nto do F./cSo filo foi nulo, m#, dilPln~o o


impedlmtmto "Iiglminls", t~ condiç60 de RI' M1m1tido .a s.t::.rd6do. i
PI'ICiIo friur o compromisso dele • tU apor. de assumirem o attdo cellbf,·
drio. Fe/r;60 foi o primeiro oofMm uado no Bnui/e,., onJ.nedo 6/#CIHdo.
te, mD nSo o (Nimei ro". hist6ri. eM I,,..~. ~ 11 ugunrJo". ArrWrice LetiM,
potqUlUlto o primeiro orrhnMJo s.cudote (oi FeusfO &rrip Orrlz, tN 62
~, • pM rh ms fI1hos. SUII Orden.çSo s.t:srdoral ffJlllzou-u no di. 25 dtI
nowtrnbro de 19lH. II' caf«1~1 ~ dcMrM ~ Los T«lIM, /li V~.ruell. A
~ de Oniz, dona L«NKI,. Cher:on,."1I$ sei, filhos nt;Wlrfm prnenm.

A tIpfJ8 rM F«do. "remOU, comIdtrtllJdo que ' 'KmtlOfU um io'U'


dedfi ro ml" ' " .... que - " c.bnIl WfCfHlffOU o mtJIhor ClNrlinlro que podM.
rw o PIi rW tJJflUS filhoI'~ AQWlQMtou .1.; - ". " dt ~,.,. mim"";, um
filho ••u IOU ,.,. .,111""'''. Co"rr. eul qUI ele tMcJ.,.. mer dispcnra.,
logo que,. t2SIIr o filho que llinde mo,. com .Ie, ."cI.IAU"f'UI na vide con-
t.mp/ZtlWl.

DtJm MMluef Lirboi de Oliwln


8 flpo DioCftMfo dt Nenri.

Agredlc:emm cordialmenc. ao Sr. Bitpo OI·"aIiOlosesclaraclmtnlOl.

• • • Erthio 8en,ncourt O. 5. a.

livros em Estante
A caminho do Re ino.. por ~rit. PII. HJJppwttJf. T~uçIo d. N.-
dyrde s.JIe6l'enrNdo. - Ed. LoyoIe, $lo P.ulo '37K206 mm. 164 pp.
E,. livro e~" " ",."..,.", • e doutrine apirltwf di Sn. ,..,..
gUlriu Ph. Hoppenot, ~, ·qUl fundou no lfIO de '940 o Mtwit'Nf'lto
S6ft rs.iIM) Im Plríl. T,..,." d. um mort'mento de 1.;,-01, cu;' divia ~
' -s." Anvr. Servir _ Unir"; desri".,. ~ Nvar • conlCilna. do qu. I .. r
Igt'ljl no:
mundo d. hoje, trIJI qUfl muitoJ ClItóflcos SI senmm oonfusru ou tf·
bku por ClIt.U de fzla dllomJeÇIo _ pnccmceJtos. A ~m di funcJII..
dorIlluurirle rb nwh puta fonu dlI uplritu.lidllde di Ignje • tlXprl",....
~Iricemllnt. na lfI(IUintft".llI_ dlI Sra Hoppenot:
"O MovimMto Sei.,. n60 UI dni"r.rnu nem di JUltip no mundo,
nlIm doi ~ 11M ~fses .", dftMvolvimento, MfTI d. M(Ortnll de.

'"
48 "rERGUNTE E RESI'ONOEREMOS" ~ilOllCJl:Sh

rrUrUf.s. MI1I do tn41·~tar awal da Igr!;a. Pelo conrr;j/Í'l, d oillnrt: da univtr-


1~#t9d~. dlI di~nsSo deuer problemas qut Seiva adquiriu, conllicçio fk
qw , IIHI uus. ini c;'! ~ o homem, 11 qwJidade do ho~m, este homem cuill
elfOluç;o rspiri'U81, isfO I, pltmmente humana, nifo U1,uiu /I .vof~ do
progresso técnico I: ci(ffltmoo e. por esta fUão. nio t ma;: c.1Pi1Z de dom;".,
o mundo. Mm de ori#t'lIÂ-/() para d loa w,d~;," finalidade. t pcr isto qlJ#
Slin nlo ~ um movimtnro de ieMiu, nYf de 4Iç.io. Ele gera" ação inrerrrJ'
glndo /KllJWi~mMte o instrumento ela açio. " homem ou o coraçlo do h0-
mem, cn.mMJo li mvcúr o mlJfldo'" (pp. 18sl.
O A40lli~ro ;4 loi impl.,-,rfi1o no BflUi/. Ufre,io~ inforrrYÇÕft po-
"do ,., soIidtMhs. Sr.. Sy/vi. 80r1» Leirede MOr.Jn. Rw Ritll .kH~ de
$Duze rP. 126, 04601 Sio Pau/" 15P); 10M: 24(J.3610. Os filis cat6licof fim '
rem ho~. ~;s do que nunca., ".~ssidildt de se agrlJpar e irtNnlf. /I fim de
esrud.Jrmr jlNlfOI. sw fi t.s 'Kiginc;;1S da (Msma no mundo IItw/,
Am.r I Ser Amado, Comuniu~o no Amor, por P/e"e ~il, - Ed,
VORS, P!rrópolis, 'lIo ~içio 1984, 135x2'Omm. 165pp-
O IlUror estuda'" dille($IJS formu de comunicaç$oilmorosa: ;J genital, 11
DIIsual, a rnnsferenN/, I moriIReioMl, I procriadora, ,cosf(J~;r.," poso
US$ill& o Desaew. !lid. pslquiCII e o comportamento UKIHII do homtJm"

di mulh",. com CtI,to 'mNumento cittntifico, mls sem filosofia ou sem n '
ul:J tR VII/Ores. No rOC/lnte ~ doutrim atóliCi1, é falho qUilfldo diz que "o
.ro NKIJ4I é toII#d,mo pel. ra/igiia crisrã como pectJdo sempre que disso·
a.do da intençJo de ter filhos. Isto expliC1J qUI! ;J Igreja proiba rodos os
meios II1tlcorw.pcioml$ mtlclniCO$ ou qufm;cos" (p. 74), Na ",rdada, Slfw.
mOI qlHl iI Morill C.tó/ic. Mimire relaçiJes seKwis durimte o Plrfodo .stlril
da mui"', por Plrt. de ciI,.,is que filo queiram ter filhos; tilis ,./ICÕeS ~
f.rem ou nSo contrariam . fIiIlUfWza, po is tn(a ~sma se faz est~ril no ~rioo
do .ssi,.,./Ido.
O livro r.m o estilo d. di!IfJ/~io, rt!digido em incisos curtos e de fleil
laltuf1ll, ilU$t"do por desenhos. InftlllmMre, pcdm, nlo pret:nch • • tI,,..fa
dw COf.tJorlV fY ~ucaç:io seltUlI c/o$ fritam: com .feiro, instrUÇio HlflRl
.wm .",CWlr~ de .SC/lUt dtt tRloff1S I inoompletiJ; filo .tinge O ~ hJ de
r7N/I tlpico fIiI ~ hum.l"., , SI~r: IIllSpirlJÇi'o iJ ter um idul de vida 10'
lidlm#flt. eltrutUf'do. Esre idnJ ~NiQin sempre nforço. lIutodomlnio. fil o
núncie di perte do ~r hum.lno, poil " 1JmM filo ~ qUflfllr o outro constru fdo,
mN l querer con.tfl.lir o outro "; ora nSo hI re(erinc:ia' tiJl iJlf»cto diI te"yo
fiQ no Ij~ro em (oco; dif'oUoÍll que o crir~,io cU vidil w1Cwl ti o p r.ler" ..
• tI o pnzer rk ' ·voItarmOJ. lfidll infra'urerinll r AlIida "",ri""', nó" MiJml·
f(lf()S, qllfl ilnti/llm.m . ÚiJmos ~ixes e lIillllll1lO$ em rmio rTlIrlrimo", se'
,undo • tftXia de F"."ui. QUI! P. Weil cira com ~rta sim".rill Ar pp. 26,28.
As pfi$0I$ in teruud4lem obI, ,.".il IImp!iI e profunclil, podeose rtCf),
~rn:J.r Q lillro de JoIo MohaniJ: "A VidiJ ~)CUilI do. Solt eifo. e CasNJos"',
Ed. Globo, RUI Sarpnto Sfllfio fi, O Rio
de.hn.iro (RJ). ~ o' HjI/) : _ " flS E. B.
J.1{1 -:Q,''t·.. UI '0 ' - i
I 'J\,<;.,.-; ~I':" II
P... Cu"os dt Teolo9i .. :
RIQUEZAS DA MENSAGEM CRISTA 12.. m l. 110( Dom O.ilo fOlch OomeJ
O.S. B. (,..lH::ido. 2/ 12/831. T_1ogo eonaitu,.Go, .u,.... dII ..m Inllclo
«ImplllO d .. Ttoltl/lia 0OONIIc:t, COl!llnUlndo O Ctedo do Povo ele 0,1.It,
P'omulgloóo .,.kl P'IN Plt\.tlo VI . Um .....lM:lo volu,... ,.,00 II~ I;>nt...lI .. de
.. _ EdIç6es. . . . . ••• •. . • . . . . . • . C1;S '3.80
:1 O MISTtRIO 00 orus VIVO. P. Pllloort O.P.O .ulOlloi IWtmll\ldOtcM O. Ci .
,UO PIta, c:onqullUl da l6u... de Douto, em Teologi41 no IntlllulO Polllillcl o
S.nIO Tom" di Aqu;no .. m RolI'\I. P..... P,ofeuo,lI. Alullo, di TlOIogII, .
um Tr.tuloo d. uo.v. Uno .. Trklo", d. oritnuçlo lomb, ... d .. lndol. dicü ·
liCl, 230 p . _ . • . . • . . . • • • . • C,137,OO,
3 ENCONTRO COM A 8fBLlA. P" Loui, Monloubou I Ir. Ogminlqut 8ourllou,
1980. POIIIOl de "",'neI. ID" um, primei.. I,itu.. d, 8lblil.
191101ume. ""I\tO T.. ' ..... nIO, 130 I)tgl.• , CaS '0.40
29Y01uml. Now Tm,manIO, 11)11 P'gI . •. , , '0,40 c.r:,
• GUIA DE LEITURA .'RLlCA. toda • ElaiIU", nato SIolmm e E. .lho • .
Por Dom E'IMo h"encoun. 058 . • , . . . . • . .•. . •• CZS 5.80
5 OIÃoLOGO ECUMINICO - T_IIcoII.. _ •• idol. po,OomElth'oBtIUnCOlltI.
Em qllinll ctpllulOl o Autor c:on,ide.' OI priJlci~i, ponto ..... dMlln COIII'O>
ver,b .nlft calólicos I 11'01011111'". ,,,roeu.. rnost .., que I diJeunlo na pI ••
no ItoI6glçO perdtu mullo, di 'ui •• do di tar, poI, nIo "f() ..... . . """lObA
pa' __ do que lob., conmilOl ou prOpOl~ - . • • . • • e:r:S 33.00.
ICap. 1. O Clt'JOgO blblico. 2. Som.II.1 • EI.e,I.ur,? l . SofTlln!1 I , • . NJo
.1 Obr.tS1 4. O P,ltr\ldo de Ptdro. 5. E\lC.llril1l.: Sacrillclo o S' C•• nwtnIO. 6. A
confi"ro dOi PlCldos. 1. O pU,..lbo'io. 8. Allndulitncl... 9. MIIi .. Vi.pm,
Mit. 10. JetUl I..... l .mlOI~ 11. O ewlto dOI Sonlo$. 12. AI i"'lIOIIlIl 5"',.1.
13. Alterlndo o Dec6l00o? 14. S6b.do ou DomIngo? 15. 0$0 tApo. 13,18!. E",
p'epi'ado ""'" IdiçJ'o c:om . a _imo d. 2 noVOI ClPrlulol.
, GREGO .f8L ICO, I raborldo _ ....... Monj. 8eMdil;t\i do Mo,,,I... di N.S.dll
°
ç'lÇII, Selo Hori:r:ont,. A Ch . ... lNIt'I q ...... "'",j.. Iff Novo Te.ltm..uo n.
IIIIII'IA original. O 1I1W9O. Por iUO • Aulora empQp ovotlbu",io Que me" in·
llresu ;mediM....ntl, ino t. o ... Novo TIII_MO • • " veM' Ilmbfm o d4)1
$""01 Padr... Esai.. m.JtnUlI . IrnPt'uo ,no olhei. 2'20 !No''''I. Preco '" cuuo
Clt 50.00
, OUADROS MURAIS •• Itbortdo f)O. O. Hildeb.,ndo P. MIItiM 0 .5 .8. "OflNtO
75.541.
1. Et"ulu'. di Saoli 1.1,,,•.
2. O Ano Lilurgõco: " 'Wl'ÇI d, Cri'lo 110 limpo.
De IiII1f1de utilidadl par. lulas cs. Liluflilit, P'"
Comuni!;fl<ltl rtllilolll. Gru ·
IlOl j)al:tO,til. Ncwlcl&dOl, Slmi~,i01. Co ltglOl. Equip&l eM Lllurgi, I de
MECE CIS 20.00 OId ..

"L!TUf!;GIA E VIDA"

A A' ''',II bimatnl Que D. Joio EVln911illQ EIIOul 0$8 pUl)liÇt, sem Intl"upç:i"o,
"" 33 - . diwlvando co ..... nl6<iol • "Iigol 1Gb.. quenÔII ~ioio_ , ......, d. lor'; ..
di IlIIe_ ...II.
fitl 'linhl da Igreil e do ltu Mlgill trio, o rieM' c:om ...... IIlÇl lodol aqUI'" qUI
dI .. j,,,,
_IN'""- OI prOtlI.m.. da .tUlllo:t.dt I "a,~r' lUi";do de c....l>Icirnl-nto.
do q-u. \oi", ocornndo n, !g,.j, pbl-«N'lOIi.,..
Sue I.l\lf' c:on,lilut 1NI10f llIfiQutcimenlo culturl'l litigioso. <NelI. por
w lglo-t. no cirCUlO di ..... ,mlfOO ..,ludlotQ•.
',w
d i·

A.. ln'lU" Inuitlem 1986 ••• , .. , .. • . .•• .•.

EICI_ PII'. "LITURGIA E VIDA " tCah'lI POlia! 2666 - 2000' Rio di J.nti.o
RJI.
EOIÇOES "LUMEN CHRISTI"
Rua Dom Gerardo, 40 - S'i' andar - Salil 501
Caixa POSI(lI 2666 - Tel.; (021) 291-7122
20001 - Rio de Janeiro - AJ

lIVftOS DIVIERSOS;

I. CWit.. cI' 0.... 1\. c._ftico.• t;iI'IO de Ped.o LomboIrdiio V JIoI,R 19ovo:io A.,.;."
Unl...."ld.d .. N._r. 'I Sal.... ,,,ca.
Ed. bllingu, .notad•. çom Indla ..... h~
c.o - 1230 p6ts, , ncadlrnlCto , • • • • • • . • • • • • • • • • • ~.OO

2 Nueyo o..-.dlo C'''OIIn IManwol ~ ..i1'.;a1. por CIledr;litic:OI o;H DI.,l t o C.


nOnleod' Univ. dlSlIln'lenta - 626 ~~ ane. . . Cl $ 420,00

4
gu',
Conll.J6ft 110 Sol'110 . r tlllho.
p. ..... ..
A Vi. dt Cri_to, J.Penz de '-'<bel - Aoto,no llingeto" conlemp1loÇJ"o 101111 di ,i-
dt Cflllo: como foi. cauail OI SMlinwfl101 CIU' domina"m Ieda. RI, vida .
Um oLl... .lmptn . . . .nci.l- 614

1lL MI. pontJgUHa - 401 "'9'.


ezs 100,00

Clt 48,00

6 Si. Sento . . . .111. mo"'.II"- O. C~.w. Nn.my, com lIuuraç4es IAGIA) 192
ptoinl ' . . . . . . . . . . . . CzI '5,00
8 A "idt do '101101'''0 Slo P'icldo, po<' I."" a.ntolih. Gallol. OS8, 104 iluweç&tt
.m !'!ICOI IIgtlros. c;alig,.fi. ~I IlP"IdIIl peI.1 monj .. do MoIII;,O d. Virvarn
("'trOpoU') , " um tr.t.do de- o,.çlo pelaimlg8m. 208 p6g1. el15O,OO

1 A Vld. CrluJ. SGnlO Agoltinho - Co ........ dII! IIxtOI utr.ldos dI~ obr. do
Santo Ooulor, 195 IMg •.• , • . • . eis 20.00

8 N....o.....;,.,., OI S-nloo, D. M.rCOl 8.rt>os. - 70 b'-I blOgrlfi •• di SanlOl.


tEd. J.O.J - 118~. •... C1S 157,40.
e ,_•• do R,I..... 0-0, D. ~n:oI' BlrboI.i (abri POitiul - IEd. J.O. 192
p6g1nl1 . • . • • • • • . . . . . . . • . . . . . . • . • . . • • . ezS 30.00
10 Un. Enconuo 0II<'I'I o ..... D. ~raM Bllbou - 8_Teolll9i'N.. lIi\JOl. ""!:f-
"lo
bem Of'igin" tEd. J.OJ 92 l'itL .. . . . . . . . . . . . . eiS 21.60
li 1i"• .,1I p", a ro ... d. 0.... .. Ca<IOFlori I~ Ed .• • 8 _ .......... de Ui.......
conlendo • rt\ttInI CorIUilu l~ ... .,.icadl ao t><WO '11'1
lodOI OI NUI i1llll, G
rilo ~ ~ $IC:t'fJIIfIIO • no linlll doi C.pllulc;>l \Im q .... I!on" io plf' .nudo
.... d 'cUol - • . • • • • . • . . . . . • . . • • . . . . C.I Ui,OQ

À ESPECIAL ATENCAo DOS NO$SOS ASSINANTES

Qu.ooo .tIlV" • t~ di WI _INI!I.,', ou .nvier Cl\lalquer ImpOrti~ei"m


dim.lro.' ''''0' 1111-'0 Nmpr. Im "'" nome como ASSI NANTE.

P.dldos As EDIÇOES "LUMEN CHRISTr' pelo Reembolso Po.t.1


C.lu Ponll 2666
20001 Rio d. J'l"IIiro RJ

Você também pode gostar