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Elemento de competência da unidade didáctica

Caro (a) estudante !

Já foi dito na unidade-1 que a prevenção é o melhor processo de reduzir ou


eliminar as possibilidades de ocorrência de acidentes de trabalho e essa
prevenção consiste na adopção de um conjunto de medidas de protecção, na
previsão de que a segurança física do trabalhador possa ser colocada em risco
durante a realização do seu trabalho.
Contexto da experiência e da realidade
É no contexto da prevenção dos
acidentes de trabalho e das doenças O calçado protege o pé do trabalhador
profissionais que as leis de segurança contra ferimentos e facilita a
e higiene no trabalho obrigam as locomoção.
empresas a utilizarem equipamentos de protecção individual e colectiva para
salvaguardar a integridade física do trabalhador e a sua saúde.

Observação reflexiva As medidas de protecção colectiva, através dos


equipamentos de protecção colectiva, devem ter
Que importância têm os prioridade, conforme determina a legislação
equipamentos de protecção? uma vez que beneficiam todos os trabalhadores,
indistintamente.

Quando não for possível adoptar medidas de segurança de ordem geral, para
garantir a protecção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais,
devem-se utilizar os equipamentos de protecção individual (EPI).

A função dos equipamentos de protecção individual é de neutralizar ou atenuar a


acção do agente agressivo contra o trabalhador que usa o equipamento. Por
exemplo, ao cair uma ferramenta do alto de um andaime, esta atinge o capacete

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do trabalhador, que fica danificado, mas o trabalhador não sofre nenhuma lesão.
Neste contexto, o acidente ocorreu mas a lesão foi prevenida.

Deste modo ao terminar o estudo desta unidade didáctica, você deve ser capaz
de:

 Identificar e caracterizar os equipamentos de protecção;


 Utilizar correctamente os equipamentos de protecção individual e colectiva.

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Objectivos

No final desta unidade didáctica, você deve ser capaz de:


 Usar equipamentos de protecção na prevenção dos acidentes de trabalho;
 Ler e interpretar sinais de perigo de acidente.

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Esquema de apresentação

1. EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO
1.1. Equipamentos de protecção colectiva
1.2. Equipamentos de protecção individual
1.2.1. Aspectos técnicos dos equipamentos de protecção individual
1.2.2. Classificação dos equipamentos de protecção individual

2. RISCOS E CONDIÇÕES AMBIENTAIS NO POSTO DE TRABALHO


2.1. Os riscos que rodeiam o posto de trabalho
2.1.1. Riscos físicos
2.1.2. Riscos químicos
2.1.2.1. Valores limites de exposição
2.1.2.2. Efeitos dos poluentes químicos
2.1.2.3. Poluentes sólidos
2.1.3. Riscos biológicos
2.1.4. Riscos ergonómicos
2.1.4.1. Algumas medidas da ergonomia

3. O FOGO
3.1. Combustível
3.2. Causas de incendios
3.3. Pontos críticos de temperatura
3.4. Classes de incêndios
3.5. Combate ao fogo
3.6. Classificação e aplicação dos extintores
3.7. Como empregar os agentes extintores
3.8. Manutenção e revisão de extintores

4. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
4.1. Sinais de perigo

4
4.2. Sinais de proibição
4.3. Sinais de obrigação
4.4. Sinais de emergência

RESUMO

AUTOAVALIAÇÃO

BIBLIOGRAFIA

GLOSSÁRIO

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Desenvolvimento dos conteúdos

1. EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO

Caro (a) estudante !

Os equipamentos de protecção são de grande importância na prevenção dos


acidentes de trabalho. A conservação dos equipamentos é um ponto chave para a
segurança do trabalhador e para a
economia da empresa. Contexto da experiência e da realidade

Os serviços de segurança devem ter Quando usa capacete, protege a cabeça

autoridade para determinar o uso contra queda de objectos e pancadas.

dos equipamentos de protecção


adequados, que os diversos riscos requerem, instruindo os trabalhadores e
supervisores quanto ao uso adequado dos equipamentos de protecção.

Observação reflexiva
Os equipamentos de protecção podem ser:
 De protecção colectiva;
Os equipamentos de
 De protecção individual.
protecção servem a mim ou
a todos os trabalhadores?

Fig. 1.1 - Um trabalhador executando seu trabalho sem luvas

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1.1. Equipamentos de protecção colectiva

As medidas de protecção colectiva, através dos equipamentos de protecção


colectiva (EPC), devem ter prioridade, conforme determina a legislação uma vez
que beneficiam todos os trabalhadores, indistintamente.

Os equipamentos de protecção colectiva devem ser mantidos nas condições que


os especialistas em segurança estabelecerem, devendo ser reparados sempre
que apresentarem qualquer deficiência.

São exemplos de aplicação de equipamentos de protecção colectiva:


 sistema de exaustão que elimina gases, vapores ou poeiras contaminantes
do local de trabalho;
 enclausuramento de máquina ruidosa para livrar o ambiente do ruído
excessivo;
 comando bimanual, que mantém as mãos ocupadas, fora da zona de perigo,
durante o ciclo de uma máquina;
 cabo de segurança para conter equipamentos suspensos sujeitos a
esforços, caso venham a se desprender;

1.2. Equipamentos de protecção individual

Muitos riscos peculiares a diversas actividades, não são totalmente controláveis


por recursos de engenharia. No caso específico e para isentar-se de ferimentos, o
trabalhador precisa resguardar-se, usando protectores específicos para a parte do
corpo que poderá vir a ser atingida. Estes são os chamados equipamentos de
protecção individual, tais como óculos de segurança, luvas, máscaras etc.
Portanto, quando o risco requer, os equipamentos de protecção individual devem
ser usados.

Os equipamentos de protecção individual são empregues nas seguintes


situações:

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a) Como o único meio capaz de proporcionar protecção ao trabalhador que se
expõe directamente ao risco, como por exemplo, o uso de luvas para o
manuseio de produtos que sejam mecânica, física ou quimicamente
agressivos; uso de botas impermeáveis contra humidade; o uso de
máscaras apropriadas para entrar em compartimentos nos quais o ar é
contaminado por concentração de produtos tóxicos ou outras substâncias.

b) Como protecção complementar quando outros recursos não preencham


totalmente a protecção do trabalhador, como por exemplo, nos casos em
que a máquina seja provida de protectores convencionais, mas que não
oferecem toda a necessária protecção ao seu operador.

c) Como único recurso em caso de emergência, isto é, quando a quebra de


rotina de trabalho, por motivo de acontecimentos anormais, cria riscos para o
trabalhador. Por exemplo, quando utilizando meios mecânicos se manipula
materiais agressivos e temporariamente o trabalho passa a ser realizado em
regime manual. Neste caso, serão necessárias luvas, aventais e outros
protectores que normalmente não se usam na actividade, quando
mecanicamente executada.

d) Como recurso temporário, até que se estabeleçam os meios gerais de


protecção. É tecnicamente lícito usar-se protectores individuais enquanto se
providenciam os meios adequados de segurança que evitaram o uso de
equipamentos de protecção individual. Por exemplo, usar um respiradouro
contra poeira enquanto se espera que entre em funcionamento os
exaustores.

1.2.1. Aspectos técnicos dos equipamentos de protecção individual

Vários aspectos técnicos devem ser levados em consideração na aplicação dos


equipamentos de protecção individual. É necessário determinar o tipo de

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equipamento de protecção individual em face do risco que se pretende
neutralizar.

Para um mesmo tipo de equipamento de protecção, podem-se encontrar vários


modelos, com diversas características, acabamento, material etc. Tecnicamente
deve-se escolher o modelo adequado, isto é, o que melhor satisfaz os aspectos
de segurança: a capacidade de neutralização da agressividade; o tempo de vida
útil do equipamento e o conforto que deve proporcionar ao usuário.

A verificação do modelo adequado de equipamento faz-se por meio de ensaios


técnicos e de experiência no próprio trabalho.

A determinação sensata do equipamento a ser adquirido para protecção individual


dos trabalhadores, favorece tanto ao trabalhador, que terá melhor segurança,
como à empresa, que atenderá melhor os seus objectivos de prevenção de
acidentes.

1.2.2. Classificação dos equipamentos de protecção individual

Um dos meios mais usados para classificar os equipamentos de protecção


individual é agrupá-los segundo as partes do corpo que se destinam a proteger.
Assim têm-se:

a) Protecção para a cabeça

Os equipamentos de protecção para a cabeça podem ser:


 Protectores da cabeça em si, para protecção para o crânio e para o rosto;
 Protectores dos órgãos nele localizados, para protecção para os órgãos da
visão e da audição.

Para protecção do crânio usam-se capacetes, que protegem a cabeça contra


impactos em geral, mas principalmente contra a queda de objectos. Portanto, a

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função do capacete é de neutralizar a acção agressiva nos casos de batida contra
objectos ou por objectos e queda de objectos.

Este meio de protecção tem larga aplicação nas actividades onde há trabalhos em
níveis diferentes, onde objectos elevados podem cair acidentalmente ou onde o
próprio meio em que a pessoa se movimenta possibilita batidas da cabeça.

Fig. 1.2 – Protectores para a cabeça

Plásticos e resinas são materiais usualmente empregues na fabricação de


capacetes. Para os electricistas, os capacetes devem ser isentos de qualquer
peça metálica.

Para protecção do rosto usam-se protectores faciais que proporcionam protecção


contra impactos contundentes de estilhaços e outros corpos estranhos
arremessados, centelhas, queimaduras químicas e acção de radiação calorífica
ou luminosa.

De certa forma, protegem também os olhos, mas não são protectores específicos
para esses órgãos. Existem vários tipos de protectores faciais. A maioria dos
modelos consistem de um anteparo específico, articulado numa coroa regulável
que se ajuste à cabeça.

Para a protecção dos olhos utilizam-se óculos de diversos tipos. De referir que a
protecção dos olhos é um dos pontos mais importantes de prevenção de
acidentes. Estes órgãos preciosos e frágeis devem ser protegidos contra impactos

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de estilhaços, partículas volantes, fagulhas, respingos de produtos químicos e
metais fundentes, assim como contra efeitos perniciosos de radiações luminosas
e caloríficas.

Fig. 1.3 – Protectores para a face e os olhos

Fig. 1.4 – Um soldador protegendo os olhos e a face contra acidentes

Outros órgão que requerem protecção são os ouvidos, os quais podem ser
afectados de forma irreversível por ruídos intensos. Existem muitos meios de
protecção para os ouvidos, sendo os mais usuais os dispositivos tipo tampão, que
se introduzem na parte inicial do canal auditivo e que reduzem bastante a
intensidade das vibrações sonoras que atingem os tímpanos. Os protectores tipo
fone são mais eficientes para ruídos mais intensos e principalmente de alta
frequência.

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Fig. 1.5 – Protectores para os ouvidos

Além de protegerem a entrada do canal auditivo, isolam também a parte óssea


junto à orelha, evitando que transmitam vibrações à parte interna do ouvido. De
referir que todos os recursos para eliminação ou redução do ruído na fonte devem
ser tentados antes da decisão de aplicação de protectores individuais.

b) Protecção para os membros superiores

Os membros superiores estão sujeitos a sofrer lesões no trabalho, mais que as


outras partes do corpo. As mão são, no entanto, as partes mais frequentemente
afectadas por acidentes, em virtude da participação constante e obrigatória no
preparo e execução de trabalho.

Esse uso compulsivo das mãos faz com que elas se exponham a uma larga gama
de agressividades contundentes, abrasivas, cortantes, perfurantes, térmicas,
químicas etc.

A neutralização dessas agressividades deve ser feita com recurso ao uso de


luvas adequadas e específicas para cada actividade. No trabalho com produtos
venenosos, as luvas não devem ter qualquer perfuração, para não permitir a
entrada do produto ou contacto com a pele.

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Fig. 1.6 – Protectores para os membros superiores

c) Protecção para os membros inferiores

Os membros inferiores também necessitam de protecção contra condições ou


agentes agressivos do trabalho. Os protectores para os pés são os mais comuns
por serem essas as partes dos membros inferiores mais atingidas por acidentes.

Para protecção dos pés usam-se calçados de vários tipos, que os protegem
contra impactos e quedas de objectos, desconforto térmico, contra produtos
químicos, humidade etc.

Contra queda de objectos pesados, o tipo de calçado recomendado é o


conhecido por calçado de segurança, que possui uma biqueira de aço capaz de
resistir a fortes impactos.

Fig. 1.7 – Protectores para os membros inferiores

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Contra efeitos térmicos nocivos, também existem calçados apropriados. Tratando-
se de químicos agressivos, tais como ácidos, solução de soda cáustica etc., as
botas impermeáveis são os protectores mais adequados.

Fig. 1.8 - Botas impermeáveis

Para protecção das pernas usam-se perneiras. De acordo com o risco, as


perneiras cobrem só a perna ou chegam até a coxa. As longas são empregues
em trabalhos com produtos químicos líquidos e corrosivos. Em trabalhos em que
as pernas esteja sujeitas a impactos, como certos trabalhos em pedreiras, cortes
de cana etc., as perneiras devem ser providas de reforços adequados.

d) Protecção para o tronco

A protecção externa do tronco é feita por equipamentos que muitas das vezes
estendem a acção protectora para todo o corpo, e se resumem em aventais, fato
macaco, capas etc., empregues nas mais variadas tarefas para prevenção contra
agentes agressivos.

Fig. 1.9 – Protectores para o tronco

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Contra riscos leves de cortes e atrito são usados aventais de lona. Contra riscos
mais sérios de cortes e atrito, tais como manuseio de chapas grandes com
arestas cortantes são usados aventais de raspa de couro que são mais
resistentes ao atrito.

Roupa resistente deve ser usada contra atrito e possíveis cortes. Roupas térmicas
ou em forma de casaco são usados contra riscos de altas temperaturas. Quando
aluminizadas, essas roupas são mais eficientes para isolação do calor radiante.

Contra riscos de produtos químicos corrosivos, as roupas devem ser


impermeáveis. Essas roupas requerem, às vezes, algum treinamento e preparo
do indivíduo para que as use de maneira adequada, sem criar problemas para si
ou para o desenvolvimento do trabalho.

e) Protecção para as vias respiratórias

Os equipamentos de protecção das vias respiratórias são, entre os equipamentos


de protecção individual, os que assumem maior responsabilidade na preservação
da integridade física do trabalhador. A finalidade destes equipamentos nem
sempre é evitar que o aparelho respiratório sofra qualquer lesão. Muitas vezes,
eles evitam que outros aparelhos ou órgãos sejam afectados, impedindo que o
aparelho respiratório seja o veículo de introdução de substâncias tóxicas no
organismo.

Fig. 1.10 – Protector para as vias respiratórias

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Fig. 1.11 – Trabalhador usando máscara

A máscara é a peça básica do protector respiratório. Geralmente a máscara é


semifacial, isto é, cobre apenas parcialmente o rosto, mais precisamente a região
das vias respiratórias, envolvendo totalmente a boca e o nariz.

Outras vezes é facial, cobrindo todo o rosto. Neste caso, a máscara é provida de
um visor panorâmico ou um tipo de óculo ampla visão. É o tipo mais
frequentemente usado quando o risco pode causar danos também ao rosto e aos
olhos.

Qualquer tipo de máscara deve permitir vedação perfeita nas áreas de contacto
com o rosto. O modelo característico de moldagem do material e as dimensões da
máscara são factores que em muito favorecem a boa adaptação ao rosto. O
sistema de sustentação na cabeça, com elástico, presilhas e fivelas também é
muito importante para a boa vedação.

f) Cinturão de segurança

O cinturão de segurança não tem a finalidade de proteger esta ou aquela parte do


corpo em particular. É usado para prevenir a queda de pessoas que trabalham em
lugares altos, quando, por desequilíbrio ou outra ocorrência acidental, podem

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precipitar-se ao solo ou ao outro nível inferior se não tiverem usado esse
equipamento de protecção individual.

Fig. 1.12 – Cinturão de segurança para evitar quedas

Outros equipamentos de protecção individual poderiam ser citados. Muitos


detalhes deixam de ser aqui relatados, pois, este não é um trabalho que pretende
esgotar o assunto. Entretanto, os principais foram apresentados e o conhecimento
dos equipamentos que foram aqui apresentados, aliado ao bom senso de quem
irá determinar o uso dos equipamentos de protecção, é suficiente para que se
consigam resultados satisfatórios contra a agressividade dos acidentes, por isso...

Caro (a) estudante !

Deixar de usar o equipamento de protecção individual adequado e de


maneira correcta é um acto inseguro dos mais perigosos, principalmente
quando se expõem os olhos e as vias respiratórias aos riscos a que estão
sujeitos.

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Experimentação Activa (1)

1. Fale da importância de utilização de equipamentos de protecção na


prevênção de acidentes de trabalho.

2. Indique duas situações em que são utilizados equipamentos de protecção


individual.

3. O equipamento de protecção individual pode ser utilizado como recurso


temporário, até que se estabeleçam os meios gerais de protecção. Indique
dois casos em que tal pode acontecer.

4. Indique três actividades em que é indispensável a utilização de


equipamentos de protecção individual.
a) Para a cabeça;
b) Para os membros inferiores;
c) Para as vias respiratórias.

Caro (a) estudante !

Procure sempre responder as questões sobre segurança e higiene no trabalho


olhando para o seu dia a dia no seu posto de trabalho. Idealize sempre situações
reais em que você utilizaria equipamentos de protecção colectiva ou individual.

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2. RISCOS E CONDIÇÕES AMBIENTAIS NO POSTO DE TRABALHO

O conjunto de elementos que


comportam o trabalho, tais como as Contexto da experiência e da

edificações, os equipamentos, os realidade

móveis, as condições de temperatura,


de pressão, a humidade do ar, a Quando se trabalha em postos com

iluminação, a organização, a limpeza e muito barulho das máquinas, é difícil

as próprias pessoas, fazem parte das ouvir o que os outros falam.

condições de trabalho e constituem


assim o que se designa por ambiente.
conceptualização

Em muitos casos, o ambiente de


Nos locais de trabalho, a combinação
trabalho é agressivo para o trabalhador,
de alguns desses elementos gera
dadas as condições de ruído,
produtos e serviços. A todo esse
temperatura, esforço, etc., a que o
conjunto de elementos e acções se
mesmo se encontra sujeito durante o
denomina condições ambientais.
cumprimento das suas funções.

Observação reflexiva Apesar de todo o avanço científico e


tecnológico, ainda há situações em que o
O elevado ruído das máquinas homem é obrigado a enfrentar condições
pode influir na produtividade do desfavoráveis ou perigosas na realização de
trabalhardor? determinadas tarefas.

Certos riscos ambientais são invisíveis, pois, alguns deles não são captados pelos
órgãos dos sentidos (audição, visão, olfacto, paladar e tacto), fazendo com que o
trabalhador não se sinta ameaçado. Inconsciente do perigo, a tendência é ele não
dar importância à prevenção.

As experiências e os estudos médicos demonstram que muitas pessoas adquirem


doenças pulmonares depois de trabalhar anos a fio, sem nenhuma protecção,

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com algum tipo de produto químico ou produtos minerais. Este tipo de doença
progride lentamente, tornando difícil seu diagnóstico inicial, acabando a doença
por se manifestar muito mais tarde e muitas vezes sem recuperação .

Em resumo, o desconhecimento de como os factores ambientais geram riscos à


saúde é um dos mais sérios problemas enfrentados pelo trabalhador.

2.1. Os riscos que rodeiam o posto de trabalho

Há vários factores de risco que afectam o trabalhador no desenvolvimento das


suas tarefas diárias.

Alguns destes riscos atingem grupos específicos de profissionais, como é o caso,


dos mergulhadores, que trabalham submetidos a altas pressões e a baixas
temperaturas. Por esse facto, são obrigados a usar roupas especiais, para
conservar a temperatura do corpo, e passam por cabines de compressão e
descompressão, cada vez que mergulham ou sobem à superfície.

Outros factores de risco não escolhem profissão. Agridem trabalhadores de


diferentes áreas e níveis ocupacionais, de maneira subtil, praticamente
imperceptível. Esses últimos são os mais perigosos, porque são os mais
ignorados.

Os principais tipos de risco ambiental que afectam os trabalhadores de um modo


geral, estão separados em :
 Riscos físicos
 Riscos químicos
 Riscos Biológicos
 Riscos Ergonómicos

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2.1.1. Riscos físicos

Todo o trabalhador, ao desenvolver o seu trabalho, gasta uma certa quantidade


de energia para produzir um determinado resultado. Em geral, quando dispõe de
boas condições físicas do ambiente, como, por exemplo, quando o nível de ruído
e a temperatura são aceitáveis, produz mais com menor esforço.

Mas, quando essas condições fogem muito dos limites de tolerância, atinge-se
facilmente o incómodo e a irritação determinando muitas vezes o aparecimento de
cansaço, a queda de produção, falta de motivação e desconcentração.

Por outras palavras, os factores físicos do ambiente de trabalho interferem


directamente no desempenho de cada trabalhador e na produção obtida, pelo que
se justifica a sua analise com o maior cuidado.

Ao estudar cada um dos factores apresentados a seguir, pense no seu próprio


local de trabalho. Identifique os problemas, liste-os e proponha uma medida de
correcção para esse problema.

a) Ruído

Quando um trabalhador se encontra num ambiente de trabalho e não consegue


ouvir perfeitamente a fala das pessoas no mesmo recinto, isso é uma primeira
indicação de que o local é demasiado ruidoso.Os especialistas no assunto
definem o ruído como todo som que causa sensação desagradável ao homem.

As perdas de audição são derivadas da frequência e intensidade do ruído. A


fadiga evidencia-se por uma menor acuidade auditiva. As ondas sonoras
transmitem-se tanto pelo ar como por materiais sólidos. Quanto maior for a
densidade do meio condutor, menor será a velocidade de propagação do ruído.

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O ruído é pois um agente físico que pode afectar de modo significativo a
qualidade de vida. Mede-se o ruído utilizando um instrumento denominado
medidor de pressão sonora, e a unidade usada como medida é o decibel (dB).

Para 8 horas diárias de trabalho, o limite máximo de ruído estabelecido é de 85


dB. Para o ruído emitido por uma britadeira que é equivalente a 100 decibéis, o
limite máximo de exposição contínua do trabalhador a esse ruído, sem protecção
auditiva, é de 1 hora.

Sem medidas de controlo ou protecção, o excesso de intensidade do ruído, acaba


por afectar o cérebro e o sistema nervoso.

Em condições de exposição prolongada ao ruído por parte do aparelho auditivo,


os efeitos podem resultar na surdez profissional cuja cura é impossível, deixando
o trabalhador com dificuldades para se relacionar com os colegas e família, assim
como dificuldades acrescidas em se aperceber da movimentação de veículos ou
máquinas, agravando as suas condições de risco por acidente físico.

b) Vibrações

As vibrações caracterizam-se pela sua amplitude e frequência. Apresentam


geralmente baixas frequências e conduzem-se por materiais sólidos (exprimem-se
em m/s 2 ou em dB).

Consoante a posição do corpo humano, (de pé, sentado ou deitado), a sua


resposta às vibrações será diferente sendo igualmente importante o ponto de
aplicação da força vibratória.

Os efeitos no homem das forças vibratórias podem ser resumidos nos seguintes
casos :

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Frequência entre 8 e 1000 Hz - o uso prolongado de martelos pneumáticos ou
motosserras, conduz a complicações nos vasos sanguíneos e articulações e á
diminuição na circulação sanguínea, Estas lesões podem ser permanentes.

Frequência acima de 1000 Hz - o efeito restringe-se a nível da epiderme (danos


em células e efeitos térmicos). Com o passar do tempo, afecções a nível das
articulações e da coluna.

c) Amplitudes Térmicas

Frio ou calor em excesso, ou a brusca mudança de um ambiente quente para um


ambiente frio ou vice-versa, também são prejudiciais à saúde. Nos ambientes
onde há necessidade do uso de fornos, maçaricos etc., ou pelo tipo de material
utilizado e características das construções (insuficiência de janelas, portas ou
outras aberturas necessárias a uma boa ventilação), pode-se gerar alta
temperatura, prejudicial à saúde do trabalhador.

A sensação de calor que se sente é proveniente da temperatura resultante


existente no local e do esforço físico que se faz para executar um trabalho. A
temperatura resultante é função dos seguintes factores:
 humidade relativa do ar;
 velocidade e temperatura do ar;
 calor radiante (produzido por fontes de calor do ambiente, como fornos e
maçaricos).

Condições ambientais aconselhadas: de um modo geral, a temperatura ideal


situa-se entre 21ºC e 26 ºC enquanto a humidade relativa do ar deve estar entre
55% a 65%, e a velocidade do ar deve ser cerca de 0,12 m/s.

Os ambientes térmicos podem ser classificados como :


 Quentes (Fundições, Cerâmicas , Padarias);
 Frios (armazéns frigoríficos, actividades pescatórias);

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 Neutros (escritórios).

Logicamente que as situações mais preocupantes ocorrem em ambientes


térmicos frios e quentes ou sobretudo quando as duas possibilidades existem na
mesma empresa ou no mesmo posto de trabalho.

d) Stress Térmico

Em geral está relacionado com o desconforto do trabalhador em condições de


trabalho em que a temperatura ambiente é muito elevada, podendo-se conjugar
uma humidade baixa e uma circulação de ar deficiente.

Os sintomas de exposição a ambientes térmicos hostis podem ser descritos por:


Ambiente Térmico Quente :
 Temperatura superficial da pele aumenta (vasodilatação dos capilares, o
indivíduo cora);
 Temperatura interna aumenta ligeiramente;
 Sudação;
 Mal estar generalizado;
 Tonturas e desmaios;
 Esgotamento e morte.

Ambientes Térmicos Frios :


 Frieiras, localizadas nos dedos das mãos e dos pés;
 Alteração circulatória do sangue leva a que as extremidades do corpo
humano adquiram uma coloração vermelho-azulada;
 Pé-das trincheiras, surge em situações de grande humidade, os pés ficam
extremamente frios e com cor violácea;
 Enregelamento, é a congelação de tecidos devido a exposição a
temperaturas muito baixas ou por contacto com superfícies muito frias.

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As medidas a tomar para minimizar os efeitos do stress térmico podem passar
por:
 Em primeiro lugar uma correcta dieta alimentar de modo a fortalecer o
organismo;
 Ingerir bastante água à temperatura ambiente. Não beber alcoól;
 Evitar alimentação rica em gorduras visto que estas retêm os líquidos no
organismo, moderar o consumo de cafeína.

Em situações de elevadas temperaturas, como por exemplo uma siderurgia a


água a ingerir deve conter uma pequena porção de sal de modo a compensar as
perdas devido á transpiração.
 Devem ser tomadas a nível de lay-Out medidas de ventilação.
 Implementar turnos com menor carga horária em situações onde ocorre
exposição a ambientes hostis.
 Contra o Calor Radiante - O uso de viseiras é essencial, pois a radiação
emitida por materiais em fusão levam ao surgimento de cataratas a nível
ocular.

2.1.2. Riscos químicos

Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos de produção industrial, são


lançadas no ambiente de trabalho através de processos de pulverização,
fragmentação ou emanações gasosas. Essas substâncias podem apresentar-se
nos estados sólido, líquido e gasoso.

No estado sólido, tem-se poeiras de origem animal, mineral e vegetal, como a


poeira mineral de sílica encontrada nas areias para moldes de fundição. No
estado gasoso, como exemplo, tem-se o gás liquefeito de petróleo, usado como
combustível, ou gases libertados nas queimas ou nos processos de
transformação das matérias primas.

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Quanto aos agentes líquidos, eles apresentam-se sob a forma de solventes,
tintas, vernizes ou esmaltes. Esses agentes químicos ficam em suspensão no ar e
podem penetrar no organismo do trabalhador por:

Via respiratória - essa é a principal porta de entrada dos agentes químicos,


porque se respira continuadamente, e tudo o que está no ar acaba por passar nos
pulmões.

Via digestiva - se o trabalhador comer ou beber algo com as mãos sujas, ou que
ficaram muito tempo expostas a produtos químicos, parte das substâncias
químicas serão ingeridas com o alimento, atingindo o estômago e podendo
provocar sérios riscos à saúde.

Epiderme - essa via de penetração é a mais difícil, mas se o trabalhador estiver


desprotegido e tiver contacto com substâncias químicas, havendo deposição no
corpo, serão absorvidas pela pele.

Via ocular - alguns produtos químicos que permanecem no ar causam irritação


nos olhos e conjuntivite, o que mostra que a penetração dos agentes químicos
pode ocorrer também pela vista.

Falso remédio !
Quando se respira um ar com produtos químicos, eles são arrastados para os
pulmões.

Quando se bebe um copo de leite, ele vai para o estômago. Daí a pergunta: o que
o leite tem a ver como desintoxicante pulmonar por substâncias nocivas?
Resposta: Nada! O leite pode ser considerado alimento, nunca um preventivo de
intoxicação. Sua utilização é até prejudicial, uma vez que acreditando no seu
valor, as medidas de higiene industrial e os cuidados higiénicos ficam em
segundo plano.

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As medidas ou avaliações dos agentes químicos em suspensão no ar são obtidas
por meio de aparelhos especiais que medem a concentração, ou seja,
percentagem existente em relação ao ar atmosférico.

Os limites máximos de concentração de cada um dos produtos diferem de acordo


com o seu grau de perigo para a saúde.

2.1.2.1. Valores Limite de Exposição

Os Valores Limite de Exposição não são mais do que concentrações no ar dos


locais de trabalho de diferentes substâncias. Abaixo destes valores a exposição
contínua do trabalhador não representa risco para este. Pode ser determinada
uma “concentração média” no tempo inerente a um turno de trabalho de 8 horas.

Concentração Limite é um valor que nunca deve ser ultrapassado mesmo que a
“concentração média” esteja abaixo do Valor Limite. As substâncias químicas
quando absorvidas pelo organismo em quantidades suficientes, podem provocar
lesões no mesmo. Assim surge a definição de dose - quantidade de substância
absorvida pelo organismo.

Os efeitos no organismo, vão pois depender da dose absorvida e da quantidade


de tempo de exposição a essa dose. Assim, os graus de Intoxicação com
produtos químicos podem ser classificadas em :

a) Intoxicação Aguda - corresponde a uma absorção rápida num curto


período de tempo (geralmente ocorrem em situações de acidente).

b) Intoxicação Crónica - absorção de pequenas doses em certos períodos de


tempo (ocorrem no local de trabalho, num turno ou em parte dele).

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2.1.2.2. Efeitos dos poluentes químicos

Sensibilizantes - produtos que levam a reacções alérgicas. Manifestam-se por


afecções da pele ou respiratórias. (Isocianatos usados por exemplo no fabrico de
espumas. )

Irritantes - produtos que levam a inflamações no tecido onde actuam. Também


nesta situação os produtos inaláveis são os que levantam mais preocupação.
(ácido clorídrico ,óxidos de azoto).

Anestésicos ou narcóticos - produtos que actuam sobre o sistema nervoso


central, tais como os solventes usados na indústria das colas ou tintas, (toluol,
acetato butilo, hexano, etc.).

Asfixiantes - produtos que dificultam o transporte de oxigénio a nível sanguíneo.


(Monóxido de Carbono).

Cancerígenos - substâncias que podem provocar o cancro.

Corrosivas - substâncias que actuam quimicamente sobre os tecidos quando em


contacto com estes.

Pneumoconióticas - apresentam-se sob a forma de poeiras ou fumo. São exemplo


destas substâncias a sílica livre cristalina comum em minas ( provoca a silicose a
nível pulmonar).

2.1.2.3. Poluentes sólidos

Poeiras - Partículas esferoidais de pequeno tamanho que se encontram em


suspensão no ar. As mais perigosas são as de quartzo, (originam a silicose),

28
Fibras - Partículas não esféricas, geralmente o seu comprimento excede em 3
vezes o seu diâmetro.

Fumos - partículas esféricas em suspensão, geralmente têm origem em


combustões.

Aerossol - suspensão em meio gasoso de partículas esféricas e líquidas, em


conjunto ou não. A sua velocidade de queda é desprezável (< 0.25 m/s ).

Os poluentes químicos são uma presença constante nos processos produtivos.


Com o fim de proteger o trabalhador os Valores Limite de Exposição,
referenciados na legislação devem ser cumpridos . Deve ser feita igualmente a
identificação dos contaminantes para de seguida se efectuar a respectiva
medição da sua concentração.

Mediante os valores obtidos há que tomar medidas, devendo-se recorrer a


equipamento de protecção pessoal sempre que possível, bem como a alterações
no processo produtivo que permitam a redução dos emissões de poluentes. Estas
alterações podem ser ao nível do equipamento ou de matérias-primas.

2.1.3. Riscos biológicos

Estes tipo de riscos relaciona-se com a presença no ambiente de trabalho de


microrganismos como bactérias, vírus, fungos, bacilos etc., normalmente
presentes em alguns ambientes de trabalho, como:
 Hospitais;
 Laboratórios de análises clínicas;
 Recolha de lixo;
 Indústria do couro;
 Tratamento de Efluentes líquidos.

29
Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respiratória, olhos e pele,
são responsáveis por algumas doenças profissionais, podendo dar origem a
doenças menos graves como infecções intestinais ou a simples gripe, ou mais
graves como a hepatite, meningite ou Sida.

Como estes microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem mais em


ambientes sujos, as medidas preventivas a tomar terão de ser relacionadas com:
 A rigorosa higiene de locais de trabalho;
 A rigorosa higiene de corpo e das roupas;
 Destruição por processos de elevação da temperatura (esterilização) ou uso
de cloro;
 Uso de equipamentos individuais para evitar contacto directo com os
microrganismos;
 Ventilação permanente e adequada;
 Controle médico constante;
 Vacinação sempre que possível.

A verificação da presença de agentes biológicos em ambientes de trabalho é feita


por meio de recolha de amostras de ar e de água, que serão analisadas em
laboratórios especializados.

2.1.4. Os riscos ergonómicos

Verifica-se algumas vezes que os postos de trabalho não estão bem adaptados
ás características do operador, quer quanto à posição da máquina com que
trabalha, quer no espaço disponível ou na posição das ferramentas e materiais
que utiliza nas suas funções.

Para estudar as implicações destes problemas existe uma ciência que avalia as
condições de trabalho do operador, quanto ao esforço que o mesmo realiza para
executar as suas tarefas.

30
Ergonomia é a ciência que procura alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o
homem e o seu ambiente de trabalho. Segundo um conceito Ergonómico a
execução de tarefas deve ser feita com o mínimo de consumo energético de
modo a sobrar "atenção" para o controlo das tarefas e dos produtos, assim como
para a protecção do próprio trabalhador.

Fig. 2.1 – Levantamento inadequado de pesos pesados

Um dos aspectos mais curiosos da Ergonomia está relacionado com a indústria


automóvel em que muitas vezes o dimensionamento do habitáculo do condutor,
varia consoante o país onde o veículo é comercializado.

Entretanto, se não existir esse ajuste, teremos a presença de agentes


ergonómicos que causam doenças e lesões no trabalhador.

Exemplo : Guilhotina manual que serve para cortar chapas de aço.


A haste de movimentação da guilhotina, que tem contacto com as mãos do
trabalhador, deve ter uma forma adequada, de modo a permitir que todos os
dedos nela se apoiem. Dessa forma é respeitada a anatomia das mãos,
proporcionando conforto ao trabalhador.

Os agentes ergonómicos presentes nos ambientes de trabalho estão relacionados


com:
 Exigência de esforço físico intenso;
 Levantamento e transporte manual de pesos;

31
 Postura inadequada no exercício das actividade;
 Exigências rigorosas de produtividade;
 Períodos de trabalho prolongadas ou em turnos;
 Actividades monótonas ou repetitivas.

Movimentos repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, da cabeça e do tronco
produzem monotonia muscular e levam ao desenvolvimento de doenças
inflamatórias, curáveis em estágios iniciais, mas complicadas quando não
tratadas a tempo, chamadas genericamente de lesões por esforços repetitivos. As
doenças que se enquadram nesse grupo caracterizam-se por causar fadiga
muscular, que gera fortes dores e dificuldade de movimentar os músculos
atingidos.

Há registros de que essas doenças já atacavam os escribas e notários, há


séculos. Hoje afectam diversas categorias de profissionais como funcionários
bancários, metalúrgicos, costureiras, pianistas, telefonistas, operadores
informáticos, empacotadores, enfim, todos os profissionais que realizam
movimentos automáticos e repetitivos.

Contra os males provocados pelos agentes ergonómicos, a melhor arma, como


sempre, é a prevenção, o que pode ser conseguido a partir de:
 Rotação do pessoal;
 Intervalos mais frequentes;
 Exercícios compensatórios frequentes para trabalhos repetitivos;
 Exames médicos periódicos;
 Evitar esforços superiores a 25 kg para homens e 12 kg para mulheres;
 Postura correcta sentado, em pé, ou carregando e levantando pesos.

Outros factores de risco ergonómico podem ser encontrados em circunstâncias


aparentemente impensáveis, como:
 Falhas de projecto de máquinas;
 Equipamentos, ferramentas, veículos e prédios;

32
 Deficiências de layout ;
 Iluminação excessiva ou deficiente;
 Uso inadequado de cores.

A ergonomia é assim uma forma de adaptar o meio envolvente ás dimensões e


capacidades humanas onde máquinas, dispositivos, utensílios e o ambiente físico
sejam utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficácia.

A análise e intervenção ergonómica traduz-se em:


 Melhores condições de trabalho;
 Menores riscos de incidente e acidente;
 Menores custos humanos;
 Formação com o objectivo de prevenir;
 Maior produtividade;
 Optimizar o sistema homem / máquina.

2.1.4.1. Algumas medidas da Ergonomia

Corpo em Movimento – tornar os movimentos compatíveis com a acção. Reduzir


o esforço de músculos e Tendões.

Precisão de movimentos – ter em atenção a sua amplitude, posição e quais os


membros a utilizar.

Rapidez dos movimentos – salientar sinais visuais ou auditivos.

Esforço estático – uma cadeira deve fornecer vários pontos de apoio no corpo
humano. Altura do assento regulável. A cadeira deve ter 5 apoios no chão. Deve
ter apoio para os pés sempre que necessário, etc...

33
Rampas e escadas – para rampas a inclinação deve ser entre 0 e 20 º. Para
escadas a inclinação deve ser entre 20 e 50º. Altura mínima do degrau entre 13 e
20 Cm. Largura mínima do degrau é de 51 Cm. Etc...

Portas e tectos – Altura mínima de uma porta é de 200 Cm. Altura mínima de um
tecto é de 200 Cm. Corredor com passagem para 3 pessoas deve ter largura
mínima de 152 Cm.

34
Experimentação Activa (2)

caro(a) estudante!

1. No seu ponto de vista, o que entende por condições de trabalho?

2. Que tipo de riscos rodeiam o posto de trabalho?

3. De um exemplo para cada tipo de risco e comente.

4. O que é ergonomia? Fale da sua importância.

5. Analise seu ambiente de trabalho e faça uma lista dos factores de risco
existentes. Depois, classifique-os em riscos físicos, riscos químicos, riscos
biológicos, riscos ergonómicos.

Caro estudante (a)

Faça uma lista daquilo que considera condições de trabalho e seguidamente


procure dar uma definição. Os riscos são perigos. Faça também uma lista dos
perigos existentes no posto de trabalho e assim poderá responder com convicção
as questões apresentadas.

35
3. O FOGO

O termo geral FOGO é aplicado para definir um fenômeno físico, resultante da


rápida combinação do oxigênio com uma substância (combustível) caracterizado
pelo desprendimento de calor, luz e,
usualmente, chama. Contexto da experiência e da
realidade
O fogo é formado por três entidades
distintas, que compõem o "triângulo do O fogo, grande auxiliar do

fogo". São eles o combustível (aquilo que homem, é também um de seus

queima, como a madeira), o comburente maiores inimigos em potencial.

(que permite a queima, como o oxigênio) e Em cada hora morre pelo menos

o calor. Sem uma dessas entidades, não uma pessoa em conseqüência de

pode haver fogo. incêndios. Diariamente há


prejuízos materiais motivados

Nisso se baseiam os extintores. O extintor pelos incêndios.

de CO2 além de expulsar o oxigênio do


meio, já que o CO2 é mais pesado que o ar, resfria consideravelmente o meio, ou
seja, retira o calor do ambiente.

Observação reflexiva

Que condições favorem a


combustão e obtenção do
fogo?
Fig. 3.1 – Triângulo do fogo

Portanto, existem três fatores essenciais para a obtenção de fogo. Primeiro,


naturalmente, deve haver algo para queimar, um combustível de qualquer
espécie; depois esse combustível precisa ser aquecido suficientemente para

36
queimar; e finalmente deve haver um contínuo suprimento de oxigênio para
alimentar a combustão.

Modernamente, foi acrescentado ao triângulo do fogo mais um elemento: a


reação em cadeia, formando assim o tetraedro ou quadrado de fogo. Os
combustíveis após iniciar a combustão geram mais calor libertando mais gases ou
vapores combustíveis, sendo que os átomos livres são os responsáveis pela
libertação de toda a enegia necessária para a reacção em cadeia.

3.1. Combustível

O combustível é toda substância capaz de queimar e alimentar a combustão. Os


combustíveis dividem-se em três grupos, de acordo com o estado físico em que
se apresentam:

a) Combustíveis sólidos - a maioria dos combustíveis sólidos transforma-se em


vapores e então, reagem com o oxigênio. Exemplos: madeira, papel, plástico,
ferro, etc.

b) Combustíveis líquidos - tem algumas propriedades físicas que dificultam a


extinção do calor, aumentando o perigo. É importante notar também que a maioria
dos líquidos inflamáveis são mais leves que a água, e portanto, flutuam sobre
esta.

Outra propriedade a ser considerada é a sua volatividade, que é a facilidade com


que os líquidos libertam vapores, que também é de grande importância, porque
quanto mais volátil for o líquido, maior a possibilidade de haver fogo ou mesmo
explosão.

c) Combustíveis gasosos - os gases não tem volume definido, tendendo


rapidamente, a ocupar todo o recipiente em que estão contidos.

37
O Comburente é o elemento que possibilita vida às chamas e intensifica a
combustão. O mais comum na natureza é o oxigênio, encontrado na atmosfera a
21%.

A fonte de calor é uma forma de energia que eleva a temperatura, gerada da


transformação de outra energia, através de processo físico ou químico. Pode ser
descrito como uma condição da matéria em movimento, isto é, movimentação ou
vibração das moléculas que compõem a matéria.

A reação em cadeia torna a queima auto-sustentável. O calor irradiado da chama


atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que se
combinam com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o
combustível, formando um círculo constante.

3.2. Pontos críticos de temperatura

Sabemos que é necessário unir três elementos para que o fogo apareça,
entretanto, por vezes esses três elementos estão presentes e o fogo não ocorre,
porque a quantidade de calor é insuficiente para queimar o combustível.

Para exemplificar melhor, imaginemos uma frigideira com óleo combustível sobre
a chama de um fogão. O óleo começará aquecer e a desprender vapores (gases);
se deixarmos por algum tempo, observaremos que um dado momento o referido
combustível se incendiará sem que haja contacto com a chama externa. Para que
o óleo aquecido lentamente comece a queimar, ele passou por três pontos de
aquecimento que chamaremos de: Ponto de fulgor, Ponto de combustão, Ponto
de ignição.

Ponto de fulgor é a temperatura na qual o combustível começa a desprender


vapores (gases), que se tomarem contacto directo com uma chama queimarão,
porém a chama produzida se mantém, em vista da quantidade de vapores
desprendidos ser muito pequena.

38
Ponto de combustão é a temperatura na qual um combustível desprende vapores
(gases), que se tomarem contacto directo com uma chama queimarão, até que
acabe o combustível.

Ponto de ignição é a temperatura na qual um combustível desprende vapores


(gases) que com o simples contacto com o oxigênio existente no ar queime até
que o combustível acabe.

3.3. Causas de incendios

Do ponto de vista científico o fogo ocorre quando estão presentes os três fatores:
combustível, oxigênio e calor suficiente para levar o combustível ao ponto de
ignição. Por trás desses três fatores está o próprio homem, responsável por três
quartos dos incêndios destruidores, devido à falta de precaução ou descuido. A
quarta parte restante tem causas diversas, possivelmente estáveis.

Cerca de quarenta incêndios domésticos diários são causados pelo esquecimento


de ferros elétricos ligados. A falta de cuidado no uso de fósforo e hábitos
descuidados de fumar são as principais causas de incêndios. Outras causas
comuns são fios elétricos em mau estado, defeitos da ignição dos automóveis,
esquecimento de desligar o fogão elétrico ou a gás, defeitos nos fornos, falta de
cuidado com a gasolina ou qualquer outro líquido inflamável.

O melhor projeto de segurança contra incêndio é realizado pela implantação de


um conjunto de sistemas de proteção activa (detecção do fogo, combate ao
incêndio, etc.) e de proteção passiva (resistência ao fogo das estruturas,
compartimentação etc).

Na prevenção activa do incêndio, as chances de desenvolvimento de um incêndio


são fortemente reduzidas se forem instalados detectores de fumaça e chuveiros
automáticos.

39
A seleção de um sistema de segurança deve ser determinada pela probabilidade
de ocorrência do incêndio e o consequente risco à segurança das vidas.
Adicionalmente, é necessário identificar a extensão do dano à propriedade que
pode ser considerada tolerável.

3.4. Classes de incêndios

Classe A - são materiais de fácil combustão com a propriedade de queimarem em


sua superfície e profundidade, e que deixam resíduos, como: tecidos, madeira,
papel, fibras, etc.

Classe B - são considerados os inflamáveis os produtos que queimem somente


em sua superfície, não deixando resíduos, como óleo, graxas, vernizes, tintas,
gasolina, etc.

Classe C - quando ocorrem em equipamentos elétricos energizados como


motores, transformadores, quadros de distribuição, fios, etc.

Classe D - elementos pirofóricos como magnésio, zircônio, titânio.

3.5. Combate ao fogo

Fig. 3.2 – Extinguindo o fogo

O efetivo controle e extinção do incêndio requerem um entendimento da natureza


química e física do fogo. Isso inclui informações sobre fontes de calor,
composição e características dos combustíveis e as condições necessárias para
combustão.

40
A extinção de incêndios baseia-se na eliminação de um ou mais dos três fatores
essenciais à combustão. Assim, para apagar o fogo impedimos o suprimento de
oxigênio, retiramos o combustível e colocamos a temperatura do material
queimado abaixo do ponto de ignição. A exclusão do oxigênio e a redução da
temperatura são os métodos de extinção mais usados.

A retirada do material inflamável produz efeito no caso de incêndios pequenos,


como depósitos de carvão, pilhas de madeira, cestos de papéis. Entre os meios
prontamente disponíveis para eliminar o oxigênio estão o de cobrir o fogo com
lama ou outro material não inflamável ou o de jogar um cobertor pesado sobre o
fogo.

Agentes extintores - são substâncias que, devido às suas características, quando


lançados sobre um fogo o extinguem.

Os extintores de incêndio são aparelhos de primeiros socorros, que carregam em


seu interior um dos tipos de agente extintor acima citados, que deverá ser usado
em princípios de incêndio.

Os extintores de incêndio atingem seu objectivo pelo resfriamento ou pelo


abafamento (que significa afastar o oxigênio do fogo).

Portátil - Quando seu peso total for igual ou inferior a 25kg., e operado por uma
única pessoa;

Carreta - Sobre rodas e quando seu peso total passar de 25kg, ou sua operação
exigir mais de uma pessoa.

Após instalado, um extintor nunca poderá ser removido, a não ser quando para
uso em combate ao fogo, recarga, teste ou instrução; estar sempre sinalizado e
seu acesso desobstruído.

41
Fig. 3.3 – Extintores de incêndio

3.6. Classificação e aplicação dos extintores

a) Extintor de água

Pode ser do tipo pressurizado ou do tipo pressão injectada. O do tipo


pressurizado, não e provido de cilindro de gás propelente, visto que a água
permanece sob pressão dentro do aparelho. Para funcionar, necessita apenas da
abertura do registro de passagem do líquido extintor.

Indicado com óptimo resultado para incêndios de classe "A". Contra-indicado para
as classes "B" e "C". O processo de extinção que este tipo de extintor utiliza é o
resfriamento.

O extintor de água tipo pressão injectada, tem fixado na parte externa do aparelho
um pequeno cilindro contendo o gás propelente, cuja a válvula deve ser aberta no
acto da utilização do extintor, a fim de pressurizar o ambiente interno do cilindro
permitindo o seu funcionamento. O elemento extintor é a água, que actua através
do resfriamento da área do material em combustão. O agente propulsor
(propelente) é o gás carbónico (CO2)

Veja a seguir como utilizar o extintor de água do tipo pressurizado (fig. 3.4) e do
tipo pressão injectada (fig. 3.5).

42
Fig. 3.4 – Utilização do extintor de água tipo pressurizado

Fig. 3.5 – Utilização do extintor de água tipo pressão injectada

Como cuidados a serem observados no uso de extintores de água salienta-se:


 Não tentar reparar defeitos nos extintores, encaminhá-los a uma firma
especializada;
 Não recolocar o extintor no suporte sem antes recarregá-lo;
 Não utilizar em equipamentos elétricos com energia elétrica.

b) Extintor de pó químico seco

O agente extintor pode ser o bicarbonato de sódio ou de potássio que recebem


um tratamento para torná-los em absorvente de humidade. O agente propulsor
pode ser o gás carbónico ou nitrogénio. O agente extintor forma uma nuvem de

43
pó sobre a chama que visa a exclusão do oxigénio; posteriormente são
acrescidos à nuvem, gás carbónico e o vapor de água devido a queima do pó.

Indicado com óptimo resultado para incêndios de classe "C" e sem grande
eficiência para a classe "A". Não possui contra-indicação. O processo de extinção
que este tipo de extintor utiliza é o abafamento.

A seguir veja como utilizar o extintor de espuma química.

Fig. 3.6 - Aparelho de Pressão injetada ou com ampola externa

Fig. 3.7 - Aparelho pressurizado

Como cuidados a observar na utilização deste tipo de extintores temos:


 Não tentar reparar os aparelhos defeituosos; encaminha-los a uma firma
especializada;

44
 Não recolocar o aparelho no seu local costumeiro, sem antes recarregá-lo.

c) Extintor de gás carbônico (CO2)

O gás carbônico é um material não condutor de energia elétrica. O mesmo actua


sobre o fogo onde este elemento (eletricidade) esta presente. Ao ser accionado o
extintor, o gás é libertado formando uma nuvem que abafa e resfria. É empregue
para extinguir pequenos focos de fogo em líquidos inflamáveis (classe B) e em
pequenos equipamentos energizados (classe C). O processo de extinção que
este tipo de extintor utiliza é o abafamento.

Como utilização do extintor de gás corbónico?

Fig. 3.8 – Utilização do extintor de gás corbónico.

Que cuidados devem ser observados na utilização do extintor de gás corbónico?


 Não tentar reparar aparelhos defeituosos, encaminhe-os à uma firma
especializada;
 Não recolocar no suporte os aparelhos usados, sem antes recarregá-los;
 Não conservar os extintores de Gás Carbônico (CO2) em locais de
temperatura elevada (acima de 40º C).

d) Extintor de espuma química

Indicado para incêndios da classe “A” e “B”.


Como utilizar este extintor?

45
Fig. 3.9 – Utilização do extintor de espuma química.

Os cuidados a observar na utilização do extintor de espuma química são:


 Não inverter o extintor foram do local de uso;
 Não usa-lo em instalações elétricas com energia ligada;
 Não dirigir o jato diretamente sobre o líquido em chamas, pois haverá risco
de espalhar o fogo;
 Se após a inversão para o uso, o aparelho não funcionar,. Abandone-o em
local afastado pois o aparelho defeituoso ou entupido apresentam risco de
explosão;
 Não tente reparar defeitos dos aparelhos, encaminhe-os a uma firma
especializada;
 Não recoloque o aparelho no seu local costumeiro, sem antes carrega-lo.

Incêndios de classe "D" requerem extintores específicos, podendo em alguns


casos serem utilizados o de Gás Carbonico (CO2) ou o Pó Quimico Seco (PQS).

46
3.7. Como empregar os agentes extintores

E
CLASSE DE AGENTES EXTINTORES
INCÊNDIO ESPUMA GÁS
ÁGUA QUÍMICA OU PÓ QUÍMICO CARBÔNICO HALON
MECÂNICA (CO2)
A

MADEIRA, PAPEL, SIM excelente SIM excelente NÃO NÃO NÃO


TECIDOS,
PLÁSTICOS, Só para Só para Só no início
CORTINAS, pequenos pequenos
POLTRONAS, ETC incêndios incêndios
B
NÃO SIM SIM SIM excelente SIM
GASOLINA, O líquido excelente excelente excelente
ÁLCOOL, incentiva o fogo
QUEROZENE,
ÓLEO, CERA,
TINTA, GRAXA, ETC
C
NÃO NÃO SIM excelente SIM excelente SIM excelente
EUIPAMENTOS E
INTALAÇÕES Condutor de Condutor de
ELÉTRICAS eletricidade eletricidade
ENERGIZADAS
Observação: para incêndio classe D (materiais pirofóricos: sódio, potássio, magnésio, alumínio em
pó, etc., os agentes extintores utilizados são: grafite em pó, areia seca, limalha de ferro fundido.

47
3.8. Manutenção e revisão de extintores

EXINTOR DE ESPUMA

PERÍODO VERIFICAR
Semanal Verificar o acesso ao extintor

Verificar se o extintor está com carga e se o bico está desobstruído


Mensal (usar em estilete)
Descarregar completamente o extintor (usar durante instrução), verificar o estado geral do
Anual aparelho. Em caso de qualquer avaria mecânica, deve ser submetido ao teste hidrostático.
Usar carga sempre nova
Por ocasião da recarga, submeter o extintor ao ensaio previsto pelas normas EB-14
Cada 5 anos (espuma química-portáteis), EB-52 (espuma química-carretas) e EB-1002 (espuma
mecânica) da ABNT no próprio fabricante autorizado, esse teste revalida o extintor por
mais 5 anos.

EXINTOR DE GÁS CARBÔNICO

PERÍODO VERIFICAR

Semanal Verificar o acesso ao extintor ao lacre e pino de segurança


Verificar o peso total do extintor, conferindo com o peso marcado na válvula. Havendo
Semestral uma diferença de 10% para menos, é preciso fazer a inspeção e o recarregamento.
Usar o aparelho para instrução e submete-lo ao teste de conformidade com a norma EB-
Cada 5 anos 150-NBR 11716.

EXINTOR DE ÁGUA

PERÍODO VERIFICAR

Semanal Verificar o acesso ao extintor


Verificar se o extintor está carregado e se o lacre da ampola está em ordem
Mensal
Verificar o peso da ampola lateral e se a diferença for maior que 10% deve ser substituída.
Semestral

48
Examinar o aparelho, e havendo qualquer avaria mecânica, submeter o extintor ao teste
Anual hidrostático.

Enviar o extintor à empresa autorizada, para teste hidrostático de conformidade com a


Cada 5 anos norma EB-149-NBR 11715.

EXINTOR DE PÓ QUÍMICO

PERÍODO VERIFICAR

Semanal Verificar o acesso ao extintor e os lacres


Verificar o peso do cilindro de gás, se for constatado um peso de 10% para menos, é
Semestral necessário recarregá-lo e conferir o ponteiro do manômetro está na faixa verde.

Examinar o estado do pó químico e se houver empedramento, o extintor deve ser


Anual recarregado

Descarregar o extintor, usando-o para instrução


Cada 3 anos

Enviar o extintor à empresa autorizada, para teste hidrostático de conformidade com a


Cada 5 anos norma EB-148-NBR 10721.

EXINTOR DE HALON

PERÍODO VERIFICAR

Semanal Verificar o acesso ao extintor


Conferir se o ponteiro do manômetro está na faixa verde.
Semestral

Examinar o aparelho, e havendo qualquer avaria mecânica, submeter o extintor ao teste


Anual hidrostático.

Recarga obrigatória e teste hidrostático, norma EB-1232.


Cada 5 anos

49
Experimentação Activa (3)

caro(a) estudante!

1. Indique algumas causas de ocorrências de incêndios?

2. Indique uma forma de prevenir o incêndio.

3. Indique um método de combater o incêndio.

4. Que equipamento se utiliza no combater o incêndio.

Caro (a) estudante !

Já deve ter visto um incêndio. As televisões falam sempre de incêndios e indicam


suas causas, por isso, com um pouco de raciocínio e calma, não haverá
dificuldades para responder as questões aqui apresentadas.

50
4. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA

No interior e exterior das instalações da Empresa , devem existir formas de aviso


e informação rápida , que possam auxiliar os elementos da Empresa a actuar em
conformidade com os procedimentos de segurança .

Fig. 4.1 – Sinalização indicando a existência de um extintor

Com este objectivo, existe m conjunto de símbolos e sinais especificamente


criados para garantir a fácil compreensão dos riscos ou dos procedimentos a
cumprir nas diversas situações laborais que podem ocorrer no interior de uma
empresa ou em lugares públicos. Em seguida dão-se alguns exemplos do tipo de
sinalização existente e a ser aplicada nas Empresas .

3.9. Sinais de Perigo

Indicam situações de risco potencial de acordo com o pictograma inserido no


sinal. São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e
procedimentos, etc.Têm forma triangular, o contorno e pictograma a preto e o
fundo amarelo.

Fig. 4.2 – Sinais de indicação de perigo

51
3.10. Sinais de Proibição

Indicam comportamentos proibidos de acordo com o pictograma inserido no sinal.


São utilizados em instalação, acessos , aparelhos, instruções e procedimentos,
etc.. Têm forma circular, o contorno vermelho, pictograma a preto e o fundo
branco.

Fig. 4.3 - Sinais de indicação de proibição

3.11. Sinais de Obrigação

Indicam comportamentos obrigatórios de acordo com o pictograma inserido no


sinal. São utilizados em instalação, acessos, aparelhos, instruções e
procedimentos, etc.. Têm forma circular, fundo azul e pictograma a branco

Fig. 4.4 – Sinais de indicação de obrigação

52
3.12. Sinais de Emergência

Fornecem informações de salvamento de acordo com o pictograma inserido no


sinal. São utilizados em instalação, acessos e equipamentos, etc.. Têm forma
rectangular, fundo verde e pictograma a branco.

Fig. 4.4 – Sinais de indicação de emergência

53
Resumo

Convém relembar o conceito técnico de acidente de trabalho, para entender que


as protecções individuais não previnem o acidentes, mas evitam lesões,
prevenindo o contacto do agente agressivo com o trabalhador. Portaneto, os
equipamentos de protecção individual evitam lesões ou atenuam sua gravidade.
Também protegem o corpo e o organismio contra os efeitos nocivos e lentos de
substâncias com características tóxicas, alérgicas ou outras, das quais resultam
doenças profissionais.

Assume também proporções de relevante importância a educação do trabalhador


que usa ou irá usar o equipamento de protecção individual, que deve ter
consciência da sua finalidade. Nos casos mais sérios, que requerem algum
treinamento, como o uso de certos tipos de máscaras, esse treinamento deve ser
ministrado e, conforme o caso, reciclado periodicamente.

A manutenção e conservação dos equipamentos de protecção é um factor


económico e vantajoso, quer se processe pela empresa consumidora, quer por
firmas especializadas. Porém, deve-se ter em conta que essa manutenção deve ir
somente até o ponto em que não comprometa a segurança, que é objectivo
principal dos equipamentos de protecção individual.

Quanto aos riscos que rodeiam o posto de trabalho, as empresas devem


providenciar exames médicos periódicos aos trabalhadores (prevênção médica),
mesmo que estes trabalhem em ambientes cujas concentrações de agentes de
riscos (substâncias tóxicas, alérgicas ou outras), sejam menores que as
concentrações limites.

54
Exercícios de Autoavalação

1. Indique três motivos que obrigam ao uso de equipamento de protecção:


a) Para os olhos
b) Para as vias respiratórias

2. Relacione cada tipo de risco presente no posto de trabalho com a parte do


corpo susceptível de afectar.

3. De entre as opções, utilizar equipamento de protecção colectiva e utilizar


equipamento de protecção individual, qual delas escolheria e porquê?

4. Indique três actividades em que é indispensável a utilização de


equipamentos de protecção individual.
a) Para tronco;
b) Para os membros superiores;
c) Para os olhos.

5. Relacione os riscos que rodeiam o posto de trabalho e as doenças


profissionais

6. Pode-se considerar a sinalização de segurança, equipamento de protecção?


Argumente.

7. Indique algumas formas de prevenir agentes ergonómicos.

8. Para um operador de torno, que recomendações deixaria para prevenir riscos


ergonómicos.

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Bibliografia

Tecnologia do automóvel. Segundo Estévez. Plátano edições técnicas. 2ª edição.


1995. Lisboa – Portugal.

Tecnologia de metal. Formação profissional. Plátano edições técnicas. 2ª edição.


1995. Lisboa – Portugal.

Prática de prevenção de acidentes. ABC da segurança do trabalho. Álvaro


Zocchio. Atlas editora. 7ª edição. 2002. São Paulo.

Higiene e segurança no trabalho. Manual de formação de PME. Associação


Empresarial de Portugal.

Manual de higiene do trabalho na indústria. Ricardo Macedo. Fundação Calouste


Gulbenkian. 3ª edição. 2006. Lisboa – Portugal.

Tecnologia Automóvel. Segundo Estevez. 2 ª edição. 1995. Lisbia - Portugal

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Glossário

Centelhas – partículas liminosas que se desprendem de um corpo incandescente.

Arremessados – atirados com força.

anteparo – objecto colocado diante de alguma coisa para resguardar.

Fagulhas – faíscas

Respingos – salpicos de substâncias líquidas.

Fundente – substância que funde e que facilita a fusão.

Contundente – Fortemente agressivo.

Abrasiva – o que desgasta por fricção ou raspagem.

Acuidade – qualidade do que ]e agudo, agudeza.

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