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Introdução

Biologicamente a gravidez pode ser definida como o período que vai da


concepção ao nascimento de um indivíduo. Entre os animais irracionais trata-se de um
processo puro e simples de reprodução da espécie. Entre os seres humanos essa
experiência adquire um caráter social, ou seja, pode possuir significados diferenciados
para cada povo, cultura e faixa etária.

A gravidez precoce é aquela que ocorre na fase da adolescência. A partir da


puberdade, começa o processo de alterações físicas que fazem da rapariga uma mulher
com capacidade para a reprodução sexual. Não significa, porém, que a menina esteja
preparada para ser mãe.
Ao longo do trabalho teremos um desenvolvimento detalhado do tema,
enunciando seus riscos, consequências, factores e métodos anticontraceptivos.

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1. A Gravidez Precoce

Considera-se precoce, a gravidez que ocorre entre os 10 e 21 anos de idade, de


acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Apontada como uma gestação de
alto risco decorrente das preocupações que traz à mãe e ao recém nascido, a gravidez
nesta faixa etária pode acarretar problemas sociais e biológicos.

A adolescência é um período da vida rico em manifestações emocionais,


caracterizadas por ambiguidade de papéis, mudança de valores e dificuldades face à
procura de independência pela vida.

A gravidez na adolescência é muitas vezes encarada de forma negativa do ponto


de vista emocional e financeiro das adolescentes e suas famílias, alterando
drasticamente suas rotinas.

1.1 Gravidez Precoce em Angola

Dados da UNICEF dão conta que a gravidez precoce, em Angola, contribui em


7,5 por cento para o abando escolar. Deste número, quase 3 por cento envolve meninas
dos 12 aos 14 anos de idade.

O fenómeno é considerado um problema de saúde pública, que tem estado a


crescer e a preocupar a sociedade angolana.

As estatísticas mais actualizadas sobre a população em Angola, estimam um


número aproximado de 20 milhões de habitantes, em que cada mulher tem em média,
cinco filhos, mas a mortalidade infantil é de 116 para cada mil bebés que nascem vivos.

“Nós temos taxas altas sim, mas tudo isto, também está reflectido naquilo que é o
subdesenvolvimento e nível de desenvolvimento das populações. Quanto mais pobre,
mais filhos faz”.

1.2 Factotres da Gravidez Precoce

Há diversos factores de natureza objectiva e subjectiva que levam à gravidez no


início da vida reprodutiva, tais como:

• Falta de conhecimento adequado dos métodos contraceptivos e como usá-los;


• Dificuldade de acesso a esses métodos por parte do adolescente;
• Dificuldade e vergonha das meninas em solicitar o uso do preservativo pelo
parceiro;
• Ingenuidade e submissão;
• Violência;
• Abandono;
• Desejo de estabelecer uma relação estável com o parceiro;
• Forte desejo pela maternidade, com expectativa de mudança social e de obtenção
de autonomia através da maternidade;

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• Meninas com início da vida sexual cada vez mais precoce.

O ambiente familiar também tem relação direta com o início da actividade sexual.

Experiências sexuais precoces são observadas em adolescentes em famílias onde os


irmãos mais velhos já apresentam vida sexual activa.

É comum encontrar adolescentes grávidas cujas mães também iniciaram a vida


sexual precocemente ou engravidaram durante a sua adolescência.

Outro factor que deve ser ressaltado é o afastamento dos membros da família e a
desestruturação familiar. Seja por separação, seja pelo corre-corre do dia-a-dia, os pais
estão cada vez mais afastados de seus filhos. Isso além de dificultar o diálogo de pais e
filhos, dá ao adolescente uma liberdade sem responsabilidade. Ele passa, muitas vezes, a
não ter a quem dar satisfações de sua rotina diária, vindo a procurar os pais ou
responsáveis apenas quando o problema já se instalou.

A desinformação e a fragilidade da educação sexual são também questões


problemáticas. As escolas e os sistemas de educação estão muito mais preocupados em
dar conta das matérias que constam do plano, como: física, química, português,
matemática, etc., do que em discutir questões de carácter social. Dessa forma, temas como
sexualidade, gravidez, drogas, entre outros. Os governos, por sua vez, também se limitam
às campanhas. Ainda assim, em geral essas campanhas não primam pela conscientização,
mas apenas pela informação a respeito de métodos contraceptivos. Os pais, como já foi
dito anteriormente, além do afastamento dos filhos, enfrentam dificuldades para
conversar sobre essas questões. Isso se dá devido a uma formação moralista que tiveram.
Diante dessa realidade o número de pais e mães adolescentes cresce a cada dia.

1.3 Consequências e Riscos da Gravidez Precoce

A gravidez na adolescência pode trazer consequências emocionais,


sociais e econômicas para a saúde da mãe e do filho.

A maioria das adolescentes que engravida abandona os estudos para cuidar do


filho, o que aumenta os riscos de desemprego e dependência econômica dos familiares.
Esse factores contribuem para a perpetuação da pobreza, baixo nível de escolaridade,
abuso e violência familiar, tanto à mãe como à criança.

Além disso, a ocorrência de mortes na infância é alta em filhos nascidos de


mães adolescentes.

A situação socioeconômica, a falta de apoio e de acompanhamento da


gestação (pré-natal) contribuem para que as adolescentes não recebam informações
adequadas em relação à alimentação materna apropriada, à importância da
amamentação e sobre a vacinação da criança.

Também é grande o número de adolescentes que se submetem a abortos


inseguros, usando substâncias e remédios para abortar ou em clínicas clandestinas. Isso
tem grandes riscos para a saúde da adolescente e até mesmo risco de vida, sendo uma
das principais causas de morte materna.
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Essas acções acarretam prejuízos às crianças, gerando um impacto na saúde
pública, além da limitação no desenvolvimento pessoal, social e profissional da
gestante.

1.4 Formas de Prevenção da Gravidez Precoce

Podemos evitar a gravidez na adolescência nos informando adequadamente e


conhecer o próprio corpo e do parceiro antes de começar a vida sexual. Mas a melhor
opção para os adolescentes é a abstinência.

Meninos e meninas devem se informar sobre os métodos anticoncepcionais. A


camisinha é o mais comum, mais barato e mais fácil de utilizar. Além da gravidez
indesejada, ela também protege contra as doenças sexualmente transmissíveis.

1.4.1 Métodos Contraceptivos

Existem diversos métodos anticoncepcionais ou contraceptivos, que dividem-se em


4 tipos:

I- Método da Barreira

Utilizam produtos ou instrumentos que impedem a passagem


dos espermatozoides pela vagina. São eles:

1. Preservativo masculino (camisinha) e feminino;


2. Diafragma;
3. Espermicidas.

II- Métodos Comportamentais

Dependem sobretudo do comportamento da mulher e exigem um conhecimento


prévio do corpo feminino para que possam ser aplicados. São eles:

1. Tabelinha;
2. Muco;
3. Temperatura.

III- Métodos Comportamentais

Comprimidos ou injeções produzidos com hormônios não naturais. Este tipo de


método interfere no equilíbrio hormonal do corpo da mulher, alterando o
desenvolvimento do endométrio, o movimento das tubas uterinas, a produção do muco
cervical e impedindo que ocorra ovulação. São eles:

1. Pílulas;
2. Injeções;
3. Adesivos;
4. Dispositivo Intrauterino - DIU: Trata-se de um objeto colocado no interior da
vagina para evitar a concepção.

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IV- Métodos Cirúrgicos ou Esterelização

Não é propriamente um método anticoncepcional, mas sim uma cirurgia realizada


no homem ou na mulher para evitar definitivamente a concepção. A esterilização da
mulher é chamada de laqueadura e a masculina, vasectomia.

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Conclusão

Depois da elaboração do trabalho podemos concluir que, denomina-se gravidez na


adolescência a gestação ocorrida em pessoas de até 21 anos que encontram-se, portanto,
em pleno desenvolvimento dessa fase da vida – a adolescência. Esse tipo de gravidez
em geral não foi planejada nem desejada e acontece em meio a relacionamentos sem
estabilidade.
É comum encontrar adolescentes grávidas cujas mães também iniciaram a vida
sexual precocemente ou engravidaram durante a sua adolescência.

Ela acarrecta inúmeras consequências e a maior delas é a morte da gestante ou da


criança, e que existem diversas formas de se prevenir dela, mas a melhor para os
adolescentes é a abstinência.

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Recomendações

Recomendamos aos pais e encarregados de educação, que possam ter maior


controle dos seus filhos, dando-os atenção, carinho e conversar abertamente sobre
assuntos delicados como este.
E aos adolescentes, que possam se informar detalhadamente sobre a sexualidade,
de formas a obterem conhecimentos, a tomarem consciência dos seus actos e a
desenvolverem responsabilidade no seu agir.

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Referências Bibliográficas

https://www.infoescola.com/sexualidade/gravidez-na-adolescencia/

https://www.todamateria.com.br/gravidez-na-adolescencia/

https://conceito.de/gravidez-precoce

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Anexos

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