Você está na página 1de 2

1o * letras NOVOS ROMANCES jornaldeletras.sapo.

pt * 30 de setembro a 13 de outubro de 2015 J

Astronomia Afonso Cruz


Entre a memória
e a esperança
Na cidade que persiste em reputar-se de cabeça do território em guerra, e que
constitui o último reduto da defesa contra o terrorismo desembestado, as
lâmpadas amarelas duram, acesas de noite, e de dia. Atulham-se as sarjetas
de garrafas de cerveja, oportunamente designadas por «bazookas», e circulam
sem parança as viaturas militares, vistoriando a área, ou conduzindo os maio-
rais do exército colonial nas lides da sua vidinha. Ao cais que fica na história
como sede da revolta dos estivadores, a que desencadeia o conflito, atracam os
navios de transporte de tropas, derradeiros exemplares de uma frota ao serviço
dos funcionários de antanho. Erraticamente singram agora, destituídos de
bandeira que os identifique, muito ao largo daquele pedaço da costa ocidental Afonso Cruz, que continua a variar
de África, reivindicado pela Pátria como eterna possessão. E regurgita uma es- registos, do micro-conto aos
planada de fuzileiros, de pára-quedistas, e de comandos, temporariamente em livros ilustrados, perpassam ainda
licença, e que se espapaçam, emborcando bejecas, e deglutindo os camarões algumas das "injustiças" dos nossos
que as acompanham, ou a mancarra que conforma a exclusiva, e justificante, tempos.
produção daquele quadrilátero de charcos. Os mosquitos em fúria mordem
os tornozelos dos recém-chegados, e fala-se entre pasmo e pânico de uma Jornal de Letras: Depois das
cobra minúscula que se desprende da rama dos coqueiros, e que aterra nos que flores de plástico de uma peça de
passam em baixo, picando-os no pescoço onde injecta a morte que sobrevém teatro, outras flores no seu novo
num minuto. Como residual paraíso de tudo isto uma mulata rotunda, e muito romance. O que mais o interessa
reinadia, fabrica gelados que assumem a dimensão de um místico manjar, e que literariamente: a natureza, a
na mágica dos fregueses preenchem um arquétipo de chocolate e baunilha, metáfora, o enigma, a raiz e o fruto?
de manga e papaia, e de inúmeros outros sabores, desdobrados num espectro As flores têm uma riqueza simbólica
luminoso. Ergue-se o forte secular, a proteger a colónia das armadas dos países absoluta. É por isso que as vemos a
do velho continente, obcecados pela cobiça daquilo que os outros conquistam. decorar situações tão díspares como
E carrega-se o céu de cúmulos de água que não se contêm, que deflagram casamentos, relações amorosas, fu-
em torrentes de chuva, e em raios, coriscos e ribombos, que fazem estreme- nerais, pacificações, simples embe-
cer o chão constantemente sequioso. Um avião explode na escassa pista de lezamento, nascimentos e batizados.
aterragem que resta à povoação sitiada, e voam em farrapinhos as notas de Afonso Cruz Uma ficção que espelha os nossos dias Enfeitam pratos de chefs, ensopam-
banco que nele se traficam, caindo em flocos que num alvoroço se apanham -nos com a beleza (a das tulipas, por
na queda, mas que em absoluto carecem de valor. Não se detém o rapaz no seu exemplo) ou com os sonhos do ópio.
texto, e rabisca mais isto, São o sexo das plantas, com todo o
«Nos quadris um grito se cravava, crosta de ferro e arame, a geografia devas- Diante da campa do pai, o cada dia que passa, o Senhor Ulme charme, sedução, isco e burla que
tando de ossos e pele, à garganta subindo no garrote gelado que tudo cingia.»18 narrador de Flores, o novo romance perde a habilidade de comunicar, representam, numa exibição teatral
Na Secção de Justiça, onde serve, alojada num quartel-general que fervilha de de Afonso Cruz, apercebe-se que o de se movimentar e de lembrar o das suas faculdades, de cores e chei-
entradas e saídas de militares na sua lida da guerra, reina um misto de circunspec- seu mundo não faz muito sentido. passado. O vazio de um equivale ros. É um tema infindável.
ção e estouvamento. Mercê daquilo que se considera produto do clima dos trópi- O casamento, a relação com a filha, ao vazio de outro, afirmando-se
cos, o qual se crê apanhar toda a gente, voam amiúde esferográficas de secretária o futuro que se abre pela frente. assim o ponto de partida de uma E qual foi a semente do livro? Um
para secretária. Propulsiona-as um ímpeto infantil de libertação, a interromper É entre dúvidas e descrenças que narrativa em que os horrores da dos seus ramos conduz o leitor ao
a aturada análise dos processos-crime, ou meramente disciplinares, pontuados começa a reparar no seu vizinho História convivem com a esperança romance A Boneca de Kokoschka...
pelas convencionais expressões tabeliónicas, «Chamei à minha presença», «E ao e na doença que o atormenta. A na humanidade. Pela escrita de Sim, quase todos os meus livros
ser interrogado», «Em cumprimento de». Ao longo da semana inteira, com-
preendendo sábados e domingos, e apenas com o breve intervalo para almoço e

Rui Zink
sesta, o rapaz labuta, partilhando com o escasso punhado de milicianos-juristas
a responsabilidade da proposta de soluções para os desmandos praticados pela O registo é muito próximo do Teatro.
desorientação da soldadesca. Giram sem pausa as ventoinhas de tecto, isto por- Pensou-o como tal?
que tão-só as instâncias superiores auferem de ar condicionado, e erguem-se por Todos os meus livros, quase sem ex-

Quem tem medo


isso, a planar como garças, ofícios e ordens, rascunhos de informações, ou notas ceção, fundem géneros. E são ensaios
confidenciais, a menos que as segurem os calhaus que se lhes põem em cima. Na de coisas novas a partir desse vastíssi-
atmosfera enevoada pelo fumo de tabaco, para a qual ele próprio, o rapaz, não mo ferro-velho que dá pelo nome de
deixa de contribuir, avista-se de longe a longe o provecto major do quadro no Literatura. Se reparar bem, o livro está
posto que ocupa. Arrasta a sua borracheira, enfiada em intermináveis borrachei- dividido em três partes, segundo a mais

do terrorista?
ras, sempre que a da véspera não se mostre de caixão à cova, precipitando-o a res- clássicas das partições: lírica, drama,
sonar debaixo das estrelas, e em decúbito dorsal, ao fundo de uma dessas valas, narrativa. As três partes não têm o
destinadas ao escoamento das chuvas. E o rapaz mete-se no jeep, e apeia-se dele, mesmo número de carateres, o mesmo
desistindo de estabelecer diálogo com o condutor peso em quilos? Mas têm exatamente
indígena que afecta não entender seja o que for, e a mesma importância. O título, Osso,
que masca numa obsessão a bolinha de cola que designa conteúdo e forma. Aqui que
lhe enegrece os dentes branquíssimos. Encharcado ninguém nos ouve, acho que encontrei
em suor, e de estômago atulhado do caril de frango, um modo de contar mui adequado ao
obrigatório menu diário da messe, cai de fadiga Com Osso, Rui Zink dá por de contraditórios e de enganos. Um mundo de hoje, e aguardo emocio-
na tarimba do contentor que lhe designam como encerrada a tetralogia que dedi- retrato de uma sociedade em que nem nadamente uma menção honrosa do
casamata, e donde a meio da noite rompe o esparso cou à crise, iniciada com O Destino tudo o que parece é. Ministério da Economia, porque é um
berro de um camarada que não aguenta mais, e que Turístico, A Instalação do Medo e A livro como deve ser: limpo de gorduras
exige o seguinte, Metametamorfose e Outras Fermosas Jornal de Letras: Este livro é um osso excedentárias. O dinheiro e o tempo
«Tirem-me daqui!», Morfoses. Agora, os protagonistas são duro de classificar. Como o define? que não poupei aos contribuintes, ao
ou que descarrega a sua acrimónia contra um terrorista, preso à entrada do país, Diálogo, parábola, farsa? abdicar dos «naquela manhã», «en-
quanto o rodeia, expelindo esta frase com que › Mário Cláudio e um interrogador, que a certa altura Rui Zink: Um romance. Em tom de tretanto», «retorquiu», «inquiriu»,
desabafa a incoercível urgência de privacidade, ASTRONOMIA confundirá as suas fidelidades, aca- farsa. A tetralogia sobre a crise que «murmurou», «pigarreou», «coçou o
«Vai para o mato, malandro!» D. Quixote, 472 pp, 17,90 euros bando igualmente preso. Um romance agora chega ao fim, começou com queixo», «mordeu o lábio», «franziu
em jeito de farsa, como descreve o uma tragédia (O Destino Turístico), o sobrolho». E olhe que tenho alguma
escritor, que atendendo à austeridade seguiram-se-lhe um drama (A pena, porque «franziu o sobrolho» é
que grassa no nosso quotidiano cortou Instalação do Medo) e uma comédia (A uma das minhas expressões favoritas.
de um poeta com quem privei, duplo, ou um irmão gémeo, se bem no livro todas as "gorduras excedentá- Metametamorfose). O epílogo tinha de
terminaria eu por me apegar a ele, que empolgado por uma propensão rias". Uma obra, portanto, em forma ser uma farsa, claro, além do mais 2015 A certa altura lê-se: “Tempos desgra-
mas apenas depois da sua morte. libertária que jamais possuí, mas de diálogo contínuo, que sublinha a também o exigia, e quem sou eu para çados pedem desesperos engraçados”.
Ficaria em mim em suma como um que sempre cobicei. JL arte de Zink para o jogo de palavras, contrariar 2015? No riso está a raiz da reflexão?
J 30 de setembro a 6 de outubro de 2015 * jornaldeletras.sapo.pt NOVOS ROMANCES
letras * 11

Flores
casa e te abraçava, confuso pela tua presença breve, Este parece ser o seu romance mais preciso despertar os homens?
delicada, como uma brisa. Se um dia vier a acreditar político, no sentido de incluir, Não acho que esteja a ficar
em Deus, não quero relâmpagos e trovões, quero um refletir e recriar assuntos da mais esquecida, mas acho que
sorriso delicado como aquele que aparecia no teu rosto. atualidade. A crise bateu à porta da uma boa parte dos cidadãos
O mundo, quer-me parecer, é muito mais um sorriso ou sua literatura? mais informados não sente
uma flor a abanar ao vento do que um terramoto, um É uma história que se desenrola qualquer pressão para agir. Não
monumento de pedra ou um grand canyon. E agora, pai, nos dias de hoje e por isso seria desconsidero as indignações
Pai, estou frente ao espelho. tenho de ir buscar a Beatriz aos tempos livres. inevitável comentar a atualidade. momentâneas, mas creio
Relembro-te um momento em que estavas de cócoras Mas encontrar-nos-emos aqui no espelho, ou num Tenho tido essa preocupação em que é possível fazer mais e
ao meu lado e me ajudavas a montar um lego, tenho golo do Sporting, em quatro letras. livros ilustrados como Assim, mas melhor. Repensar o sistema
de te agradecer isso, de te debruçares sobre as minhas Até já. sem ser assim, Capital ou A Cruzada democrático tornando-o mais
brincadeiras, cresci com a tua sombra. Tenho de agrade- (...) das Crianças. Neste caso, achei justo, verdadeiro e, sobretudo,
cer-te o hálito a café pela manhã, quando me acordavas Nós tínhamos uma ameixeira no quintal. O pai pegava mais do que pertinente, senão hierarquizar os valores: ou
para ir para a escola, e, claro, o primeiro after-shave numa ameixa, metia-a toda na boca, dizia que era um dever, apontar episódios, seja, remeter a pecúnia para o
que me deste, depois de rapar o buço incipiente que me assim que a devíamos comer, depois cuspia o caroço, circunstâncias ou situações que seu lugar, que é o de servir e
pautava o lábio superior. Pai, ainda uso a mesma marca, baixava-se e cuspia. Era um gesto de reverência, de julgo, para não usar o calão, serem não o de ser um anelo per se.
não consigo imaginar outra, se a fábrica deixar de pro- totalidade, mas mais do que isso, perpetuava a árvore, de extrema injustiça. Mudar pequenas coisas pode
duzir desisto de fazer a barba. Tenho de te agradecer o pois ao cuspir plantava-se. Era a reprodução da amei- ter um resultado estrondoso.
primeiro jogo do Sporting que vi no estádio de Alvalade, xeira, cuspir fazia nascer uma árvore. E o pai, quando A memória, no entanto, é o grande São flores no cabelo. Mas por
o Manuel Fernandes, o Oliveira, o Damas, mas acima se erguia, com as calças de fazenda a apertarem-lhe os tema. Sem ela, até o pior dos vezes precisamos mesmo de
de tudo o facto de gritares golo como se reclamasses a testículos, de tão puxadas para a barriga, os suspensó- homens se torna inofensivo. O que nos olhar ao espelho, ver um
eternidade, nunca me esquecerei da tua voz a fazê-lo, rios lassos, concluía: é assim que se come uma ameixa. resta ao senhor Ulme, agora que golem e revoltarmo-nos. Se
era a única que eu ouvia no delírio do estádio, era o grito É isso, pai, não é só o fruto que comemos, são as frá- esqueceu quase tudo, sobretudo ficamos zangados com um café
que eu seguiria como se fosse o messias, eu, com sete geis pegadas dos pássaros que nele pousaram, os raios o que de mais pessoal há na sua mal servido, também temos a
anos a correr atrás da revelação, da religião, de sol, o grito dos mochos, o luar mais vida? obrigação de nos enfurecermos
da vida eterna que era uma palavra de quatro furtivo, a chinfrineira das cigarras. Os A memória é o grande tema porque com a permanente injustiça que
letras, como o impronunciável nome de Deus frutos são o resultado de tudo. O caroço também é um grande tema. Ao vemos à nossa volta ou a que
era para o judeus. Dizias golo, pai, mas eu que se cospe é a vida. senhor Ulme resta uma virtude somos submetidos. Se vamos
ouvia a mais alta conquista do ser humano, É isso, pai, é a vida. que é comum a todos os humanos a um restaurante e nos servem
uma espécie de divinização da lama de que É o caroço que temos de encontrar e desde que Pandora abriu a tal comida estragada mandamos
somos feitos. Tremia por dentro, pai, tremia perceber que isso somos nós, prontos a caixa: a esperança. Sabendo que para trás. Se nos servirem uma
com o teu grito eterno, que se projectava do ser cuspidos, esse lugar desprezível é o a vida não acaba bem, tendo realidade estragada devemos
passado mais longínquo, desde o big bang mais importante. consciência de que a morte é uma fazer o mesmo: desculpem, mas
ao fim dos tempos, um grito que percorria Senhor UIme, encontrarei o seu caroço ameaça constante e que, mais tarde eu não quero este croquete.
a história e refazia a vida, montava os ossos e dar-lhe-ei um motivo para ser cuspido ou mais cedo, sairá vencedora,
dos homens num esqueleto, dava-lhes poe- e, desse gesto, farei nascer uma nova essa mesma esperança mantém a Mesmo para um escritor tão
sia, ou alma, se preferires, ressuscitava todos › Afonso Cruz árvore, maior, mais alta, frondosa, etérea, possibilidade de nos mantermos variado, os leitores vão encontrar
os mortos, o teu grito. Quatro letras, como FLORES conclusiva, uma árvore da vida, cabalísti- otimistas e continuarmos a algumas novidades neste livro. A
o nome de Deus. Tenho de agradecer-te, pai, Companhia das Letras, ca, perfeita, um ramo de pão e outro de procurar a felicidade. A nossa e a escrita, como a vida do narrador,
o modo como sorrias quando eu chegava a 272 pp, 17,50 euros alma, um fruto de maresia, outro barro. dos que nos rodeiam. não pode cair na rotina?
Pode cair na rotina, claro. Mas o
A sociedade também está a ficar trabalho de qualquer criador, em
cada vez mais esquecida? O qualquer profissão, é entrar "mais
têm filamentos, raízes, sementes que é algo que me fascina meus livros, Isaac Dresner, e que que fazer diante dos horrores dentro na espessura" e garantir que
e esporos que vem de outros e por todas as implicações que é para mim, mais do que ficção perpetrados pela Humanidade, tudo o que faz é um caminho, uma
partem para novos lugares. Volto convoca. Há uma personagem (e anda tantas vezes a coxear ao que enchem os recortes de jornal descoberta, um passo além dos
ao tema do golem, por exemplo, que deambula por quase todos os meu lado), como um amigo. guardados pelo senhor Ulme? É seus limites.J LUÍS RICARDO DUARTE

Não diria a raiz, antes o método. O


riso consegue ser melhor que o prof.
Karamba: resolve problemas, alivia
dores, dá prazer, ajuda a compreender.
poderem dizer: «Veem no que deram
os vossos sonhos? Temos de ser rea-
listas... Habituem-se!», etc. O fim das
35 horas tem a ver com isso: não com a
Osso
E é muito bom quando a ficção tenta produtividade, a produtividadezinha,
dar o salto do rir-dos-outros para o rir- mas com o prazer sádico de apoucar, de
-com-os-outros. Ambos são humanos amesquinhar, de empurrar para baixo. Era uma vez
mas este último é mais salutar. Espero Agora promessas e esperança só em
genuinamente que os leitores fiquem época de saldos, ou seja, em campanha Senhores e senhoras, circulem
a simpatizar com as duas personagens eleitoral. Eu aliás não me importava Não há nada para ver
principais, trabalhei para isso. nada de viver eternamente em cam- Está tudo sob controlo
panha eleitoral. É o momento em que
Qual foi a ideia que desencadeou este o sr. Grey alarga um pouco as algemas Repetimos, senhoras e senhores
diálogo entre um terrorista e um e besunta o chicote com framboesas. Não há nada para ver
interrogador? Framboesas congeladas, é certo, mas Houve um problema mas
A minha sempre sorridente surpresa sempre são framboesas. J L.R.D. as forças da ordem
quando, em certos formulários de resolveram-no rapidamente
viagem, me perguntam se já participei Nada de pânico, não há nada a
numa rede de tráfico humano. Este ano Rui Zink "Agarrar o ar do tempo em tempo real" recear
tive de preencher também um para A situação está sob
o meu filho mais novo (a sua estreia Perfeito controlo
nestas andanças). Lá veio a pergunta
sobre se já fez terrorismo e eu, como ver. Talvez «Soldado Schweik goes profissionais é infelizmente escasso), Uma vez mais, meninos e meninas
qualquer pai, tive de me conter para Guantanamo». O livro não é realista, é digo eu. Estimável público
não escrever sim. ameno e alegre, espero, mas a situação Não há nada para ver
e os problemas que aborda são bem “Indústria da felicidade já deu o que Houve um problema mas
Entre um e outro, entre quem ataca reais e têm-nos assombrado a todos tinha a dar. Agora já só nos restam os as autoridades agiram
e é atacado, quem acusa e é acusado, desde pelo menos 11 de Setembro 2001. ossos”, desabafa o terrorista. É essa a sem contemplações
entre Ocidente e Oriente, nem tudo o Será presunção minha dizer que integro marca do nosso tempo? Nada de pânico, não há nada a
que parece é, como sugere a moral da uma pequena elite de escritores que É sem dúvida uma. A instalação do recear
história? tentam agarrar o ar do tempo em tem- medo está completa. A felicidade dei- › Rui Zink A situação está sob perfeito contr—
Ainda estou atordoado de ter escrito po real? É, mas como mais ninguém vai xou de ser um objetivo. Veja os jornais: OSSO
o livro e não sei bem como o descre- dizer isso (o meu exército de exegetas só os sádicos são felizes, por finalmente Teodolito, 136 pp, 12 euros

Você também pode gostar