Você está na página 1de 14

Disponível em www.scielo.

br/paideia

Um sistema de categorias de habilidades sociais educativas


Zilda Aparecida Pereira Del Prette
Almir Del Prette
Universidade Federal de São Carlos, São Carlos-SP, Brasil

Resumo: Este estudo apresenta um Sistema de Habilidades Sociais Educativas (SHSE), com
classes e subclasses aplicáveis à tarefa de pais, professores e demais pessoas comprometidas
com a promoção do desenvolvimento e aprendizagem do outro. A elaboração do SHSE iniciou-se
com a análise da literatura, a definição funcional de habilidades sociais educativas e uma primeira
proposta de classes e subclasses, sucessivamente testadas e aperfeiçoadas em estudos empíricos
de observação direta. Como resultado, apresenta-se a versão atual do SHSE, com definições,
exemplos e indicadores de viabilidade e confiabilidade. São discutidas algumas questões e enca-
minhamentos de pesquisa para estudos futuros nessa temática.
Palavras-chave: Habilidades sociais. Relações pais-criança. Relações mãe-criança. Interação
professor-aluno. Desenvolvimento infantil.

A classification system of educative social skills


Abstract: This study presents a System of Educative Social Skills (SESS), with classes and
subclasses suitable to the task of parents, teachers and any person committed with the promotion
of development and learning. The elaboration of SESS initiated with a literature analysis, definition
of educative social skills, and an initial proposal of its classes and subclasses, successively tested
and improved through empirical studies by direct observation. As the result, the SESS current
version is presented, with definitions, examples and viability and reliability indicators. Some issues
and research suggestions for further research are discussed.
Keywords: Social skills. Parent child relations. Mother child relations. Teacher student interaction.
Childhood development.

Un sistema de categorías de habilidades sociales educativas


Resumen: Este estudio presenta un Sistema de Habilidades Sociales Educativas (SHSE), con
clases y subclases aplicables a la tarea de los padres, maestros y cualquier persona comprometida
con la promoción del desarrollo y aprendizaje del otro. La elaboración del SHSE empezó con el
análisis de la literatura, la definición funcional de habilidades sociales educativas y una primera
propuesta de clases y subclases, consecutivamente probada y mejorada en estudios empíricos de
observación directa. Como resultado, presentase el SHSE, con definiciones, ejemplos e indicado-
res de viabilidad y confiabilidad. Si discuten algunas cuestiones y direcciones de la investigación
para futuros estudios.
Palabras claves: Habilidades sociales. Relaciones padres-niños. Relaciones madre-niño.
Interacción profesor-estudiante. Desarrollo infantil.
518 Paidéia, 2008, 18(41), 517-530

Os comportamentos que ocorrem nas interações sociais. Posteriormente outras tentativas foram fei-
sociais podem ser agrupados, grosso modo, em duas tas (Caballo, 1993; Caldarella & Merrell, 1997;
classes amplas: os anti-sociais e as habilidades sociais. Gresham & Elliott, 1990), inclusive no Brasil (Del
Os anti-sociais incluem os diversos tipos de compor- Prette & Del Prette, 2001, 2005a, 2005b; Falcone,
tamentos agressivos, tanto verbais (que vão das ame- 2001). Uma análise dos estudos que propõem uma
aças e xingamentos até as ironias) como físicos (tapas, taxonomia de habilidades sociais permite identificar
socos, pontapés e o uso de instrumentos para ferir) e pelo menos três eixos sob os quais elas podem ser
podem, com alta probabilidade, comprometer a quali- agrupadas: (a) etapas do desenvolvimento; (b) pa-
dade das relações interpessoais. Habilidades sociais péis sociais; (c) tarefas específicas. Cada um desses
é a denominação dada às diferentes classes de com- eixos pressupõe um foco diferente na análise do ca-
portamentos sociais, disponíveis no repertório de uma ráter situacional/cultural das habilidades sociais.
pessoa, que contribuem para a qualidade e a Com relação às etapas do desenvolvimento,
efetividade das interações que ela estabelece com as podem ser citados os estudos sobre habilidades sociais
demais (Del Prette & Del Prette, 2001). na infância e adolescência (Caldarella & Merrell,
Funcionalmente, as habilidades sociais se defi- 1997; Cox & Schopler, 1995; Del Prette & Del Prette,
nem pela relação entre as instâncias de respostas 2005b; Gresham & Elliott, 1990; Merrell & Gimpel,
observáveis em episódios de interação social e os 1998), na vida adulta (Caballo, 1993; Hargie, Saunders,
antecedentes (demandas ou estímulos discriminativos) & Dickson, 1994) e na terceira idade (Carneiro &
e conseqüentes (observados ou inferidos como pro- Falcone, 2004; Carneiro, Falcone, Clark, Del Prette,
váveis a curto e/ou médio prazo) associados a essas & Del Prette, 2006; Segal, 2005).
respostas. Além da função, também a forma da res- No eixo de papéis sociais, podem ser identifi-
posta é importante para caracterizá-la como habili- cados os estudos sobre habilidades sociais conjugais
dade social. A diversidade de combinações entre as (Flora & Segrin, 1999; Gottman & Rushe, 1995; Villa,
características formais e funcionais de determinadas 2005), profissionais (Argyle, 1980; Cournoyer, 2008;
respostas sociais, caracteriza um amplo conjunto de Del Prette & Del Prette, 2001; Vila, 2005), educativas
classes de comportamento que podem ser classificadas (Argyle, 1980, 1994; Del Prette & Del Prette, 2001,
como: habilidades sociais de comunicação, de 2005b, no prelo), parentais, que incluem as educativas
assertividade, empáticas, de solução de problemas (Bolsoni-Silva, Brandão, Versuti-Stoque, & Rosin-
interpessoais, dentre outras. Cada uma dessas clas- Pinola, 2008; Pinheiro, Haase, Del Prette, Amarante,
ses é geralmente composta por subclasses, como por & Del Prette, 2006; Silva, Del Prette, & Oishi, 2003),
exemplo, perguntar, responder, concordar, discordar, entre outros.
instruir, questionar. O terceiro eixo tem como foco as diferentes
As habilidades sociais possuem especificidade tarefas interativas, como proposto por McFall (1982),
situacional-cultural (Del Prette & Del Prette, 2005a, podendo-se ilustrar com estudos voltados para a iden-
2005b), ou seja, alguns comportamentos podem con- tificação das habilidades sociais acadêmicas (Agostin
tribuir para a competência social em um contexto & Bain, 1997; Caprara, Barbaranelli, Pastorelli,
situacional ou cultural, mas não em outro, em fun- Bandura, & Zimbardo, 2000; Crews, Bender,
ção de valores e regras próprios de determinada Gresham, Kern, Vanderwood, & Cook, 2007; Del
cultura ou subcultura. O reconhecimento dessa Prette & Del Prette, 2005a, 2005b; DiPerna & Elliott,
especificidade tem levado os estudiosos a várias ten- 2002; Gresham, 1992; Malecki & Elliott, 2002), de
tativas de organizar sistemas taxonômicos de classes negociação, resolução de problemas, fazer amizades,
de habilidades de maior ou menor abrangência. dentre outras (Bedell & Lennox, 1997; Borges, 2007;
Historicamente, Argyle (1967/1994, 1980) foi o Caballo, 1993; Del Prette & Del Prette, 2001, 2005a,
primeiro estudioso a propor um rol de classes e 2005b; Hagar, Goldstein, & Brooks, 2006).
subclasses de habilidades sociais como forma de en- Ainda que algumas classes possam ser relevan-
caminhar a investigação e análise de comportamentos tes em todos esses eixos, outras podem ser críticas
Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. (2008). Habilidades sociais educativas 519

para alguns deles. Por exemplo, a classe expressar sindicais, comunitários, dentre outros). Aqueles que
sentimentos positivos pode ser relevante para os três realizam essas tarefas estão sendo aqui designados
eixos, porém, certamente crítica em determinadas como “agentes educativos”, termo aplicado a qual-
etapas do desenvolvimento, por exemplo, na adoles- quer pessoa que promove, de maneira regular ou
cência, e no exercício de determinados papéis, como ocasional, o processo de aprendizagem e/ou desen-
os de pai e mãe, ou tarefas como a de fazer amiza- volvimento de outras (Del Prette & Del Prette,
des. Portanto, estudos de caracterização das habili- 2000b, 2008).
dades sociais relevantes para diferentes contextos No caso dos pais, pode-se observar que em
situacionais e culturais podem oferecer subsídios à função de diferentes contingências de vida, alguns se
pesquisa e à atuação nessa área, enquanto referên- tornam melhor preparados, contribuindo diferentemente
cia para a identificação dos déficits e recursos para a saúde, o desenvolvimento e o ajustamento de
comportamentais associados a determinadas tarefas seus filhos, tanto no ambiente doméstico como em
interativas, a certos segmentos populacionais e ao outros ambientes (Cia, Pamplin, & Del Prette, 2006).
exercício de determinados papéis. Uma parcela, no entanto, apresenta visível falta de
O presente estudo se orienta por essa pers- preparo para essa tarefa (Haase, Käppler, &
pectiva, focalizando especificamente o que tem sido Schaefer, 2000), inclusive em relação aos filhos que
chamado de habilidades sociais educativas (HSE). não apresentam características problemáticas.
Tem como objetivo apresentar um sistema de classes A falta de preparo dos pais, que se expressa
e subclasses com definições e exemplos aplicáveis geralmente em déficits de habilidades sociais
às interações próprias da tarefa educativa de pais, requeridas no processo de educação dos filhos, pode
professores e demais pessoas comprometidas com estar associada a algumas dificuldades bastante co-
processos de promoção do desenvolvimento e da muns dos dias atuais, como:
aprendizagem. Inicialmente são explicitadas algumas
(1) práticas educativas inefetivas, inconsistentes
questões educacionais que permeiam as discussões
ou ritualizadas, sem monitoramento ou com
atuais sobre o papel da escola e da família no de-
monitoria descontínua e/ou autoritária (Gomide,
senvolvimento socioemocional das crianças, segui-
2003), quase sempre justificadas pela restrição de
da por uma seção de definição do conceito de HSE.
tempo, questionamento da autoridade parental
Na seção Método, apresenta-se uma breve descri-
pelos filhos ou influência negativa da mídia (TV,
ção do processo de formulação conceitual e dos su-
cinema, jogos, revistas, internet, dentre outros.);
cessivos refinamentos do Sistema de Habilidades
Sociais Educativas (SHSE) baseado em estudos (2) tendência dos cônjuges a reproduzirem o pa-
empíricos. Na seção Resultados, apresenta-se a ver- drão de relacionamento e de educação dos pró-
são atual do sistema, entendido como um aberto a prios pais (Biasoli-Alves, 1997), mesmo quando
novos ajustes e refinamentos. Ao final, discute-se sua apresentam críticas a ele;
aplicabilidade e algumas questões de encaminhamento (3) falta de planejamento da tarefa educativa, que
para pesquisas futuras. acaba ficando sob controle incidental de contin-
gências momentâneas da relação com os filhos
Contextos e desafios da tarefa educativa ou o cumprimento de normas por apenas um dos
A tarefa educativa pode ocorrer em contextos cônjuges.
diversificados e sob a responsabilidade de diferentes No contexto escolar, também se pode observar
pessoas, cuja principal característica seria, portanto, professores bem e mal preparados para promover a
o exercício de um papel socialmente atribuído (pais, aprendizagem dos alunos e, portanto, respectivamente
professores, médicos, assistentes sociais, gerentes em contribuindo para ou restringindo a consecução da
organizações, dentre outros) ou auto-atribuído de pro- função social da escola, em seu compromisso com o
mover a aprendizagem e o desenvolvimento de ou- desenvolvimento da criança e do adolescente (Del
tras pessoas (educadores de rua, líderes religiosos, Prette & Del Prette, 2005b; Dessen & Apolônia, 2007).
520 Paidéia, 2008, 18(41), 517-530

Sem ignorar a diversidade de fatores que podem estar educandos, caracterizando um processo que deve ser
envolvidos no sucesso ou insucesso desses agentes realimentado por esses efeitos. Portanto, é importante
educativos, um que vem sendo considerado como ressaltar que não basta a atribuição social do papel
relevante é o repertório de habilidades sociais de educador e a emissão de determinados comporta-
educativas. Além disso, conforme referido em outros mentos, ainda que alguns possam ter maior probabi-
trabalhos (Del Prette & Del Prette, 2005b, 2008, no lidade de serem efetivos: a ação educativa implica em
prelo), a atual política de inclusão de crianças com avaliação e monitoramento dos efeitos desses com-
necessidades educativas especiais no ensino regular portamentos sobre o educando. Por exemplo, para
amplia os desafios da tarefa educativa, requerendo caracterizar uma ação, uma instrução como educativa,
novas habilidades sociais do professor, entre as quais é necessário verificar se o educando aprendeu.
a de lidar com uma diversidade maior de repertório Ainda que não contemplada explicitamente na
das crianças e a de facilitar ou promover processo de definição, a efetividade de desempenhos sociais ca-
inclusão. racterizadas como HSE supõe o uso apropriado de
componentes não-verbais (gestos, expressões faciais
Habilidades sociais educativas e agentes
e corporais) e paralingüísticos (volume e forma da
educativos
fala, clareza, fluência, ênfase, dentre outros), confor-
Considerando-se especificamente a tarefa me definidos em Del Prette e Del Prette (2005a).
educativa, Argyle (1980) foi o primeiro a referir-se a Parece consensual, no campo das habilidades sociais,
habilidades sociais próprias do processo formal de en- a noção de que pequenas alterações na topografia de
sino nas relações professor-aluno. Tomando as tare- um desempenho podem alterar sua efetividade na
fas interativas do professor em sala de aula em termos interação social. Esse é o caso de entonações dife-
de habilidades sociais, ele destacou três classes que renciadas do comportamento de fazer uma crítica ou
seriam específicas à atividade de ensinar: suscitar a um pedido, que podem gerar diferentes formas de
motivação, manter a disciplina e transmitir infor- aceitação e atendimento (por exemplo, entusiasmo,
mações, conhecimentos ou habilidades. Em outras adesão, hesitação).
palavras, a competência técnica do professor inclui,
além de outros requisitos (Del Prette & Del Prette, Método
2003b), um conjunto de habilidades interpessoais
O processo de elaboração do sistema de HSE
requeridas nas interações educativas com os alunos.
Tendo como base a proposta de Argyle, pro- O atual sistema de classes e subclasses de HSE
pôs-se o conceito de habilidades sociais educativas foi produzido ao longo de várias etapas de pesquisa
(Del Prette & Del Prette, 2001), aplicável não so- empírica e elaboração conceitual. A etapa inicial in-
mente às relações professor-aluno, mas também a cluiu: (a) a análise da produção científica da área nessa
outros contextos formais (por exemplo, os programas temática; (b) a seleção de uma proposta, a de Argyle
de treinamento em serviço nas organizações) e infor- (1994), que pareceu mais representativa e pertinen-
mais (relações pais-filhos e grupos comunitários). te; (c) a elaboração da definição de HSE e de quatro
Dada essa amplitude, as habilidades sociais educativas classes de HSE (Del Prette & Del Prette, 2001): apre-
(HSE) foram genericamente definidas como: “aque- sentação de atividades, transmissão de conteúdos, me-
las intencionalmente voltadas para a promoção do de- diação de interações educativas e avaliação de
senvolvimento e da aprendizagem do outro, em atividade.
situação formal ou informal” (Del Prette & Del Prette, A aplicabilidade dessas classes foi investigada
2001, p. 94). em alguns estudos empíricos sobre práticas
Essa definição é basicamente funcional: as ha- educativas de pais (Freitas, Del Prette, & Del Prette,
bilidades sociais são chamadas de educativas em fun- 2007; Pinheiro e cols., 2006) e professores (Martini,
ção dos efeitos que produzem ou da probabilidade de 2004). A análise integrada do uso do sistema nessas
gerarem mudanças no repertório comportamental dos investigações possibilitou: (a) cotejar as definições e
Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. (2008). Habilidades sociais educativas 521

constatar a necessidade de um sistema mais amplo dois projetos de doutorado, um com mães (Rocha, 2006)
que contemplasse a diversidade envolvida na tarefa e outro com professores (Rosin-Pinola, 2006), resul-
de pais, cuidadores e demais profissionais de saúde, tando em ajustes finais na definição e exemplificação
trabalho e educação; (b) incluir novas classes; (c) das classes e subclasses de HSE.
refinar as definições utilizadas nesses estudos. Na observação direta de situações naturais ou
Concomitantemente, realizou-se uma análise estruturadas, um desafio para o registro de compor-
sobre o que os estudos apontavam como importante tamentos é a definição da unidade de análise. No pre-
para o desenvolvimento da criança. Desse levanta- sente sistema, reconhecendo que o foco da
mento, elegeu-se a metanálise de Barclay e Houts observação incide diretamente sobre cada uma das
(1995) que identificou 18 habilidades que pais ou subclasses, e apenas indiretamente sobre as classes
cuidadores devem apresentar na interação com a cri- amplas, a unidade de análise deveria garantir mini-
ança do nascimento até a idade escolar. Seguem al- mamente o princípio da não sobreposição destas e a
guns exemplos: prestar atenção e responder ao possibilidade de quantificação em registro de freqüên-
comportamento da criança, prover afeto físico, pro- cia. Assim, definiu-se como unidade de análise das
ver conseqüências imediatas para determinados com- HSE: um comportamento ou conjunto de comporta-
portamentos, estabelecer regras, justificando-as, mentos de uma mesma classe que caracteriza um
envolver-se em jogos e atividades com a criança, ofe- turno de fala, ou mais de um turno, se interrompido
recer modelo de interação pró-social, ignorar com- pelo(s) interlocutor(es) e imediatamente continuado
portamentos, fornecer instruções claras e precisas, no novo turno. Dependendo dos objetivos da pesquisa,
o registro poderia incluir, além da ocorrência de cada
compreender e aceitar os sentimentos das crianças,
subclasse, uma descrição dos tópicos e tempo da fala
ouvir empaticamente, esclarecer valores, mediar o de-
do educador.
sempenho de resolução de problemas.
O esforço de operacionalização do presente
Considerando de um lado os dados da literatura
sistema para a observação direta das HSE incluiu
pesquisada e de outro os resultados da análise dos
também a confecção de fichas de registro de even-
primeiros estudos empíricos conduzidos, organizou-se
to e de interações entre educador e educando em
um sistema de classes mais amplas que buscou con-
situações naturais, como a sala de aula, e estruturadas,
templar aspectos comuns e especificidades do de-
como em contexto de brincadeira ou jogo pais-fi-
sempenho de diferentes agentes educativos. Além
lhos. A análise de dados de Manolio (2007), Rocha
disso, verificou-se a necessidade de: (a) produzir re-
(2006), Rosin-Pinola (2006) realizada posteriormente,
gistros de observação direta de HSE, em situação produziu índices satisfatórios de confiabilidade en-
natural e/ou estruturada; (b) aferir sua confiabilidade tre juízes (acima de 70%) para o registro de fre-
na caracterização desse repertório e na avaliação de qüência das subclasses observadas em vídeo
programas de intervenção nessa área. gravação, fornecendo evidências da utilidade do sis-
Nessa etapa, o sistema (Del Prette & Del tema para estudos empíricos.
Prette, no prelo) passou a ser composto por oito
classes gerais (Criar e discriminar contextos Resultados
educativos; Mediar interações; Promover a moti-
O sistema de classes e subclasses de habili-
vação; Transmitir ou expor conteúdos; Monitorar
dades sociais educativas
positivamente; Estabelecer limites e disciplina;
Promover o autoconhecimento e Gerar reciproci- Apresenta-se a seguir a versão atual das clas-
dade positiva) e dez subclasses (escutar atentamen- ses e subclasses do Sistema de Habilidades Sociais
te; observar acuradamente; fazer perguntas; responder Educativas (SHSE) resultante do processo de suces-
perguntas; resumir/parafrasear; demonstrar empatia; sivas reformulações associadas a estudos empíricos.
pedir feedback; aprovar comportamento; reprovar Na Tabela 1 é apresentado o sistema completo com
comportamento; apresentar modelo). Esse sistema, os títulos das classes e subclasses de habilidades so-
ainda intermediário, foi testado em estudo piloto de ciais educativas.
522 Paidéia, 2008, 18(41), 517-530

Tabela 1
Classes e subclasses de Habilidades Sociais Educativas
1. Estabelecer contextos interativos potencialmente
3. Estabelecer limites e disciplina
educativos
1. Arranjar ambiente físico 16 . Descrever/analisar comportamentos desejáveis
2. Organizar materiais 17. Descrever/analisar comportamentos indesejáveis
3. Alterar distância/proximidade 18. Negociar regras
4. Mediar interações 19 . Chamar atenção para normas pré- estabelecidas
2. Transmitir ou expor conteúdos sobre habilidades
20. Pedir mudança de comportamento
sociais
5. Fazer perguntas de sondagem ou desafio 21. Interromper comportamento
6. Parafrasear 4. Monitorar positivamente
7. Apresentar objetivos 22. Manifestar atenção a relato
8. Estabelecer relações entre comportamento, 23. Solicitar informações
antecedente e conseqüência 24. Expressar concordância
9. Apresentar informação 25. Apresentar feedback positivo
10. Apresentar modelo 26. Elogiar
11. Resumir comportamentos emitidos 27. Incentivar
12. Explorar recurso lúdico- educativo 28. Demonstrar empatia
13. Apresentar instruções 29. Remover evento aversivo
14. Apresentar dicas 30. Estabelece seqüência de atividade (Premack)
15. Utilizar atividade ou verbalização em curso para 31. Expressar discordância/reprovação
introduzir um tema 32. Promover a auto- avaliação

Como se pode verificar na Tabela 1, o SHSE é cimento pelo próprio agente educativo. A definição de
composto por quatro classes de HSE amplas, “mola- cada uma das quatro classes gerais é fundamental para
res” (Del Prette & Del Prette, 2005a), que podem ca- a identificação das suas subclasses, mesmo quando
racterizar episódios ou seqüências interativas menos uma mesma subclasse pode estar presente em mais
acessíveis à observação direta. No entanto, seus com- de uma classe. A definição de cada uma das classes e
ponentes “moleculares”, as 32 subclasses de HSE, são de suas respectivas subclasses é apresentada na Ta-
identificáveis por observação e passíveis de reconhe- bela 2, Tabela 3, Tabela 4 e Tabela 5.

Tabela 2
Definição da classe (A) Estabelecer contextos interativos potencialmente educativos e de suas subclasses
A. Es tabe le ce r conte xtos inte rativos pote ncialme nte e ducativos : Comportamento verbal (it álico) ou não- verbal
(entre parênteses) do educador que organiza material, contexto físico ou social para favorecer a interação educativa.
1. Arranjar ambie nte fís ico: O educador altera a disposição espacial das carteiras/cadeiras ou leva os educandos para
outro ambiente. Exemplo: Coloquei as duas cadeiras próx imas para v ocês se conhecerem mais; Vamos agora usar
a out ra sala...; (Comportamentos motores de rearranjo ambiental).
2. Organizar mate riais : O educador introduz, na interação com os educandos, materiais diversos tais como música,
textos, audiovisuais, jogos, material pedagógico, dentre outros. Exemplo: Eu t roux e uma list a prov érbios, podemos
pensar numa solução para o nosso amigo da hist ória que acha que ninguém gost a dele; (Distribui cartões para os
alunos identificarem o cartão complementar).
Cont inua...
Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. (2008). Habilidades sociais educativas 523

Tabela 2
Continuação
A. Es tabe le ce r conte xtos inte rativos pote ncialme nte e ducativos : Comportamento verbal (it álico) ou não- verbal
(entre parênteses) do educador que organiza material, contexto físico ou social para favorecer a interação educativa.
3. Alte rar dis tância/proximidade : O educador altera a distância/proximidade entre os educandos ou entre o educador
e o educando para desempenho específico. Exemplo (Distribui os educandos em duplas, trios ou pequenos grupos,
como forma de conduzir uma atividade interativa) Vamos f azer uma f ila dupla; (Estenda o braço indicando a posição
que o colega deve ficar); Quem não possui o cart ão complement ar t em que procurar o colega que o possui; Sent e
j unt o ao seu colega para f azer a at iv idade.
4. M e diar inte raçõe s : Comportamento verbal ou não- verbal do educador que estabelece antecedentes para interação
verbal ou não- verbal do educando com pares ou outros significativos do ambiente.
4.1. Chama a atenção para o comportamento do colega enquanto antecedente de reação desejável. Exemplo: Ele
est á f azendo uma pergunt a para v ocê...; Você gost ou do que ele f ez? Ent ão, o que v ocê diria para ele?
4.2. Indica o comportamento a ser emitido em relação ao colega (elogiar, expressar concordância/discordância,
perguntar, dar informação, expressar carinho). Exemplo: Diga a sua colega o que v ocê est á sent indo; Fala para a
D. Maria sobre sua pesquisa na int ernet ; Olha lá seu amigo, v á cumpriment á-lo; (Aponta o colega e gesticula um
abraço).

A classe Estabelecer contextos potencial- lanchonete, o pai chama sutilmente a atenção do fi-
mente educativos é composta por um conjunto de lho para o comportamento do menino de uma mesa
outras habilidades que, conforme a definição, são vizinha, que cede a cadeira a uma senhora idosa.
requeridas para identificar e organizar o contexto Quando conduzida com naturalidade, a criança per-
educativo e utilizá-lo construtivamente na interação cebe nisso uma ajuda do pai para mostrar-lhe o que é
com o educando. Por exemplo, em visita a uma valorizado em situações sociais.

Tabela 3
Definição da classe (B) Transmitir ou expor conteúdos sobre habilidades sociais e de suas subclasses
B. Trans mitir ou e xpor conte údos s obre habilidade s s ociais : C Comportamento verbal ou não- verbal do educador,
mediados (ou não) por recursos audiovisuais, que apresentam conteúdos de conhecimentos sobre habilidades sociais
(informações, conceitos, histórias, dados, dentre outros).
5. Faze r pe rguntas de s ondage m ou de s afio: Verbalização do educador que questiona, avalia ou desafia o
educando em temas ou conteúdos de relacionamento interpessoal pertinentes ao assunto em curso. Exemplo: O que
podemos f azer para mudar o f inal dessa hist ória? O que v ocês acham que dev emos f azer nest a sit uação? Quem
f aria dif erent e? Vamos v er quem descobre o porquê a Aline f oi elogiada pela prof essora?
6. Parafras e ar: Verbalização do educador que explica parte ou todo o conteúdo da verbalização do educando.
Exemplo: Você concluiu que as pessoas dev em ser chamadas pelo nome; Part e do que v ocê disse é que os pais
precisam compreender os f ilhos; Você est á querendo dizer que f ica chat eado quando o chama pelo apelido; do
que v ocê v alorizou essa maneira de Carla reagir...
7. Apre s e ntar obje tivos : Verbalização do educador que anuncia o objetivo da atividade em termos do desempenho
social esperado do educando. Exemplo: Hoj e v amos f azer essa at iv idade t odos j unt os, cada um aj udando o out ro;
Esse j ogo é muit o import ant e para melhorar o nosso v ocabulário.
8. Es tabe le ce r re laçõe s e ntre comportame nto, ante ce de nte e cons e qüê ncia: Verbalização do educador que
explicita relações ocorridas ou prováveis de ocorrer entre comportamentos específicos (usando termos que representam
ações), seus antecedentes e conseqüentes. Exemplo: Se v ocê brigar com seu amigo, ele v ai f icar t rist e e depois não
v ai querer brincar nov ament e; Na discussão com colegas, cada um precisa ao menos ouv ir e ponderar a opinião
do out ro; A gent e só é ouv ido se souber ouv ir...
Cont inua...
524 Paidéia, 2008, 18(41), 517-530

Tabela 3
Continuação
B. Trans mitir ou e xpor conte údos s obre habilidade s s ociais : C Comportamento verbal ou não- verbal do educador,
mediados (ou não) por recursos audiovisuais, que apresentam conteúdos de conhecimentos sobre habilidades sociais
(informações, conceitos, histórias, dados, dentre outros).
9. Apre s e ntar informação: Verbalização ou disponibilização de material audiovisual pela qual o educador expõe
conteúdos sobre comportamentos sociais e/ou soluciona dúvidas apresentadas pelo educando. Exemplo: Volt ando ao
que conv ersamos ont em, hoj e no j ornal t em uma report agem que esclarece esse assunt o; Ao ent rar em um
ambient e, é import ant e cumpriment ar quem est á lá; (Entrega os folhetos para os alunos lerem).
10. Apre s e ntar mode lo: Comportamentos verbais ou não- verbais do educador que ilustram ou chamam a atenção do
educando para comportamentos sociais desejáveis, emitidos por outro colega ou pelo próprio educador. Exemplo: As
crianças que f izeram a at iv idade cooperando na gincana ganharam o prêmio; Vej a como a Mart a f ez, ela olhou
para o Paulo; Olhe bem como eu v ou f azer, depois v ocê f az igual (Aproxima- se de um aluno, aponta a borracha e a
solicita emprestado).
11. Re s umir comportame ntos e mitidos : Verbalização do educador que organiza (resume, relaciona, ordena,
hierarquiza) comportamentos (verbais ou não- verbais) previamente emitidos pelo educando ou pelo educador na ou em
situações precedentes. Exemplo: Vocês f alaram sobre f azer gest os, conv ersar assunt os do int eresse do out ro, olhar
para a pessoa; Em resumo, eu quis dizer que é import ant e f alar olhando para as pessoas.
12. Explorar re curs o lúdico-e ducativo: Verbalizações do educador ao utilizar o conteúdo de estórias, romances,
poesias, filmes em atividades educativas ou indicar o uso desses recursos em outros contextos. Exemplo: : Lê um t recho
do liv ro Menina Bonit a do Laço de Fit a; Agora v amos assist ir Crianças Inv isív eis e v amos discut ir depois; Ao
lerem essa est ória, prest em at enção no j eit o da amiguinha do Harry Pot t er.
13. Apre s e ntar ins truçõe s: Comportamento verbal ou não- verbal do educador que indica/descreve o comportamento a
ser emitido ou apresenta os passos a serem seguidos na emissão do comportamento: Exemplo: Quando f or agradecer
alguém, primeiro se aprox ima, chame pelo nome e diga obrigada pelo...; Algumas coisas t êm que ser v ist as com a
Diret ora; Quando alguém f az uma crít ica, v ocê dev e ouv ir, ref let ir e depois resolv er se v ai aceit ar ou rej eit ar; (
Indica com as mãos que a criança deve elevar o tom da voz); Chame as pessoas pelo nome, elas gost am, se sent em
respeit adas.
14. Apre s e ntar dicas : Comportamento verbal ou não- verbal do educador que dá pistas sobre a solução de uma
questão do educando e/ou uma alternativa de comportamento mais adequado. Exemplo: Pre c i s a melhorar só um
pouco... bem no j eit o de f alar...; Prest em at enção, é uma coisa que ele disse logo no começo; (Aponta para uma
figura no quadro).
15. Utilizar atividade /fala e m curs o para introduzir um te ma: Comportamentos verbais e não- verbais do educador
propondo discussões e reflexões sobre um tema: (a) interrompendo a ocorrência de uma atividade; (b) após a ocorrência
de um evento, envolvendo ou não os educandos. Exemplo: Vocês v iram o que a t elev isão apresent ou? Vamos pensar
um pouco...; Vocês est ão seguindo as regras, v amos pensar um pouco sobre isso (Aponta para o quadro, onde as
regras estão registradas); O que est á acont ecendo nesse j ogo? Nota: Exceto os conteúdos referentes à categoria
Estabelecer limites e disciplina.

A classe Transmitir ou expor conteúdo so- suas conseqüências prováveis ou imediatamente


bre habilidades sociais não deve ser compreendi- verificadas. Por exemplo, após assistir a um filme, o
da como um discurso informativo, mas como educador faz perguntas sobre a história, onde ela
exposição dialogada sobre as habilidades sociais ocorreu e principalmente sobre os comportamentos
necessárias para interações harmoniosas e produti- sociais dos personagens. Pode, também, apresentar
vas. O interesse maior é o de enfatizar alguns de- resumidamente informações sobre os acontecimen-
sempenhos (desejáveis ou indesejáveis) mostrando tos do filme, auxiliando a identificação das habilida-
Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. (2008). Habilidades sociais educativas 525

des sociais dos personagens e fazendo analogia ao coisas novas ao assistir o filme, parafraseando-a:
cotidiano das pessoas. Além disso, se pertinente, pode Você disse que (nome do personagem) deveria
concordar com a criança que afirmou ter aprendido se sentir triste... está correto.

Tabela 4
Definição da classe (C) Estabelecer limites e disciplina e de suas subclasses
C. Es tabe le ce r limite s e dis ciplina: Comportamentos verbais e/ou não- verbais do educador que estabelece (justifica,
explicita, solicita, indica, sugere) regras ou normas ou valores.
16. De s cre ve r/jus tificar comportame ntos de s e jáve is : Verbalização do educador que descreve os comportamentos
esperados do educando. Exemplo: Quem quiser f alar, lev ant e a mão e t odos t erão oport unidade de dar opinião;
Nessa t aref a v ocês dev em const ruir a respost a j unt os, aprov eit ando as idéias dos dois; Quando alguém est iv er
f alando, os demais dev em esperar a v ez; Quando o colega est iv er com dif iculdades, v amos aj udá-lo; Se o
desenho não f or f eit o pelos dois, não será considerado...
17. De s cre ve r/jus tificar comportame ntos inde s e jáve is : Verbalização do educador que descreve os comportamentos
reprováveis do educando. Exemplo: Se v ocês f alarem ao mesmo t empo, não at enderei a ninguém; Se t odos f alarem
ao mesmo t empo, ninguém v ai ouv ir ninguém; Não é para empurrar o colega, a regra é soment e t ocar o out ro.
18. Ne gociar re gras : Verbalização do educador que estabelece ocasião para uma discussão sobre regras para as
interações (necessidade, concordância/discordância, mudança, dentre outras) Exemplo: Em dupla, v ocês v ão dizer qual
a regra que dev e ser alt erada; Essa mudança que v ocê propõe precisa da concordância de t odos; Se alguma coisa
da regra não est á sendo boa para t odos, é possív el alt erá-la. Como é que nós v amos f uncionar aqui para ev it ar
problemas?; Vocês acham que podemos combinar assim?; Eu acho que essa regra dev eria ser mant ida.
19. Chamar ate nção para normas pré -e s tabe le cidas : Comportamentos verbais e/ou não- verbais do educador que
indicam as ações do educando que não estão sob controle de regras previamente estabelecidas. Exemplo: (Aponta o
cartaz na parede com um desenho solicitando silêncio); Responda-me se isso est á dent ro do que f oi combinado; Para
assist ir ao f ilme, como combinamos de agir?
20. Pe dir mudança de comportame nto: Verbalização do educador que descreve o comportamento que o educando
deve modificar e especifica um ou mais comportamentos que devem ser emitidos. Exemplo: Fale baix o e diga
ex at ament e v ocê quer que ele f aça; Sua mãe est á zangada, peça-lhe desculpas e f aça o que ela pediu.
21. Inte rrompe r comportame nto: Comportamentos verbais ou não- verbais do educador que interrompem o
comportamento em curso do educando. Exemplo: Chega, não diga mais nada; Espera, v amos int erromper; (Faz um
sinal de pare com as mãos para o educando).

Uma das classes de HSE mais valorizada por sentido negativo (o que às pessoas não é desejável
pais e professores é a de Estabelecer limites e dis- ou permitido fazer, por exemplo, não atravessar a rua
ciplina. Seja no contexto formal (por exemplo, sala quando o símbolo para pedestre está vermelho). O
de aula) ou no informal (por exemplo, uma festa de termo limite não se refere exclusivamente aos com-
aniversário) o agente educativo pode e deve estabe- portamentos da criança ou do jovem; ele indica com-
lecer com a criança ou com o grupo as normas de portamentos governados por regras estabelecidas
funcionamento das atividades. Por exemplo, pode entre duas ou mais pessoas em interação. Assim, as
explicitar que normas ou regras algumas vezes vêm regras não podem ser entendidas como um estatuto
apresentadas no sentido positivo (o que é desejável ao qual a criança deve se submeter, mas como um
ou permitido fazer, por exemplo, atravessar a rua recurso discriminativo para comportamentos, tanto
quando o símbolo para pedestre está verde) ou no delas, como de seus pais e demais agentes educativos.
526 Paidéia, 2008, 18(41), 517-530

Tabela 5
Definição da classe (D) Monitorar positivamente e de suas subclasses
D. M onitorar pos itivame nte : Comportamento verbal e/ou não- verbal do educador apresentado na administração de
contingências sobre o comportamento diretamente observável ou sobre comportamento relatado pelo educando. Na
primeira condição envolve apresentar conseqüências reforçadoras para comportamentos sociais desejáveis imediatamente
observáveis. Na segunda envolve estabelecer condições para maior acesso a comportamentos do educando (passados ou
futuros) reunindo informações e/ou conseqüenciando relatos.

22. M anife s tar ate nção a re lato: Comportamento verbal e/ou não- verbal do educador que demonstra ao educando
interesse por seu relato. Exemplo: Que mais acont eceu?; Ah, sei, t á; (Sorri, balança a cabeça em sinal afirmativo);
Vocês pegaram a bola e...
23. Obte r informaçõe s : Verbalização do educador que solicita ao educando informações sobre atividades e
comportamentos sociais passados ou previstos. Exemplo: Com quem v ocê v ai?; Onde v ocês v ão?; Quem v ai buscá-
los?; E quando ele t e agrediu, o que v ocê f ez?
24. Expre s s ar concordância: Comportamento verbal ou não- verbal do educador que expressa concordância com o
conteúdo relatado pelo educando. Exemplo: Você t em razão sobre os comport ament os do Danilo; Concordo com
sua sugest ão; (Balança a cabeça em sinal afirmativo).

25. Apre s e ntar feedback pos itivo: Comportamento verbal do educador que descreve sucintamente os
comportamentos sociais observáveis emitidos pelo educando. Exemplo: Você disse Bom Dia e f ez pergunt as; Você
f alou olhando para ela e usou as mãos para ilust rar o que v ocê queria dizer.

26. Elogiar/aprovar: Comportamento verbal ou não verbal do educador que expressa aprovação do comportamento.
Exemplo: (Sorri, movimenta a cabeça); Hum, Hum!, Muit o bem!, Gost ei!, Ót imo!; Que bom que v ocê me aj udou a
descobrir o enigma!; Legal isso que v ocê f ez!.
27. Ince ntivar: Comportamento verbal do educador que chama atenção para desempenho (total ou parcial) do
educando como evidência de seus recursos e possibilidades futuras. Exemplo: Viu como v ocê conseguiu pedir um
f av or, agora v ai ser mais f ácil; Vamos lá, t enho cert eza de que v ai conseguir.
28. De mons trar e mpatia: Comportamento verbal ou não- verbal do educador que demonstra compreensão/aceitação
da situação e das condições emocionais do educando. Exemplo: Eu t ambém f icaria chat eada se algum amigo não
me conv idasse; Imagino como v ocê est á se sent indo; Imagino como v ocê est á f eliz com o coment ário f eit o pela
sua mãe; (Aproxima- se da criança e toca- lhe o ombro).
29. Re move r e ve nto ave rs ivo: Comportamento verbal ou não- verbal do educador que anuncia a retirada de evento
aversivo contingente a desempenho desejável. Exemplo: Gost ei muit o da f orma como v ocê aj udou o seu colega;
Como v ocê aj udou o colega, agora pode ir ao cinema; (Faz um gesto liberando a criança para ir brincar).
30. Es tabe le ce s e qüê ncia de atividade (Premack): Comportamento verbal do educador que indica a ordem de
atividades, colocando as de maior atratividade ou menor custo na seqüência das de menor atratividade ou maior custo.
Exemplo: Primeiro v ocê f az os ex ercícios de mat emát ica, depois v amos desenhar; Vocês v ão lav ar a louça e
depois v ocês v ão comprar sorv et es para nós t odos.
31. Expre s s ar dis cordância/re provação: Comportamento verbal ou não- verbal do educador que expressa
discordância do conteúdo relatado pelo educando ou de comportamento por ele emitido. Exemplo: Eu penso de uma
out ra maneira sobre esse assunt o de namoro; Você achou legal, mas (eu discordo) v ej a que ele t ambém acabou
ex plorando o out ro; (Balança a cabeça em sinal negativo sobre o relato feito pela criança); Você f alou grit ando, não
v ou at ender seu pedido.
32. Promove r a auto-avaliação: Comportamento verbal do educador que solicita a avaliação do educando sobre
seus próprios desempenhos anteriores. Exemplo: Como v ocê av alia essa sua respost a? O que v ocê achou de t er
agido assim? Como acha que o coleguinha v iu essa sua reação?
Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. (2008). Habilidades sociais educativas 527

A classe Monitorar positivamente vai além estruturada, em estudos empíricos de pesquisa-inter-


da busca de informações sobre o que o educando venção focalizando relações mães-filhos e professor-
está fazendo, onde e com quem. A monitoria positiva aluno.
refere-se à manutenção de um canal de comunicação Entendido como sistema aberto, estudos futu-
direta, por meio da observação e do diálogo, e indireta, ros podem indicar a necessidade de ajustes adicio-
por meio de informantes ou outros recursos, que per- nais, seja em termos de inclusão de novas classes de
mitem ao agente educativo zelar pela segurança e HSE e definições mais acuradas, seja na reorganiza-
condições favoráveis ao desenvolvimento e à apren- ção de suas subclasses. Assim, como a construção
dizagem da criança no cotidiano. É o caso, por exem- do sistema considerou pesquisas com pais e profes-
plo, quando um pai permite que o filho permaneça na sores, uma direção para novos investimentos de pes-
casa de um amigo, mas dispondo de informações so- quisa poderia ser a investigação de sua pertinência e
bre o que as crianças estão fazendo e sobre a possi- confiabilidade na tarefa educativa de outros agentes,
bilidade de contar com o concurso de outras pessoas como gerentes, líderes comunitários, dentre outros.
para supervisioná-las. A monitoria pode se tornar mais
A análise funcional das subclasses do SHSE
ocasional à medida que a criança demonstra autono-
(Rocha, 2006; Rosin-Pinola, 2006), constitui uma ver-
mia e responsabilidade.
tente que pode gerar dados adicionais, de interesse
Ao se explicitar as subclasses presentes nas para o educador e o profissional, no planejamento e
classes gerais, pode parecer surpreendente identificar condução de intervenções em modelo triádico de aten-
que elas são comportamentos passíveis de serem dimento. Adicionalmente, o SHSE poderia nortear a
aprendidos. Em outras palavras, a desconstrução da elaboração de roteiros de entrevista e questionários
classe, em subclasses mais diretamente observáveis, que gerem informações complementares à observação
retira parte de sua aparente complexidade, tornando-a direta, adotando-se a perspectiva recomendada nes-
mais viável enquanto objetivo de ensino na assesso- sa área (Del Prette & Del Prette, 2003a; Del Prette,
ria a agentes educativos. Quando essas dificuldades Monjas, & Caballo, 2006).
são explicitadas e discutidas, elas podem ser superadas.
O SHSE pode ser aplicado sob diferentes con-
textos e por diferentes agentes educativos. Assim,
Considerações finais
espera-se que a sua disponibilização instigue novos
O conceito de HSE está vinculado a compor- estudos, ampliando também as possibilidades de con-
tamentos do educador que são requeridos principal- cepção e refinamento de programas de promoção do
mente no âmbito de interações sociais, não obstante desenvolvimento e da aprendizagem de crianças e de
se reconheça que as condições educativas dependam adolescentes que propiciem a inserção de novos agen-
também de ações não presenciais. Essas últimas ocor- tes educativos nessa tarefa.
rem, por exemplo, quando pais estão pesquisando um
livro para indicar aos filhos, quando um gerente está Referências
examinando relatórios feitos por seu funcionário, quan- Agostin, T. M., & Bain, S. K. (1997). Predicting early
do um professor estuda o tema que irá discutir na sua school success with developmental and social skills
aula do dia seguinte. Portanto, de acordo com a defi- screeners. Psychology in the Schools, 34, 219-
nição, esses exemplos não seriam considerados HSE. 228.
A atual versão do HSE resultou de um processo
Biasoli-Alves, Z. M. M. (1997). Famílias brasileiras
combinado de análise da literatura, elaborações
do século XX: Os valores e as práticas de educa-
conceituais e testes empíricos de definições, exem-
ção. Temas em Psicologia, 5(3), 33-49.
plos e arranjos de classes e subclasses de comporta-
mentos que agentes educativos apresentam ou Argyle, M. (1980). The development of applied soci-
deveriam apresentar em contextos de interação com al psychology. In G. Gilmour & S. Duck (Orgs.),
educandos. O sistema mostrou-se viável e confiável The development of Social Psychology (pp. 81-
para o registro de HSE em situação natural e 106). London: Academic Press.
528 Paidéia, 2008, 18(41), 517-530

Argyle, M. (1994). Psicología del comportamiento Cia, F., Pamplin, R. C. O., & Del Prette, Z. A. P.
interpersonal. Madri: Alianza Editorial. (Original (2006). Comunicação e participação pais-filhos:
publicado em 1967) Correlação com habilidades sociais e problemas
Barclay, D. R., & Houts, A. C. (1995). Parenting skills: de comportamento dos filhos. Paidéia (Ribei-
A review and developmental analysis of training rão Preto), 16, 395-406.
content. In W. O’Donohue & L. Krasner (Eds.), Cournoyer, B. R. (2008). The social work skills.
Handbook of psychological skills training: Belmont, CA: Thomson Higher Education.
Clinical techniques and applications (pp. 195-
228). New York: Allyn & Bacon. Cox, R. D., & Schopler, E. (1995). Treinamento de
habilidades sociais para crianças. In M. Lewis
Bedell, J. R., & Lennox, S. S. (1997). Handbook
(Org.), Tratado de psiquiatria da infância e
for communication and problem-solving skills
training: A cognitive behavioral approach. adolescência (pp. 916-922). Porto Alegre: Ar-
New York: John Wiley & Sons, Inc. tes Médicas.

Bolsoni-Silva, A. T., Brandão, A. S., Versuti-Stoque, Crews, S. D., Bender, H., Gresham, F. M., Kern,
F. M., & Rosin-Pinola, A. R. (2008). Avaliação L., Vanderwood, M., & Cook, C. R. (2007). Risk
de um programa de intervenção de habilidades and protective factors of emotional and/or
sociais educativas parentais: Um estudo piloto. behavioral disorders in children and adolescents:
Psicologia Ciência e Profissão, 28, 18 - 33. A mega-analytic synthesis. Behavioral
Borges, D. S. C. (2007). A convivência em sala de Disorders, 32, 64-77.
aula: Uma proposta de intervenção na primeira Del Prette, A., & Del Prette, Z. A. P. (2001). Psico-
série do ensino fundamental. Tese de doutora- logia das relações interpessoais: Vivências
do não-publicada, Universidade de São Paulo, para o trabalho em grupo. Petrópolis, RJ:
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ri- Vozes.
beirão Preto, Ribeirão Preto, SP.
Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. (2003a). Ha-
Caballo, V. E. (1993). Manual de evaluación y bilidades sociais e dificuldades de aprendizagem:
entrenamiento en habilidades sociales. Madrid:
Teoria e pesquisa sob um enfoque multimodal.
Siglo Veintiuno.
In A. Del Prette & Z. A. P. Del Prette (Orgs.),
Caldarella, P., & Merrell, K. (1997). Common Habilidades sociais, desenvolvimento e
dimensions of social skills of children and aprendizagem: Questões conceituais, avali-
adolescents: A taxonomy of positive behaviors. ação e intervenção (pp. 167-206). Campinas,
School Psychology Review, 26, 264-278. SP: Alínea.
Caprara, G. V., Barbaranelli, C., Pastorelli, C., Bandura, Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. (2003b). De-
A., & Zimbardo, P. G. (2000). Prosocial foundations senvolvimento interpessoal: Uma questão pen-
of children’s academic achievement.
dente no ensino universitário. In E. Mercuri & S.
Psychological Science, 11(4), 302-306.
Polydoro (Orgs.), Estudante universitário: Ca-
Carneiro, R. S., & Falcone, E. O. (2004). Um estudo racterísticas e experiências de formação (pp.
das capacidades e deficiências em habilidades 105-128). Taubaté, SP: Cabral.
sociais na terceira idade. Psicologia em Estudo,
9(1), 119-126. Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. (2005a). Psi-
cologia das habilidades sociais: Terapia, Edu-
Carneiro, R. S., Falcone, E. O., Clark, C., Del Prette, cação e Trabalho. Petrópolis, RJ: Vozes.
Z. A. P., & Del Prette, A. (2006). Qualidade de
vida, apoio social e depressão em idosos: Relação Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. (2005b). Ha-
com habilidades sociais. Psicologia: Reflexão e bilidades sociais na infância: Teoria e prá-
Crítica, 20, 227-235. tica. Petrópolis, RJ: Vozes.
Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. (2008). Habilidades sociais educativas 529

Del Prette, A., & Del Prette, Z. A. P. (2008). Pais e Gottman, J., & Rushe, R. (1995). Communication
professores contribuindo para o processo de in- and social skills approaches to treating ailing
clusão: Que habilidades sociais educativas de- marriages: A recommendation for a new marital
vem apresentar? In E. G. Mendes, M. A. Almeida, therapy called Minimal Marital Therapy. In W.
& M. C. P. I. Hayashi. (Orgs.), Temas em Educa- O’Donohue & L. Krasner (Eds.), Handbook of
ção Especial: Tendências e perspectivas (pp. psychological skills training: Clinical
239-254). Araraquara, SP: Junqueira & Marin. techniques and applications (pp. 287-304).
Boston, MA: Allyn and Bacon.
Del Prette, A., & Del Prette, Z. A. P. (no prelo). Ado-
lescência e fatores de risco: A importância das Gresham, F. M., & Elliott, S. N. (1990). Social Skills
habilidades sociais educativas. In F. J. Penna & Rating System. Circle Pines, MN: American
V. G. Haase (Orgs.), Aspectos biopsicossociais Guidance Service.
da saúde na infância e adolescência (pp. 503-
Gresham, F. M. (1992). Social skills and learning
522). Belo Horizonte: Coopmed.
disabilities: Causal, concomitant or correlational?
Del Prette, Z. A. P., Monjas, I., & Caballo, V. E. School Psychological Review, 21, 348-60.
(2006). Evaluación de las habilidades sociales en
Haase, V. G., Käpler, C., & Schaefer, S. A. (2000).
niños. In V. E. Caballo (Org.), Manual para la
Um modelo de intervenção psicoeducacional
evaluación clínica de los transtornos psicoló-
para prevenção da violência no ambiente famili-
gicos (pp. 373-399). Madrid: Pirámide.
ar e escolar. In V. G. Haase, R. R. Neves, C.
Dessen, M. A., & Polônia, A. C. (2007). A família e Käpler, M. L. M. Teodoro, & G. M. O. Wood
a escola como contextos de desenvolvimento hu- (Orgs.), Psicologia do desenvolvimento: Con-
mano. Paidéia (Ribeirão Preto), 17, 21-32. tribuições interdisciplinares (pp. 265-282 ).
Belo Horizonte: Health.
DiPerna, J., & Elliott, S. N. (2002). Promoting
academic enablers to improve student Hagar, K., Goldstein, S., & Brooks, R. (2006). Seven
achievement: An introduction to the mini-series. steps to improve your child’s social skills: A
School Psychology Review, 31, 293-297. family guide. Plantation, FL: Specialty Press, Inc.
Falcone, E. O. (2001). Uma proposta de um sistema Hargie, O., Saunders, C., & Dickson, D. (1994). Social
de classificação das habilidades sociais. In H. J. skills in interpersonal communication (3th ed.).
Guilhaardi, M. B. B. P. Padi, P. P. Queiroz, & M. London: Routledge. (Original publicado em 1981)
C. Scoz (Orgs.), Sobre comportamento e
Malecki, C. M., & Elliott, S. N. (2002). Children’s
cognição: Expondo a variabilidade (pp. 195-
social behaviors as predictors of academic
209). Santo André, SP: ESETec.
achievement: A longitudinal analysis. School
Flora, J., & Segrin, C. (1999). Social skills are Psychology Quarterly, 17, 1-23.
associated with satisfaction in close relationships.
Manolio, C. L. (2007). Análise das habilidades so-
Psychological Reports, 84, 803-804.
ciais educativas na interação professor-aluno.
Freitas, M. G., Del Prette, Z. A. P., & Del Prette, A. Manuscrito não-publicado, Centro de Educação e
(2007). Melhorando habilidades sociais de crian- Ciências Humanas, Universidade de São Carlos,
ças com deficiência visual: Um programa de in- São Carlos, SP.
tervenção para mães. Revista Benjamin
Martini, M. L. (2004). Variáveis psicológicas de
Constant, 13(37), 17-27.
professores e alunos, ações interativas e de-
Gomide, P. I. C. (2003). Estilos parentais e comporta- sempenho acadêmico: Investigando possíveis
mento anti-social. In A. Del Prette & Z. Del Prette relações. Tese de Doutorado não-publicada, Fa-
(Orgs.), Habilidades sociais, desenvolvimento e culdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ri-
aprendizagem: Questões conceituais, avaliação beirão Preto, Universidade de São Paulo,
e intervenção (pp. 21-60). Campinas, SP: Alínea. Ribeirão Preto, SP.
530 Paidéia, 2008, 18(41), 517-530

McFall, R. M. (1982). A review and reformulation of Villa, M. B. (2005). Habilidades sociais no casa-
the concept of social skills. Behavioral Assessment, mento: Avaliação e contribuição para a satis-
4, 1-33. fação conjugal. Tese de Doutorado não-publicada,
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ri-
Merrell, K. W., & Gimpel, G. A. (1998). Social skills
beirão Preto, Universidade de São Paulo, Ri-
of children and adolescents: Conceptualization,
beirão Preto, SP.
assessment, and treatment. London: Lawrence
Earlbaum.
Merrell, K. W. (1999). Behavioral, social, and Artigo recebido em 03/08/2008.
emotional assessment of children. Mahwah, NJ: Aceito para publicação em 23/12/2008.
Lawrence Earlbaum.
Pinheiro, M. I., Haase, V., Del Prette, Z. A. P., O presente artigo é parte das atividades do
Amarante, C. L. D., & Del Prette, A. (2006). Trei- programa de trabalho da primeira autora durante vi-
namento de habilidades sociais educativas para gência de sua Bolsa de Produtividade em Pesquisa
pais de crianças com problemas de comportamen- do CNPq 1A. Os autores agradecem a relevante
to. Psicologia: Reflexão e Crítica, 19, 407-414. participação de Margarette Matesco Rocha e Andrea
Rosin Pinola no processo inicial de definição das
Rocha, M. M. (2006). Programa de Habilidades
categorias do Sistema de Habilidades Sociais
Sociais com pais: Efeitos sobre desempenho
Educativas.
social e acadêmico de filhos com TDAH. Ma-
nuscrito não-publicado, Centro de Educação e
Ciências Humanas, Universidade de São Carlos, Endereço para correspondência:
São Carlos, SP. Profa. Dra. Zilda Aparecida Pereira Del
Rosin-Pinola, A. R. (2006). Efeitos de um progra- Prette. Universidade Federal de São Carlos. Centro
ma de treinamento de habilidades sociais de Ciências Humanas. Departamento de Psicolo-
educativas junto a professores de alunos com gia. Via Washington Luiz, km 235. Caixa Postal 676.
deficiência mental incluídos. Manuscrito não- CEP 13565-905. São Carlos-SP, Brasil. E-mail:
publicado, Faculdade de Filosofia, Ciências e Le- zdprette@ufscar.br
tras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo,
Ribeirão Preto, SP. Zilda Aparecida Pereira Del Prette é Pro-
Segal, D. L. (2005). Relationships of assertiveness, fessora Titular do Departamento de Psicologia da
depression and social support among older nursing Universidade Federal de São Carlos.
home residents. Behavior Modification, 29, Almir Del Prette é Professor Titular do De-
p.689-695. partamento de Psicologia da Universidade Federal de
São Carlos.
Silva, A. T. B., Del Prette, A., & Oishi, J. (2003).
Habilidades sociais de pais e problemas de com-
portamento de filhos. Psicologia Argumento, 9,
11-81.
Vila, E. M. (2005). Treinamento de habilidades so-
ciais em grupo com professores de crianças com
dificuldades de aprendizagem: Uma análise
sobre procedimentos e efeitos da intervenção.
Dissertação de Mestrado não-publicada, Centro
de Educação e Ciências Humanas, Universidade
Federal de São Carlos, São Carlos, SP.

Você também pode gostar