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Rua Tomé de Souza, 1065 – Savassi | Belo Horizonte – MG (31) 3116.1000 (31) 3223.6251
Núcleo de Educação a Distância
Caro aluno,
- Hidráulica;
- Equipamentos e instalações.
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A primeira lei que será tratada é a denominada Lei de Stevin, que descreve a variação da
pressão no interior de um líquido:
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Exemplo 1: Qual a pressão exercida no fundo de cada recipiente, considerando que os mesmos
estão totalmente preenchidos com água? Considere d água = 1000kg/m3 e g = 9,8m/s2 (Simões, sd)
Solução:
As pressões nos fundos de cada recipiente serão iguais, pois todos eles têm mesma altura e
estão preenchidos com água:
P = 1000kg/m3 x 2m x 9,8m/s2
P = 19,6N/m2 = 19,6Pa
Exemplo 2: Um submarino desce do nível do mar (1atm) para 80m de profundidade. Qual é a
pressão domarnesta profundidade?
Solução:
Pela equação de Stevin, tem-se que p2 – p1 = ρ x g x (Z1 – Z2) = 1000 x 9,8 x 80 = 784.000Pa.
No entanto, a pressão atmosférica pode ser considerada, e assim obtemos a pressão total nesta
profundidade: 1 atm = 101.326Pa, logo a pressão total será 885.326Pa.
Escoamento de fluidos
Para entendimento dos princípios de escoamento de fluidos, seja considerado um ponto fixo
qualquer no interior de uma tubulação. O movimento será permanente se as velocidades
observadas naquele ponto forem sempre as mesmas. Caso contrário, o movimento é considerado
variável.
Assim, a vazão (Q) pode ser conceituada como o volume de fluido (V) que atravessa uma dada
seção de escoamento na unidade de tempo (t):
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Logo, a vazão poderá ser escrita em termos da velocidade do fluido passando por uma
seção de área A:
No exemplo, a água entra numa tubulação que é chamada estrangulada, pois apresenta
diâmetros (seções) de tamanhos diferentes. Assim, a água percorre a seção maior com
velocidade v1, que é menor, passando com velocidade v2 maior na seção de menor diâmetro. Da
equação da continuidade temos:
Exemplo: No curso de um córrego foram marcadas duas seções próximas uma da outra. A
seção a montantemediu 5,35m² e a seção a jusante 3,27m². A velocidade média na seção a
montante foi estimada em2,5m/s. Calcular a vazão do córrego e a velocidade d’água na seção de
montante estrangulada.
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Solução:
A energia total do líquido por unidade de peso e seus componentes são tratadas como
cargas. A energia total, ou carga total, é comumente denominada pela letra H. Assim, a equação
anterior advém de:
𝑉12 𝑉22
e energias cinéticas = cargas cinéticas.
2𝑔 2𝑔
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Exemplo (Girodo, 2009): A água escoa pelo tubo indicado na figura cuja seção variado
ponto 1 para o ponto 2 de 100cm² para 50cm². Em 1 a pressão é 0,5 kgf/cm² e a elevação e de
100,00m, ao passo que no ponto 2 a pressão é 3,38kgf/cm² e a elevação é 70,00m. Calcule a
vazão.
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+ hf
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Diversas equações foram formuladas para determinação das perdas de cargas em uma
tubulação, sendo a maioria delas para a água, e não para polpas. Durand e Condolios (1952) e
Durand (1953) propuseram algumas equações que permitem a obtenção da relação entre a perda
de carga de água e a perda de carga da polpa, sendo possível a obtenção desta última com
melhores aproximações dos resultados reais. As principais equações que permitem esta
aproximação serão descritas a seguir.
𝛷 = 𝑘𝛹 𝑚
Onde
Φ= parâmetro adimensional;
K = constante;
m = constante;
A relação entre a perda de carga da água e a da polpa vem em seguida, dada por:
𝐽𝑚 − 𝐽𝑎𝑔
𝛷=
𝐶𝑣 𝐽𝑎𝑔
Onde
Cv = concentração em volume.
𝑉 2 𝐶𝑑
𝛹=
𝜌𝑟𝑠 − 1 𝑔𝐷
Onde
V = velocidade de escoamento;
Cd = coeficiente de arraste;
D = diâmetro da tubulação;
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4 𝑔𝑑 (𝜌𝑟𝑠 − 1)
𝐶𝑑 =
𝑉𝑠2
Onde
Vs = velocidade de sedimentação.
Assim, substituindo uma equação em outra, é possível calcular a perda de carga da polpa.
No entanto, observamos a grande dificuldade de se determinar tantos parâmetros, além das
constantes m e k.
Por isso, normalmente os cálculos de perda de carga são extrapolados a partir das perdas
de cargas obtidas para a água. A perda de carga para água na linha de bombeamento pode ser
calculada pela fórmula universal (para água limpa):
L v2
Hf f
D 2g
Onde:
A equação universal pode ser facilmente resolvida, mas devemos encontrar o fator de atrito
“f”. Para regime laminar (Re < 2000), este fator é dado por:
Quando o regime for turbulento, isto é, para Re > 4000, o coeficiente de atrito irá depender
das características do escoamento, do conduto e do fluido. Para estas situações a fórmula
proposta por Colebrook e White é utilizada:
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Em que
Re = número de Reynolds;
d = diâmetro da tubulação;
v = velocidade de transporte;
ρ = densidade do fluido;
μ = viscosidade do fluido.
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Em que:
D = diâmetro da tubulação;
V = velocidade de transporte;
Para o exemplo, a viscosidade cinemática da água a 20°C foi dada, sendo ᵥ = 10-6 m2/s.
Assim, Re = 7,5 x 105. Finalmente, no encontro do ponto referente ao Re, prossegue-se
paralelamente ao eixo horizontal principal, até o eixo vertical à esquerda, que se refere ao valor
do fator de atrito. No caso, o fator encontrado foi f = 0,0145. A perda de carga encontrada é:
Outra equação proposta para o cálculo da perda de carga contínua da água foi proposta
por Hazen-Williams, e é dada por:
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Onde:
Q= vazão (m3/s);
Material C
Aço corrugado (chapa ondulada) 60
Aço galvanizado 125
Cimento amianto 140
Ferro fundido novo 130
Ferro fundido usado 90
Cobre 130
Plástico 140
Onde K equivale a
Peça K
Cotovelo 90° 0,90
Cotovelo 45° 0,40
Curva 90° 0,40
Curva 45° 0,20
Entrada normal de canalização 0,50
Entrada de borda 1,00
Registro de gaveta 0,20
Registro globo 10,00
Saída de canalização 1,00
Válvula de pé 1,75
Válvula de retenção 2,50
Tabela: Valores de K para algumas peças (Azevedo Neto, apud Girodo, 2009)
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Hf(1-2) = J × Le
Após considerarmos todos os tipos de perdas de carga sofrida por uma polpa durante seu
transporte, é possível determinar a altura manométrica do projeto de linha de bombeamento. Esta
altura é definida como sendo a altura geométrica da instalação mais as perdas de carga ao longo
da trajetória do fluxo.
A altura geométrica (HG) é a soma das alturas de sucção (HS) e recalque (HR). Fisicamente, é a
quantidade de energia hidráulica que a bomba deverá fornecer à água, para que a mesma seja
recalcada a uma certa altura, vencendo, inclusive, as perdas de carga.
Hm = HG + hf
Hm = altura
manométrica
da instalação
(m)
HG = altura
geométrica
(m)
hf = perda de
carga total
(m)
Figura: Relação das alturas manométrica e geométrica e as perdas de carga. Representação das alturas de sucção e
recalque em uma instalação.
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A bomba é caracterizada por receber um trabalho mecânico (geralmente por uma máquina
motriz – um motor elétrico ou turbina), transformando-o em energia hidráulica. As bombas
disponíveis no mercado apresentam vários tamanhos e tipos, sendo suas classificações muitas
vezes complexas e em sua maioria voltada para o bombeamento de água.
Para o escopo do presente curso, iremos tratar de uma classificação mais específica sobre
as bombas de polpas, que consistem basicamente em bombas centrífugas e bombas de
deslocamento positivo.
Em função da direção do movimento da polpa dentro do rotor, estas podem ainda ser
divididas em bombas radiais, bombas de fluxo misto e bombas axiais.
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Fluxo misto
Fluxo radial
Fluxo axial
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Carcaça;
Revestimentos;
Rotor;
Difusor;
Eixo;
Anéis de desgaste;
Caixa de gaxetas e selo mecânico;
Rolamentos;
Acoplamento;
Base da bomba.
A figura a seguir ilustra os arranjos construtivos e componentes de uma bomba
centrífuga.
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As bombas centrífugas são fabricadas em diversos tamanhos, sendo que uma bomba
específica é identificada através dos diâmetros internos das flanges de sucção e de descarga,
respectivamente. Assim, uma bomba 8x6 é uma bomba que apresenta diâmetro interno da flange
de sucção igual a 8” e da flange de descarga igual a 6”. A figura a seguir ilustra tais componentes
da bomba para sua identificação.
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a) O rotor tem paletas mais robustas e com curvas mais suavizadas, devido à abrasão
causada pelas partículas sólidas, e em menor quantidade, o que permite uma melhor passagem
destas partículas;
b) O rotor deve ser de material mais duro como Ni-Hard (ferro-fundido ligado a níquel),
aços ao manganês, borrachas e elastômeros. O rotor aberto é mais indicado no caso de polpa
com espuma;
c) O revestimento interno das bombas (locais em que haja contato com a polpa) deve ter
material resistente ao desgaste. Os materiais mais usados são o Ni-Hard, ferro cromo e a
borracha natural;
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Figura: Detalhes da série AH com revestimentos internos para polpas abrasivas e corrosivas (WEIR).
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Enquanto as carcaças para bombas de água podem ser projetadas como carcaças sólidas,
as carcaças das bombas de polpa devem ser bipartidas. A carcaça sólida implica que toda a
carcaça, inclusive o bocal de descarga, compõe uma peça única, fundida ou usinada. Já as
carcaças bipartidas radialmente permitem um fácil acesso para os serviços de manutenção, tais
como desobstrução, limpeza, trocas de rotor ou revestimento. Além disso, são fabricadas em
ferro fundido cinzento ou nodular, desenvolvida com reforços externos para suportar com
segurança altas pressões de trabalho.
As bases das bombas devem ser robustas, para suportar o conjunto do eixo e rolamentos
(conjunto do mancal). Normalmente, a bomba e seu acionador vêm da fábrica montados sobre
uma estrutura de vigas (cavalete). No local de instalação devemos construir uma fundação
suficiente para fixar esta estrutura ao solo e absorver as vibrações provocadas pelo
funcionamento da bomba. Existe também um mecanismo de ajuste externo do rotor, de modo a
ajustar o conjunto para se alcançar a melhor eficiência de bombeamento e/ou menor desgaste.
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Figura: Mancais padrão (esquerda) e de alta capacidade (direita) (LEITE, 2009 apud SILVA, 2011).
Os eixos por sua vez também contemplam uma série de acessórios essenciais para o bom
desempenho das bombas (SILVA, 2011; CARVALHO, 1999). Na figura a seguir podem ser
observados estes componentes.
O estojo de gaxetas é uma das partes mais importantes de uma bomba centrífuga, a quem
compete às funções de impedir vazamento do líquido no ponto ou região em que o eixo penetra
na carcaça da bomba e evitar a entrada de ar para o interior da bomba, quando a pressão interna
na caixa é inferior à pressão atmosférica externa. O estojo tem o formato de um cilindro no interior
do qual alojam vários anéis de gaxetas e que ali são comprimidos por uma peça chamada
sobreposta ou aperta-gaxetas até o ajuste desejado.
A selagem do eixo, permitindo uma eficiente vedação será sempre necessária para as
bombas de polpa. A selagem hidráulica é um meio de vedação, onde água é injetada sob pressão
entre o eixo e a carcaça, impedindo a saída de água e sólidos. Logo, neste tipo de vedação
ocorre a diluição da polpa. Outro tipo de selagem é a centrífuga, utilizada onde não é permitida a
diluição da polpa. Neste sistema de vedação é utilizado um selo centrífugo, onde o rotor tem na
sua face posterior paletas que empurram a polpa para dentro da bomba, impedindo que ela entre
em contato com o eixo (SILVA, 2011).
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frontal e traseira permitem reduzir a recirculação entre os revestimentos, para menor desgaste, e
tornam mais eficiente o sistema de selagem. Uma classificação importante dos rotores é aquela
que os agrupa segundo o seu desenho mecânico, sendo eles (SILVA, 2011; CARVALHO, 1999):
rotor fechado, que é mais eficiente que um rotor aberto e utilizado para líquidos com
partículas em suspensão a partir de tamanhos de bomba acima de 3”x2” por
questões construtivas. Empregado predominantemente no bombeamento de polpa;
rotor aberto, em que as palhetas são presas no próprio cubo do rotor. Estes
geralmente são encontrados em bombas pequenas, de baixo custo, ou que
recalcam líquidos abrasivos. São utilizados para líquidos sem partículas em
suspensão ou em bombas de polpa para tamanhos até 3”x2”. Os rotores abertos
são utilizados também para polpa viscosa, polpa com carvão ativado ou polpa com
espuma (flotação).
Na figura a seguir, retirada do Manual Técnico Schneider, podem ser observados as vistas
lateral e frontal do caracol (voluta) e alguns tipos de rotores.
Os rotores são fixados no eixo através de rosca fundida, não necessitando de insertos,
chavetas ou parafusos. Os rotores e revestimentos internos das bombassão geralmente
constituídos dos seguintes materiais (GIRODO, 2009):
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Aços ao manganês (austeníticos), que são resistentes à abrasão e sulcamento. Estes aços
endurecem superficialmente ao receberem impactos e assim este é o revestimento
preferido para asbombas de cascalho na lavra aluvionar;
Ferro fundido branco (15% Cr, 3% Mo) e Ni hard, que são preferidos onde ocorrem
riscamentos. Por esta razão estes revestimentos são os escolhidos para bombas de areia;
Ferro fundido branco e Ni hard de alta dureza (550ª 700Brinel), que são os escolhidos para
resistir desgaste por erosão;
Conforme exposto anteriormente, as polpas minerais apresentam maior atrito com as paredes
das tubulações, devido à presença de partículas sólidas. Assim, o desgaste dos tubos torna-se
um dos parâmetros de projetos mais relevantes, sendo comum os dimensionamentos destes com
especificações desobre-espessura, ou seja, especificações de aumento das espessuras das
paredes da tubulação de acordo com os índices de abrasividade, dureza dos sólidos (Escala de
Mohs) e outras características da polpa. É comum também girar o tubo em 90º periodicamente,
para distribuição uniforme dos desgastes e aumento da vida útil dos tubos.
Nas instalações devem ser evitados usos de peças angulares, tais como os cotovelos. Tais
peças contêm curvas em 90°, o que gera zonas de desgaste preferencial, pois os fluidos não
mudarão de sentido de forma branda, mas sim de forma brusca. O choque do fluido de forma
perpendicular a uma parede da peça fará com que aquele ponto se desgaste muito rapidamente.
Por isso, preferencialmente devemos usar peças com curvas suaves, como os cachimbos.
As curvas também devem ser observadas em trechos longos. Curvas muito acentuadas
dificultam a manutenção. Portanto, preferencialmente utilizamos traçados com curvas mais
abertas, sendo que para isso, são usados canos flangeados ou acoplamentos rápidos. Este tipo
de traçado com estes dispositivos é indicado também por facilitarem o desmonte de um treco
para manutenção do mesmo, ou simplesmente girá-lo. O uso de vários tubos reunidos, formando
um feixe paralelamente à tubulação em operação, principalmente se estiverem montadas em
suporte único, permitem a identificação de algum entupimento ou desgaste com maior facilidade,
favorecendo a manutenção das tubulações de forma mais tranquila.
Como as polpas minerais em sua maioria são polpas que sedimentam, as instalações
devem ser realizadas preferencialmente com tubulações verticais e horizontais, principalmente
dentro das usinas. Estas escolhas se dão em virtude da maior facilidade para desentupimento em
caso de parada do bombeamento. Quando o bombeamento necessita de ser interrompido,
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Apesar das bombas de polpa geralmente trabalharem afogadas, isto não é impedimento
para o indesejável fenômeno de cavitação, que sempre deve ser investigado a fim de evitá-lo. A
cavitação está associada à formação de bolhas de vapor, devido a uma queda brusca de pressão
para valores inferiores à pressão de vapor do líquido. Quando estas bolhas atingem regiões de
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pressões maiores, elas entram em colapso repentino, retornando novamente à fase líquida. O
colapso destas bolhas gera ondas de choque, que é o fenômeno da cavitação.
O colapso das bolhas dentro da bomba causa a retirada do material da superfície das
partes em contato com as mesmas, fenômeno conhecido como pitting. Além dos danos ao rotor,
a cavitação causa a instabilidade da tubulação, vibrações e defeitos mecânicos. A figura a seguir
mostra um rotor desgastado por pitting.
No bombeamento de polpas, outro importante fato é que a mistura água mais sólidos não
deve ser considerada apenas como uma água mais pesada. Portanto, no bombeamento de
polpas, devemos levar em conta uma série de parâmetros distintivos, notadamente a velocidade
de sedimentação. Portanto, além da escolha correta dos materiais construtivos, os arranjos e
instalações devem sempre levar em conta as propriedades das polpas e também o fato de que a
eficiência das bombas de polpa é muito menor que a das bombas de água de dimensões
semelhantes, bem como a pressão alcançada será sempre mais baixa.
A figura a seguir mostra uma montagem típica de uma bomba com sua caixa de polpa.
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Sobre as montagens de bombas de polpa vale ressaltar alguns aspectos, tais como
(GIRODO, 2009):
a) O motor está montado sobre o eixo do rotor estando ligado ao mesmo por meio de
correias em V. Este tipo de montagem permite que o motor fique em posição mais segura em
relação aos respingos e inundações. Havendo travamento da correia, esta deslizará sobre a polia
ou mesmo se romperá não causando sobrecargas ao motor;
b) A bomba é ligada à caixa por de uma peça chamada carretel através de acoplamentos
rápidos, facilitando a retirada em caso de manutenção;
A associação de bombas pode ser feita em série ou paralelo. A figura a seguir ilustra um
esquema de associação de duas bombas em série.
A associação em série pode ser utilizada quando a altura manométrica do sistema for
muito elevada. Neste tipo de associação a abertura de saída de cada bomba é conectada à
entrada da seguinte, permitindo o alcance de maiores pressões pelo conjunto. Algumas
observações devem ser feitas:
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O que estudamos?
- Perdas de carga;
- Equipamentos e instalações;
Retorne à sala virtual do curso, participe do Fórum de Interação e realize também a tarefa
proposta.
Bons estudos!
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