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VITRUVIUS
FISICULTURISMO E CIÊNCIA
1ª edição
Rio de Janeiro
Guilherme Almeida Rosa da Silva
2015
1
Da Silva, GAR
3,0 Mb ; PDF
ISBN: 978-85-918803-0-0
2
AUTOR
3
Dedicado à Família,
Parte I (Introdução)
Capítulo 3 – Antropometria..........................................................................................................32
Capítulo 4 – Poses......................................................................................................................41
Parte IV (Treinamento)
5
Parte V (Farmacologia e Suplementação)
6
Parte I (Introdução)
7
Capítulo 1 - A História do Corpo
Platão
Introdução
8
é belo, mas ligado diretamente à questão da sexualidade. Este tipo de
comportamento já é manifestado e pode ser testemunhado precocemente no
desenvolvimento. Por exemplo, crianças com apenas 14 horas de vida fixam o
olhar por mais tempo em rostos femininos considerados universalmente belos.
Além da aparência facial, a relação cintura-quadril pode ser considerada como
um marcador antropométrico do estado endocrinológico reprodutivo e de saúde
nos indivíduos.
9
A morte de Mílon de Crotona - Joseph-Benoît Suvée (Groeninge Museum, Bruxelas)
10
refutaram o corpo como fonte única de pecado, mas gerador de beleza e
esplendor. Com o surgimento do capitalismo e a Revolução Industrial, o corpo
passou além de tudo a ser status de saúde, higiene, preocupação com a
longevidade e alta produtividade. Surgiam as primeiras escolas de ginástica
moderna com intuito do desenvolvimento das características físicas.
11
Eugen Sandow – Criador do “The Great Competition”, primeiro concurso de fisiculturismo do
mundo 1901.
12
Larry Scott - Mr. Olympia de 1965.
14
informação embasada na técnica, prática e ciência por profissionais titulados e
gabaritados.
15
Capítulo 2 - O Físico Perfeito
Fernando Pessoa
Introdução
As proporções corporais
16
Faces da Paleta de Narmer – Museu do Cairo – Egito.
17
A longitude dos braços estendidos de um homem é igual à altura dele;
18
O homem vitruviano - Leonardo da Vinci.
O Corpo masculino
19
Alguns dos padrões utilizados por estes estudiosos do século passado
podem causar surpresa nos fisiculturistas amadores ou profissionais dos dias
de hoje, tendo em vista que as tabelas de medidas antropométricas e
proporções foram desenvolvidas para indivíduos sem uso de anabolizantes,
suplementos ou outras medicações ergogênicas utilizadas atualmente.
Peso Altura
(kg) (m)
72,5 1,67
74,8 1,69
77,1 1,72
79,4 1,74
81,6 1,77
83,9 1,80
86,1 1,82
90,7 1,83
95,2 1,85
99,7 1,88
104,3 1,91
108,8 1,94
113,4 1,96
20
forma, desenvolveu uma tabela com circunferências ideais categorizadas para
pessoas normais e atletas aspirantes ao fisiculturismo (tabela 3).
Alt. Cat. Peso Pesc. Braço Antb. Cint. Peito Quad. Coxa Pant. Bi-
del.
1,57 Ama 56,7 36,6 35,6 28,4 71,9 96 86,6 52,6 34,8 44,7
Pro 65,3 39,1 37,8 30,2 75,4 100,6 90,2 54,6 36,8 47
1,63 Ama 62,1 38,1 39,6 29,5 74,2 99,1 89,2 53,3 36,3 46,5
Pro 71,7 40,6 37,6 31,5 77,7 103,6 93 56,1 37,8 48
1,68 Ama 68,4 38,9 40,4 30,5 76,5 102,1 91,9 55,1 37,3 47,2
Pro 78,5 41,9 38,8 32,5 80,3 106,4 96 58,2 39,4 49,5
1,73 Ama 74,4 40,1 42,2 31,5 78,7 105,1 94,7 56,4 38,6 48,5
Pro 85,7 43,4 40,1 33,5 82,6 110 98,8 59,9 40,4 50,5
1,78 Ama 81,6 41,4 40,1 32,2 81,3 108,5 98,3 59,4 39,9 50,2
Pro 93,4 45 43,7 34,5 85,1 113,3 101,3 61,7 41,7 50,3
1,83 Ama 88,5 42,4 41,4 33,2 83,8 111,8 100,3 59,9 40,6 51,3
Pro 101,6 46,2 45 35,3 87,6 116,3 104,6 63,2 42,9 53,5
1,88 Ama 96,2 43,7 42,7 34,3 85,9 114,8 103,1 61,7 42,1 52,8
Pro 114,8 47,5 46,2 36,6 89,9 119,9 107,4 65,3 44,2 55,1
1,93 Ama 104,3 45 42,1 35,1 88,1 116,9 105,9 63,5 43,2 54,4
Pro 118,8 49 47,5 37,3 92,5 122,9 110,2 67,1 45,5 56,9
Tabela 3 – Alt (altura), Cat (categoria), Ama (amador), Pro (profissional), Pesc (pescoço), Antb
(antebraço), Cint (cintura), Quad (quadríceps), Pant (panturrilhas), Bi-del (bi-deltóide),
Circunferências (cm) e peso (Kg) ideal por altura (m).
21
circunferências maiores e mais definidos começaram a surgir nas competições
e revistas, incluindo o do próprio Steve Reeves, já citado, levantando a
possibilidade do uso destas substâncias pelos fisiculturistas da época. O que
queremos sugerir é que um físico perfeito não está associado estritamente ao
uso descontrolado, insano e excessivo de anabolizantes. Apesar de toda esta
discussão, o aspecto almejado nesta sessão é a de um fisiculturista clássico,
com base em ideais estéticos da antiguidade e considerados belos até os dias
de hoje.
Frank Zane (Esquerda) – Década de 1970 e Phil Heath (Direita) – Década de 2010.
Comparativo entre o aspecto geral dos físicos nas duas épocas.
22
mandíbulas fortes e face larga) é mais atraente às fêmeas no período
ovulatório. Em relação a simetria facial, este aspecto sugere a presença de
maior qualidade genética, inteligência e menores danos causados pelo
ambiente durante a vida. A simetria facial masculina é um fator preditor no
sucesso em orgasmos femininos durante o ato sexual e confere ao homem
maior probabilidade de sexo com uma mulher e de maneira mais precoce.
Mulheres que não se consideram atraentes, tendem a ser atraídas por homens
com faces mais assimétricas, enquanto as mulheres que se consideram
atraentes tendem a buscar homens com maior grau de simetria facial.
Somatotipos
23
Endomorfo
Mesomorfo
Ectomorfo
24
O Corpo feminino
Os Pontos de inflexão
O Busto
A Cintura
O Quadril
25
Medições do Busto, Cintura e Quadril.
A Relação Cintura-Quadril
26
peitoral é largo. A gordura está disposta principalmente na região
abdominal, peitos e face.
27
As preferências no belo feminino
Seios
Glúteos
29
Outras
O Percentual de Gordura
30
seguir demonstra em fotos as diferentes faixas de percentual de gordura no
sexo masculino e feminino.
Masculino: Percentual de gordura ideal (5-10%). Feminino: Percentual de gordura ideal (12-
17%).
31
Capítulo 3 - A Antropometria
“Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser
contado.”
Albert Einstein
Introdução
1. Retire os calçados.
O Peso
Para medição do peso pode ser utilizado qualquer balança que esteja
calibrada e validada para boa aferição. A precisão até um décimo de
quilograma é suficiente (ex: 86.5 kg). Ao subir na balança, o indivíduo deve
estar de pé, olhando para frente, com as pernas e pés paralelos, peso
distribuído nos pés, braços relaxados ao lado do corpo e palmas das mãos
32
voltadas para o corpo. O avaliado pode permanecer de frente ou de costas. Em
alguns países, como os Estados Unidos, é comum utilizar a libra “pounds” (lb)
como unidade de massa. Entretanto, a maior parte do planeta utiliza o
quilograma (kg) como unidade de medida.
1lb = 0,45359237 kg
A Altura
Para medição da altura podemos utilizar uma fita métrica. A precisão até
um décimo de centímetro é suficiente (ex: 25,2 cm). O indivíduo deve ficar em
pé, olhando para frente alinhado no plano de Frankfurt (alinhar horizontalmente
a borda inferior da órbita com a margem superior do meato acústico externo),
com as pernas e pés paralelos, peso distribuído em ambos os pés, braços
relaxados ao lado do corpo e palmas das mãos voltadas para o corpo. As
costas do indivíduo devem estar voltadas para a parede, encostando
calcanhar, panturrilhas, nádegas, costas e a parte posterior da cabeça na
parede. A altura deve ser medida pela parede, do solo até o ponto do vértice do
crânio, excluindo os cabelos. Em alguns países, como os Estados Unidos, é
comum utilizar a polegada “inches” (in) como unidade de comprimento.
Entretanto, a maior parte do planeta utiliza o metro e o centímetro (cm) como
unidade de medida.
1m = 100 cm
1in = 2,54 cm
33
O Índice de Massa Corporal
IMC = Peso/Altura²
Os Comprimentos
34
Entre os comprimentos longitudinais podemos citar:
35
Bi-troncantérico: distância entre os pontos trocantéricos direito e esquerdo
com o indivíduo em posição ortostática, de frente para o avaliador.
Antropômetro
As Circunferências
36
Cintura: Circunferência obtida no plano horizontal e na zona de menores
dimensões entre o bordo inferior do gradil costal e a crista ilíaca.
O Percentual de Gordura
37
Dobra cutânea subescapular: A medida é executada obliquamente em
relação ao eixo longitudinal, seguindo a orientação dos arcos costais, sendo
localizada a dois centímetros abaixo do ângulo inferior da escápula.
Cálculos
38
Existem calculadoras automáticas disponíveis na internet, como por
exemplo, em: http://www.cdof.com.br/gordura.htm
Bioimpedanciometria
39
Para um melhor desempenho na aferição recomenda-se:
40
Capítulo 4 – Poses
Guilherme Almeida Rosa da Silva
Vince Lombardi
Introdução
A arte da pose é muito mais difícil do que parece, você deve ressaltar
suas virtudes e reduzir suas falhas. Um treinador de poses experiente e com
olho treinado é um elemento precioso para desenvolvimento da técnica. Os
treinos de poses não devem ser reservados para etapa de Pré-Contest,
devendo ser um exercício rotineiro na vida de um fisiculturista.
41
O processo de avaliação do físico dos atletas e rotinas
Rotina Individual - os atletas são chamados nome por nome ao palco para 1
minuto de poses livres com música.
42
Grupo de Poses compulsórias mais utilizadas no fisiculturismo
masculino
43
2) Expansão Dorsal Frontal
44
Lou Ferrigno em Peito Lateral.
45
5) Expansão Dorsal de Costas
O competidor pode escolher seu melhor lado para esta pose. Em pé com
seu melhor lado exposto aos juízes deverá colocar os braços para trás, unindo
os dedos ou segurando um braço pelo pulso e contraindo o tríceps. A perna do
lado oposto estará flexionada no joelho e exercendo pressão contra o solo
tornando evidentes as panturrilhas. Levantará o peito e contrairá os músculos
abdominais e músculos da coxa.
46
Mike Mentzer em Tríceps de Lado.
47
Frank Zane em uma variação de Abdominais e Coxas com stomach vacuum.
48
Outras poses não compulsórias:
49
Parte II (Bases
Fisiológicas e
Bioquímicas)
50
Capítulo 5 - Macronutrientes: Carboidratos, Lipídios, e
Proteínas
Guilherme Almeida Rosa da Silva
“Primavera...
É preciso ter alimentos e flores.
Alimentos para viver.
E flores para ter pelo que viver.”
Confúcio.
Introdução
Algo a se pensar...
Os Carboidratos
51
Os monossacarídeos são as unidades a partir das quais são formados
polímeros (oligossacarídeos e polissacarídeos). Os monossacarídeos é que
são metabolizados em fluxos bioquímicos para a geração de energia. Podem
apresentar três, quatro, cinco, seis e sete átomos de carbono em sua
constituição, sendo chamados de trioses, tetroses, pentoses, hexoses e
heptoses. As principais são as pentoses d-ribose e 2-desoxi-d-ribose,
componentes dos nucleotídeos dos ácidos nucleicos, e as hexoses glicose,
frutose, galactose e manose.
52
fibras de celulose. Apesar disso, a celulose pode ser digerida por bactérias do
trato digestivo dando origem aos ácidos butírico, acético e propiônico, que
nutrem o enterócito. A celulose não digerida pode aumentar o bolo fecal
combatendo a constipação intestinal.
Os lipídios
53
moléculas menos maleáveis conferindo uma rigidez na membrana celular e
prejudicando a sinalização.
55
Cadeia de reações para formação de EPA e Ácido aracdônico (AA).
56
Reação química para formação de triglicerídios.
As Proteínas
57
As proteínas e os polipeptídeos são formados por sequências e
combinações obtidas de 20 aminoácidos encontrados na natureza ligados em
reações peptídicas, propiciando um número infinito de sequências e
combinações. Alguns outros aminoácidos não padrão, além dos 20 já citados,
podem ser encontrados em algumas proteínas, frutos de reações
modificadoras após a formação do polipeptídeo.
58
Quanto à classificação nutricional, os aminoácidos podem ser divididos
em essenciais e não essenciais. Os aminoácidos essenciais são aqueles que
não podem ser produzidos pelo corpo humano. Dessa forma, são somente
adquiridos pela ingestão de alimentos vegetais ou animais. São
eles: fenilalanina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, treonina, histidina e
valina. Os aminoácidos não essenciais ou dispensáveis são aqueles que o
corpo humano pode sintetizar. São eles: alanina, asparagina, ácido
aspártico, ácido glutâmico, serina e taurina.
59
Aminoácidos glicogênicos Aminoácidos cetogênicos Glicogênicos e cetogênicos
60
Capítulo 6 – A Produção de energia
Introdução
O organismo obtém energia a partir da metabolização das unidades
funcionais (aminoácidos, ácidos graxos e monossacarídeos) obtidas dos
macronutrientes (proteínas, lipídios e carboidratos).
61
A Glicólise
O Ciclo de Krebs
62
Esquema do ciclo de Krebs ou ciclo do ácido cítrico.
A Fosforilação oxidativa
63
UQH2 do complexo I até o complexo III é seguido do influxo de prótons para o
espaço intermembrana. No complexo III, o UQH2 desempenha uma reação em
que o H+ é transferido para o espaço intermembrana e os elétrons são doados
ao citocromo c. No complexo IV, o citocromo c doa os elétrons ao aceptor final
oxigênio gerando água e influxo de mais dois H+ para o espaço intermembrana.
A β-oxidação
65
Esquema de oxidação de um ácido graxo saturado (palmitoil-CoA (16:0)).
66
Os aminoácidos são utilizados na produção de energia quando são
consumidos em uma dieta hiperproteica ou como produto de degradação de
proteínas intracelulares, quando os carboidratos não podem ser utilizados
adequadamente (diabetes mellitus) ou em falta (jejum).
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Entrada de α-cetoácidos no ciclo de Krebs.
68
Reações de conversão hepática de alanina e glutamina em glutamato e de glutamato em
amônia (NH3).
Ciclo da ureia
69
Capítulo 7 - Macroeconomia: Catabolismo e
Anabolismo
Guilherme Almeida Rosa da Silva
“Uma pessoa imatura pensa que todas as suas escolhas geram ganhos. Uma
pessoa madura sabe que todas as escolhas tem perdas.”
Augusto Cury
A Macroeconomia
A macroeconomia é o ramo das ciências econômicas responsável por
estudar a dinâmica econômica em nível regional. O termo macroeconomia
pode ser aplicado ao estudo do metabolismo energético como avaliação dos
fluxos de perdas (catabolismo) e ganhos (anabolismo) em nível corporal total.
O Catabolismo e o anabolismo
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grande excesso ou grande falta de glicose, podemos gerar ou gastar reservas
mais duradouras como as gorduras e as proteínas (poupanças).
71
do glicogênio (glicogenólise) com liberação de glicose e a síntese de glicose a
partir de substrato não glicídico (gliconeogênese), por exemplo, aminoácidos e
lipídeos.
Anabolismo Catabolismo
Alta de insulina Baixa de insulina
Baixa de contra-insulínicos Alta de contra-insulínicos
Perfil da insulina no anabolismo e catabolismo
Glicogênio
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O glicogênio hepático pode compor até 7% do peso seco do fígado,
representando um estoque que pode suprir um organismo de glicose em um
período de até 16-24h (média 8-12h), constituindo na faixa de 120g de
glicogênio hepático em um homem de 70 kg. O glicogênio muscular em uma
pessoa normal pode ser encontrado numa concentração de 70-100mmol/Kg. A
massa de 1mmol de glicogênio é variável, tendo em vista que a molécula
possui massas variáveis dependendo do tamanho de sua cadeia.
73
Da mesma forma, estudos sugerem que o glicogênio muscular sofra
uma queda em torno de 1,3 mmol/Kg/repetição e de 0,35 mmol/kg/segundo de
exercício, possibilitando gerar cálculos de ajustamento pela intensidade do
exercício até a depleção. Cabe ressaltar que os valores de queda de glicogênio
são resultados da degradação diminuída da ressíntese rápida durante o
exercício/descanso.
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Adendo
75
Perda de gordura / Perda de proteínas musculares
(Catabolismo)
76
hormônios lipolíticos e que contrapõem a ação do cortisol (GH, testosteronas e
seus derivados).
77
Capítulo 8 - Microeconomia: Regulação na utilização de
estoques energéticos
Warren Buffet
A Microeconomia
A microeconomia é o ramo das ciências econômicas responsável por
estudar a dinâmica econômica em pequenos níveis. O termo microeconomia
pode ser aplicado ao estudo do metabolismo energético como avaliação dos
fluxos de perdas (catabolismo) e ganhos (anabolismo) em nível tecidual ou
celular, como por exemplo, no fígado e hepatócito, tecido adiposo e adipócito e
na musculatura e fibra muscular.
O Fígado
78
O hepatócito e os aminoácidos
O hepatócito e os carboidratos
79
hiperinsulinismo, típico de pacientes portadores de resistência insulínica
(Síndrome Metabólica/DM2) ou em estados de alta ingestão de carboidratos,
sobretudo de alto índice glicêmico. O aumento da lipogenesis de novo promove
o agravamento da resistência insulínica, aumento do risco cardiovascular,
aumento dos estoques de gordura no tecido adiposo, o aumento de
triglicerídeos dentro do hepatócito (esteatose não alcoólica) e de
hipertrigliceridemia com baixo HDL.
80
Gliconeogênese a partir de aminoácidos, lactato e glicerol.
O hepatócito e os lipídeos
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circulação sanguínea pelo ducto torácico. Ao atingirem os sinusoides hepáticos
os quilomícrons têm os triglicerídeos retirados e metabolizados pela lípase
lipoproteica em glicerol, que pode ser utilizado para síntese de glicose, e os
ácidos graxos, utilizados no metabolismo energético ou reesterificados e
associados com apoproteínas formando as apolipoproteínas. Os triglicerídeos
podem ainda participar da síntese de corpos cetônicos, colesterol ou
fosfolipídeos no retículo endoplasmático rugoso dos hepatócitos.
O Tecido Adiposo
82
proteína quinase A (AMPc-dependente) e complementada por outras lipases
que disponibilizam glicerol e ácidos graxos na circulação. O AMPc intracelular é
aumentado sobretudo pela estimulação de receptores β-adrenérgicos (alvos
terapêuticos de medicamentos para queima de gordura). A proteína perilipina,
que recobre a superfície das gotículas de gordura é fosforilada pela proteína
quinase A (AMPc-dependente) deixando a gotícula de gordura exposta para a
ação da lipase hormônio-sensível.
O Músculo
83
para realização de cetogênese e gliconeogênese. O catabolismo é estimulado
pela baixa insulinemia e aumento de hormônios, principalmente o cortisol.
84
Parte III (Nutrição)
85
Capítulo 9 – Estratégias Dietéticas para Bulking
Guilherme Almeida Rosa da Silva
"Um grande homem é aquele que morre duas vezes. Primeiro como homem; e
depois, como grande homem."
Paul Valéry
Introdução
Ao contrário do que muitos atletas e profissionais de saúde pensam, a
composição da dieta é o principal fator impactante na macroeconomia do
metabolismo em detrimento do tipo de treino realizado.
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A experiência mostra que em dietas anabólicas padrão, ganhos
absolutos de massa muscular geralmente estão associados a um ganho
associado de gordura, didaticamente divididos em bulking limpo (aumento de
massa muscular com pequeno ganho de gordura) e bulking sujo (aumento de
massa muscular com grande ganho de gordura). Esta relação para média
populacional, sem uso de recursos farmacológicos está em torno de 60:40,
ganhos de 600g de massa magra estão associados a ganhos de 400g de
gordura. Este número reflete a intensa dificuldade de alguns indivíduos em
perder gordura sem perder massa muscular e de ganhar massa muscular sem
acumular gordura. Treinamentos específicos, suplementos, recursos
farmacológicos e a genética do indivíduo, sem dúvida auxiliam na mudança
drástica desta proporção.
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Fórmulas para cálculo da TMB
Harris-Benedict (1919)
FAO/OMS (1985)
Método prático
Tabela de FA
89
Proteínas
Lipídios
Carboidratos
91
nas fontes proteicas, perfazendo a quantidade restante de calorias para atingir
a meta diária.
Homem = 1,5
CHO = 4060 kcal – 752 kcal – 810 kcal = 2498 kcal / 4 kcal = 625g
92
Capítulo 10 - Estratégias Dietéticas para o Cutting
Guilherme Almeida Rosa da Silva
Garfield
Introdução
Como já foi dito no capítulo anterior, as dietas para cutting são aquelas
em que o objetivo principal é a redução do percentual de gordura, com perda
de massa gorda e tentativa de preservar ao máximo a massa muscular. Nem
sempre é possível preservar a massa muscular durante o processo, mas ao
menos são utilizadas estratégias dietéticas que visam reduzir estas perdas.
93
Ingestão calórica diária
Proteínas
94
acordar, antes do treino e após o treino. Uma estratégia frequente é o uso
como suplementação de BCAA em cápsulas ou na composição do whey
protein. O uso desta estratégia tem como objetivo minimizar a perda de massa
muscular durante o cutting.
Carboidratos
95
As dietas cetogênicas são bastante restritas em questão de ingestão
diária de calorias, o que pode gerar redução no metabolismo e platô na queima
de gordura. Nesta situação podemos dar “choques” metabólicos aumentando
periodicamente o consumo calórico via recarga com carboidratos (dietas
cetogênicas cíclicas), aumento no consumo calórico via suplementação com
ácidos graxos essenciais, uso de termogênicos e hormônios anabólicos. Outros
problemas seriam efeitos colaterais de adaptação: cefaléia, hálito cetônico,
ansiedade, insônia, irritabilidade, inadequação social dos cardápios e
hipoglicemia. Apesar disso, sem dúvida as dietas cetogênicas realizadas na
técnica correta são as mais eficientes na perda de gordura em quantidade e
velocidade com preservação da massa magra.
96
preservação de massa muscular) ou mais curtos (perda de gordura mais lenta
com maior preservação de massa muscular).
Lipídios
97
Existem estudos demonstrando que especificamente o ácido linoleico
conjugado (CLA) poderia auxiliar na perda de gordura, mas para um melhor
controle do seu consumo seria melhor utilizá-lo na forma de suplemento
alimentar. Um uso potencial dos lipídios em dietas para perda de gordura seria
para quebra de platô de perda de gordura em dietas cetogênicas muito
restritivas em termos de calorias. As gorduras serviriam como instrumento
regulador no consumo diário total de calorias de dietas cetogênicas,
aumentando sua ingestão quando o consumo diário de calorias estiver muito
baixo ou reduzindo quando o consumo diário de calorias estiver muito elevado.
A prioridade seria consumir fontes de ácidos graxos essenciais (azeite extra-
virgem, canola, linhaça, nozes, castanhas, óleo de fígado de bacalhau e óleos
de peixe).
Homem = 1,5
LIP = 2030 kcal – 752 kcal – 120 kcal = 1158 kcal / 9 kcal = 128g
98
Capítulo 11 – Protocolos de Hidratação e Pré-Contest
Guilherme Almeida Rosa da Silva
Lao-Tsé
Introdução
99
atividade realizada (aeróbico e/ou exercícios resistidos), tempo de treinamento,
temperatura do local e uso de termogênicos. A reposição deve ser realizada
pela via oral e a partir daí algumas questões podem ser levantadas.
100
volume de perdas medido pela variação de peso previamente. Após o
exercício, a hidratação deve ter como objetivo corrigir quaisquer perdas
residuais. Alguns especialistas sugerem a reposição hídrica de livre demanda
conforme a sede.
101
Em suma, bebidas contendo carboidratos de alto IG devem ser utilizadas
para redução do catabolismo muscular, mas dificultam a queima de gordura.
Protocolos de Pré-Contest
102
gradativamente aumentar a duração e o número de sessões. Termogênicos
são utilizados para melhorar os resultados. O conhecimento mais aprofundado
do organismo do atleta em situações de pré-contest anteriores são de grande
valia para o sucesso a cada nova tentativa.
103
Hidratação no Pré-Contest
Nos dias quatro e três antes do contest, a ingestão hídrica deve ser
mantida elevada (>30ml/Kg/dia) por causa da recarga de carboidratos. Uma
tabela de acompanhamento de ingestão hídrica deve ser criada. Um dia antes
e no segundo dia antes do contest, a ingestão hídrica deve ser mantida baixa
(metade do que vinha sendo ingerido) para iniciar o processo de desidratação
do subcutâneo. Um dia antes do contest a terapia diurética com ervas e uso de
saunas deve ser iniciada para desidratação do subcutâneo que deixa os
detalhes da musculatura mais exposta. O consumo de sódio deve ser
restringido a 1g/dia nos últimos três a dois dias, com o consumo de potássio
em torno de 3g/dia. O controle deve ser rígido, contabilizando até os eletrólitos
presentes na água, tendo em vista que a hiperidratação pode gerar sobrecarga
salina.
104
Parte IV (Treinamento)
105
Capítulo 12 - Hipertrofia e Mecanobiologia
Introdução
106
Mecanotransdução e o estímulo mecânico adequado para
hipertrofia
107
PI3K/Akt/mTOR
FoxO
IGF-1
108
com hormônios de crescimento parecem estar mais relacionados com a lipólise
e redução do percentual de gordura.
Óxido Nítrico
Miostatina e Folistatina
Touro Belgian Blue, cão, caso humano e ratos com mutação no gene da miostatina.
109
A folistatina é um hormônio capaz de bloquear a ação da miostatina.
Quanto maiores os níveis de miostatina maior será o potencial de aumento de
força e hipertrofia ao inibi-la através de nutrição, descanso e exercício. A
complexidade desta via tem sido evidenciada em achados como o aumento da
expressão de miostatina no uso de hormônios androgênicos, redução com a
suplementação de GH e aumento ou redução dependendo da modalidade de
exercício realizado. Para atuarmos medicamentosamente sobre a via da
miostatina, ainda é necessário maior número de pesquisas e um maior
entendimento sobre este circuito.
Calcineurina
PGC-1α
110
tendo como produto final principal a redução da degradação proteica e
proteção da massa magra através da inibição da via de FoxO3 e NF-kB.
111
Um dos mecanismos de adaptação neural ao treinamento resistido é a
da sincronização de unidades motoras. Ao desempenhar um trabalho, se um
indivíduo é capaz de recrutar de forma sincronizada um maior número de
unidades motoras, ele será capaz de mobilizar maior carga em um menor
espaço de tempo, ou seja, aumentará a intensidade do trabalho. Outras
adaptações são o aumento no número de unidades motoras, com pouca ou
nenhuma variação no número de fibras musculares (especificidade), a
capacidade de recuperação rápida da unidade motora aumentando a
frequência de despolarizações e por consequência a capacidade de gerar
trabalho. Além disso, há um ganho em termos de coordenação que proporciona
melhor execução dos exercícios e maior qualidade no estímulo à hipertrofia.
Em conclusão, o treinamento de força pode ser um importante aliado nos
treinamentos de hipertrofia.
112
Subtipo IIa
Subtipo IIB
Síntese Proteica
113
Capítulo 13 - Treinamento Aeróbico
Guilherme Almeida Rosa da Silva
Introdução
Repetição máxima
Frequência cardíaca
Limiar anaeróbico
115
Exercício aeróbico
116
consumida, o glicogênio muscular vai sendo degradado e o glicogênio hepático
vai repondo a glicose no sangue para utilização. Ao mesmo tempo, porém em
menor escala, ácidos graxos vão sendo utilizados para a beta-oxidação e
devido o estímulo adrenérgico, vão sendo disponibilizados do tecido adiposo
para a circulação sanguínea.
117
Muitos atletas preferem utilizar os exercícios aeróbicos quando estão em
redução de percentual de gordura, outros sempre realizam estes exercícios,
sobretudo após ou em horários diferentes do treino de pesos (pesos de dia e
aeróbico noite). Não existem evidências claras de que haja interação do
exercício aeróbico em reduzir os ganhos de hipertrofia muscular em nível
celular (aumento de AMPK e bloqueio ao mTOR?). Entretanto, o consumo do
glicogênio muscular certamente reduz o rendimento nos treinos de peso, até
por isso o fato do aeróbico ser realizado após. A vantagem em periodizar os
treinos de peso com treinos aeróbicos está no fato de que estratégias dietéticas
diferentes podem ser utilizadas e melhorar os resultados, seja da hipertrofia
seja da redução no percentual de gordura.
118
Capítulo 14 - Treinamento Resistido
Guilherme Almeida Rosa da Silva
“Se você quer algo que nunca teve, você precisa estar disposto a fazer algo
que nunca fez.”
Thomas Jefferson
Introdução
Repetições
119
Uma pergunta frequente é: quantas repetições devem ser realizadas em
uma série? Com base no conceito de limiar anaeróbico, um treinamento
resistido deve ter carga acima de 65% da RM, o que resulta em no máximo 15
repetições em uma série. Quando a carga supera 85% da RM temos um
treinamento de força (<6 repetições) e quando ela permanece entre 65-85% da
RM temos um treinamento voltado para hipertrofia. Portanto, para o
desenvolvimento muscular, uma série deve conter no máximo 15 repetições e
no mínimo 6 repetições salvo excessões. Conforme o número de repetições
realizada em boa forma supera 12 repetições podemos dizer que a carga está
“leve” e se o número de repetições realizadas em boa forma é menor do que 6
repetições podemos dizer que está “pesada”. A composição do músculo em
relação ao tipo de fibras influi no número ideal de repetições. Fibras lentas
respondem a muitas repetições, fibras rápidas respondem a um número menor
de repetições. Cada indivíduo apresenta sua própria proporção de fibras lentas
e rápidas em cada grupamento muscular. Recentemente tem sido pesquisada
a capacidade de fibras lentas e rápidas serem intercambiáveis por meio de
respostas genéticas adaptativas ao tipo de exercício.
Tempo
120
ser explorada pelos atletas. O tempo de contração e o tempo total sob tensão
da musculatura em uma série afeta a forma como o sistema neurológico
estimula a placa motora, o tipo de fibras recrutadas, mas o estresse energético
da fibra muscular parece ser semelhante (metabolismo anaeróbico).
Intervalo de descanso
121
realizadas em uma série irá cair e ele poderá determinar o momento de parada
quando essa queda for de 2-3 repetições. Outras opções são manter o
intervalo de descanso e reduzir a carga progressivamente para parar quando a
queda na carga for em torno de 20% ou ir aumentando o intervalo de descanso
para manter o rendimento nas séries e até mesmo elevar a carga
progressivamente.
Séries
122
de mais ou de menos. O tempo de contração concêntrica e excêntrica é
variável em até 10 segundos (média de 2-4 segundos). O tempo de descanso
entre as séries deve ser de 30 segundos até 180 segundos (média de 60
segundos).
Exercícios
Peitorais
Louie Simmons
123
Costas
Rotadores externos
124
Bíceps e Tríceps
Ombros
125
A maioria dos atletas já realiza um excelente treino de deltoides
anteriores apenas com as rotinas de peitorais. Exercícios isolados para deltóide
anterior, como a elevação frontal, devem ser guardados para os trabalhos de
ajuste de proporções para evitar o overtraining da musculatura. Quando há
necessidade de ajustes no deltóide anterior, os exercícios específicos devem
ser praticados primeiro no treinamento e a quantidade de treino sobre os
peitorais deve ser reduzida.
Panturrilhas
Abdômen
126
percentual de gordura. O segundo ponto é que para fazer com que o reto
abdominal hipertrofie de maneira ótima há a necessidade de hiperextensão a
15º e contração a 30º, ou seja, não treine com o dorso contra uma superfície
reta. Outra dica é que a musculatura abdominal é formada em grande
percentual de fibras rápidas devendo ser treinada com um número de 6-12
repetições em 2-3 séries e buscando progredir a carga e realizar mudanças no
tempo. Um importante recado é que os abdominais devem ser estressados em
diferentes ângulos (supra, infra e oblíquos). Os abdominais devem ser
treinados em média a cada 5-7 dias.
Antebraço
Stomach Vacuum
127
Frank Zane - stomach vacuum
128
Técnica de exercício para stomach vacuum
Duração do treino
“Se o seu treino precisa durar mais de 60 minutos é porque você está fazendo
amigos e não treinando.”
Frequência
“Não existe sentido em voltar para academia se não for para fazer progresso.”
Charlie Francis
129
um parâmetro a ser ajustado e testado de forma que haja ganho de
desempenho em variáveis mais básicas como qualidade e quantidade de
repetições e carga. Se o estímulo dado pelas variáveis repetição, carga,
intervalo de descanso, número e tipos de exercícios estiverem adequados e
não esteja ocorrendo ganho de desempenho é possível que a frequência de
treino esteja muito alta (overtraining) ou muito baixa (undertraining). Nesta
busca, um treinador vai acabar encontrando extremos de atletas que
necessitam de muitos treinos e outros que necessitam de menos. Cabe lembrar
que a recuperação é afetada pelo tipo de grupamento muscular treinado (ex:
panturrilhas necessitam de alta frequência de treino), tipo de exercício
(exercícios compostos como agachamento necessitam de menor frequência de
treino), pela qualidade da alimentação, suplementação, descanso e uso de
medicamentos. Uma boa dica é começar com menos e aumentar a frequência
gradativamente. O uso de anabólicos propicia um aumento de frequência nos
treinos.
Intensidade
130
Capítulo 15 - Periodização e Descanso
Guilherme Almeida Rosa da Silva
"O tempo foi algo que inventaram para que as coisas não acontecessem todas
de uma vez."
Autor desconhecido
Periodização
131
Detecção de Fraquezas e equilíbrio geral da musculatura
Descanso
132
acessórios em exercícios não isolados e pela tendência de excesso de treino
promovida por alguns atletas. Um indivíduo que treina peitorais todas as
segundas e tríceps todas as quartas na verdade pode estar treinando tríceps
duas vezes na semana, pois em um supino reto, por exemplo, os tríceps
trabalham como musculatura acessória. Será que o tempo de recuperação do
tríceps foi adequado? Por outro lado existem musculaturas que são muito
resistentes ao overtraining como as panturrilhas. Estas podem ser treinadas
mais de uma vez na semana, por exemplo.
133
Parte V (Farmacologia e
Suplementação)
134
Capítulo 16 - Suplementos Anabólicos e Protetores da
Massa Magra
Mario Puzo
Introdução
Os suplementos anabólicos e protetores da massa magra são
ingredientes úteis tanto em dietas para bulking, com o propósito de fornecer
substrato e também sinalização para hipertrofia muscular, quanto para dietas
de cutting, protegendo da perda de massa muscular. São suplementos
amplamente estudados e com evidências científicas mais sólidas sobre sua
utilidade. Neste capítulo vamos estudar os suplementos fontes de proteínas
(whey protein, caseína e albumina), as propriedades funcionais de aminoácidos
específicos (BCAA, leucina isolada, HMB, glutamina, beta-alanina e carnosina)
e a creatina.
Whey protein
135
Tipos:
136
Apesar do inconveniente da redução da digestibilidade, a presença da gordura
e carboidratos do leite pode fornecer substrato para o anabolismo durante o
sono e cobertura da fase de jejum. Neste caso específico é preferível a
utilização de proteínas mais baratas, de absorção e liberação mais lenta como
a caseína ou albumina.
Caseína
137
Albumina
138
como ao acordar, pré-treino e pós-treino. Outro possível benefício seria a
redução na fadiga central induzida pelo exercício, pois o BCAA compete com o
triptofano no transporte do sistema nervoso central reduzindo a síntese de
serotonina, envolvida neste fenômeno.
Leucina
139
HMB (beta-hidroxi-beta-metilbutirato)
Glutamina
140
Posologia: Em torno de 5g de glutamina administrados durante treinamentos
extensos e/ou após os treinos e exercícios.
Beta-alanina
Carnosina
141
anaeróbico propicia um maior estímulo adaptativo e consequente ganho em
termos de hipertrofia muscular e desempenho. A melhor forma de modular as
concentrações de carnosina é suplementar na forma de beta-alanina, pois
como parte da carnosina ingerida é hidrolisada, seria necessária a ingestão de
altas doses para atingir uma dose eficaz.
Creatina
142
Uma das principais preocupações sobre a creatina é a biodisponibilidade
a partir da alimentação. Por se tratar de um tripeptídeo, há um receio de que as
peptidases inutilizem grande parte da creatina ingerida. Tal fato encontra
plausibilidade biológica, entretanto estudos demonstram que a suplementação
de creatina é capaz de aumentar as concentrações de creatina intramuscular,
ou seja, ocorre disponibilização eficaz pela suplementação. Formas
monohidratadas micronizadas reduzem a aglomeração do composto, reduzindo
o diâmetro e facilitando sua absorção.
143
obtenção de creatina pela dieta, como por exemplo, em atletas que consomem
grande quantidade de carne.
Betaína
144
Capítulo 17 - Hormônios Androgênicos e Anabolizantes
Albert Einstein
Atenção:
Aromatase
145
androstenediona. O estriol é um subproduto da degradação da estrona,
principalmente em grávidas. Os efeitos estrogênicos indesejáveis são a
ginecomastia, retenção líquida, redistribuição de gordura em padrão ginecóide,
tendência à tromboses e varizes.
5-alfa redutase
A 5-alfa redutase é uma enzima que catalisa a conversão de
testosterona em DHT, principalmente na pele, folículo piloso, próstata,
vesículas seminais e epidídimo. A DHT é um androgênio 5-10 vezes mais
potente que a testosterona ao estimular o receptor androgênico. Polimorfismos
da 5-alfa redutase e do receptor androgênico podem gerar indivíduos com
maior ou menor tendência a androgenização. Uma maior estimulação por
anabolizantes de característica androgênica pode cursar com efeitos
indesejáveis como acne, hiperssexualidade, irritabilidade, pele oleosa e
calvície. Por outro lado a androgenicidade confere maior tônus ao músculo
dando um aspecto rígido e modelado, sobretudo quando o percentual de
gordura está baixo. Devido a esta característica, muitos fisiculturistas exploram
a androgenicidade nas últimas semanas de preparação para os concursos.
147
Sexual Hormone Biding Globulin (SHBG)
17-alfa alquilados
Testosteronas
148
testosteronas em geral possuem efeito de aumento da síntese proteica,
aumento da produção de IGF-1 local no músculo, redução do efeito catabólico
do cortisol e aumento nos níveis intracelulares de fosfocreatina. Uma
desvantagem é a queixa frequente de inflamação no local da aplicação,
formação de abscessos por má técnica de aplicação e até mesmo uma febre
baixa. Uma vantagem do propionato de testosterona é o menor grau de
retenção líquida, o que proporcionaria benefícios para realização de ciclos com
ganhos limpos. Para mulheres que relatam a utilização de testosterona, apesar
das desvantagens, o propionato de testosterona parece ter sido uma opção
tendo em vista que seus níveis podem ser rapidamente ajustados de acordo
com o grau de virilização. Os efeitos colaterais são os universais das
testosteronas. A dose padrão relatada é aumentada de acordo com os
objetivos e resposta abrangendo de 50-100mg a cada 2-3 dias (homens) e 25-
50mg a cada 5-7 dias (mulheres).
149
ou Equipoise® em ciclos anabólicos potentes e de menor risco. Meia-vida: 6
dias.
150
aparentemente interfere pouco no eixo hipotálamo-hipófise-gonadal, não
havendo necessidade de terapia pós-ciclo (TPC), inclusive tendo sido utilizada
em doses semelhantes como ponte entre ciclos ou como item da TPC para
preservar os ganhos. Por estas características o uso da oxandrolona pode
ocupar diversos objetivos, desde um uso prolongado e isolado, além de stacks
tanto para bulking quanto para cutting. Doses usuais são de 20-40mg VO/dia
(mulheres) e 40-80mg VO/dia (homens). Meia-vida: 4-6 horas.
estanozolol (Winstrol®)
151
inclusive, com efeito, potencializador pelo Proviron® que se liga
competitivamente à SHBG.
fluoximesterona (Halotestin®)
trembolona (Parabolan®)
152
propionato de drostanolona (Masteron®)
Anabolizantes aromatizáveis
metandrostenolona (Dianabol®)
153
4-Chlorodehydromethyltestosterona (Turinabol®)
154
undecilenato de boldenona (Equipoise®)
155
Estruturação do ciclo
Front Load
156
Kick Start
Ciclos orais
Andriol® + estanozolol
Ciclos básicos
Testosterona
Testosterona + Deca-Durabolin®
Testosterona + oxandrolona
Testosterona + estanozolol
Ciclos avançados
157
Poder anabólico (bulking)
158
Os principais mecanismos envolvidos na realização de uma TPC são:
Posologia: tamoxifeno 20mg 1x/dia VO, clomifeno 50mg 1x/dia VO, Proviron®
25-50mg VO/dia, anastrozol 1mg 1-2 cp VO/dia. O período de utilização na
TPC é acompanhado da realização de exames laboratoriais para seguir a
regularização do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal. Em geral a utilização do
bloqueio estrogênico é necessária por um período médio de 2-4 semanas.
159
Fatores gonadotróficos
160
expressão da aromatase, aumentando sua expressão no osso e reduzindo na
mama. Existem poucos estudos, porém a vitamina D pode ter alguma influência
no eixo hipotálamo-hipófise-gonadal estando indicada sua reposição na TPC.
Posologia: Vitamina D 2000-3000 UI VO/dia.
161
do pós-ciclo, alguns atletas utilizam drogas em doses baixas, de meia-vida
curta, não aromatizáveis e com pouca ação supressora sobre a hipófise (ex:
oxandrolona 5-10mg ou Dianabol® 10-30mg VO/dia) até que haja recuperação
do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal. O ideal é realizar uma retirada em
pirâmide (ex: Dianabol® 10-14 dias de 30mg, 10-14 dias de 20 mg, 10-14 dias
de 10mg e retirar).
TPC em mulheres
162
Capítulo 18 – Hormônio de Crescimento
163
Quanto ao uso esportivo, o GH em conjunto com a insulina é utilizado
como doping para redução do percentual de gordura com preservação da
massa magra.
IGF-1 Lr3
Outra forma relatada por atletas é o uso de IGF-1 Lr3. (O IGF-1 Lr3 é
usado todos os dias ou apenas nos dias de treino (antes ou após) na dose de
50-150mcg IM em 2-4 semanas com parada de 2-4 semanas devido a
dessensibilização.
GHRP-6
164
Mod GRF. Caso o uso seja contínuo é utilizada apenas uma aplicação antes de
dormir.
Análogos de GHRH
165
Capítulo 19 - Sensibilizadores da Insulina e
Medicamentos com Ação Metabólica
“Em si, a vida é neutra. Nós a fazemos bela, nós a fazemos feia; a vida é a
energia que trazemos a ela.”
Osho
Introdução
metformina
166
O principal mecanismo de ação proposto é a indução das proteínas
quinases ativadas por AMPc (AMPK), que promove a captação de glicose por
aumento na translocação do transportador de glicose dependente de insulina
(GLUT-4), sobretudo no músculo. Entretanto, a glicose parece ser captada por
mecanismos independentes de insulina, como a via da PKC. O uso da
metformina pode amplificar a síntese de glicogênio em 30%. Esse aumento na
síntese de glicogênio pode beneficiar os atletas no sentido de acelerar a
recuperação para um novo treinamento, aumentar o volume da fibra muscular
por retenção hídrica e aumentar o desempenho em exercícios resistidos,
intermitentes e aeróbicos.
pioglitazona
167
que regula diversos genes envolvidos na peroxidação lipídica e que aumentam
a sensibilidade à insulina.
168
AICAR, acadesina (5-amino-1-β-D-ribofuranosyl-imidazole-4-carboxamide)
telmisartan
169
Posologia: telmisartan 40-160mg VO 1x/dia titulados para não gerar
hipotensão.
resveratrol
picolinato de cromo
170
Capítulo 20 – Termogênicos, Queimadores de Gordura
e Bloqueadores de Lipídios e Carboidratos
“Do atrito de duas pedras chispam faíscas; das faíscas vem o fogo; do fogo
brota a luz.”
Victor Hugo
A termogênese
171
A termogênese ocorre naturalmente nos organismos saudáveis,
ocorrendo perda de em torno de 30% da energia produzida sob forma de calor.
No homem o principal órgão gerador de calor devido sua alta taxa metabólica é
o fígado. A manutenção da temperatura corporal em animais homeotérmicos
tem como objetivo manter uma temperatura corporal ótima para o
funcionamento enzimático e realização das reações metabólicas.
172
Termogênicos
Água gelada
Este valor de gasto calórico apesar de ser visto como desprezível por
muitos profissionais de saúde pode ganhar força em utilização em longo prazo
e combinado com outras estratégias de termogênese. Em situações mais
extremas o frio pode gerar ativação simpática.
Chá verde
Posologia: Utilizar chá verde 2-6 cápsulas com pelo menos 90mg de
epigalocatequina-3-galato e 50mg de cafeína em doses divididas por dia. Cada
dose em cápsulas é equivalente a 1-5 xícaras do chá. As doses noturnas
podem atrapalhar o sono.
173
Canela
Posologia: Canela 1-6g VO por dia, equivalente a entre meia e uma colher de
chá. Disponível também em cápsulas.
174
Além do movimento lateral, os fosfolipídeos de membrana realizam movimentos de flip flop.
Gengibre
175
Mostarda
Guaraná
Cafeína
176
dessensibilização (simulador de exercício). É um dos suplementos mais
utilizados para o pré-treino e pós-treino.
Hormônio Tireoidiano
177
O uso de hormônios tireoidianos em fases de cutting é descrito por
fisiculturistas profissionais, cabendo ressaltar que é um medicamento
que oferece riscos graves à saúde e, assim como os demais, possui
indicação precisa gerida por órgãos reguladores e prescritos apenas por
médicos.
Ioimbina
178
ECA stack
179
dos outros β-adrenérgicos e a indução do downregulation dos receptores
parece ser mais pronunciada havendo maior necessidade de períodos de
descanso (off) do uso do medicamento. Quando utilizado em ciclos de 15/15
dias parece haver benefício à utilização em combinação com o cetotifeno (1-
2mg/comprimido), um anti-histamínico que reduz o downregulation dos
receptores β-adrenérgicos. Efeitos colaterais como boca seca, sonolência e
aumento do apetite podem ocorrer. A forma de apresentação mais utilizada é
em gel oral, mas há também disponíveis em comprimidos, xaropes e injetáveis.
salbutamol (Aerolin®)
Bloqueadores de lipídios
180
para inibir a absorção de “lipídios escondidos” em alimentos ricos em proteína,
como por exemplo, as carnes.
Especial atenção deve ser dada para o uso em longo prazo dos
bloqueadores de lipídios gerando carência de vitaminas lipossolúveis (A,D,E e
K) e desenvolvimento de esteatorréia em caso de libação gordurosa. Outro
benefício do uso é o do impacto na lipemia com redução do LDL.
Garcinia cambogia
Cassiolamina (caseolamina)
181
Orlistat (Xenical®, Lipiblock®)
Quitosana
Bloqueadores de carboidratos
Faseolamina
183
Parte VI (Distorção da
Autoimagem e
Overtrainning)
184
Capítulo 21 – Overtraining e Marcadores Metabólicos
do Estresse Físico
William Maugham
Introdução
Definições e terminologias
Undertraining
Overreaching Funcional
185
Overreaching não Funcional
Síndrome de Overtraining
186
ganhos de desempenho elevando seu patamar de equilíbrio. Entretanto o
período de descanso foi prolongado, sobrevindo perda de desempenho
(undertraining).
Avaliação Qualitativa
- Experiência do examinador.
Avaliação Quantitativa
188
Marcadores do Estresse Físico
Glutamina
Hemograma Completo
189
informações fazem parte de tentativas para explicar a janela imunossupressora
que aumenta a susceptibilidade às infecções de vias aéreas superiores em
atletas exauridos.
Marcadores Inflamatórios
Exames Bioquímicos
190
exames bioquímicos que se alteram na presença de overtraining são o
aumento do ácido úrico, creatinina e do DNA plasmático livre. Atenção especial
deve ser dada ao fato de que todos estes exames sofrem outras influências
não somente relacionadas ao overtraining.
Referências: creatinoquinase (< 230 U/L), LDH (< 190 U/L), TGO (<40 U/L),
mioglobina (< 92 ng/mL), ureia (< 40mg/dL), creatinina (<1,3mg/dL) e ácido
úrico (<7 mg/dL).
Avaliação Hormonal
191
Capítulo 22 – Vigorexia, Anorexia, Bulimia e Ortorexia
Vigorexia
192
Estátua de Adônis exposta no Museu do Louvre – Paris.
193
da sociedade, mídia, companheiros de esporte ou trabalho e pelo excesso de
preocupação em ser aceito socialmente e profissionalmente.
Anorexia
194
Outros transtornos e sintomas podem estar relacionados como
depressão, retraimento social, irritabilidade, insônia, baixa libido e
comportamentos obsessivos-compulsivos em relação à dieta e exercício
principalmente.
Bulimia
Ortorexia
196