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Iracema

Por José de Alencar

Romance indianista. Iracema é uma índia tabajara que, ao ver Martim, um


branco de "cabelos cor de sol", atira-lhe uma flecha. Mas logo a seguir
quebra a flecha e salva-o, levando para a taba de seu pai, onde e é recebido e
mostra conhecer bem os índios. Iracema e Martim se apaixonam, apesar
deste ter uma noiva lhe esperando. Apesar dos pretendentes e de Caubi, seu
irmão, Iracema e Martim fogem com a ajuda de Poti, um índio potiguara,
amigo de Martim e inimigo dos tabajaras. (Poti é um personagem histórico:
viria a se tornar Felipe Camarão, um dos combatentes que expulsaram os
holandeses do Brasil.) Eles se estabelecem perto do mar e vivem felizes no
começo. Um dia Iracema engravida e logo depois Martim vai à guerra e
volta. Meses mais tarde, deprimido e com saudades da terra, entristece
involuntariamente Iracema. Ele e Poti lutam mais uma guerra enquanto
Iracema dá a luz e é visitada por seu irmão, Caubi, que a perdoa. Quando
Martim e Poti voltam, Iracema morre e Moacir, seu filho, fica aos cuidados
de Martim. O romance é uma tentativa de criar uma lenda para a origem do
Ceará, já que Moacir, filho de Iracema e Martim, é o primeiro habitante do
Ceará. A descrição da terra é minuciosamente ufanista e as qualidades e
linguagem indígenas lembram as de cavaleiros medievais.

Noite na Taverna
Por Álvares de Azevedo

O livro se divide em 7 contos. O primeiro introduz a atmosfera boêmia e os


5 que seguem são uma história de cada um dos clientes. Em cada uma um
tabu é quebrado. São eles: necrofilia (Solfieri), antropofagia (Bertram),
traição (Gennaro), monogamia (Claudius) e incesto (Johann). No sétimo e
último aparece uma figura de negro, a irmã de Johann que ele desonrou que
o mata e se mata junto com outro cliente, que se revela ser o homem com
quem Johann duelou e pensava ter matado.
Lira dos Vinte Anos
Por Álvares de Azevedo

Dividida em três partes, Lira dos Vinte Anos é um marco do chamado ultra-
romantismo. A primeira parte é marcada pela idealização gigantesca da
mulher e do amor, a presença constante da idéia da morte próxima e
religiosidade. Como especificado no segundo prefácio, a primeira parte é
mais Ariel e a segunda Caliban. Esta Segunda parte contém uma poesia mais
sombria, povoada de cadáveres, mulheres (melhor dizer vultos) e festas
boêmias, com até certo escárnio em alguns poemas; há também uma peça de
teatro (Boêmios, ato único de uma comédia não escrita). Já a terceira parte
mistura um pouco das duas anteriores, muito mais a da primeira que a da
outra, com uma irregularidade típica do autor. A obra é toda marcada pela
influência dos autores estrangeiros como Musset e Byron (este último e sua
obra é presença constante nas poesias e epígrafes).

Senhora
Por José de Alencar

Aurélia é uma jovem de 18 anos pobre que recebe herança do avô. Ela usa
parte da herança para comprar por 100 contos de réis de dote um marido,
Fernando Seixas, amor de sua vida que tinha abandonado-a quando pobre
por um dote de 30 contos de réis. O casamento dura 11 meses de penúria,
ironia e vingança, onde Seixas se sujeita a Aurélia e ao fingimento da
sociedade. Ao cabo de 11 meses ele lha devolve o dote com juros. Logo
então esclarece-se que o verdadeiro motivo da união foi amor e não
vingança e eles passam a ter um casamento feliz. A hipocrisia do casamento
por interesse, prática comum na época é mostrada nesta obra, dividida em
quatro partes que tem nomes de partes de uma transação comercial: O Preço,
Quitação, Posse e Resgate.

A Pata da Gazela
Por José de Alencar

Conta sobre Horácio, Leopoldo, Laura e Amélia. Laura e Amélia são duas
primas com pés exatamente opostos. Laura os têm disformes, Amélia os têm
pequeninos. Quando passando em uma rua cai um pé de sapato de Amélia,
Horácio o recolhe e se apaixona pela dona do pé de sapato a quem
desconhece. Leopoldo se apaixona pelo sorriso de Amélia, cujo nome não
conhece. Ao vê-la com a prima outra vez, ilude-se achando Amélia têm os
pés disformes. Horácio, o leão da moda carioca, passa a galantear Amélia,
que vai se apaixonando por ele enquanto Leopoldo, também apaixonado por
Amélia torna-se seu amigo apesar de ter declarado amá-la, bela ou não.
Horácio propõe casamento e Amélia diz que vai pensar no assunto. Quando
Horácio finalmente vê o pé de Amélia se horroriza (ela estava com um
sapato de Laura) e arranja uma desculpa para romper o noivado que ela tinha
aceitado. Ele então procura Laura, declara-se a ela e, quando descobre que
ela tem os pés horríveis, afasta-se. Tenta procurar Amélia de novo, mas
falha. Amélia então percebe o quão puro é o amor de Leopoldo e casa-se
com ele. Na noite de núpcias ela revela ter os pés lindos que ele pensava ser
de outra. Eficiente em mostrar a moda da época, com vestidos longuíssimos
que escondiam os pés da moça, o livro é a tentativa de José de Alencar de
mostrar como o amor deve ser, não pela plástica como o de Horácio, mas
pela alma como o de Leopoldo. O autor também usa sempre expressões
galicizadas (adaptações do francês), ao invés de usar palavras francesas, uso
comum da época, nacionalizando assim a linguagem.
Cinco Minutos
Po José de Alencar

Cinco minutos foi o tempo que o rapaz se atrasou; quando tomou o ônibus
atrasado, conheceu uma estranha e se apaixonou. Após muito procurar pela
voz misteriosa (não conseguiu ver seu rosto), conseguiu apenas a resposta de
que não poderiam se juntar pela própria moça. Ela viaja, ele a segue, eles se
encontram, se declaram e ele parte para achar uma carta dela. Na carta ela
revela estar mortalmente doente e que está privando-se do amor apenas para
não haver a dor da separação. Ele persegue-a até a doca onde está o paquete
que a levará a Europa e, perdendo o navio, toma o próximo. Na Europa
encontra-se com ela e dá-lhe um beijo; o beijo leva Carlota (ela revelou o
nome na carta) a se recuperar. Eles casam-se e permanecem na Europa por
um ano; retornam ao Brasil e estabelecem-se no campo. Contado sob a
forma de uma carta do jovem à sua prima, este livro é um exemplo clássico
do Romantismo ao mostrar um amor puro, casto, duradouro e curativo,
sentido por duas almas gêmeas perfeitas, com o destino interpondo-se no
caminho e resolvendo-se no final.

A Viuvinha
Po José de Alencar

A Viuvinha foi "escrita pelo mesmo autor" de Cinco Minutos a mesma


"prima", contando a história de "Jorge" e "Carolina"( O autor diz que esses
não são os nomes verdadeiros). Eles são namorados e casam-se, mas no dia
do casamento Almeida, antigo tutor de Jorge, revela-lhe que ele está falido e
endividado. Ele finge suicídio e passa a se dedicar a recuperar a fortuna e o
bom nome da família (usando o nome falso de Carlos) após uma viagem aos
EUA. Ele o faz e depois retorna a Carolina (que havia, mesmo que sempre
de luto, se tornado a sensação dos bailes), após um breve interlúdio de
mistério para descobrir se Carolina ainda o queria (o mistério antecedendo a
resolução é uma característica dos românticos).
Diva
Por José de Alencar

Diva é um romance urbano. Nele a heroína Emília, bela e rica filha mimada
de um capitalista carioca fica dividida e confusa frente ao amor de Augusto.
Augusto (que, médico, salvou sua vida quando ela era só uma pré-
adolescente feia) e Emília ficam assim presos em jogos de amor, amizade e
desprezo que são por vezes infantis e outras humilhantes. Augusto se
declara, Emília diz não o amar. Por fim Augusto renega seu amor, Emília
declara também amar, Augusto percebe ainda amar e eles vivem felizes para
sempre, num romance que segue ao pé da letra o estilo folhetim: heróis
perfeitos, um obstáculo para o amor (a dúvida de Emília) e um final feliz no
último instante. (Meio que desimportante dizer isto, mas a declaração final
de amor de Emília deve ser a epígrafe do Manifesto Machista.)

Lucíola
Por José de Alencar

Lucíola conta a história de Lúcia e Paulo. Lúcia é uma prostituta de luxo no


Rio de janeiro em 1855 e Paulo um rapaz do interior que veio para a Corte
conhecê-la (a Corte). Paulo conhece Lúcia e se torna seu amante. Após
vários distúrbios do relacionamento e um período onde Paulo passava 8
horas por semana (não, eu não escrevi errado) fora da casa de Lúcia, eles
entram num período de abstinência. Paulo não é rico, mas gasta com Lúcia
tudo o que pode, desperdiçando sua pequena fortuna. Lúcia, enquanto isto,
guarda todo dinheiro que ganha. Quando Paulo vê Lúcia com jacinto, sente
ciúmes, mas ela diz ser Jacinto apenas um negociante (Jacinto é um gigolô).
Lúcia vende a casa e vai morar em uma menor e menos luxuosa. Quando faz
isso conta para Paulo sua origem: seu nome é Maria da Glória e, quando em
1850 houve um surto de febre amarela, toda sua família caiu doente, de seu
pai a sua irmã Ana. Ela se prostituiu (para Couto, um homem que persegue
ela e a quem ela despreza por toda história) num momento de desespero e
seu pai a expulsou de casa quando descobriu (ela tinha 14 anos). Ela fingiu
sua própria morte quando sua amiga Lúcia morreu e assumiu seu nome.
Nestes tempos Paulo visita-a sempre e eles tem uma noite de amor. Lúcia
engravida, mas adoece ("meu corpo não é puro"), confessa seu amor por
Paulo e, recusando-se a abortar, morre. Sua irmã Ana, a única sobrevivente
após 5 anos, que estava morando com ela, passa a ser como uma filha para
Paulo (mas antes Lúcia… digo, Maria da Glória, tinha pedido que Paulo se
casa-se com ela. Paulo não o fez). A história acaba com Paulo triste e Ana
casada, 6 anos depois da morte de Lúcia. Neste livro Alencar consegue o
impossível: cria uma prostitua que cabe perfeitamente no molde da heroína
romântica: tem o amor idealizado, é adolescente, fala francês, cose, é
bondosa e até mesmo pura (na alma, não no corpo). O ambiente também é
idealizado: festas luxuosas e presentes caríssimas ao invés do vício e da
miséria; um Paulo carinhoso e disposto ao celibato; amantes que duram
meses e não clientes de uma única noite. E sobretudo o amor idealizado (e
machista): Lúcia não se permite amar até o fim da vida, e quando o admite
declara-se pertencente a Paulo.

Memórias de um Sargento de Milícias


Por Manuel Antônio de Almeida

Uma obra de transição para o Realismo. O livro conta a história do jovem


Leonardo, filho de pais separados que é criado pelo padrinho barbeiro, sendo
uma peste tanto criança quanto mais velho. No começo indicado para ser
clérigo, sua rejeição a Igreja lhe leva a vadiar. Na companhia do padrinho na
casa de D. Maria conhece Luisinha, por quem se apaixona. Luisinha no
entanto se casa com um espertalhão de nome José Manoel. Quando o
padrinho morre ele volta a morar com o pai, mas por pouco tempo porque
este o expulsa de casa por causa de seus desentendimentos com a madrasta.
Vai morar na casa de um amigo dos tempos que era sacristão (o tio queria
lhe preparar para a vida clerical) e conhece Vidinha, por quem se apaixona.
Após muitas intrigas feitas pelos pretendentes de Vidinha, sai desta casa
também e é nomeado pelo major Vidigal, figura policial constante na obra,
soldado. Não param por aí suas diabruras e ofensas e sabotagens com o
major lhe garantem a cadeia. A madrinha e a tia de Luisinha intercedem em
seu favor e este não é só liberto, mas promovido a sargento. Logo após isto
morre José Manoel e reata o namoro com Luisinha. Transferido para as
Milícias, casa-se com ela. A obra toda é um verdadeiro marco para a
transição para o Realismo: os personagens não são idealizados, o amor não é
supervalorizado e idealizado (e muito menos são as volúveis mulheres), o
herói está longe de perfeito existe uma certa comicidade incomum nos
romances da época.

A Mão e a Luva
Por Machado de Assis

Guiomar é sobrinha de uma baronesa e tem três pretendentes: Luís Alves,


Jorge e Estevão. Jorge é seu primo e o favorito da baronesa para seu
coração; Estevão já a ama há anos e é amigo o vizinho de Guiomar, Luís
Alves, candidato a deputado. A criada inglesa da baronesa, Mrs. Oswald,
influencia o que pode Guiomar para que ela escolha Jorge e Luís Alves
apóia seu amigo o quanto pode, mas se declara para Guiomar que também se
declara a ele. Jorge a pede em casamento e Luís também, Guiomar se decide
por Luís apesar dos desejos da baronesa e eles se casam. Apesar das
personagens e a trama ser romântica, a motivação de Guiomar não é tanto:
ela vê o casamento como uma escada social e escolhe Luís tanto pelo amor
quanto pelo fato dele já estar eleito deputado.
Iaiá Garcia
Por Machado de Assis

A história começa com Jorge, apaixonado por Estela, tentando não ser
mandado para a Guerra do Paraguai em 1866. Sua mãe, Valéria, não quer o
casamento com Estela e quando ela recusa também ele decidi ir. Enquanto
está na guerra Valéria agencia o casamento de Estela com Luís Garcia,
homem mais velho e o único amigo de Jorge a quem confidenciou a paixão
(sem revelar o nome de Estela). Quando volta em 1871 (sua mãe acabara de
morrer), Jorge restabelece os relacionamentos com Luís Garcia e percebe
que já superou sua paixão por Estela. Enquanto isto a filha de Luís, Lina,
apelidada Iaiá, trona-se alvo do amor de Procópio Dias, amigo tanto de Jorge
quanto Luís. Iaíá não é muito amigável com Jorge e começa o noivado com
Procópio. este faz uma viagem na ocasião da morte do irmão e o amor de
Iaiá e Jorge floresce. Luís Garcia, doente, abençoa o noivado. Dias depois da
morte do pai, Iaiá quase rompe o noivado definitivamente, logo após
Procópio contar-lhe da antiga paixão de Jorge. Após uma conversa franca
entre Iaiá e Estela o noivado é reatado, o casamento realizado, Estela se
muda para São Paulo e Procópio supera Iaiá. A história acaba um ano após a
morte de Luís, com sua filha pondo flores em seu túmulo junto com o
marido. O último dos romances da primeira fase de Machado de Assis, Iaiá
Garcia apresenta uma clara influência de José de Alencar; os personagens e
a trama são tipicamente românticos, mas já pode se ver que algo não está
totalmente romântico: personagens secundários mais realistas e nada de
vilões; os amores de Jorge por Estela e de Procópio por Iaiá são honestos,
mas efêmeros; Estela recusa o casamento não por não amá-lo, mas por
diferenças de classe social (ela é mais pobre); e Estela e Luís não se casam
por amor e sim por um misto de estima e conveniência.

O Cabeleira
Po Franklin Távora

Cabeleira é o apelido de José de Gomes, um dos primeiros cangaceiros de


Pernambuco. José era naturalmente bom, mas foi ensinado pelo pai, Joaquim
Gomes, a ser cruel. Junto com o pai e Teodósio, o traiçoeiro amigo, assim
como vários outros comparsas, Cabeleira aterroriza a província de
Pernambuco em 1776 (exatos 100 anos antes da publicação do romance).
Mas quando ele reencontra Luísa, foge com ela e começa a se reformar,
apesar de instintivamente ainda tentar se defender violentamente. Luísa
acaba morrendo logo após a fuga, pois estava ferida, e Cabeleira é preso,
fraco, faminto e desarmado, num canavial. José Gomes é executado junto
com seus antigos comparsas apesar dos apelos da mãe de que a ele servia
melhor a penitenciária pois estava reformado. O romance acaba com o autor
atacando a pena de morte. A obra inicial da "literatura do Norte" que o autor
pretendia fazer, O Cabeleira começa o Regionalismo na nossa literatura e
apresenta marcantes qualidades tanto do Romantismo quanto do
Naturalismo. Cabeleira é um homem naturalmente bom (como acreditavam
os românticos) que é corrompido pelo pai e pelo meio (característica dos
naturalistas), age várias vezes por instinto (Naturalismo), mas reforma-se
pelo todo-poderoso amor (Romantismo). As mulheres são todas boas
(Romantismo), os homens reúnem defeitos e qualidades (Naturalismo) e o
protagonista vive perseguido pelo conflito interno. (Uma tendência mais
realista esta última; os realistas tinham preocupações sociais como o
anteriormente referido ataque a pena de morte.)

A Moreninha
Por Joaquim Manuel de Macedo

A história conta sobre Augusto, que aposta com amigos que não fica
apaixonado por mais de 15 dias por mulher alguma, sob pena de escrever um
romance e estes amigos, Carolina e suas amigas e parentes. Augusto é
estudante e colega de Felipe, cuja irmã é Carolina. Augusto quando criança
jurou amar eternamente uma menina cujo nome ignora e fica inconstante em
seus amores, até que conhece Carolina, pela qual se apaixona e persegue.
Quando no final ficam noivos, ela primeiro manda-o casar-se com sua
amada de infância e depois revela ela ser esta amada. O livro é um exemplo
clássico do Romantismo, tendo sido seu primeiro exemplo brasileiro. Ele
gira em torno de sua heroína perfeita e seu herói que luta para ter o amor
desta e os obstáculos para sua realização, no caso a promessa infantil.
Também são bem representados os costumes do Rio de Janeiro da década de
1840 e a classe dos estudantes, da qual Macedo fazia parte na época da
escrita do livro.

Inocência
Pelo Visconde de Taunay

Uma obra de transição para o Naturalismo. A história conta sobre Cirino, um


falso médico que errava pelo sertão e acaba na casa de Pereira, um sertanejo
machista e ignorante. Ele cura a filha deste, Inocência, de malária e
apaixona-se. Aparece depois Meyer, um entomólogo alemão que, após
inocentemente elogiar a beleza de Inocência, passa a ser vigiado
incessantemente por Pereira. Ele fica por lá por recomendações do irmão de
Pereira e sai mais tarde de volta a Saxônia para apresentar uma nova espécie
de rara beleza que encontrou, ao qual dá o nome de Papilio Innocentia.
Cirino sofre porque Inocência é prometida e depois se encontra castamente
com ela algumas vezes. Ela lhe pede que fale com seu padrinho para que por
eles interceda. Enquanto Cirino está fora ela e Manecão, seu noivo, se
encontram e ela se recusa a viver com ele. A suposta desonra leva Manecão
a matar Cirino, que morrendo encontra o padrinho de Inocência que vinha
lhe ajudar. Esta obra pode ser considerada de transição para o Naturalismo
por causa de uma grande e infalível característica: o homem é produto do
meio.

A Escrava Isaura
Por Bernardo de Guimarães
O livro trata de Isaura, escrava que nasceu quase branca e é tratada como
filha por sua sinhá, alvo da luxúria e paixão de Henrique (fugazmente),
Leôncio (maléfica, controladora e luxuriante), Belchior (ridícula, servil e
confusa) e Álvaro (pura e amorosamente). Outros sentimentos dirigidos a
Isaura incluem a inveja de Rosa (outra escrava, preterida por Leôncio como
amante)e o carinho de seu pai Miguel. No começo trata-se do passado de sua
mãe, maltratada por seu dono, o pai de Leôncio, que a tem com um ex-feitor
de bom coração. Quando estava para ser forra morre este dono e Leôncio a
herda, sem intenções de alforriá-la. A esposa deste o deixa e ele manda
Isaura para um cativeiro. De lá ela e o pai fogem para Recife onde conhece
Álvaro e se apaixona por ele. Vai a um baile da alta sociedade e é muito
admirada por seus dotes físicos e culturais, mas é denunciada como escrava
pelo ganancioso Martinho. De volta no Rio é presa por dois meses no tronco
e seu pai vai para a cadeia. Prestes a ser liberta para se casar obrigada com o
deformado Belchior pela liberdade, achando que Álvaro está casado, é
impedida por este que liquida os bens de do falido Leôncio, que se mata para
fugir da humilhação. A história foi adaptada várias vezes para outras mídias,
a mais célebre sendo a novela com Lucélia Santos no papel-título.

Os Escravos
Por Castro Alves

Os Escravos é uma coleção de poesias publicadas 12 anos a morte do poeta.


Poesia social em sua forma mais pura, Os Escravos centra-se sempre no
mesmo tema: a liberdade dos escravos. Apesar de uma certa idealização em
alguns momentos, a poesia lírico-amorosa é menos idealizada que a dos
contemporâneos do autor. Mas sempre, sempre, as poesias falam do negro
escravo, cativo e maltratado pelos senhores.

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