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Noite na Taverna
Por Álvares de Azevedo
Dividida em três partes, Lira dos Vinte Anos é um marco do chamado ultra-
romantismo. A primeira parte é marcada pela idealização gigantesca da
mulher e do amor, a presença constante da idéia da morte próxima e
religiosidade. Como especificado no segundo prefácio, a primeira parte é
mais Ariel e a segunda Caliban. Esta Segunda parte contém uma poesia mais
sombria, povoada de cadáveres, mulheres (melhor dizer vultos) e festas
boêmias, com até certo escárnio em alguns poemas; há também uma peça de
teatro (Boêmios, ato único de uma comédia não escrita). Já a terceira parte
mistura um pouco das duas anteriores, muito mais a da primeira que a da
outra, com uma irregularidade típica do autor. A obra é toda marcada pela
influência dos autores estrangeiros como Musset e Byron (este último e sua
obra é presença constante nas poesias e epígrafes).
Senhora
Por José de Alencar
Aurélia é uma jovem de 18 anos pobre que recebe herança do avô. Ela usa
parte da herança para comprar por 100 contos de réis de dote um marido,
Fernando Seixas, amor de sua vida que tinha abandonado-a quando pobre
por um dote de 30 contos de réis. O casamento dura 11 meses de penúria,
ironia e vingança, onde Seixas se sujeita a Aurélia e ao fingimento da
sociedade. Ao cabo de 11 meses ele lha devolve o dote com juros. Logo
então esclarece-se que o verdadeiro motivo da união foi amor e não
vingança e eles passam a ter um casamento feliz. A hipocrisia do casamento
por interesse, prática comum na época é mostrada nesta obra, dividida em
quatro partes que tem nomes de partes de uma transação comercial: O Preço,
Quitação, Posse e Resgate.
A Pata da Gazela
Por José de Alencar
Conta sobre Horácio, Leopoldo, Laura e Amélia. Laura e Amélia são duas
primas com pés exatamente opostos. Laura os têm disformes, Amélia os têm
pequeninos. Quando passando em uma rua cai um pé de sapato de Amélia,
Horácio o recolhe e se apaixona pela dona do pé de sapato a quem
desconhece. Leopoldo se apaixona pelo sorriso de Amélia, cujo nome não
conhece. Ao vê-la com a prima outra vez, ilude-se achando Amélia têm os
pés disformes. Horácio, o leão da moda carioca, passa a galantear Amélia,
que vai se apaixonando por ele enquanto Leopoldo, também apaixonado por
Amélia torna-se seu amigo apesar de ter declarado amá-la, bela ou não.
Horácio propõe casamento e Amélia diz que vai pensar no assunto. Quando
Horácio finalmente vê o pé de Amélia se horroriza (ela estava com um
sapato de Laura) e arranja uma desculpa para romper o noivado que ela tinha
aceitado. Ele então procura Laura, declara-se a ela e, quando descobre que
ela tem os pés horríveis, afasta-se. Tenta procurar Amélia de novo, mas
falha. Amélia então percebe o quão puro é o amor de Leopoldo e casa-se
com ele. Na noite de núpcias ela revela ter os pés lindos que ele pensava ser
de outra. Eficiente em mostrar a moda da época, com vestidos longuíssimos
que escondiam os pés da moça, o livro é a tentativa de José de Alencar de
mostrar como o amor deve ser, não pela plástica como o de Horácio, mas
pela alma como o de Leopoldo. O autor também usa sempre expressões
galicizadas (adaptações do francês), ao invés de usar palavras francesas, uso
comum da época, nacionalizando assim a linguagem.
Cinco Minutos
Po José de Alencar
Cinco minutos foi o tempo que o rapaz se atrasou; quando tomou o ônibus
atrasado, conheceu uma estranha e se apaixonou. Após muito procurar pela
voz misteriosa (não conseguiu ver seu rosto), conseguiu apenas a resposta de
que não poderiam se juntar pela própria moça. Ela viaja, ele a segue, eles se
encontram, se declaram e ele parte para achar uma carta dela. Na carta ela
revela estar mortalmente doente e que está privando-se do amor apenas para
não haver a dor da separação. Ele persegue-a até a doca onde está o paquete
que a levará a Europa e, perdendo o navio, toma o próximo. Na Europa
encontra-se com ela e dá-lhe um beijo; o beijo leva Carlota (ela revelou o
nome na carta) a se recuperar. Eles casam-se e permanecem na Europa por
um ano; retornam ao Brasil e estabelecem-se no campo. Contado sob a
forma de uma carta do jovem à sua prima, este livro é um exemplo clássico
do Romantismo ao mostrar um amor puro, casto, duradouro e curativo,
sentido por duas almas gêmeas perfeitas, com o destino interpondo-se no
caminho e resolvendo-se no final.
A Viuvinha
Po José de Alencar
Diva é um romance urbano. Nele a heroína Emília, bela e rica filha mimada
de um capitalista carioca fica dividida e confusa frente ao amor de Augusto.
Augusto (que, médico, salvou sua vida quando ela era só uma pré-
adolescente feia) e Emília ficam assim presos em jogos de amor, amizade e
desprezo que são por vezes infantis e outras humilhantes. Augusto se
declara, Emília diz não o amar. Por fim Augusto renega seu amor, Emília
declara também amar, Augusto percebe ainda amar e eles vivem felizes para
sempre, num romance que segue ao pé da letra o estilo folhetim: heróis
perfeitos, um obstáculo para o amor (a dúvida de Emília) e um final feliz no
último instante. (Meio que desimportante dizer isto, mas a declaração final
de amor de Emília deve ser a epígrafe do Manifesto Machista.)
Lucíola
Por José de Alencar
A Mão e a Luva
Por Machado de Assis
A história começa com Jorge, apaixonado por Estela, tentando não ser
mandado para a Guerra do Paraguai em 1866. Sua mãe, Valéria, não quer o
casamento com Estela e quando ela recusa também ele decidi ir. Enquanto
está na guerra Valéria agencia o casamento de Estela com Luís Garcia,
homem mais velho e o único amigo de Jorge a quem confidenciou a paixão
(sem revelar o nome de Estela). Quando volta em 1871 (sua mãe acabara de
morrer), Jorge restabelece os relacionamentos com Luís Garcia e percebe
que já superou sua paixão por Estela. Enquanto isto a filha de Luís, Lina,
apelidada Iaiá, trona-se alvo do amor de Procópio Dias, amigo tanto de Jorge
quanto Luís. Iaíá não é muito amigável com Jorge e começa o noivado com
Procópio. este faz uma viagem na ocasião da morte do irmão e o amor de
Iaiá e Jorge floresce. Luís Garcia, doente, abençoa o noivado. Dias depois da
morte do pai, Iaiá quase rompe o noivado definitivamente, logo após
Procópio contar-lhe da antiga paixão de Jorge. Após uma conversa franca
entre Iaiá e Estela o noivado é reatado, o casamento realizado, Estela se
muda para São Paulo e Procópio supera Iaiá. A história acaba um ano após a
morte de Luís, com sua filha pondo flores em seu túmulo junto com o
marido. O último dos romances da primeira fase de Machado de Assis, Iaiá
Garcia apresenta uma clara influência de José de Alencar; os personagens e
a trama são tipicamente românticos, mas já pode se ver que algo não está
totalmente romântico: personagens secundários mais realistas e nada de
vilões; os amores de Jorge por Estela e de Procópio por Iaiá são honestos,
mas efêmeros; Estela recusa o casamento não por não amá-lo, mas por
diferenças de classe social (ela é mais pobre); e Estela e Luís não se casam
por amor e sim por um misto de estima e conveniência.
O Cabeleira
Po Franklin Távora
A Moreninha
Por Joaquim Manuel de Macedo
A história conta sobre Augusto, que aposta com amigos que não fica
apaixonado por mais de 15 dias por mulher alguma, sob pena de escrever um
romance e estes amigos, Carolina e suas amigas e parentes. Augusto é
estudante e colega de Felipe, cuja irmã é Carolina. Augusto quando criança
jurou amar eternamente uma menina cujo nome ignora e fica inconstante em
seus amores, até que conhece Carolina, pela qual se apaixona e persegue.
Quando no final ficam noivos, ela primeiro manda-o casar-se com sua
amada de infância e depois revela ela ser esta amada. O livro é um exemplo
clássico do Romantismo, tendo sido seu primeiro exemplo brasileiro. Ele
gira em torno de sua heroína perfeita e seu herói que luta para ter o amor
desta e os obstáculos para sua realização, no caso a promessa infantil.
Também são bem representados os costumes do Rio de Janeiro da década de
1840 e a classe dos estudantes, da qual Macedo fazia parte na época da
escrita do livro.
Inocência
Pelo Visconde de Taunay
A Escrava Isaura
Por Bernardo de Guimarães
O livro trata de Isaura, escrava que nasceu quase branca e é tratada como
filha por sua sinhá, alvo da luxúria e paixão de Henrique (fugazmente),
Leôncio (maléfica, controladora e luxuriante), Belchior (ridícula, servil e
confusa) e Álvaro (pura e amorosamente). Outros sentimentos dirigidos a
Isaura incluem a inveja de Rosa (outra escrava, preterida por Leôncio como
amante)e o carinho de seu pai Miguel. No começo trata-se do passado de sua
mãe, maltratada por seu dono, o pai de Leôncio, que a tem com um ex-feitor
de bom coração. Quando estava para ser forra morre este dono e Leôncio a
herda, sem intenções de alforriá-la. A esposa deste o deixa e ele manda
Isaura para um cativeiro. De lá ela e o pai fogem para Recife onde conhece
Álvaro e se apaixona por ele. Vai a um baile da alta sociedade e é muito
admirada por seus dotes físicos e culturais, mas é denunciada como escrava
pelo ganancioso Martinho. De volta no Rio é presa por dois meses no tronco
e seu pai vai para a cadeia. Prestes a ser liberta para se casar obrigada com o
deformado Belchior pela liberdade, achando que Álvaro está casado, é
impedida por este que liquida os bens de do falido Leôncio, que se mata para
fugir da humilhação. A história foi adaptada várias vezes para outras mídias,
a mais célebre sendo a novela com Lucélia Santos no papel-título.
Os Escravos
Por Castro Alves