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Trabalho de conclusão de curso

como requisito parcial a conclusão

a Licenciatura em Historia

Aluno : Pedro Vasconcelos Diniz

Orientadora: Profa. Dra. Cristiane Miranda Rocha

Contato com autores:

Introdução

Com a chegada do século XX e a disseminação dos meios de comunicação, as


HQ`s tornaram-se meios semióticos difundidos na cultura ocidental e oriental. No
entanto as diversidades de manifestações, de propostas de narrativa e estilos das
HQ, despertaram um profundo debate quanto seu valor semiótico, social, político,
pedagógico e histórico.

Seu valor como meio de comunicação e expressão artística suscitou diversas


reações uma vez que se tornaram canais de expressão de fantasias, criticas sociais,
e fonte de distração e divertimento. A juventude rapidamente aderiu a esta nova
mídia, levando ao estabilishment culpa-la e demoniza-la como meio de perversão
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das novas gerações. Estas reações podem ser compreendidas como movimento
reacionário ao grande impacto comunicacional que as HQ’s demostraram possuir.

Assim nem sempre foram bem vistas, sendo muitas vezes demonizadas como
meio de perversão da juventude. A grande possibilidade de impacto comunicacional
que as HQ’s demostraram possuir levou diversos autores a explorarem seu potencial
de discussão política e de relato histórico.

Este mesmo potencial levou diversos autores a explorarem esta nova mídia como
meio de discussão política e também de relato histórico. Os temas então tratados e
os personagens retratavam questões sócio políticas, sendo usadas também como
meio de propaganda ideológica, como no arco do homem de ferro o demônio da
garrafa onde o herói aborda o tema alcoolismo. No entanto nem sempre foram
compreendidas como forma de crítica política, mesmo que em seu contexto isto
estivesse evidente. Talvez isso se devesse ao preconceito do senso comum de que
o objeto em questão fosse um passatempo bobo, juvenil, para pessoas que não
contribuíam produtivamente para a sociedade, tal trajetória de preconceito seria
ainda presente nos dias de hoje.

A opinião de um dos teóricos mais influentes sobre quadrinhos na


contemporaneidade, Thierry Groensteen pode ser um exemplo. Em um pequeno
ensaio, publicado em A comics studies reader, este autor, levanta questões em torno
do fato de que: “Embora os quadrinhos existam há mais de um século e meio eles
sofrem de uma considerável falta de legitimidade” (GROEENSTEEN, 2009. p. 3-11
pagina da citação).

Os temas tratados e os personagens levantavam retratavam questões sócio


políticas, sendo usadas também como meio de propaganda ideológica, como no
quadrinho. No entanto nem sempre foram compreendidas como forma de crítica
política mesmo que seu contexto estivesse evidente. Talvez isso se deveasse ao
preconceito do senso comum de que o objeto em questão fosse um passatempo
bobo, juvenil, para pessoas que não contribuíamem produtivamente para a
sociedade, tal trajetória de preconceito seria ainda presente nos dias de hoje. A
opinião de um dos teóricos mais influentes sobre quadrinhos na contemporaneidade,
Thierry Groensteen pode ser um exemplo. Em um pequeno ensaio, publicado em A
comics studies reader, este autor, levanta questões em torno do fato de que:
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“Embora os quadrinhos existam há mais de um século e meio eles sofrem de uma


considerável falta de legitimidade” (GROEENSTEEN, c2009. p. 3-11).

HáOu ainda a publicação do livro The Seduction of the Innocent, do


psiquiatra alemão Dr. Frederic Wertham,. No livro, originalmente publicado nos
Estados Unidos em 1954, Wertham que apresentou casos de crianças e jovens que,
segundo ele, afirmavam ter começado atos criminosos após lerem histórias em
quadrinhos. Em suas conclusões, recomendando este autor recomendou o
banimento desta forma de expressão. No entanto, Eestudos posteriores
demostraram a inconsistência ?inconsistência incongruência e inadequação deste
trabalho (Bart, 2005).

O fato é que o meio acadêmico, de maneira geral, tem uma certa


desconfiança ou mesmo resistência com relação às histórias em quadrinhos, seja
como forma de expressão artística, mídia de comunicação, ou meio pedagógico.
Segundo Tavares (data 2016tavares) em relação as problematizações acerca do
discurso crítico das história em quadrinhos não ficcional "cada pesquisador fala a
partir de uma comunidade interpretativa distinta que configura, em seu modo
especial, os componentes multiculturais, marcados pelo gênero, do ato da pesquisa"
(Tavares, 2016(data Tavares) apud DENZIN; LINCOLN, 2006, p. 32). No entanto
isso não impediu a continua publicação de obras em quadrinho que exploraram o
potencial seu potencial expressivo como critica social ou mesmo relato histórico.O
fato é que o meio acadêmico de maneira geral tem uma certa desconfiança ou
mesmo resistência com relação às histórias em quadrinhos, seja como forma de
expressão artística, literária, mídia de comunicação, ou meio pedagógico. Ainda
sobre o problema da aceitação na academia, há uma vertente dos das HQ’s que é
aceita como objeto de estudos, os quadrinhos não-ficcionais e jornalísticos,.
sSegundo Tavares (apud DENZIN; LINCOLN, 2006, p. 32) problematizações acerca
do gênero do discurso história em quadrinhos não ficcional "cada pesquisador fala a
partir de uma comunidade interpretativa distinta que configura, em seu modo
especial, os componentes multiculturais, marcados pelo gênero, do ato da pesquisa"

A obra de Art Spiegelman sobre o Holocausto, em Maus (1991); O cotidiano


de Guy Delisle em Pyongyang – uma viagem à Coréia do Norte (2003), as Crônicas
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Birmanesas de Shenzen (2007) – uma viagem à China, e as Crônicas de Jerusalém,


Palestina (2011); Área de Segurança de Gorazde (1992), Guerra na Bósnia Oriental
(1992-1995) e Uma História sobre Sarajevo (2005) trabalhos de Joe Sacco são
exemplos consagrados deste tipo de HQ’s

No final do século XX ocorreram também publicações dentro da psiquiatria,


no campo das artes e da comunicação, sobre as HQ’s, dando início a valorização
desta forma de mídia. As pesquisas históricas sobre as HQ’s e seu uso como fonte
documental parecem ter se iniciado na segunda metade do século XX, o uso das
HQ’s como objeto de estudo dentro da academia. Salienta-se ainda que há uma
distinção sobre charges, caricaturas e HQ`s., c. Como apontado por Patto Motta
(2006) definindo assim uma tênue linha entre caricatura e a charge. N, este
trabalhoneste artigo acompanharemos apenas obras com as definições de HQ’s
não aprofundando na discussão sobre a contribuição das chargeseste tema.

Trataremos exclusivamente a HQ como possível fonte histórica e suas


implicações para compreensão de um determinado período e evento. Assim o
Assim, oO presente artigo pretende discutir as possibilidades de uso das HQs como
fonte para pesquisa emo estudo da história, e,. como exemplo, estudar O objeto de
estudo deste trabalho é o quadrinho não-ficcional de Art Spiegelman, “Maus a
história de um sobrevivente” (1973). Este trabalho foi vencedor do prêmio Pulitzer
em 1992, onde o autor narra os anos de 19349 a 1945, período do nazismo na
Alemanha, sob a ótica do seu pai, um judeu-polonês, e sua sobrevivência e fuga do
nazismo, um regime de extrema-direita implantado na Alemanha nos anos de 1939 a
1945. de um campo de concentração durante a 2ª. Guerra mundial (1939-1945). O
nazismo ou nacionalismo social alemão foi um regime

O nazismo pode ser caracterizado como uma forma de facismo que se desenvolveu
a partir de ideias pan germânicas incorporando uma forma de pseudo ciência para o
suporte de um racismo e antissemitismo do movimento nacionalista alemão volkish
O termo "nacional-socialismo" surgiu a partir da redefinição do ponto de vista
nacionalista do "socialismo para criar uma alternativa tanto ao socialismo marxista
como ao capitalismo. Primariamente rejeitava o conceito luta de classes e defendia a
propriedade privada. O nazismo apoiava teorias como a hierarquia racial e o
darwinismo social, sendo que os arianos eram vistos como a raça superior. O
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nazismo também reivindicava com determinação o que entendia ser territórios


historicamente alemães sob a doutrina pangermânica.

O movimento tinha como objetivo buscava unidade nacional tradicional eliminando


estrangeiros e minorias consideradas inferiores como os judeus, ciganos e negros.
O desdobramento e aplicação desta doutrina levou a solução final: o extermínio em
massa desses povos, criando o maior genocídio da história da humanidade.

Dsenvolvimento
Definindo os quadrinhos
Um ponto crucial para antes de nos aprofundarmos em nossas inquietações e
termos muito bem definidos o que são quadrinhos? À primeira vista pode parecer
uma pergunta de resposta simples “Quadrinhos são figuras e imagens contando
uma história”. Essa resposta não deixa de estar correta, contudo precisamos de uma
informação mais concreta.

Segundo o Dicionário Aurélio da língua portuguesa e definido como “História


em quadrinhos (HQs); história narrada por meio de pequenos quadros, ou unidades
gráficas compostas por texto e imagem, que ficam dispostos um ao lado do outro, no
decorrer de tiras horizontais”; em um conceito mais técnico temos em Cirne (1990,
apud SANTOS, data santos pagina ?): “o que são quadrinhos? Para nós, a banda
desenhada ‟forma-se com um agenciamento/desencadeamento de imagens que se
estruturam e se articulam a partir de cortes espaciais e temporais (cortes gráficos),
gerando um tempo narrativo”.

Na busca por uma resposta mais sucinta nos deparamos com outra definição de
(MCCLOUD, 2004, p. 9) “Imagens pictóricas e outras, justapostas (colocadas lado a
lado) em sequência deliberada, destinadas a transmitir informações e/ou produzir
uma resposta no espectador”;

Através desses autores conseguimos ter uma noção do que são as histórias em
quadrinhos. Entretanto existem diversas categorias de quadrinhos, duas merecem
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nossa atenção em especial para esse artigo como forma de delimitação do tema
abordado: as Graphic Novel e os quadrinhos não ficcional.

O termo HQ, história em quadrinho ou ainda comic book como é chamado


nos Estados Unidos, é um formato mais usado em histórias de romances, super-
heróis ou temáticas mais “leves” e com poucas páginas. Já as Graphic Novel’s
tendem a ter um enredo mais longo e complexo, frequentemente direcionado ao
público adulto, porém o termo não e exatamente delimitado, sendo usado por vezes
para tornar evidente diferenças de um trabalho e outro. Para os efeitos dessa
pesquisa entendemos que esses meios de comunicação presente nos dias de hoje,
utilizam-se de duas formas de códigos e signos: a imagem e a linguagem escrita.
Atualmente os quadrinhos são utilizados, também, para informações rápidas e
práticas, como em manuais de instruções de aviões ou em jornais na forma de
infográficos

Figura 1- Manual de instrução de aviões

Fonte: < http://rodrigovarig.blogspot.com.br/2011/05/instrucoes-de-seguranca-do-


electra.html >acesso em 24/05/2018

Quadrinhos, origem e trajetória


Para começarmos a entender a origem das histórias em quadrinhos devemos
voltar alguns milhares de anos no tempo, quando os homens ainda viviam nas
cavernas e representavam seu cotidiano na parede. Nessa época o homem já sentia
necessidade de expressar ideias e ações a partir de imagens, dando vazão a teoria
de que as pinturas rupestres, desenhos nas paredes das cavernas, seriam os
primeiros quadrinhos conforme afirma Gaiarsa (apud RADHE,1970, p. 115):

“Os acadêmicos . . . dizem que os desenhos famosos


das cavernas pré-históricas – que foram a primeira história em
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quadrinhos que já se fez eram um ‘ensaio de controlar


magicamente o mundo’ . . . . Ora . . . estes desenhos
controlavam . . . a realidade e eram mágicos –sem mais."

Desta forma os estudos de imagens começam a tomar forma, levando em


conta elementos culturais dos homens das cavernas, esboçavam as primeiras
formas de artes sequenciais; ao longo da história do homem, durante outros séculos
da evolução do homem ainda foram feitos outros projetos rudimentares de
quadrinho, no antigo Egito, os hieróglifos, também representavam as imagens
sequencias, que mais tarde dariam origem aos quadrinhos. No entanto a primeira
vez em que aparecem com os “balões”, forma de expressar ideias escritas nos Hq’s,
é na idade média conforme afirma Rahde (1996):

“Cabe pois salientar que, no percurso de sua evolução, a imagem


permaneceu contando histórias. O balão, considerado um elemento recente
na moderna história em quadrinhos, manifestou-se já na Idade Média (Moya
1993) como no conjunto da cena da Adoração de Cristo, extraída do
Manuscrito do Apocalipse – aproximadamente em 1230– e na famosa
xilogravura de Protat, de 1370. Nesta última, a “narrativa” é a crucificaçãode
Cristo onde, ao pé da Cruz, um centurião romano aponta para cima e da
sua boca se desenrola um pergaminho com a seguinte inscrição em letras
góticas: “Na verdade, Este era o Filho de Deus”. Percebe-se, assim, dizem
Couperie e outros (1970, p.9), que: “O advento da história em quadrinhos foi
preparado com uma longa evolução, cuja amplitude ultrapassa muito o
domínio de seus primeiros protótipos na arte figurativa”.

Tendo em vista o advento da xilogravura, que possibilitou a inserção de


imagens em meios de comunicação; mais tarde dando lugar a imprensa escrita e
concomitantemente o surgimento dos quadrinhos em tirinhas dominicais

Sobre Spielgeman e Maus


Sobre o autor e a obra

Art Spielgelman nascido em 15 de fevereiro de 1948 em Estocolmo, Suíça, foi


editor da revista The New Yorker de 1993 a 2003 e é cofundador e editor da revista
The Raw, onde publicou os dois volumes de sua obra Maus, o primeiro volume em
1986 com o título de Maus I: A Survivor`s Tale:My Father Bleeds Hystory e o
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segundo cinco anos depois, em 1991, com o título de Maus II: A Survivor`s Tale:And
Here My Treoubles Began, ajudando assim a estabelecer uma linha sofisticada de
quadrinhos de conteúdo adulto.

Spielgeman imigrou para os Eestados Uunidos em 1951 e inspirado pelo


humor subversivo e ácido da revista MAD, estudou a produção de cartoonsizaçao.
Na adolescência estudou na escola de arte e design de Manhattan vendendo
desenhos para o Long Island Post. Trabalhou como design para uma marca de
chicletes desenvolvendo com sucessoum game de sucesso que envolvia uma
espécie de figurinhas de troca. Durante os anos de 1965 a 1968 Art estudou na
universidade estadual de Nova York, explorando artes alternativas, inspirando no
ícone da contracultura Robert Crumb, autor da capa de Cheap Thrills álbum de Janis
Joplin. Em 1968 com o suicídio de suaa mãe deixou a universidade sem obter o
diploma, passando assim no começo da década de 70 a produzir vinhetas para uma
revista que ainda não possuía notoriedade. Sua obra Maus inicialmente foi uma
publicação de três páginas para Justin Green’s Funny Animals, já a segunda
publicação Prisoner on the Hell Planet foi uma tentativa de entender o suicídio de
sua mãe através de paineis que evocavam a ousada xilogravura alemã. Estes e
outros trabalhos estão disponíveis em Breakdowns (1977).

Figura 1- Breakdowns(1977)

Fonte < http://www.nybooks.com/daily/2011/10/20/why-mice/ > Acesso em 03/05/2018

A revista Raw fundada em 1980, juntamente com sua esposa Françoise


Molly, foi o início de sua carreira como produtor da obra Maus., Neste trabalhoonde
narrava em quadrinhos as experiências de guerra dos seus pais, Vladek e Anja
ambos sobreviventes do campo de concentração de Auschwitz. Utilizando-se do
humor irônico que aprendeu com a revista MAD, escreveu a obra com uma ricoa e
detalhada perspectivas doas personagens envolvidoas na trama. Deu especial,
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destaquecando a personalidade de seu pai como: mesquinho, avarento e racista,


embora inteligente, perspicaz, dotado de uma intuição fantástica. Como curiosidade
na , e na versão portuguesa Vllllaladek tem o sotaque judeu nas suas falas.

Com um título que já irônico e muitas vezes perturbador, Maus, (rato em


alemão), Spielgeman faz uso do zoomorfíssimo quando faz alusão a velha troça
em que cão persegue o gato e o gato persegue o rato, representando os norte-
americanos com cães e os nazistas como gatos e os judeus como ratos.

Figura 2 – Maus 2011

Fonte <https://indiecast.com.br/indiecast/indiecast-44a-maus-historia-em-quadrinhos-que-
ganhou-um-premio-pulitzer> Acesso em 03/05/2018

Com o sucesso comercial e crítico, Maus, obteve a honra de ser a primeira


Graphic Novell a vencer o prêmio Pullitzer em 1992, com o segundo volume exposto
individualmente no MOMA em Nova York, e sua versão completa se tornando tornou
um dos maiores best-sellers pela segundo a revista New York Times em 1993.

Em suas duzentas e noventa seis páginas, a obra completa é dividida em


onze capítulos, seis do volume I e cinco do volume II, na forma de entrevista com
seu pai, sendo que cada capitulo tem um eixo temático próprio, e são divididos da
seguinte forma:(ORDEM DOS CAPITULOS E SUAS IDEIAS PRINCIPAIS)..

Com Meta Maus, éfoi a vez de Spielgeman ser entrevistado por Hillary Chute,
especialista em quadrinhos e narrativas gráficas,. Nnesta obra complementar o autor
contoua como foi seu processo criativo, como reagiu ao suicídio da mãe e como isso
desencadeou a criação de Maus. Podemos ver esta obra como a representação em
HQ da narrativa de um sobrevivente do período nazista à sua família, através de um
relato dramático e espontâneo, colhido pelo autor na intimidade familiar.
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ÉE possível usar Quadrinhos como fonte histórica?

Inicialmente teses sobre histórias em quadrinhos eram mais difundidas no


campo da Comunicação Social, entretanto com o avançar do século XX outras áreas
do conhecimento começaram a manifestar interesse pelos quadrinhos utilizando-os
numa perspectiva apenas literária ignorando seu contexto de criação. Não é de se
espantar que áreas de conhecimentos humanos como a Filosofia, Antropologia e
Educação tenham se apropriado do uso das Graphic Novels como objeto de estudo,
não podendo ser diferente na História uma vez que, como dito por Bloch (BLOCH,
2001, p. 54). na aproximação entre o ogro e o historiador: “Onde fareja carne
humana, sabe que ali está sua caça” Com essa frase em mente, Rodrigues (2011)
nos instiga com afirmação “é uma constatação no mínimo curiosa que nós
historiadores não tenhamos anteriormente nos debruçado com maior regularidade
sobre as HQs, visto o grau de inserção dessa modalidade de leitura na sociedade
contemporânea”. Assim podemos considerar que fazer análises do século XX sem
ao menos mencionar os quadrinhos em artigos ou teses em nossa área, soa como
displicência do historiador, assim ignorando a nova forma de comunicação.

Antes de conseguirmos responder à pergunta que nos inquieta, seriam os


quadrinhos passiveis de serem entendidos como fonte histórica? Temos que
entender a cultura acadêmica e a falta de incentivo para tal objeto de pesquisa que
acaba por desmotivar pesquisas nesta área. Mesmo que a pesquisa se enquadre
dentro da História Cultural ou História das Artes, ainda é raro encontrar linhas de
pesquisa em História trabalhos sobre um tema tão presente na contemporaneidade
como por exemplo os quadrinhos tidos como “mais comerciais”.Inicialmente teses as
pesquisas sobre histórias em quadrinhos eram mais difundidas no campo da
Comunicação Social, entretanto com o avançar do século XX outras áreas do
conhecimento começaram a manifestar interesse pelos quadrinhos utilizando-os
numa perspectiva apenas literária ignorando seu contexto de criação. Não é de se
espantar que áreas de conhecimentos humanos como a Filosofia, Antropologia e
Educação tenham se apropriado do uso das graphic novels como objeto de estudo,
não podendo ser diferente na História uma vez que como dito por Bloch na lenda
comparação do entre o historiador e o ogro “Onde fareja carne humana, sabe que ali
está sua caça” (BLOCH, 2001, p. 54). Com essa frase em mente e de se estranhar
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que em nossa disciplina nunca nos tenhamos debruçados com maior afinco sobre o
tema, visto que os quadrinhos cada vez mais constituem um novo gênero de leitura
dentro da sociedade contemporânea.

Antes de conseguirmos responder à pergunta que nos inquieta, seriam os


quadrinhos passiveis de serem entendidos como fonte histórica? Temos que
entender a cultura acadêmica e a falta de incentivo para tal objeto de pesquisa que
acaba por desmotivar pesquisas nesta área. Mesmo que a pesquisa se enquadre
dentro da História Cultural ou História das Artes, ainda é raro encontrar linhas de
pesquisa em História trabalhos sobre um tema tão presente na contemporaneidade
como por exemplo os quadrinhos tidos como “mais comerciais”.

Porém, apesar da falta de apoio fomento para pesquisa neste tema, temos livros de
pesquisas sobre quadrinhos. E mesmo estes corroboram a ausência de pesquisas
sobre as HQs. no campo de história; Assim mesmo após quase sete décadas, o livro
com a analise psiquiátrica de (WERTHAM, 1954) é ainda dos mais lidos, quando se
trata do tema; Neste livro, o psiquiatra Dr. Frederic Wertham, atribuiu casos de
vandalismo, homossexualidade e comportamentos sadomasoquistas a exposição de
jovens aos quadrinhos, fazendo com que quase fossem extintos das bancas no
período. Este impacto foi significativo para a arte em expansão mesmo que este livro
fosse severamente criticado por sua falta de base cientifica e preconceito.

Outro livro frequentemente citado em pesquisas sobre o tema é o polêmico Para ler
o Pato Donald: comunicação de massa e colonialismo, escrito por Ariel Dorfman e
Armand Matterlar (DORFMAN; MATTERLART, 1980). Lançado em 1970 o livro trata
basicamente de críticas da tentativa de impor a cultura do consumismo norte
americano, com os personagens icônicos da Disney nos países da américa latina.
Através de uma análise mais cuidadosa em ambos os livros podemos perceber a
falta de contextualização nas escolhas dos quadros utilizados, podendo ser
considerados estudos manipulados dos quadrinhos, utilizados para fins políticos e
sociais de controle.

Figura 4- trecho do livro Seduction of innocent falando sobre mulher maravilha


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Fonte: livro digital

É possível que temas sobre os quadrinhos ainda fiquem muito tempo longe
das pesquisas acadêmicas, uma vez que a sociedade os considera próprios para
leituras infantis ou de adolescentes, mesmo que o quadrinho trate de um tema mais
adulto como no caso de Maus ou de Paraiso de Zahra de Amir (2011).

Temas adultos, no entanto, continuam surgindo bastando acompanhar o conteúdo


vendido na banca ou em livrarias. E, mesmo personagens que o público em geral
considera como leitura infanto-juvenil já foram utilizados em revistas de temáticas
“mais adultas”, como por exemplo no arco temático da história do Superman: entre a
foice o martelo (2005), onde o Superman chega na antiga União Soviética ao invés
dos Estados Unidos, e são introduzidas críticas sociais e reflexões políticas.

Figura 5- Superman: Entre a Foice e o Martelo


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Fonte<http://www.universohq.com/noticias/superman-entre-foice-e-o-martelo-sera-lancado-em-
setembro/>Acesso 21/05/2018

Por outro lado, mesmo autores que trabalham com um tipo de literatura mais
técnica ligados a temas imagéticos, quando necessitam traçar comentários sobre
quadrinhos, por vezes se desculpam por abordar o assunto ou o criticam. Rodrigues
(2011) cita o caso de Vovelle (1997, p.372), um historiador renomado no campo das
artes, que chega a classificar o “público das HQ’s que estuda como variando desde
adolescentes até adultos “retardados”. Alguns títulos de capitulos de Vovelle (1997)
mostram esta tendência; “A morte e o além-túmulo nas histórias em quadrinhos”; “A
Mulher-Maravilha – o púbis ou a remobilização do Ocidente”. Ou seja, mesmo um
historiador de renome, como Vovelle, sente-se incomodado em trabalhar com um
tema marginalizado na academia. Isto se dá, provavelmente, porque historiadores
tendem a preferir objetos de estudo com um certo afastamento temporal, e
característica de registro mais formal, associando assim uma maior legitimidade
aquilo que estudam, deixando assim os quadrinhos longe das linhas de pesquisa da
história.

Sobe outra perspectiva, essa menos controversa que anterior, para explica a
falta de abordagem dos quadrinhos como fonte histórica, nota-se que nem todo
historiador tem o interesse de ler quadrinhos. Assim as parcas pesquisas na história,
pesquisam como e por que o quadrinho foi escrito daquela forma e naquele período
histórico. Em alguns quadrinhos “mais comerciais” ocorrem exemplos disso, como o
clássico X-man, onde se ve claramente as influências de Marthin Luther King e
Malcom X. como líderes das facções mutantes como visto em (Dutra 2002 p. 32-46).
Também temos, em um exemplo mais atual, a revista do Homem-Aranha vol.36,
chamada de Homem-Aranha capa preta, lançada um mês depois do atentado
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terrorista de 11 de setembro de 2001. Esta foi a primeira forma de arte a abordar o


tema. Estas contribuições são frequentes como pode ser visto, diversas HQs. que
abordam temas contemporâneos a eles.

Figura 6-O número 36 do segundo volume de Amazing Spider-Man,


lançado no mês seguinte aos atentados.

Fonte <https://quadrinheiros.com/2013/09/11/o-homem-aranha-e-o-11-de-setembro/> acessado em


22/05/2018

Dentro do pensamento que um quadrinho é uma expressão cultural devemos


também analisar seu conteúdo imagético, já que as imagens estão presentes em
nossa sociedade quando ainda morávamos em cavernas, atualmente os quadrinhos
passaram a ser além de simples representações iconográficas, eles nos trazem
inquietações, reflexões sobre o mundo a nossa volta, acontecimentos, através de
artes em sequência que deve ser interpretada dentro de dimensões e processos
historiográficos como afirma (MAUD,2014):

“As imagens são ricas e, por vezes, podem parecer comunicar mais do que
se quer mostra” [...]

[...]”Essa vida das imagens não se dá, porém, fora das dimensões dos
processos históricos, e são algumas das múltiplas formas e alguns dos
diversos campos de possibilidades desses processos que estão reunidos
nesses estudos. Em diferentes sociedades e períodos históricos, ver e
conhecer foram princípios de elaboração do conhecimento sobre o mundo.
Mediado pelo sentido da visão, o produto dessa relação pôde gerar, por sua
vez, imagens em suportes variados. Elas passam, então, a mediar o
conhecimento por meio de seus usos e funções, bem como da circulação a
que são submetidas. Na produção historiográfica, a compreensão de que os
regimes de visualidade definem os limites do ‘ver’ estabelece os campos de
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possibilidades da produção da História enquanto ciência humana. Assim, os


regimes visuais são capazes de agenciar os sentidos da História, ou seja,
não haveria uma história por detrás das imagens, mas uma história das
imagens e com imagens”

Fazendo esta análise sobre as imagens não é de se admirar que a


Comunicação Social, se sinta mais à vontade de utilizar quadrinhos como fonte de
pesquisa, tomando para si o objeto quase como domínio exclusivo. Partindo do
suposto que as imagens não têm sentido fora das dimensões históricas,
pesquisadores da história começam a buscar nas revistas de arte sequencial,
mesmo que indo contra a aceitação da academia, cada vez se torna mais comuns
estudos sobre quadrinhos e suas aplicações dentro da história.

Maus: Historia ou ‘estoria’

Como já dito anteriormente, publicações imagéticas não-ficcionais têm tomado um

lugar de destaque no mundo contemporâneo, atingindo a grande mídia de

comunicação de massa em formatos de depoimentos e formação de memórias.

Produções relacionadas a memória, ou a questões sócio politicas, Persépolis (2012),

questões religiosas, Preacher (1995), tendem a ter uma repercussão em nossa

sociedade, conforme afirma Reis(2017):”A produção de memórias sobre conflitos

sociopolíticos também está presente, de maneira significativa, no que se poderia

chamar de jornalismo em quadrinhos, um subgênero do jornalismo literário”. Dito

isso podemos perceber que o jornalismo em quadrinhos, está presente em nossa

sociedade contemporânea, assim quebrando paradigmas da modernidade. Com

Maus a afirmação de Reis pode ser vista claramente dado que a Grafic Novell e feita

na forma de “entrevista-histórica”. Reis(2017) ainda faz outro apontamento

importante sobre para entendermos o significado de Maus na contemporaneidade :

“Parte-se do pressuposto de que a narrativa de não-ficção, produzida em


situações limítrofes, poderia subverter a relação de poder, uma vez que
permite a autonomia dos sujeitos na narração de sua própria história e
possibilita, ainda, a criação de novas versões de uma mesma história. No
caso de narrativas produzidas sobre contextos de opressão, observa-se,
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ainda, a troca de lugar de fala entre os sujeitos, permitindo que os antes


vistos como excluídos possam ser ouvidos: o que, na História, convenciona-
se chamar de história dos vencidos. ”

Portanto, a partir desta afirmação podemos perceber que as relações de força e

poder se mostram assentadas através dos discursos utilizados dentro da produção

assim conferindo-lhes um caráter histórico, ainda temos Chartier (1999) que

complementa ainda mais a afirmação de Reis

“Trata-se, portanto, de identificar histórica e morfologicamente as diferentes


modalidades da inscrição e da transmissão dos discursos e, assim, de
reconhecer a pluralidade das operações e dos atores implicados tanto na
produção e publicação de qualquer texto, como nos efeitos produzidos pelas
formas materiais dos discursos sobre a construção de seu sentido. Trata-se
também de considerar o sentido dos textos como o resultado de uma
negociação ou transações entre a invenção literária e os discursos ou
práticas do mundo social que buscam, ao mesmo tempo, os materiais e
matrizes da criação estética e as condições de sua possível compreensão. ”

Através desses autores e possível perceber que ambos estão trabalhando com a

escola dos Analles (BURK,2010),em um pequeno trecho isso fica bem explicito: “O

grupo ampliou o território da história, abrangendo áreas inesperadas do

comportamento humano e a grupos sociais negligenciados pelos historiadores

tradicionais” (2010, p.143)” sendo assim aberta uma nova gama de estudos da

história, abrindo espaço para discussões de um amplo conjunto de ideias

historiográficas tais como: história dos vencidos, a história do cotidiano, história da

arte, história da vida privada. Enfim nos dando amplitude para concretizar nossa

discussão acerca de Maus e como estuda-lo dentro da história, para além de um

relato não-ficcional, uma crítica ao nazismo, um relato da vida cotidiana, tudo isso o

enquadra na perspectiva da nova escola.

Conclusão
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Através das analises, problematizações e empecilhos de se trabalhar com o objeto

de estudo deste trabalho, foi possível perceber que apesar do seu uso crescente na

indústria de comunicação de massa, ainda é um tema marginalizado na academia,

dificultando sua pesquisa. No entanto com a possibilidade de ser usado para fazer

críticas, tratar de temas delicados com sutileza e ainda levar entretenimento para a

sociedade, levando-nos a percebe-la não só como um passatempo, mas como no

caso de Maus e outras Grafic Novells não ficcionais nos levam a refletir sobre

importantes questões do nosso dia a dia.

Denota-se que diferentes áreas do conhecimento utilizam os quadrinhos conforme

sua necessidade especifica, as letras o utilizam para diferenciar gênero textual, a

pedagogia como ensino de linguagem; restando a história entender seu contexto e

sua influência para a sociedade como nos casos citados confome e aponto em

(livro). Para além ainda podemos perceber uma diferenciação entre quadrinhos,

charges e caricaturas conforme Motta(2006) expõe, no entanto e inegável que todos

os estudos no campo da história se devem a criação da nova escola (Bloch, 2010)

que possibilitou abertura para novos campos de estudo historiográficos.

Em suma, apesar de ser um tema com pouca pesquisa no campo da história, o

avançar do sec. XX e XXI, a indústria da comunicação em constante

desenvolvimento, as pesquisas em história tem se desenvolvido através da

viabilidade de se entender o contexto com que foi criada a HQ, e pra quem ela e

dirigida.
18

Acredita-se que os quadrinhos ficam longe das pesquisas acadêmicas uma vez que
em conjunto com a sociedade são atribuídos a leituras infantis ou de adolescentes,
mesmo que o quadrinho em questão trate de um tema mais adulto como no caso de
Maus ou de Paraiso de Zahra (2011) de Amir. Para os que ainda acreditam nesse
pensamento retrogrado, devem acompanhar o conteúdo vendido na banca ou em
livrarias, mesmo os personagens que o público em geral consideram como leitura
infanto-juvenil já foram utilizados em revistas de temáticas “mais adultas”, como
pode ser observado no arco do Superman: entre a foice o martelo (2005), onde o
Superman chega na antiga União Soviética ao invés dos Estados Unidos.

Figura 3- Superman: Entre a Foice e o Martelo

Fonte<http://www.universohq.com/noticias/superman-entre-foice-e-o-martelo-sera-lancado-em-
setembro/>Acesso 21/05/2018

Mesmo os autores que trabalham com um tipo de literatura mais


técnica ligados a temas imagéticos quando necessitam traçar comentários mais
técnicos sobre quadrinhos por vezes se desculpam, como citado por Rodrigues
(2011) a respeito de “Vovelle (1997), que é um historiador de renome, ainda chega a
delimitar
19

o público das HQ’s que estuda como variando desde adolescentes até adultos
“retardados””, ainda citando Vovelle (apud VOVELLE, 1997) “A morte e o além-
túmulo nas histórias em quadrinhos” (pp. 371-87) e “A Mulher-Maravilha – o púbis ou
a remobilização do Ocidente” (pp. 397-401), ou seja mesmo um historiador de
renome sente-se incomodado em trabalhar com um tema mais marginalizado na
academia, provavelmente porque historiados tendem a preferir objetos de estudo
com um certo afastamento temporal, dando assim uma maior legitimidade aquilo que
estudam deixando assim os quadrinho longe das linhas de pesquisa da história,
deixando assim como objeto para o campo das letras e da comunicação social.

Sobe outra conjectura, essa menos controversa que anterior, para explica a
falta de abordagem dos quadrinhos como fonte histórica, notando-se que nem todo
os historiadores tem o interesse de ler o Hq, compreendendo seu contexto histórico,
como já dito anteriormente que mesmo os quadrinhos “mais comerciais”, como
Superman, X-man e Homem-Aranha, estão envoltos em contextos políticos, um
exemplo claro disso é a revista do Homem-Aranha em homenagem ao 11 de
setembro, sendo a primeira forma de arte a lidar com o tema – pelo menos dentro da
indústria cultural.

Figura 4-O número 36 do segundo volume de Amazing Spider-Man,


lançado no mês seguinte aos atentados.
20

Fonte <https://quadrinheiros.com/2013/09/11/o-homem-aranha-e-o-11-de-setembro/> acessado em


22/05/2018

Referências

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BLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge


Zahar Ed., 2001

MAUD, Maria. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas. In_:
Imagem, história e ciência, Editora Científica Belém 2014, v. 9, n. 2, p. 283-
286

MOTTA, Rodrigo Patto Sá. In Jango e o Golpe de 1964 na caricatura. Rio de


Janeiro: Jorge Zahar, 2006. p. 15-32.(????)

Quadrinheiros<https://quadrinheiros.com/2013/09/11/o-homem-aranha-e-o-11-de-
setembro/>
21

REIS, Mariana. Vozes, Memórias e Conflitos: um olhar sobre a narrativa no


jornalismo contemporâneo. Brasília: Revista de comunicação da universidade
católica de brasilia, 2017.

TAVARES, Mayara Barbosa, História em quadrinhos não ficcionais: usos e


discursos: Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística: Goiânia,

2016.

RAY, Michael. Art Spiegelman biography. Enciclopédia Britannica, disponível


em < https://www.britannica.com/biography/Art-Spiegelman>. Acesso em
01/05/2018

LE GOFF, Jaques . Memória. In:_ História e Memória. Campinas: Editora da


Unicamp, 1990. p. 366-420.

MCCLOUD, Scott. Desvendando os Quadrinhos. São Paulo: M. Books, 2004

SPIEGELMAN, Art. MetaMaus. New York : Pantheon Books, 2011.

SPIEGELMAN, Art. Maus: A história de um sobrevivente. São Paulo: Companhia das


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 WERTHAM, Fredric Seduction of the Innocent,Estados Unidos Reinhart &


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Beaty, Bart (2005). Fredric Wertham and the Critique of Mass Culture. Imprensa da
Universidade de Mississippi, ISBN 1-57806-819-3

Evans, Richard J. (2005). The Third Reich in Power. New York: Penguin.

Burke, Peter. A Revolução Francesa da historiografia: a Escola dos Annales 1929-


1989 / Peter Burke; tradução Nilo Odalia. – 2. Ed. – São Paulo: Editora da Unesp,
2010

Referências

Desvendando os quadrinhos
S McCLOUD - São Paulo: M. Books, 2005
22

 História das histórias em quadrinhos
RGR Jarcem - História, imagem e narrativas, 2007

 Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula


A Rama, W Vergueiro - 2008 - books.google.com

Histórias em quadrinhos: leitura crítica


SMB Luyten - 1989 - Edições Paulinas

O que é história em quadrinhos
SMB Luyten - 1985 - Brasiliense

Origens e evolução da história em quadrinhos


MB Rahde - Revista Famecos, 1996 - revistaseletronicas.pucrs.b

 Una historia de la lectura
A Manguel, JLL Muñoz - 1998 - academia.edu

Origens e evolução da história em quadrinhos


MB Rahde - Revista Famecos, 1996 - revistaseletronicas.pucrs.b

A pesquisa sobre histórias em quadrinhos na Universidade de


São Paulo: análise da produção de 1972 a 2005
W Vergueiro, RE SANTOS - UNI revista (UNISINOS. Online), 2006

[PDF] A atualidade das histórias em quadrinhos no
Brasil: a busca de um novo público
W Vergueiro - História, imagem e narrativas, 2007 - academia.edu

 Ensinar e aprender História: histórias em quadrinhos e
canções
AQ SOBANSKI, EA CHAVES, JLS BERTOLINI… - Curitiba: Editora Base, 2010

VC já viu esses trabalhos? Alguns estão em pdf, outros no


google books. Acho que alguns podem ser de grande ajuda para
vc pensar seu objeto. Antes de pensar a hq como fonte, seria
23

interessante apresenta-la como objeto de estudo da história, da


literatura, da pedagogia, etc.

All about Maus: < https://www.shmoop.com/maus/ > Acesso em 01/05/2018

BROWN, Joshua, Of Mice and Memory, American Social History Project,City


University of New York, 2005

BLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro:


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MOTTA, Rodrigo Patto Sá. Jango e o Golpe de 1964 na caricatura. In Rio de


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Universo HQ <http://www.universohq.com/ > acesso em 19/05/2018

 WERTHAM, Fredric Seduction of the Innocent,Estados Unidos Reinhart &


Company, Inc,1954.
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