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a Licenciatura em Historia
Introdução
das novas gerações. Estas reações podem ser compreendidas como movimento
reacionário ao grande impacto comunicacional que as HQ’s demostraram possuir.
Assim nem sempre foram bem vistas, sendo muitas vezes demonizadas como
meio de perversão da juventude. A grande possibilidade de impacto comunicacional
que as HQ’s demostraram possuir levou diversos autores a explorarem seu potencial
de discussão política e de relato histórico.
Este mesmo potencial levou diversos autores a explorarem esta nova mídia como
meio de discussão política e também de relato histórico. Os temas então tratados e
os personagens retratavam questões sócio políticas, sendo usadas também como
meio de propaganda ideológica, como no arco do homem de ferro o demônio da
garrafa onde o herói aborda o tema alcoolismo. No entanto nem sempre foram
compreendidas como forma de crítica política, mesmo que em seu contexto isto
estivesse evidente. Talvez isso se devesse ao preconceito do senso comum de que
o objeto em questão fosse um passatempo bobo, juvenil, para pessoas que não
contribuíam produtivamente para a sociedade, tal trajetória de preconceito seria
ainda presente nos dias de hoje.
O nazismo pode ser caracterizado como uma forma de facismo que se desenvolveu
a partir de ideias pan germânicas incorporando uma forma de pseudo ciência para o
suporte de um racismo e antissemitismo do movimento nacionalista alemão volkish
O termo "nacional-socialismo" surgiu a partir da redefinição do ponto de vista
nacionalista do "socialismo para criar uma alternativa tanto ao socialismo marxista
como ao capitalismo. Primariamente rejeitava o conceito luta de classes e defendia a
propriedade privada. O nazismo apoiava teorias como a hierarquia racial e o
darwinismo social, sendo que os arianos eram vistos como a raça superior. O
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Dsenvolvimento
Definindo os quadrinhos
Um ponto crucial para antes de nos aprofundarmos em nossas inquietações e
termos muito bem definidos o que são quadrinhos? À primeira vista pode parecer
uma pergunta de resposta simples “Quadrinhos são figuras e imagens contando
uma história”. Essa resposta não deixa de estar correta, contudo precisamos de uma
informação mais concreta.
Na busca por uma resposta mais sucinta nos deparamos com outra definição de
(MCCLOUD, 2004, p. 9) “Imagens pictóricas e outras, justapostas (colocadas lado a
lado) em sequência deliberada, destinadas a transmitir informações e/ou produzir
uma resposta no espectador”;
Através desses autores conseguimos ter uma noção do que são as histórias em
quadrinhos. Entretanto existem diversas categorias de quadrinhos, duas merecem
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nossa atenção em especial para esse artigo como forma de delimitação do tema
abordado: as Graphic Novel e os quadrinhos não ficcional.
segundo cinco anos depois, em 1991, com o título de Maus II: A Survivor`s Tale:And
Here My Treoubles Began, ajudando assim a estabelecer uma linha sofisticada de
quadrinhos de conteúdo adulto.
Figura 1- Breakdowns(1977)
Fonte <https://indiecast.com.br/indiecast/indiecast-44a-maus-historia-em-quadrinhos-que-
ganhou-um-premio-pulitzer> Acesso em 03/05/2018
Com Meta Maus, éfoi a vez de Spielgeman ser entrevistado por Hillary Chute,
especialista em quadrinhos e narrativas gráficas,. Nnesta obra complementar o autor
contoua como foi seu processo criativo, como reagiu ao suicídio da mãe e como isso
desencadeou a criação de Maus. Podemos ver esta obra como a representação em
HQ da narrativa de um sobrevivente do período nazista à sua família, através de um
relato dramático e espontâneo, colhido pelo autor na intimidade familiar.
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que em nossa disciplina nunca nos tenhamos debruçados com maior afinco sobre o
tema, visto que os quadrinhos cada vez mais constituem um novo gênero de leitura
dentro da sociedade contemporânea.
Porém, apesar da falta de apoio fomento para pesquisa neste tema, temos livros de
pesquisas sobre quadrinhos. E mesmo estes corroboram a ausência de pesquisas
sobre as HQs. no campo de história; Assim mesmo após quase sete décadas, o livro
com a analise psiquiátrica de (WERTHAM, 1954) é ainda dos mais lidos, quando se
trata do tema; Neste livro, o psiquiatra Dr. Frederic Wertham, atribuiu casos de
vandalismo, homossexualidade e comportamentos sadomasoquistas a exposição de
jovens aos quadrinhos, fazendo com que quase fossem extintos das bancas no
período. Este impacto foi significativo para a arte em expansão mesmo que este livro
fosse severamente criticado por sua falta de base cientifica e preconceito.
Outro livro frequentemente citado em pesquisas sobre o tema é o polêmico Para ler
o Pato Donald: comunicação de massa e colonialismo, escrito por Ariel Dorfman e
Armand Matterlar (DORFMAN; MATTERLART, 1980). Lançado em 1970 o livro trata
basicamente de críticas da tentativa de impor a cultura do consumismo norte
americano, com os personagens icônicos da Disney nos países da américa latina.
Através de uma análise mais cuidadosa em ambos os livros podemos perceber a
falta de contextualização nas escolhas dos quadros utilizados, podendo ser
considerados estudos manipulados dos quadrinhos, utilizados para fins políticos e
sociais de controle.
É possível que temas sobre os quadrinhos ainda fiquem muito tempo longe
das pesquisas acadêmicas, uma vez que a sociedade os considera próprios para
leituras infantis ou de adolescentes, mesmo que o quadrinho trate de um tema mais
adulto como no caso de Maus ou de Paraiso de Zahra de Amir (2011).
Fonte<http://www.universohq.com/noticias/superman-entre-foice-e-o-martelo-sera-lancado-em-
setembro/>Acesso 21/05/2018
Por outro lado, mesmo autores que trabalham com um tipo de literatura mais
técnica ligados a temas imagéticos, quando necessitam traçar comentários sobre
quadrinhos, por vezes se desculpam por abordar o assunto ou o criticam. Rodrigues
(2011) cita o caso de Vovelle (1997, p.372), um historiador renomado no campo das
artes, que chega a classificar o “público das HQ’s que estuda como variando desde
adolescentes até adultos “retardados”. Alguns títulos de capitulos de Vovelle (1997)
mostram esta tendência; “A morte e o além-túmulo nas histórias em quadrinhos”; “A
Mulher-Maravilha – o púbis ou a remobilização do Ocidente”. Ou seja, mesmo um
historiador de renome, como Vovelle, sente-se incomodado em trabalhar com um
tema marginalizado na academia. Isto se dá, provavelmente, porque historiadores
tendem a preferir objetos de estudo com um certo afastamento temporal, e
característica de registro mais formal, associando assim uma maior legitimidade
aquilo que estudam, deixando assim os quadrinhos longe das linhas de pesquisa da
história.
Sobe outra perspectiva, essa menos controversa que anterior, para explica a
falta de abordagem dos quadrinhos como fonte histórica, nota-se que nem todo
historiador tem o interesse de ler quadrinhos. Assim as parcas pesquisas na história,
pesquisam como e por que o quadrinho foi escrito daquela forma e naquele período
histórico. Em alguns quadrinhos “mais comerciais” ocorrem exemplos disso, como o
clássico X-man, onde se ve claramente as influências de Marthin Luther King e
Malcom X. como líderes das facções mutantes como visto em (Dutra 2002 p. 32-46).
Também temos, em um exemplo mais atual, a revista do Homem-Aranha vol.36,
chamada de Homem-Aranha capa preta, lançada um mês depois do atentado
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“As imagens são ricas e, por vezes, podem parecer comunicar mais do que
se quer mostra” [...]
[...]”Essa vida das imagens não se dá, porém, fora das dimensões dos
processos históricos, e são algumas das múltiplas formas e alguns dos
diversos campos de possibilidades desses processos que estão reunidos
nesses estudos. Em diferentes sociedades e períodos históricos, ver e
conhecer foram princípios de elaboração do conhecimento sobre o mundo.
Mediado pelo sentido da visão, o produto dessa relação pôde gerar, por sua
vez, imagens em suportes variados. Elas passam, então, a mediar o
conhecimento por meio de seus usos e funções, bem como da circulação a
que são submetidas. Na produção historiográfica, a compreensão de que os
regimes de visualidade definem os limites do ‘ver’ estabelece os campos de
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Maus a afirmação de Reis pode ser vista claramente dado que a Grafic Novell e feita
Através desses autores e possível perceber que ambos estão trabalhando com a
escola dos Analles (BURK,2010),em um pequeno trecho isso fica bem explicito: “O
tradicionais” (2010, p.143)” sendo assim aberta uma nova gama de estudos da
arte, história da vida privada. Enfim nos dando amplitude para concretizar nossa
relato não-ficcional, uma crítica ao nazismo, um relato da vida cotidiana, tudo isso o
Conclusão
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de estudo deste trabalho, foi possível perceber que apesar do seu uso crescente na
dificultando sua pesquisa. No entanto com a possibilidade de ser usado para fazer
críticas, tratar de temas delicados com sutileza e ainda levar entretenimento para a
caso de Maus e outras Grafic Novells não ficcionais nos levam a refletir sobre
sua influência para a sociedade como nos casos citados confome e aponto em
(livro). Para além ainda podemos perceber uma diferenciação entre quadrinhos,
viabilidade de se entender o contexto com que foi criada a HQ, e pra quem ela e
dirigida.
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Acredita-se que os quadrinhos ficam longe das pesquisas acadêmicas uma vez que
em conjunto com a sociedade são atribuídos a leituras infantis ou de adolescentes,
mesmo que o quadrinho em questão trate de um tema mais adulto como no caso de
Maus ou de Paraiso de Zahra (2011) de Amir. Para os que ainda acreditam nesse
pensamento retrogrado, devem acompanhar o conteúdo vendido na banca ou em
livrarias, mesmo os personagens que o público em geral consideram como leitura
infanto-juvenil já foram utilizados em revistas de temáticas “mais adultas”, como
pode ser observado no arco do Superman: entre a foice o martelo (2005), onde o
Superman chega na antiga União Soviética ao invés dos Estados Unidos.
Fonte<http://www.universohq.com/noticias/superman-entre-foice-e-o-martelo-sera-lancado-em-
setembro/>Acesso 21/05/2018
o público das HQ’s que estuda como variando desde adolescentes até adultos
“retardados””, ainda citando Vovelle (apud VOVELLE, 1997) “A morte e o além-
túmulo nas histórias em quadrinhos” (pp. 371-87) e “A Mulher-Maravilha – o púbis ou
a remobilização do Ocidente” (pp. 397-401), ou seja mesmo um historiador de
renome sente-se incomodado em trabalhar com um tema mais marginalizado na
academia, provavelmente porque historiados tendem a preferir objetos de estudo
com um certo afastamento temporal, dando assim uma maior legitimidade aquilo que
estudam deixando assim os quadrinho longe das linhas de pesquisa da história,
deixando assim como objeto para o campo das letras e da comunicação social.
Sobe outra conjectura, essa menos controversa que anterior, para explica a
falta de abordagem dos quadrinhos como fonte histórica, notando-se que nem todo
os historiadores tem o interesse de ler o Hq, compreendendo seu contexto histórico,
como já dito anteriormente que mesmo os quadrinhos “mais comerciais”, como
Superman, X-man e Homem-Aranha, estão envoltos em contextos políticos, um
exemplo claro disso é a revista do Homem-Aranha em homenagem ao 11 de
setembro, sendo a primeira forma de arte a lidar com o tema – pelo menos dentro da
indústria cultural.
Referências
MAUD, Maria. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas. In_:
Imagem, história e ciência, Editora Científica Belém 2014, v. 9, n. 2, p. 283-
286
Quadrinheiros<https://quadrinheiros.com/2013/09/11/o-homem-aranha-e-o-11-de-
setembro/>
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2016.
Beaty, Bart (2005). Fredric Wertham and the Critique of Mass Culture. Imprensa da
Universidade de Mississippi, ISBN 1-57806-819-3
Evans, Richard J. (2005). The Third Reich in Power. New York: Penguin.
Referências
Desvendando os quadrinhos
S McCLOUD - São Paulo: M. Books, 2005
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História das histórias em quadrinhos
RGR Jarcem - História, imagem e narrativas, 2007
O que é história em quadrinhos
SMB Luyten - 1985 - Brasiliense
Una historia de la lectura
A Manguel, JLL Muñoz - 1998 - academia.edu
[PDF] A atualidade das histórias em quadrinhos no
Brasil: a busca de um novo público
W Vergueiro - História, imagem e narrativas, 2007 - academia.edu
Ensinar e aprender História: histórias em quadrinhos e
canções
AQ SOBANSKI, EA CHAVES, JLS BERTOLINI… - Curitiba: Editora Base, 2010
Quadrinheiros<https://quadrinheiros.com/2013/09/11/o-homem-aranha-e-o-
11-de-setembro/>
2016.