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Ervas Daninhas

No começo, o jardim era uma beleza, com um gramado homogêneo e belos canteiros de
flores. Lentamente, sem você perceber, as ervas daninhas foram invadindo espaços e
ganhando força. O que fazer?
Em primeiro lugar, entender o que são, quem são e como se multiplicam essas insistentes
plantinhas, capazes de destruir o paciente trabalho do melhor dos jardineiros. Para usar
uma definição clássica, erva daninha é toda planta que nasce importunamente numa
cultura e começa a competir com ela por espaço e nutrientes. Assim, não somente a
tiririca e a açariçola (algumas das pragas mais comuns) são ervas daninhas. Um pé de
coentro que cresce, por exemplo, numa cultura de alface também pode ser chamado de
invasor.
É quase impossível evitar o desenvolvimento dessas "praguinhas" num jardim,
especialmente no gramado, mas alguns cuidados simples podem impedir que elas
proliferem em demasia. Antes de mais nada, vem a escolha da grama mais adequada às
condições locais. AÍ, se for bem projetado e executado, o gramado desenvolverá seu
sistema radicular e foliar de forma saudável. Com isso, você estará evitando 90 a 95% das
ocorrências de ervas daninhas. Isso porque a maioria das invasoras se propaga por
sementes, e num bom gramado se forma uma verdadeira manta protetora de folhas, que
retém as sementes e as expõe ao sol matando-as.
Por causa disso também, é importante que a poda da grama seja feita de maneira correta.
Aliás, é bom saber que freqüentes podas não impedem o seu desenvolvimento. As
gramíneas têm sua gema — a parte do vegetal responsável pela procura de luz — no
interior da planta e não no ápice, como outras espécies. Dessa forma, ela está mais
protegida e não perde a força de rebrota mesmo quando é constantemente podada.

Algumas dicas:
Se você verificar que a invasora que atacou o seu gramado tem um desenvolvimento
vertical acentuado, realize podas baixas no gramado. Se, ao contrário, a erva daninha for
rasteira, deixe a grama crescer um pouco mais — para sufocar as invasoras — e só depois
pode o gramado. Além disso, procure fazer as podas antes do período de floração e
formação de sementes das invasoras, para evitar sua disseminação.
Outra técnica natural e bastante simples de combater as ervas daninhas, quando a
infestação não é muito grande, consiste na retirada manual das invasoras. Existe uma
ferramenta chamada firmino que é ótima para isso. Tome, porém, um cuidado elementar:
arranque-as sempre com a raiz.
Fique atento também quando adquirir terra para cobrir o gramado, verificando sua
procedência e eventual infestação por pragas. Neste caso, o mais seguro, é usar terra
tirada pelo menos 50 cm abaixo do nível do solo.
No entanto, mais importante do que tudo isso é cuidar para que sua grama cresça forte e
saudável. Num gramado saudável quase não existem pragas. E isso começa na hora do
plantio, com a preocupação de que as mudas ou placas sejam plantadas o mais próximo
possível uma das outras. Quanto mais denso for o gramado, menores serão as chances
das invasoras proliferarem.
Para isso, é preciso que o solo, na hora do plantio, esteja bem preparado. Solos pobres
são o melhor habitat de ervas daninhas. Verifique primeiro a textura do solo de seu
terreno. Solos muito argilosos, ou demasiadamente arenosos, não são recomendáveis.
Nestes casos a melhor forma de melhorar-lhes a textura é incorporar a eles matéria
orgânica (esterco de curral bem curtido ou composto orgânico).
Além disso, é recomendável analisar a acidez da terra, corrigindo o pH, se necessário,
para níveis entre 6 e 7. Faça os testes necessários e realize correções com calcário. Se,
mesmo com todos esses cuidados, você perceber que a grama ainda precisa de ajuda,
recorra ao uso de fertilizantes químicos, como o NPK, que vai trazer nitrogênio (N), fósforo
(P) e potássio (K) tão necessários às plantas.
Se o terreno onde você vai cultivar o gramado já estiver infestado de pragas, erradique as
invasoras com o auxílio de herbicidas. Existem dois tipos: os de pré-emergência e os de
pós-emergência. Os primeiros devem ser usados antes que as ervas daninhas brotem.
Formam uma camada protetora no solo que queimará as sementes quando germinarem.
Os herbicidas de pós-emergência atacam as ervas já desenvolvidas. Agem por contato,
queimando a planta ou atuando em seu sistema vital, matando-a. Podem ser utilizados no
combate de pragas de folhas largas ou estreitas.
Depois que seu gramado estiver plantado, cuide para que as regas sejam bem feitas, sem
formar poças ou deixar áreas ressecadas. Não molhe só a superfície da terra. O sistema
radicular de um gramado deve ter, no mínimo, 10 cm de altura, e se a água estiver só na
superfície, as raízes não se darão ao trabalho de aprofundar-se na terra.

Capim Carrapicho
Dá em terras de lavoura depauperada e muito dura, pobre em cálcio.

Capim Marmelada ou Papua


Dá em terras de lavoura com lajes artificiais e falta de Zinco.

Capim Seda
Dá em terras muito pisoteada e compactada.

Carneirinho ou Carrapicho de Carneiro (acanthospermun)


Dá em terras com falta de cálcio.

Cravo Brabo
Terra infestada de nematóides (Os nematóides são vermes de corpo aproximadamente
cilíndrico, geralmente esguios e alongados, afilando-se de modo gradual ou abrupto nas
extremidades anterior e posterior).

Cabelo de Porco
Dá em terras muito cansadas.

Capim Arroz (Echonichloa)


Dá em terras com nutrientes reduzidos em substancias tóxicas.

Fazendeiro ou Picão Branco


Dá em terras cultivadas com excesso de nitrogênio e falta de cobre.

Fonte de pesquisa: Revista Sítios e Jardins


O valor das ervas daninhas

http://www.aboaterra.com.br/artigos/?id=398

Ervas daninhas são plantas que existem há milhares de anos, totalmente adaptadas
ao meio ambiente, e que aparecem em qualquer lugar que tenha condições
favoráveis.
Diferentemente das verduras, que na sua maioria vieram de outros países, elas são
pouco exigentes e muito resistentes.

Na agricultura orgânica essas plantas não são vistas tão negativamente e seu
controle é menos rigoroso do que na agricultura convencional. A presença
delas no meio de uma monocultura faz com que esta deixe de ser
monocultura, tendo uma maior diversidade.

A diversidade de plantas favorece a diversidade de insetos, bactérias e fungos. Cada


planta atrai insetos e microorganismos diferentes, formando um equilíbrio onde
nenhuma praga ou doença domina.
Uma outra função das ervas é a capacidade de extrair nutrientes do solo. Algumas
gostam mais de Fósforo, outras de Zinco ou Cálcio. Então, uma mistura de ervas é
capaz de trazer de volta uma grande diversidade de minerais que a chuva levou para
o subsolo. Quando essas ervas daninhas se decompõem no solo, as próximas plantas
produtivas se alimentarão disso. Além do mais, suas raízes quebram a terra dura
deixando-a solta .

Entre as plantas “daninhas” existem algumas que podem ser consumidas.


Uma pessoa que estudou bastante a respeito é João Neto, da Fazenda Santo
Antônio D’água Limpa, em Mococa – SP.

Quem já almoçou na casa dele experimentou ervas como beldroega, serralha, caruru
e outras plantas muito consumidas antigamente nas fazendas de café, em forma de
saladas, refogadas em alho, cebola e azeite ou misturadas em omeletes. Uma das
ervas, a beldroega, é conhecida também pelo nome de “salada de negro”.
Com a chegada dos herbicidas e a saída dos trabalhadores rurais para as cidades, o
consumo dessas ervas desapareceu.
A capacidade que estas ervas têm de “explorar” a terra se mostra na grande
quantidade de sais minerais que encontramos na composição das folhas.

A seguir uma comparação de Beldroega, Caruru e Alface:

Cálcio Ferro Magnésio Fósforo Potássio Sódio Zinco Cobre Manganês

Beldroega 65 2 68 44 494 45 0,17 0,113 0,313

Caruru 215 2,3 55 50 611 20 0,9 0,162 0,885

Alface 35 1,2 13 33 238 5 0,2 0,016 0,179


Caruru Beldroega

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