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FICHAMENTO:
HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos: o breve século XX. São Paulo, Companhia
das Letras, 1995.
Esta sociedade foi abalada por duas guerras mundiais, duas ondas de
rebelião e revolução globais que levaram ao poder um sistema que se dizia a
alternativa historicamente predestinada para a sociedade capitalista e burguesa e
que foi adotado, primeiro, em um sexto da população mundial, e, após a Segunda
Guerra Mundial, por um terço da população do mundo. Além disso, uma crise
econômica mundial sem precedentes abalou ou destruiu até mesmo as economias
capitalistas mais fortes e pareceu reverter a criação de uma economia mundial
única, feito bastante notável do capitalismo liberal do século XIX, inclusive os EUA,
enquanto avançava o fascismo.
colapso pode assinalar o fim do Breve Século XX, como a Primeira Guerra Mundial
pode assinalar o seu início.
A ERA DA CATÁSTROFE
da opinião pública. O motivo era que essa guerra, tipicamente travadas em torno de
objetivos específicos e limitados, travava-se por metas ilimitadas. Na Era dos
Impérios a política e a economia se haviam fundido. A rivalidade política
internacional se modelava no crescimento e competição econômicos, mas o traço
característico disso era precisamente não ter limites. A Alemanha queria uma
política e posição marítima globais como as que então ocupava a Grã-Bretanha,
com o consequente relegamento de uma já declinante Grã-Bretanha a um status
inferior. Era uma questão de ou uma ou outra. Para a França: compensar sua
crescente e aparentemente inevitável inferioridade demográfica e econômica frente
à Alemanha.
Em 1940 a França foi superada com facilidade e rapidez por forças alemãs
inferiores e aceitou sem hesitação a subordinação a Hitler. A Grã-Bretanha jamais
voltou a ser a mesma após 1918, porque o país arruinara sua economia travando
uma guerra que ia muito além de seus recursos. O remapeamento do Oriente Médio
se deu ao longo de linhas imperialistas. Enfim, as potências vitoriosas buscaram
desesperadamente o tipo de acordo de paz que tornasse impossível outra guerra
como a que acabara de devastar o mundo e cujos efeitos retardados estavam em
toda parte. Vinte anos depois, o mundo estava de novo em guerra. (pag 28 – 32)
“Quanto ao mecanismo para impedir outra guerra mundial, era evidente que
desmoronara absolutamente o consórcio de “grandes potências” européias que se
supunha assegurá-lo antes de 1914.” O acordo de Versalhes não podia ser a base
de uma paz duradoura. É possível que a guerra seguinte pudesse ter sido evitada,
se se houvesse restaurado a economia pré-guerra como um sistema global de
prósperos crescimento e expansão econômicos.
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JATAÍ
UNIDADE ACADÊMICA ESPECIAL DE
CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM
HISTÓRIA DISCIPLINA: HISTÓRIA
CONTEMPORÂNEA II DOCENTE: DR. PEDRO
BARBOSA
DISCENTE: LUANA CLARA
Ou seja, a Segunda Guerra Mundial foi travada até o fim, sem idéias sérias
de acordo em nenhum dos lados, com exceção da Itália, que trocou de lado e
regime político em 1943 e não foi inteiramente tratada como território ocupado, mas
como um país derrotado com um governo reconhecido. O preço foi alto, como na
Polônia e nas partes ocupadas da URSS, e pelo destino dos judeus, cujo extermínio
sistemático foi de conhecimento geral, era a escravização e a morte. Daí a guerra
ser travada sem limites. “A Segunda Guerra Mundial ampliou a guerra maciça em
guerra total.” A guerra matou tanto civis quanto pessoas de uniforme, e grande parte
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HISTÓRIA DISCIPLINA: HISTÓRIA
CONTEMPORÂNEA II DOCENTE: DR. PEDRO
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tanto porque os civis e a vida civil se tornaram os alvos estratégicos. Havia também
a impessoalidade da guerra. “A tecnologia tornava suas vítimas invisíveis, como não
podiam fazer as pessoas evisceradas por baionetas ou vistas pelas miras de armas
de fogo.”
A REVOLUÇÃO MUNDIAL
portanto, tão fundamental para a história deste século quanto a Revolução Francesa
de 1789 para o século XIX. Na verdade, não é por acaso que a história do Breve
Século XX, segundo a definição deste livro, praticamente coincide com o tempo de
vida do Estado nascido da Revolução de Outubro. Os partidos socialistas, com o
apoio das classes trabalhadoras em expansão de seus países, e inspirados pela
crença na inevitabilidade histórica de sua vitória, representavam essa alternativa na
maioria dos Estados da Europa.
Hobsbawm afirma que, ainda que a Guerra Fria tenha acarretado na corrida
armamentista com alta tecnologia bélica, isso se revela pouco decisivo. Por isso, o
autor usa de exemplo acontecimentos de outros países periféricos a Guerra, como a
China que se torna comunista e a Coréia do Sul, Vietnã e Afeganistão. O autor
declara ainda os aspectos positivos da guerra fria: Um novo mundo polarizado
eliminou as rivalidades mais regionais e deu lugar aos grandes antagonismos entre
os blocos econômicos. Para ele, a economia mundial também se beneficiou, pois a
economia estava estabilizada (e enriqueceu ambos os lados com o lucrativo
comércio de armas) até o desmoronamento da URSS.