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Escritório Modelo

Núcleo de Prática Jurídica do Centro de Ciências Sociais Aplicadas


da Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP
Campus Jacarezinho

Avenida Manoel Ribas, 711 – Fone: (43) 3525-1962 – Jacarezinho – PR

EXCELENTÍSSIMO JUÍZ DE DIREITO DA VARA DA FAMÍLIA DA COMARCA DE

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, representadas por sua


genitora XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, brasileira, casada, portadora
da Cédula de Identidade RG n° 9.766.070-0 SSP/PR e inscrita no CPF/MF sob o n°
069.165.859-51; residente e domiciliada à rua Bauinea, nº 160, Carlópolis/PR; e
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, brasileiro, casado, autônomo, portador
da Cédula de Identidade RG n° 7.668.911-3 SSP/PR e inscrito no CPF sob o n°
028886359-33, residente e domiciliado à Rua Presidente Costa e Silva, nº 103,
Centro, nesta cidade e Comarca de Jacarezinho/PR, vêm mui respeitosamente ante
a presença de Vossa Excelência, por intermédio de suas procuradoras e advogadas
que esta subscrevem, vinculadas ao Escritório Modelo do Centro de Ciências
Sociais Aplicadas da UENP, propor, com fulcro no art. 731 do Código de Processo
Civil, a presente ação de:

AÇÃO DE HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL


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I. DOS FATOS
Os Requerentes casaram-se em 06/12/2008, pelo regime de Comunhão
Parcial de Bens, conforme Registro de Casamento lavrado no Cartório de Registro
Civil, Títulos e Documentos do município de Jacarezinho/PR, em anexo.
Ocorre que não mais existe relação alguma entre o casal, estando este
separado de fato, de maneira que não mais perdura qualquer tipo de relação
amorosa.

II. DA GUARDA, DAS VISITAS E DOS ALIMENTOS AOS FILHOS


A união gerou as filhas XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX,
nascidas em 08 de maio de 2006 e 16 de novembro de 2010, respectivamente,
conforme certidões de nascimento nº XXXXXXXXXXXXXXXXX e
XXXXXXXXXXXXX, registradas no Serviço de Registro Civil das Pessoas Naturais
do Município e Comarca de...
Tendo em vista o bem-estar, as necessidades e os interesses das filhas
do casal, os requerentes estabeleceram que a guarda será unilateral, na forma do
que preceitua o art. 1.583 e seu § 1º do Código Civil. Por sua vez, a convivência
familiar entre genitor e suas filhas será exercida de forma livre, desde que com aviso
prévio do genitor. Este se compromete a ter um convivio que seja pelo menos
semanal com os infantes.
Em relação à prestação alimentícia, acordaram as partes que os
alimentos devidos pelo genitor às filhas serão o equivalente a 30% do salário-
mínimo nacional vigente, depositados em conta poupança de titularidade genitorial
n° 00079506-1, agência 0391, operação 013, banco Caixa Econômica Federal.
Porém, outros dispêndios relacionados com as menores serão divididos entre os
genitores, como médico, medicamentos, educação e lazer.
Ficou consignado que o pagamento se dará até o dia 20 (vinte) de cada
mês, com início em novembro do ano de 2019. Com o advento de eventual
emprego, a pensão ficará estipulada no importe de 30% da remuneração total do
genitor.

III. DOS BENS


O casal acordará de forma livre a respeito da divisão dos bens que se
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encontram na residência.

IV. DO NOME DE SOLTEIRO


A requerente deseja voltar a usar o nome de solteira, ou seja, VIVIANE
DOS SANTOS.

V. DO DIREITO
a) Da concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita
Inicialmente, requer-se a Vossa Excelência que sejam deferidos os
benefícios da Assistência Judiciária, por não se ter condições de arcar com as
custas processuais e honorários advocatícios sem que seja comprometido o
orçamento familiar.
Conforme inteligência do artigo 98 do Código de Processo Civil, “a
pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos
para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem
direito à gratuidade da justiça, na forma da lei”.
Pelo exposto, com base na garantia jurídica que a lei oferece, requerem
as partes autoras a concessão do benefício da justiça gratuita, em todos os seus
termos, a fim que seja isenta de qualquer ônus decorrente do presente feito.

b) Da homologação de acordo extrajudicial


O presente acordo encontro respaldo jurídico no artigo 487, inciso III,
alínea “b”, o qual esclarece a ocorrência de resolução de mérito quando o Juízo
homologar transação.
A homologação de acordo extrajudicial é procedimento de jurisdição
voluntária disposto no capítulo XV do Código de Processo Civil.
Preleciona o art. 725:
“Art. 725. Processar-se-á na forma estabelecida nesta Seção o
pedido de:
(...)
VIII - homologação de autocomposição extrajudicial, de qualquer
natureza ou valor.”

Analisando o acordo juntado aos autos, o qual demostra a anuência das


partes, observa-se cabível a presente pretensão.
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c) Dos fundamentos jurídicos


Nos termos do art. 226, § 6º, da Constituição Federal, cuja redação
decorrente da Emenda Constitucional 66/2010 dispõe sobre a dissolubilidade do
casamento civil pelo divórcio, suprimindo o requisito de prévia separação judicial por
mais de 1 (um) ano ou de comprovada separação de fato por mais de 2 (dois) anos,
manifestam a Vossa Excelência a intenção inequívoca de divorciarem-se
consensualmente, dentro das condições elencadas.
Por força do Poder Constituinte Derivado reformador, foi publicado e
entrou em vigor a referida Emenda Constitucional, eliminando-se o lapso temporal
para o divórcio e privilegiando a autonomia da vontade das pessoas naturais. Ao ser
dada nova redação ao art. 226, § 6º da Carta Magna, desaparece a necessidade de
prazo e a perquirição de culpa para dissolver a sociedade conjugal. Os cônjuges
podem, sem precisar declinar causas ou motivos, e a qualquer tempo, buscar o
divórcio. A respectiva proposta de emenda resultou de iniciativa de juristas do
Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM.
O que se buscou, especificamente, por meio da aprovação da
mencionada emenda constitucional, foi permitir a obtenção mais célere e menos
burocrática da dissolução do casamento sob a aplicação do princípio da afetividade
entre os cônjuges, na perspectiva da felicidade de cada. A família, sob o prisma
jurídico, portanto, seria reconstruída com base no afeto, noção decorrente da
“valorização consoante da dignidade da pessoa humana”, nos ensinamentos de
Flávio Tartuce e José Fernando Simão (in Direito Civil – Direito de Família, vol. 5. 2.
Ed. São Paulo: Método, 2007, pág. 39).
O novo Código Civil Brasileiro no artigo 1.580, § 2°, perdeu eficácia
quando faz menção ao requisito temporal para a concessão do divórcio. O Direito de
Família, em sua moderna perspectiva, norteia-se pela reconhecimento do princípio
da intervenção mínima, distancia-se da burocracia positivista estabelecida no
passado, para efetivar um sistema mais aberto e inclusivo.
Nessa evolução, portanto, reconhecido o fim do afeto que unia o casal,
não existirá mais sentido em forçar uma continuação no relacionamento matrimonial
que não se sustentaria mais. Explica os estudiosos na matéria Cristiano Chaves e
Nelson Rosenvald que:
Infere-se, pois, com tranquilidade que tendo em mira o realce na
proteção avançada da pessoa humana, o ato de casar e o de não
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permanecer casado constituem, por certo, o verso e o reverso da


mesma moeda: a liberdade de auto-determinação afetiva. (in Direito
das Famílias. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009, pág. 277).

Portanto, vê-se que não há óbice à decretação de divórcio dos


requerentes.

VI. DO PEDIDO
Face o exposto, REQUEREM:
1. conceder o benefício da Gratuidade de Justiça, nos termos do artigo 98
do CPC, por serem pobres na acepção jurídica do termo, conforme
declaram;
2. por estarem assim, concordes, conscientes e seguros do pedido
manifestado, e cumpridas as exigências legais, os cônjuges requerem,
respeitosamente, digne-se Vossa Excelência a, depois de ratificadas as
presentes declarações e ouvido o douto representante do Ministério
Público, conceder por sentença a HOMOLOGAÇÃO DO PRESENTE
ACORDO EXTRAJUDICIAL, para que produza todos os efeitos de direito;
3. seja decretado o divórcio de XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
E XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX;
4. seja concedida a guarda unilateral de XXXXXXXXXXXXX e
XXXXXXXXXX à genitora;
5. sejam fixadas as visitas às requerentes de forma livre, com prévio aviso
do genitor à genitora;
6. seja fixada a obrigação alimentar devida pelo genitor às requerentes no
valor de 30% do salário mínimo nacional vigente, a ser depositada em
conta de titularidade da genitora, qual seja, n° 00079506-1, agência
0391, operação 013, até o dia 20 de cada mês, a começar a ser
depositada em novembro de 2019;
7. seja fixada a obrigação alimentar devida pelo genitor às requerentes em
30% de seus rendimentos líquidos, caso se torne empregado com CTPS
assinada;
8. seja intimado o ilustre representante do Ministério Público da Comarca,
conforme exigência do artigo 698 do Código de Processo Civil;
9. a expedição de Mandado de Averbação ao Cartório de Registro Civil de
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Jacarezinho/PR de acordo com os benefícios do art. 9° da Lei 1.060/50,


no qual conste também que o nome da Requerente deverá voltar à forma
de solteira, qual seja XXXXXXXXXXXX.

Dá-se à causa o valor de R$ XXXXXXXX (três mil e quinhentos e noventa


e dois reais e oitenta centavos).

Termos em que pede e


Espera deferimento.

Cidade, data.

XXXXXXXXXXXXXXX
OAB Nº XXXXX

XXXXXXXXXXXXXXX
OAB Nº XXXXXX

XXXXXXXXXXXXXX
Monitor(a) do Núcleo de Prática Jurídica

XXXXXXXXXXXXXXX
Estagiário(a) de Direito

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