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Fausto Macedo
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O código florestal e o desmatamento


Luciana Lanna e Erika Breyer DESTAQUES EM POLÍTICA
08 de agosto de 2017 | 05h00
‘Eu vou implodir o
presidente’, diz líder do PSL
na Câmara
Nos últimos meses, principalmente em razão dos cincos anos de vigência do novo Código
Florestal, o tema desmatamento tem sido uma constante, seja vinculando o seu aumento Supremo sofre pressão
para manter 2ª instância
ao Código, seja em vista do Projeto de Lei recentemente enviado (12/07/17) pelo Governo
Federal ao Congresso Nacional, objetivando transformar parte da Floresta Nacional –
FLONA do Jamanxim, no Pará, em Área de Proteção Ambiental – APA (cuja proteção Líder do PSL diz que
governo ‘não existe’ e que
jurídica é menos restritiva, admitindo-se inclusive atividade econômica como agricultura Bolsonaro está ‘comprando’
e pecuária). Some-se a estes últimos acontecimentos o anúncio da Noruega sobre a deputados

redução de cerca de metade do aporte do país ao Fundo da Amazônia por causa do


aumento do desmatamento na região no ano passado.

Com relação à redução da FLONA do Jamanxim situada no Pará, o Governo Federal


recentemente enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei propondo o corte de
349.085 hectares de sua área total original. O PL substitui a Medida Provisória nº 756
que retiraria 486 mil hectares da unidade de conservação e foi vetada no mês passado
pelo presidente da República.

O PL propõe a transformação da área recortada em APA, categoria de unidade de


conservação que admite no seu interior a existência de propriedades privadas, produção
agropecuária e mineração. Com esta redução, a área da FLONA passará de 1,3 milhão de
hectares para 953.613 hectares.

O pano de fundo dessas questões é o desmatamento. A Lei nº 12.651 que se propõe a


estabelecer regras de proteção à vegetação nativa foi publicada em 25/05/2012, sob
críticas dos mais diversos setores da sociedade, como por exemplo, a instituição do
Cadastro Ambiental Rural – CAR, um dos principais alvos das ressalvas feitas pelas
organizações ambientais pela falta de mecanismos efetivos de monitoramento e aplicação
de penalidades mais severas. Ressalta-se que mesmo havendo a aplicação de multas
pelos fiscais, atualmente menos de 1% é pago.

Anteriormente à publicação da Lei nº 12.651, o desmatamento no Brasil vinha crescendo


de forma vertiginosa, sendo que em junho de 1996 alcançou seu pico, 29.000 km2.
Diante desse cenário, em 2001, o Governo Federal, por meio da Medida Provisória nº
2.166-67/2001, aumentou a restrição de desmatamento em propriedades rurais da
Amazônia, elevando de 50% para 80% a área de reserva legal obrigatória.

Em 2006, o Governo Federal publicou o Decreto nº 5.758, determinando a regularidade


ambiental das propriedades, como por exemplo a recuperação das áreas de reserva legal
para atingir os percentuais estabelecidos pela Medida Provisória. A partir desse decreto, o
Ministério Público (federal e estaduais) estaria legitimamente munido para exigir dos
proprietários rurais o cumprimento da nova regra.

Insatisfeitos com esta obrigação, deputados da bancada ruralista iniciaram um


movimento implacável no Congresso Nacional visando a discussão do PL que culminaria
na publicação da Lei nº 12.651 em 2012. A razão dessa urgência consistia em anistiar as
propriedades privadas até então irregulares, livrando-as das obrigações estabelecidas no
decreto.

Dessa forma, a nova lei, em sua essência, veio alicerçar a intensificação e consolidação do
uso das áreas já abertas, sem qualquer discussão do impacto ecológico a médio e longo
prazo dessas áreas desmatadas.

Significa dizer que, antes da Lei nº 12.651/2012, os proprietários deveriam manter de 20 a


80% de vegetação nativa como reserva legal e, havendo descumprimento desses
percentuais, deveriam recuperar integralmente a área com a vegetação original. A partir
de 2012, a nova lei criou mecanismos que perdoaram os desmatamentos ocorridos até
julho de 2008, dispensando essas áreas da obrigação de recuperação.
Todos os imóveis menores que 4 módulos fiscais (quase 90% dos imóveis rurais do
Brasil), por exemplo, foram dispensados de recuperar a área de reserva legal. A lei
também modificou o tamanho das Áreas de Preservação Permanente próximas a recursos
hídricos, de acordo com o tamanho das propriedades, reduzindo sua proteção.

Nos demais casos, para que ocorra a isenção da punição de fatos ocorridos antes de
22/07/2008, é preciso um procedimento administrativo no âmbito do Programa de
Regularização Ambiental (PRA), após a inscrição do imóvel no CAR e a assinatura de
Termo de Compromisso (TC), que vale como título extrajudicial.

A partir daí, as sanções são suspensas. Havendo o cumprimento integral das obrigações
previstas no PRA ou no TC, apenas as multas serão convertidas em serviços de
preservação, melhoria e qualidade do meio ambiente.

Passados cinco anos de sua vigência, é importante compor um balanço sólido dos seus
efeitos sobre o meio ambiente e a sociedade. O que hoje podemos observar é que o
resultado dessa política pública instituída pela nova lei corresponde ao aumento do
desmatamento, uma vez que de 2006 até 2012 o Brasil estava vivendo um processo
decrescente de desmatamento na Amazônia e no cerrado, e em 2013 viu seus índices
explodirem, muito em razão da lógica com a qual as novas regras foram concebidas.

É fundamental a unicidade de políticas públicas entre os ministérios de Meio Ambiente,


Desenvolvimento Agrário, Agricultura e Minas e Energia, pois, sem unicidade de
políticas, haverá sempre ambiguidade em sua execução.

*Luciana Lanna, advogada especializada em direito ambiental, sócia de


Viseu Advogados e
Erika Breyer advogada especialista em direito ambiental e regulatório de
energia

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