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Manaus, Amazonas
Agosto de 2018
ii
Manaus, Amazonas
Agosto, 2018
iii
Catalogação na Fonte
Serviço Documentação e Acervo Bibliográfico – SEDAB
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
CDD 333.72
v
AGRADECIMENTOS
Acima de tudo, agradeço a Deus misericordioso por me permitir participar deste processo de
aprendizado. Sou grata também a várias pessoas pela realização desta Dissertação, seja na
espontânea ajuda com as leituras, materiais disponibilizados, apontando melhorias no
encadeamento das ideias, ou nas sutis facilitações no trâmite necessário à materialização
formal deste trabalho.
Agradeço a minha orientadora, Dra. Susy Simonetti, pelo contínuo incentivo e paciência.
Agradeço imensamente ao meu coorientador, Dr. Sérgio Borges, pelas maravilhosas dicas,
críticas e apoio, e também as minhas queridas amigas, Regina e Eliana, por colaborarem com
a organização do texto.
Naturalmente, aos meus entrevistados da pesquisa de campo pela extrema paciência e tempo
de dedicação às entrevistas e ao preenchimento dos questionários em uma fase crucial do
estudo.
Aos gestores das RDSs do Tupé e do Rio Negro pelo material disponibilizado, o qual foi
essencial para o andamento da pesquisa, bem como por estarem sempre disponíveis a
responder minhas solicitações.
Em suma, devo agradecimentos àqueles que, em conversas informais, contribuíram para que o
problema central desta pesquisa fosse delineado por um caminho seguro a ser percorrido.
E, finalmente, agradeço aos meus pais, a quem devo minha educação, todo meu respeito e
amor por todos os beijos, carinhos e orações para que eu seguisse minha jornada confiante.
Agradeço especialmente a minha família pela serena compreensão do meu distanciamento nos
longos dias de pesquisa, análise e digitação, aceitando com paciência minhas ausências, na
certeza de que o trabalho chegaria um dia a bom termo e que representaria a batalha vencida.
Obrigada!
vi
RESUMO
SUMMARY
The public use in protected areas can be understood as education, recreation, tourism
and environmental interpretation activities, which provides the visitor with the privilege of
knowing, valuing and understanding the importance of the natural and cultural resources of
these places. Studies about how management of public use by Conservation Units (UCs),
mainly in Sustainable Development Reserves (RDSs), is still in its infancy. The goal of this
study was to comparatively analyze the management of public use of tourism and leisure
activities in two RDSs: i) Rio Negro, under the management of the State of Amazonas; and ii)
Tupé, under the management of the Municipality of Manaus. These CUs belong to the Mosaic
of Protected Areas of the Lower Rio Negro (MBRN), located in the State of Amazonas, and
have concentrated a great part of tourism and leisure activities in this region for decades.
Based on the specific goals, the tourism and leisure activities carried out in each of the UCs
were characterized, the status of implementation of the activities foreseen in the management
tools for public use and the current reality of the PAs were characterized, as well as the
challenges and opportunities identified for the management of tourism and leisure in the UCs,
from their management instruments. For this purpose, bibliographic and documentary
research were carried out, as well as field research with semi-structured interviews,
observations and analysis of management instruments of UCs. The results showed that
tourism and leisure activities occur independently and intensely in the two UCs, covering a
diverse set of activities with various actors involved, such as travel agents and operators, local
initiatives, private boat owners, boaters' cooperatives, Organizations Non-governmental
organizations (ONGs), among others. This tourism dynamic does not occur due to the
management of these units, but from other contexts, without the promotion of PAs.
Insufficient technical and financial capacity was identified for the adequate planning of these
activities in the units. It is also worth mentioning that there is a significant inequality in
obtaining external support among the administrative spheres of PAs. While relevant and
effective support to the development of tourism by ONGs and governmental programs at the
municipal level are non-existent, in the state environment there is clear support from such
organizations, making the difference in the implementation of the actions foreseen in the
Management Programs of the PAs is brutal.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 14
1.1 UNIDADES DE CONSERVAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE MANUTENÇÃO DO
RECURSO NATURAL: PLANEJAMENTO E GESTÃO DO USO PÚBLICO .................... 16
2 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 21
2.1 ÁREAS DE ESTUDO ........................................................................................................ 21
2.1.1 Reservas de Desenvolvimento Sustentável do Tupé e do Rio Negro......................... 23
2.2 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................... 28
3 RESULTADOS .................................................................................................................... 30
3.1 REPRESENTANTES DAS INICIATIVAS LOCAIS ....................................................... 30
3.2 EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS TURÍSTICOS E DE LAZER ................ 31
3.3 GESTORES DAS UCs ....................................................................................................... 32
3.4 REPRESENTANTES DE ÓRGÃOS OFICIAIS DO TURISMO ..................................... 33
3.5 INSTITUIÇÕES PARCEIRAS DAS RDSs DO TUPÉ E DO RIO NEGRO .................... 33
3.6 ATIVIDADES TURÍSTICAS DESENVOLVIDAS NAS UCSs ...................................... 35
3.7 INSTRUMENTOS DE GESTÃO DAS UCs E O USO PÚBLICO................................... 41
3.8 DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A GESTÃO DO USO PÚBLICO ................. 46
3.8.1 Uso público das UCs a partir da perspectiva das iniciativas e dos atores locais ..... 47
3.8.2 Uso público das UCs a partir da perspectiva dos prestadores de serviços
turísticos/operadores externos ............................................................................................... 49
3.8.3 Uso público das UCs a partir da perspectiva dos gestores ........................................ 51
4 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 53
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 63
APÊNDICES ........................................................................................................................... 69
ANEXOS ................................................................................................................................. 79
x
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
INTRODUÇÃO
1
Patrimônio Natural Mundial da UNESCO são áreas naturais reconhecidas internacionalmente como as mais
importantes do mundo.
Disponível em:
<https://cmsdata.iucn.org/downloads/brief___iucn_conservation_outlook_assessments__0812.pdf>. Acesso em:
20 abril 2017.
2
Na região do Amazonas, o turismo convencional de forma embarcada é uma prática de turismo realizada em
barcos com vários padrões de serviços; desde embarcações denominadas lanchas ou voadeiras, onde os turistas
fazem passeios de no máximo um dia inteiro, a navios com toda estrutura tecnológica, alimentação e
entretenimento. Os visitantes fazem trajetos de passeios pelos rios, no intuito de contemplar a natureza, e
também interagir com as comunidades residentes nestas áreas.
15
O estudo nesta região se justifica pelas UCs constituírem o foco de grande parte das
atividades turísticas realizadas do MBRN, sendo recorrentes e de maneira desordenada,
concentrando maiores pressões oriundas desta atividade. Além disso, os ecossistemas
existentes nessa região apresentam importância ecológica e social, abrangendo grande
diversidade biológica importante à conservação.
Contudo, vale ressaltar que o turismo e o lazer são atividades capazes de contribuir
significativamente para a conservação da natureza por fortalecer as UCs por meio de suas
funções sociais, ambientais e econômicas, o que possibilita movimentar toda uma cadeia
produtiva, que contribui para oportunizar emprego e renda, estimular o empreendedorismo,
fortalecer a cultura local e, assim, auxiliar a sustentabilidade dessas áreas e das sociedades
que as habitam.
Dessa forma, esta pesquisa sistematizou dados que podem contribuir no
estabelecimento de estratégias para a gestão das práticas do turismo e lazer que ocorrem
nestas Ucs, pois se acredita que trará melhor entendimento conceitual e instrumental para o
campo de investigação das interfaces e desafios que o tema propõe para a gestão das UCs.
Sendo assim, os dados coletados ocorreram por meio de levantamento de trabalhos
científicos, documentos técnicos, assim como por meio de entrevistas com lideranças e
iniciativas locais, gestores, operadores de turismo e instituições parceiras atuantes nas UCs.
Apresentamos este trabalho estruturado em quatro partes: i) discussão teórica que
envolve os instrumentos de planejamento e a gestão de Unidades de Conservação e o uso
público; ii) caracterização do local de pesquisa e todas as decisões metodológicas que
nortearam o estudo, as estratégias selecionadas e as especificações dos procedimentos
adotados na realização das análises; iii) resultados abordados no estudo, comparando-os as
informações dos instrumentos de gestão existentes nas UCs estudadas, com a realidade trazida
pelo estudo in loco, como também as dificuldades e oportunidades das atividades advindas do
turismo e do lazer para as UCs, a partir dos instrumentos de gestão; e iv) discussões. Por fim,
as considerações finais e sugestões são apresentadas a partir dos resultados da pesquisa.
das principais responsáveis pelo crescimento da economia do País, figurando com a oitava
economia do mundo em 2010. Os autores afirmam que uma boa gestão desses recursos é
fundamental para garantir a capacidade de produção de riquezas a longo prazo, visto a
disponibilidade ao longo do tempo que depende do manejo adequado. A principal estratégia
para garantir os espaços de manejo são as áreas criadas pelo poder público, sendo
especialmente protegidas para esta finalidade.
Os bens naturais protegidos, no âmbito das Unidades de Conservação, são provedores
de serviços ambientais ou ecossistêmicos entendidos como todos os benefícios gerados pelos
recursos ambientais. Podem ser tanto aos produtos gerados diretamente a partir das paisagens
naturais, fauna e flora quanto aos serviços intangíveis, como o lazer por meio do turismo, por
exemplo (MEDEIROS et al., 2011).
A contribuição do turismo, como vetor de desenvolvimento econômico para o Brasil, é
amplamente evidenciada por meio de pesquisas realizadas em todo território nacional.
Conforme dados publicados pelo Instituto Brasileiro do Turismo (EMBRATUR, 2015)3, o
turismo é uma atividade importante para a economia do país, apesar das incertezas do cenário
econômico mundial. Ainda de acordo com a Embratur (2015), o turismo mundial movimentou
mais de um trilhão de dólares em 2014, e que atualmente representa cerca de 3,6% do Produto
Interno Bruto (PIB) no Brasil.
Uma parte relevante das atividades de turismo vem se desenvolvendo em áreas
especialmente protegidas por atrair visitantes nacionais e internacionais. A crescente procura
para sua visitação ocorre em razão da diversidade de belezas naturais que o país oferece, de
tal forma que surgem variadas motivações para a prática da atividade turística, bem como para
o lazer. A atividade turística em ambiente natural pode funcionar como um instrumento de
sensibilização da sociedade, no que se refere à importância da preservação e conservação da
biodiversidade local, além de ser um instrumento que contribui para o desenvolvimento
nacional (BRASIL, 2006).
Em balanço apresentado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), a visitação nas UCs federais contabilizou 10,7 milhões de
visitantes em 2017, o que representa um acréscimo de 20% em relação ao ano de 20164. O
3
BRASIL. Ministério do Turismo (MTUR). EMBRATUR. 2015. Disponível em:
<http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/>. Acesso em: março 2017.
4
ICMBio. Disponível em: < http://www.icmbio.gov.br >. Acesso em: abril 2018.
18
CATEGORIAS
USO SUSTENTÁVEL PROTEÇÃO INTEGRAL
Reserva Extrativista INTEGRAL
Área de Relevante Interesse Ecológico Estação Ecológica
Reserva de Desenvolvimento Sustentável Refúgio da Vida Silvestre
Reserva de Fauna Parques Nacional
Área de Preservação Ambiental Reserva Biológica
Floresta Nacional Monumento Natural
Reserva Particular do Patrimônio Natural
CATEGORIAS
USO SUSTENTÁVEL PROTEÇÃO INTEGRAL
Reserva Extrativista
Área de Relevante Interesse Ecológico Estação Ecológica
Reserva de Desenvolvimento Sustentável Refúgio da Vida Silvestre
Reserva de Fauna Parques Nacional
Área de Preservação Ambiental Reserva Biológica
Floresta Estadual Monumento Natural
Rio Cênico Reserva Particular do Patrimônio Natural
Estrada Parque
Reserva Particular de Desenvolvimento
Sustentável
Fonte: Lei Complementar nº. 53/2007, Arts. 8º e 15 (SEUC)
O Plano de Gestão (PG) ou Plano de Manejo (PM) deverá ser elaborado por equipe
técnica multidisciplinar. Durante suas formulações, as comunidades devem ser consultadas
acerca dos programas a serem desenvolvidos na Unidade, considerando-se as características
socioeconômicas e culturais locais, integrando o conhecimento das comunidades.
O instrumento de planejamento direcionado para a visitação pública é o Plano de Uso
Público (PUP). Este instrumento estabelece as diretrizes para garantir maior eficiência na
administração e manejo das áreas naturais protegidas, a fim de minimizar os possíveis danos
associados à visitação, por meio da definição das formas sustentáveis de utilização das UCs e
a otimização de atividades (LEUZINGER, 2010). As diretrizes estabelecidas no PUP devem
porporcionar ao usuário a oportunidade de interagir da melhor forma possível com a natureza
e sociedades nela existentes. Assim, os instrumentos de gestão, em síntese, são os pilares para
o planejamento da gestão das UCs, nos quais a visitação pública deve ser fundamentada
dentro dos objetivos de criação dessas áreas.
Nesse sentido, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Secretaria da
Biodiversidade e Florestas (SBF) editaram diretrizes que instituem os princípios a serem
observados no planejamento e gestão do turismo em Unidade de Conservação. Dentre eles,
destacam-se a concordância entre os princípios contidos no PG e as diretrizes estabelecidas no
PUP; a sensibilização do visitante quanto a importância da conservação dos ambientes e
processos naturais, independentemente da atividade em prática na UC; e a contribuição da
visitação para a promoção do desenvolvimento econômico e social das comunidades locais
(BRASIL, 2006).
As UCs possuem regras e normas próprias quanto à visitação, conforme indicado no
PG e PM. Porém, seu planejamento deve estar alinhado às políticas nacionais, estaduais e
municipais de turismo, para que as metas não sejam traçadas em desacordo com os contextos
local, regional e nacional. Desse modo, é possível avançar em direção a uma nova perspectiva
em planejamento para o turismo em áreas protegidas.
Considerando a gestão participativa do Conselho Gestor da Unidade de Conservação e
as consultas diretas às comunidades, o planejamento das atividades é realizado a partir do
levantamento de informações que subsidiam os programas estabelecidos no Plano de Gestão,
por meio de oficinas de planejamento participativo e aprovação do Conselho Gestor. No
âmbito do Art. 2º, do Decreto Estadual nº. 30.873/2010, o uso público de uma UC deve ser
desenvolvido com finalidade recreativa, turística, esportiva, histórico-cultural, educacional e
21
2 MATERIAL E MÉTODOS
5
Em 2010, após a criação do Mosaico do Baixo Rio Negro (MBRN) com 11 UCs, foi criada a Reserva de
Desenvolvimento Sustentável Puranga Conquista pelo governo do Estado do Amazonas (Lei Estadual nº. 4.015
de 24 março de 2014), totalizando 12 UCs a partir 2014.
22
As duas UCs aqui estudadas estão dentro da região metropolitana de Manaus, sendo
que a RDS do Tupé se localiza na margem esquerda do Rio Negro, e a RDS do Rio Negro se
situa na margem direita (Figura 2).
A RDS do Tupé é uma UC municipal gerida pela Secretaria Municipal de Meio
Ambiente e Sustentabilidade (SEMMAS), cuja principal atribuição é formular e executar a
política municipal de meio ambiente da cidade de Manaus, de acordo com as diretrizes
estabelecidas pela política nacional de desenvolvimento econômico, científico, tecnológico e
de meio ambiente. A UC foi criada por meio do Decreto nº. 8.044, de 25 de agosto de 20056,
regulamentada e aprovada por meio da Resolução nº. 040 do Conselho Municipal de
Desenvolvimento e Meio Ambiente (COMDEMA), de 18 de abril de 2006. É constituída por
um Conselho Deliberativo, instituído no ano de sua criação, com representantes de
instituições governamentais, da sociedade civil e moradores da UC.
A RDS do Rio Negro é uma UC estadual gerida pela Secretaria de Estado do Meio
Ambiente (SEMA) por meio do Departamento de Mudanças Climáticas e Gestão de Unidades
de Conservação (DEMUC). A UC é constituída por Conselho Deliberativo, sendo presidido
pelo órgão responsável por sua administração, e conta com representantes de órgãos públicos,
organizações da sociedade civil e das populações tradicionais residentes na UC e no seu
entorno.
6
MANAUS. Prefeitura Municipal de Manaus. Decreto nº. 8.044 de 25 de agosto de 2005. Cria a Reserva de
Desenvolvimento Sustentável do Tupé (REDES do Tupé), localizada na Bacia do Rio Negro e dá outras
providências. In: Diário Oficial do Município, Manaus, n.1390, 24 dez. 2005.
24
Figura 2: Mapa de localização das Unidades de Conservação, RDS do Tupé e do Rio Negro.
Fonte: SIPAM (2018); IBGE (2018)
25
Com área total de 11.973 ha, a RDS do Tupé está localizada a 25 km a oeste da cidade
de Manaus, podendo ser acessada somente por via fluvial, com percurso aproximado de 20 a
30 minutos em lancha rápida. Esse espaço territorial abriga 18 distritos distribuídos em seis
comunidades, a saber: Agrovila Amazonino Mendes, Colônia Central, Julião, Nossa Senhora
do Livramento, São João e Tatu. Essas localidades são ocupadas por populações tradicionais,
incluindo indígenas (CHATEAUBRIAND et al., 2009).
A RDS do Rio Negro foi criada pela Lei Estadual nº. 3.355, em 26 de dezembro de
2008. Possui 102.978,83 ha distribuídos entre os municípios de Manacapuru (correspondendo
a 4% da área total), Iranduba (80%) e Novo Airão (16%). A UC faz limites com a APA
Margem Direita do Rio Negro (Setor Puduari-Solimões), da qual foi desmembrada, PAREST
do Rio Negro Setor Norte e PARNA Anavilhanas. A RDS do Rio Negro apresenta um
importante cenário biológico, abrigando ecossistemas florestais tais como florestas de igapó,
de terra firme, campinas e campinaranas, sendo considerada uma complexa matriz
paisagística que oferta à região grande biodiversidade em vários níveis ecossistêmicos.
Essa UC é composta por 19 comunidades organizadas geograficamente em três polos,
onde aproximadamente 622 famílias vivem: i) Polo I – Tiririca, Santo Antônio, Marajá e
Nova Esperança; ii) Polo II – Terra Preta, Camará, Carão, Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro do Tumbira, São Sebastião do Saracá, Santa Helena do Inglês; e iii) Polo III – Terra
Santa, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, São Francisco do Bujaru, São Tomé, Santo
Antônio do Acajatuba, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora de Fátima, Nova Aliança
e XV de Setembro. O acesso ocorre principalmente por via fluvial e, em alguns trechos, por
via terrestre, partindo pela estrada AM-070 (trecho Manaus – Manacapuru) e AM-352 (trecho
Manacapuru – Novo Airão). O tempo previsto para chegar nas comunidades da região Norte
da UC, que estão mais afastadas de Manaus, é de 6 horas via barco de linha, e 3 horas de
voadeira (motor 40 hp) ou 1h:30 min (motor 115 hp).
O número de habitantes da RDS do Rio Negro não está definido em seu Plano de
Gestão. Assim, a Tabela 3 apresenta a divisão por famílias que residem em todas as
comunidades da Reserva.
26
A RDS do Tupé possui importância estratégica dentro do mosaico (MBRN) por estar
próxima ao chamado Estreito, área importante para controle da região, proteção e fiscalização
efetiva da navegação (subida e baixada) do Rio Negro, como também por abrigar em seu
interior uma rica diversidade biológica. Dentre as espécies de primatas encontradas, destaca-
se o Sauim-de-coleira ou Sauim-de-manaus (Saguinus bicolor). Sua existência foi registrada
apenas nos municípios de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara, e encontra-se em condição
de risco de extinção7, sendo este o principal motivo para o reconhecimento dessa área
protegida do município de Manaus, por efeito do Art. 32, da Lei nº. 605/2001. (MANAUS,
2008).
7
Sauim-de-colera (Saguinus bicolor) é uma espécie de macaco criticamente em perigo de extinção, restrita à área
compreendida entre os municípios de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara. Alguns dos fatores de risco a sua
existência são os incêndios, assentamentos rurais, expansão urbana, predação por espécie doméstica,
desmatamento, desconexão e redução de habitat, poluição de ambientes e caça. Disponível em:
<http://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/estado-de-conservacao/7232-mamiferos-saguinus-bicolor-
sauim-de-coleira. 399>. Acesso em: maio 2018.
27
Das UCs que compõem o MBRN, a RDS do Tupé é a mais próxima de Manaus.
Diante disso, apresenta uma característica particular em relação às demais: a pressão exercida
pela especulação imobiliária e pelas populações que migram de Manaus, gerando um fluxo
intenso de ocupação (ARAÚJO, 2008). Essa ocupação é intensificada por visitantes movidos
para o turismo de lazer, desenvolvido principalmente na comunidade de São João, onde está
localizada a Praia do Tupé. Visitada constantemente por turistas brasileiros e estrangeiros,
esse local é apreciado especialmente para observação de rituais indígenas que ocorrem nesta
comunidade e proximidades. Além disso, os moradores da área urbana de Manaus, também
utilizam essa praia para o lazer em feriados e finais de semana (MANAUS, 2011).
As atividades econômicas das comunidades da RDS do Tupé incluem agricultura,
exploração de madeira, criação de pequenos animais, pesca, programas governamentais de
transferência de renda por meio de bolsas, venda de alimentos preparados, comércio,
funcionalismo público e turismo. A população da RDS do Tupé é estimada em um pouco
mais de dois mil habitantes distribuídos nas seis comunidades (Tabela 4).
Tabela 5: Atores entrevistados na pesquisa e número de entrevistas realizadas nos respectivos locais.
Para avaliar o status de implementação das atividades de turismo e lazer propostas nos
instrumentos de gestão (PG e PUP) das UCs, que foram estabelecidas nos planos e programas
para uso público, foi considerada a análise dos documentos, bem como as respostas dos
gestores, dos representantes dos departamentos ligados à gestão do uso público das UCs e dos
representantes dos órgãos oficiais de turismo nas distintas esferas acerca de suas participações
na consolidação das ações propostas nos planos e programas de gestão, além das evidências
encontradas em campo. Esses dados permitiram compreender as relações entre o que acontece
na prática e o que consta nos instrumentos de gestão, a fim de compreender os fatores
relevantes para comparar o cenário atual das UCs, na perspectiva da gestão do turismo e lazer.
Para identificar os desafios e oportunidades do turismo e lazer na gestão das UCs, a
partir dos seus instrumentos de gestão, foram analisadas as respostas dos representantes dos
órgãos gestores das UCs. Assim, as técnicas de abordagem e seus objetivos para o
levantamento dos dados primários em campo foram assim divididos:
3 RESULTADOS
As iniciativas locais correspondem aos serviços de turismo ofertados dentro das UCs.
Normalmente, são moradores das comunidades que trabalham com atividades turisticas antes
mesmo do reconhecimento destas UCs como áreas protegidas. Para a RDS do Tupé, o contato
ocorreu com seis (06) representantes, distribuídos em cinco (05) comunidades, e 11
representantes da RDS do Rio Negro, distribuídos em nove (09) comunidades.
Na RDS do Tupé, as comunidades envolvidas foram as de São João, com
representante de pousada e de iniciativa indígena que oferta apresentação de danças e rituais;
Julião, cuja iniciativa oferta pernoites em casa e venda de doces e geleias para visitantes;
Colônia Central conta um condutor de trilha local; Nossa Senhora do Livramento possui um
grupo de artesanato; e Agrovila, com entrevista direcionada a um professor que gerencia um
31
8
Trata-se de um importante acervo arqueológico que está, desde 2004, sob a guarda da Escola Municipal Paulo
Freire, localizada na sede da comunidade Agrovila, REDES do Tupé, sendo do conhecimento do IPHAN
(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
32
Transporte Fluvial da Marina do Davi (Coop-Acamdaf) que presta serviços para as demandas
turísticas e realiza rotas regulares para o transporte de passageiros entre as comunidades da
UC.
Na RDS do Tupé, o contato ocorreu primeiramente com o gestor da UC. Por sugestão
do gestor, contatamos também dois (02) gestores que antecederam a gestão atual e
representante da direção de áreas protegidas da SEMMAS. Na RDS do Rio Negro, o gestor e
representante da assessoria técnica do DEMUC foram contatados.
Atualmente a RDS do Tupé possui um (01) gestor, um (01) piloteiro/agente de defesa
ambiental, um (01) guarda municipal lotado em uma base de apoio dentro da reserva e seis
(06) vigilantes que ficam na base flutuante da SEMMAS. A RDS do Rio Negro conta com um
(01) gestor apoiado pelo corpo técnico do DEMUC para ações estratégicas, como oficina,
monitoramentos, entre outros.
A RDS do Tupé está diretamente ligada ao Departamento de Áreas Protegidas
(DEAPR), que administra as atividades nas UCs do município de Manaus, dentro da estrutura
operacional da SEMMAS, fazendo parte da Diretoria Técnico-Operacional. Um departamento
de uso público para as UCs do município é inexistente. Porém, há um Programa de
Conhecimento responsável pelas autorizações para a realização de pesquisas. Na RDS do
Tupé, os instrumentos existentes para uso público são o Plano de Uso Público e o
regulamento de Uso Público da Praia do Tupé, que estabelece regras gerais de utilização dos
espaços da praia e das instalações ali existentes. Ambos instrumentos foram elaborados e
aprovados em 2008. Um Acordo de Visitação nos Núcleos Indígenas está em processo de
elaboração e visa estabelecer as diretrizes e procedimentos que deverão ser observados na
visitação aos grupos indígenas em UCs municipal e estadual (Puranga Conquista).
A RDS do Rio Negro está diretamente ligada ao DEMUC, que estabelece as políticas
e programas de gestão das UCs do Estado. Sua principal função é administrá-las direta ou
indiretamente, tendo como órgão fiscalizador o Instituto de Proteção Ambiental do Estado do
Amazonas (IPAAM), cuja função é licenciar atividades potencial ou efetivamente poluidoras
ou degradadoras. Na UC, existem como instrumentos de gestão para uso público, o Decreto
nº. 30.873, de 28 de dezembro de 2010, que estabelece diretrizes para visitação nas UCs
estaduais. Outros documentos em destaque são os procedimentos e trâmites necessários para a
33
meio do Programa Bolsa Floresta (PBF) que realiza o pagamento por serviços ambientais às
comunidades tradicionais dentro da UC.
O apoio ao turismo ocorre por meio da promoção de cursos e capacitação de
comunitários, com foco principalmente no empreendedorismo, incentivo ao artesanato, à
implementação de pousadas e restaurantes e na criação de roteiros turísticos, com destaque
para o Roteiro de TBC RDS do Rio Negro. Esse roteiro foi criado com apoio do Fórum de
Turismo de Base Comunitária (FTBC) do Rio Negro9, como parte do Programa Passaporte
Verde10, visando atender as possíveis demandas turísticas da Copa do Mundo de Futebol de
2014, tendo o Amazonas como cidade-sede. As comunidades que fazem parte desse roteiro
são: Tumbira, Santa Helena, Saracá, São Tomé, Santo Antônio do Lago do Acajatuba e Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro. Ainda ocorre apoio com demandas de visitantes para a UC,
onde a instituição, por meio do núcleo de capacitação instalado na comunidade de Tumbira,
promove vários encontros e cursos de intercâmbios com escolas e projetos de outros estados e
países.
Na RDS do Tupé, foi mapeada a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) que
atua na UC desde 1997, com projeto de extensão universitária por meio do Programa
Tupé/UFAM e desde 2006, a instituição faz parte conselho gestor. Colaborou na elaboração
de instrumentos de regulamentos para uso público na Praia do Tupé, na criação de
infraestrutura física de apoio ao uso público (banheiros públicos, sinalização e barracas de
serviço ao público) e articulador do Roteiro de Turismo Comunitário no Baixo Rio Negro
(Tucorin).
Iniciado em 2010, o Roteiro Tucorin é uma iniciativa de TBC subsidiado pelo projeto
Talentos do Brasil Rural, uma parceria entre o Ministério do Turismo (MTUR), Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Sebrae e Agência
de Cooperação Alemã (GTZ). Contou com apoio das ONGs, Nymuendaju11 e IPÊ (Instituto
de Pesquisas Ecológicas), e envolveu as comunidades das RDS Tupé e Puranga Conquista.
Na RDS do Tupé, envolve as comunidades de São João, Julião e Colônia Central. O Roteiro
9
Representa um espaço para discursão da temática em diferentes níveis de governança, bem como para
influenciar políticas públicas voltadas para o turismo em UCs, buscar apoio para capacitações, intercâmbios e
consolidação da atividade turística em base comunitária no Rio Negro.
10
O Programa Passaporte Verde teve como objetivo qualificar o produto turístico para a Copa do Mundo de
Futebol de 2014 nas localidades receptoras, além da implantação de infraestrutura básica, ações de educação
ambiental com apoio do MMA. O intuito era incentivar os visitantes a reduzir os impactos negativos das
atividades nos ambientes visitados.
11
Organização não-governamental que atua no Amazonas por meio de projetos sociais.
35
Tucorin objetivou integrar as comunidades rurais e indígenas, que tinham ojeriza pelo turismo
convencional e nada inclusivo, aos roteiros de visitação da cidade de Manaus, visando à
geração de trabalho e renda, e o protagonismo destas comunidades na gestão da atividade.
Realizado pelo IPÊ e parceiros, o Plano de Negócios (PN) para o Roteiro Tucorin foi
apresentado em 2014. O plano tinha o objetivo principal de acesso ao mercado, em vista do
seu fortalecimento e viabilidade econômica, buscando parcerias para a sua comercialização.
Atualmente, esse roteiro continua acontecendo nas comunidades da RDS do Tupé, mas de
forma incipiente e sem apoio dessas instituições. Sua articulação vem sendo realizada de
forma voluntária por um profissional do turismo que colaborou na implementação de
atividades para o desenvolvimento do roteiro na RDS do Tupé.
Um rol de atividades foi identificado nas duas UCs, conforme mostrado na Tabela 6.
Dentre as atividades, 15% ocorrem somente na RDS do Tupé, 30% somente na RDS do Rio
Negro, e 55% são comuns nas duas unidades. Porém, alguns atrativos, como rituais indígenas
e interação com botos, são exclusivos de uma ou de outra. Na RDS do Tupé, as atividades que
contam com frequência significativa de visitantes é o lazer na Praia do Tupé, localizada na
comunidade de São João, e apreciação de rituais indígenas, próxima à comunidade do Tatu.
Na RDS do Rio Negro, as atividades mais expressivas representam a visitação à comunidades
e “casa de caboclo”, interação com botos e venda de artesanato. Vale ressaltar que a visitação
às comunidades envolve o passeio para conhecer a comunidade, e muita das vezes, a compra
de artesanatos. Por outro lado, a visita à casa de caboclo é um atrativo ofertado pelas
empresas operadoras que consiste na apresentação da casa de farinha com oferta de culinária
regional, como tapioca, café ou suco, e demonstração do processo artesanal de preparo da
farinha, mas sem fazer a farinha. A Tabela 6 lista as atividades turísticas realizadas nas duas
UCs.
36
É importante salientar que a frequência das atividades de turismo e lazer nas duas UCs
se refere ao número de vezes que o fenômeno ocorre. Portanto, alta frequência das atividades
é a forma bastante frequente, ou seja, ocorrem todos os dias da semana ou de forma mais
intensa nos finais de semana. Por outro lado, a moderada está relacionada à forma bem menos
expressiva destas atividades, com pelo menos uma ou duas frequências por mês, enquanto a
baixa ocorre poucas vezes ao ano.
Da mesma forma, a ocorrência das atividades se refere ao local ou locais onde o
fenômeno ocorre. Neste caso, quando se faz referência à ocorrência localizada ou espalhada,
descrevemos os locais ou comunidades situadas dentro de cada UC. Por exemplo, a interação
com botos ocorre de forma bem localizada na região do Acajatuba, especificamente na
comunidade de Santo Antônio do Lago do Acajatuba, já a apreciação da farinhada ocorre de
forma espalhada, ou seja, dentro de várias comunidades nas duas UCs.
37
O levantamento das atividades turísticas nas duas UCs identificou que as visitações
ocorrem o ano todo, sendo mais expressivas nos meses de julho a setembro, períodos de
formação de praias exuberantes. Na RDS do Rio Negro, as atividades realizadas totalizam 17,
enquanto na RDS do Tupé, 14. As que são exclusivas da RDS do Rio Negro somam seis (06),
e as exclusivas da RDS do Tupé são apenas três (03). As atividades comumente realizadas
entre as duas somam 11. No total, 13 operadores/articuladores frequentes nas UCs foram
contatados.
Os rituais indígenas são apreciados por 80% do público visitante, na sua maioria,
turistas dos estados do Sul e Sudeste, mas também visitantes europeus (italianos, franceses,
alemães) e americanos (20%). As visitas ocorrem praticamente todos os dias por meio de
embarcações particulares, Coop-Acamdaf, agências e hotéis de Manaus e lanchas rápidas
(Expressos), atracadas no centro de Manaus. O gasto médio para esta visita varia entre R$
30,00 a R$ 50,00/pessoa, principalmente, para a compra de artesanatos (não ocorrendo
sempre). Além disso, o valor para apreciação dos rituais não é pago diretamente para os
grupos indígenas pelo visitante, pois já está incluso no pacote negociado com os agentes e
operadores. O tempo das visitas ocorrem aproximadamente em até 50 minutos.
Outra atividade que merece destaque na RDS do Tupé é a Floresta Cultural Herisãrõ,
que ocorre na comunidade São João. É um projeto idealizado pelos indígenas da etnia
Dessana que visa à valorização e conservação da cultura indígena local. Consiste em uma
emersão na floresta amazônica para conhecer os modos de vida, tradições, costumes e crenças
indígenas. O projeto iniciou em 2015, mas, somente em 2018, conseguiu autorização da
gestão da UC para sua realização. Atualmente, está em avaliação, tendo como público,
especialmente europeus. Embora o fluxo de visitas seja considerado baixo, há potencial para
seu desenvolvimento, pois existe forte investimento em marketing por parte dos idealizadores
(Anexo G).
Conforme mencionado anteriormente, as atividades de lazer que ocorrem na RDS do
Tupé são realizadas principalmente na Praia do Tupé, de maneira mais intensa nos finais de
semana (público maior aos domingos). A maior demanda corresponde aos moradores da
cidade de Manaus (95%) que acessam a UC por meio de embarcações regionais (recreios),
embarcações particulares e por meio da Coop-Acamdaf.
Pelo fato de a Praia do Tupé ser um local de intensa visitação, foi criado, em 2008, o
Regulamento de Uso da Praia do Tupé que estabelece regras gerais de utilização desse espaço
e de seu entorno, bem como das instalações de uso público ali existentes. Por meio desse
38
instrumento, pretendíamos analisar o cenário das visitas ocorridas nos anos de 2008 a 2017.
Porém, para esta pesquisa, só foi possível acessar os dados dos anos de 2016 e 2017. Em
2016, 10.559 pessoas visitaram a Praia do Tupé. Em 2017, esse público cresceu, totalizando
18.828 visitantes. A Figura 3 abaixo indica que ocorreu um aumento médio mensal de 967
visitantes, em 2016, para uma média mensal de mais de 1.600 visitantes em 2017.
Figura 3: Número de visitantes na Praia do Tupé (RDS do Tupé) em dois anos de monitoramento.
Fonte: Prefeitura de Manaus/ SEMMAS (2017)
implementadas, e para a Geração e Renda voltada para o turismo, 10 ações. No total, 21 ações
foram estabelecidas para o desenvolvimento das atividades de turismo e lazer na UC.
A Tabela 8 apresenta o status atual de implementação das atividades previstas para o
desenvolvimento do turismo, presentes nos instrumentos de gestão de ambas as UCs.
Tabela 8: Status das atividades previstas nos instrumentos de gestão das UCs.
Não implementada 20
Parcialmente implementada 0
Em andamento 1
TOTAL 22
RDS do Rio PG (2017) Implementada 6
Negro
Não implementada 9
Parcialmente implementada 1
Em andamento 5
TOTAL 21
Fontes: PUP (2008); PG RDS do Tupé (2017); PG RDS do Rio Negro (2017)
Dentre as ações estabelecidas nos Plano da RDS do Tupé, das 42 definidas no Plano
de Turismo, uma (01) foi implementada e três (03) foram descontinuadas; no PUP, das 12
ações, uma (01) está em andamento; no PG, das 22 ações, uma (01) foi implementada e uma
(01) está em andamento. Vale ressaltar que a ação proposta no Plano de Turismo da Praia do
Tupé, no âmbito da Mobilização, Educação e Cultura, sobre Criar Fórum de Discussão para o
turismo, não ocorreu na UC. Contudo, suas discussões acontecem no FTBC do Rio Negro. Na
RDS do Rio Negro, das 21 ações previstas, seis (06) já foram implementadas, cinco (05) estão
em andamento, e uma (01) está parcialmente implementada.
No Plano de Gestão da RDS do Tupé, não foram incorporadas as propostas
estabelecidas no Plano de Turismo da Praia do Tupé, tampouco as que foram propostas no
PUP. Das sete (07) ações previstas, especificamente para o turismo e lazer na UC por meio do
PG, constam como prioridade a reforma das barracas da praia, a implementação do PUP e a
45
12
Criado em 2002, por meio de um alinhamento inovador entre governo federal, órgãos estaduais e instituições
privadas e a sociedade civil, o ARPA representa atualmente a principal estratégia de conservação da
biodiversidade para o bioma amazônico. Por meio da criação, da expansão e do fortalecimento de Unidades de
Conservação (UCs), o programa assegura recursos financeiros para a gestão e manutenção das UCs e a
promoção do desenvolvimento sustentável da Amazônia. Disponível em: <https://www.wwf.org.br>. Acesso
em: 04/2018.
46
ainda não ter nenhum registro das ações realizadas pela Manaustur. Na UC, atua
pontualmente com apoio técnico em capacitações (estruturações para novos produtos
turísticos, voltados para trilhas, inglês básico), bem como divulgação e marketing.
Atualmente, um site com informações sobre a UC, regulamento e normas de uso, turismo e
lazer, acesso a unidade, entre outras informações está em desenvolvimento pela Manauscult.
Embora tenha ações prioritárias a serem implementadas para o uso público, a maior
prioridade estabelecida no Plano de Gestão é a regularização fundiária da reserva, sendo
considerada de situação de extrema importância neste momento; um desafio complexo que
está relacionado principalmente à ocupação ilegal dentro da UC.
No que se refere à gestão do uso público de turismo e o lazer nas duas UCs, a partir
dos instrumentos de gestão, a Tabela 9 destaca os principais desafios e oportunidades que
foram evidenciados pelos seus gestores.
Seguir o plano não vai ser difícil, precisa de recurso humano [...].
Enquanto não se pensar em ter recursos humanos e financeiro para tocar esta
agenda, eu acho que a gestor não consegue sozinho [...]. Não tem uma equipe para
pensar o turismo coletivo na UC. (Membro 1 da equipe gestora da UC estadual,
2017).
3.8.1 Uso público das UCs a partir da perspectiva das iniciativas e dos atores locais
para recepção dos visitantes, pois, mesmo tendo um CADS13 e barracas de alimentação, estas
não conseguem atender as demandas principalmente em épocas de maior fluxo. Algumas
barracas já se encontram em processo de reestruturação, conforme observações pessoais in
loco, e finalização prevista até o final do segundo semestre de 2018. O CADS oferece
estrutura de banheiros e centro de reuniões e capacitações, mas é pouco utilizado pelos
visitantes como apoio a visitação turística.
3.8.2 Uso público das UCs a partir da perspectiva dos prestadores de serviços
turísticos/operadores externos
13
CADS: Centro de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável Professor Roberto Vieira.
50
sobre as atividades realizadas por estas empresas na UC. Por outro lado, os representantes das
empresas que atuam na RDS do Rio Negro têm ciência que atuam em áreas protegidas e
conhecem as diretrizes e regras para a sua visitação. Destacam ainda que existe diálogo com
os representantes do órgão gestor, e observam que a comunicação entre órgão gestor e
empresas ainda é incipiente, mas poderá contribuir para uma boa relação no planejamento das
ações, visando o desenvolvimento das atividades na UC.
Os prestadores de serviços turísticos concordam com aspectos positivos das atividades
de turismo e lazer para as UCs. Destacam a geração de renda para as comunidades e para o
setor de turismo, o conhecimento e troca de experiências, conscientização e sustentabilidade
ambiental. Em relação aos fatores negativos, concordam sobre a ocorrência de poluição em
áreas muito visitadas, a exemplo das praias existentes nas duas UCs, com necessidade de
melhor fiscalização nestas áreas.
Ressaltam que o papel da gestão para o desenvolvimento do turismo nas UCs, dentre
outras coisas, é viabilizar e realizar parceria com os órgãos de turismo e com o setor turístico
de forma geral, organizar e planejar as atividades, implementar sinalização turística nas UCs,
bem como a divulgação. Observam que estes fatores são preponderantes para a melhoria da
qualidade dos serviços e produtos turísticos nas UCs.
Sob o ponto de vista dos operadores que atuam na RDS do Rio Negro, há falta de
visão dos gestores públicos sobre a importância do turismo e lazer para as áreas protegidas,
além da necessidade de profissional técnico capacitado para o gerenciamento das atividades
de uso público nas unidades. Os operadores destacam o enorme potencial para
desenvolvimento de novos atrativos na UC, como exemplo, a pesca esportiva. Concordam
que já houve algum avanço em termos de capacitação e melhoria dos serviços das iniciativas
locais da UC, por meio da FAS, e destacam o Plano de Gestão recentemente aprovado como
um instrumento que poderá contribuir para a estruturação das atividades de turismo na UC,
caso as ações sejam desenvolvidas.
Na RDS do Tupé, os operadores desconhecem qualquer ação ou propostas
estabelecidas nos instrumentos de gestão da UC, pois não houve participação destes atores
com informações para a elaboração dos planos existentes. Os representantes de embarcação
regional e Coop-Acamdaf informam sobre a tentativa do órgão gestor, de ordenamento para
utilização da Praia do Tupé pelas embarcações, iniciada em 2008, mas durou até 2012.
Demonstram desacreditar na organização e estruturação deste espaço por meio do órgão
gestor, pois enfatizam que atuam na reserva há muitos anos e não conseguem verificar
51
Fomentar a atividade turística nas UCs tem seu lado positivo, mas pode
trazer junto uma série de problemas (prostituição infantil, tráfico de animais e
drogas, entre outros), sendo necessário um trade muito bem organizado e
capacitado, como também uma população local que entenda a importância da
preservação destas áreas. (Membro 1 da equipe gestora da UC estadual, 2017).
Não foram encontrados, no site oficial de divulgação das UCs, meios de contatos com
a unidade nem informações para os visitantes, tais como horário de visitação, formas de
acesso, tipos de atividades desenvolvidas, meses mais propícios para visitação, além de
informações básicas sobre a unidade como clima, relevo, vegetação e fauna que ali ocorrem.
Segundo os gestores, a contribuição das atividades de turismo e lazer aliada as demais
estratégias da gestão das duas UCs poderá ocorrer a partir do ordenamento e aproximação
com trade turístico, da sensibilização das comunidades e dos visitantes, assim como o apoio
efetivo das entidades governamentais e não-governamentais.
Embora a RDS do Tupé apresente uma identidade visual (Anexo E), esta não transmite
de forma eficaz o motivo pelo qual a UC foi criada, sendo vista pelos usuários, iniciativas
locais e prestadores de serviços turísticos como identidade da Praia do Tupé, e não da reserva.
Por outro lado, a RDS do Rio Negro não possui identidade visual, mas está sendo articulada,
junto às comunidades, a elaboração da logomarca como uma das estratégias da gestão para o
turismo e lazer. Outra estratégia é o mapeamento dos prestadores de serviços turísticos
(iniciativas locais e operadores externos) que atuam dentro da UC, onde já foram pesquisados
em Novo Airão (Iranduba) e as que estão localizadas dentro da UC. Já os operadores de
Manaus estão sendo mapeados com o apoio da Amazonastur.
A RDS do Tupé tem adotado como estratégia de gestão para o turismo e lazer na UC o
retorno do funcionamento da Câmara Técnica de Uso Público, local de diálogo sobre a
reativação do TBC, bem como a implementação do PUP.
4 DISCUSSÃO
instrumento robusto de gestão para o futuro. Por outro lado, a RDS do Rio Negro apresenta
um plano com informações coletadas refinadas que ajudaram a subsidiar um planejamento
que reflete um pouco melhor a dinâmica local e, portanto, mais eficácia em trazer para o
planejamento metas e ações mais factíveis que provavelmente terão melhores desdobramentos
no futuro.
O fato de o PG da RDS do Tupé, em seu programa de uso público, apresentar como
uma de suas metas a execução de um plano com dez anos de existência, não reflete
consonância com a realidade existente. A atualização deste documento é urgente e o torna
mais interessante, pois os instrumentos precisam refletir a realidade local (BRASIL, 2006), no
sentido de viabilizar ações que possam ser mais factíveis para a gestão. Os principais entraves
no processo de gestão dessa UC são as dificuldades para implementação das ações para
geração dos resultados, cujos programas se propõem, mas que não foi possível em dez anos
com o PUP.
Apesar do PG da RDS do Rio Negro ter sido aprovado tão somente em 2017, isso não
impossibilitou o andamento das ações para o desenvolvimento de atividades voltadas para o
uso público, mesmo antes de tal marco. É importante salientar que a implementação de muitas
das ações propostas no PG da RDS do Rio Negro só foi possível graças às contribuições da
FAS e do ARPA, aspectos que tornam brutal a diferença entre as duas UCs, no tocante ao
desenvolvimento das atividades de turismo e lazer. Estas circunstâncias revelam que a
consolidação das parcerias é fundamental para o alcance dos objetivos e desenvolvimento um
pouco mais equitativo das áreas protegidas (DRUMM e MOORE, 2002). A atuação da FAS
na RDS do Rio Negro possibilitou maior envolvimento das comunidades no processo de
organização para o turismo. Os resultados deste processo ficaram evidentes com as
capacitações que envolveram as comunidades, bem como a infraestrutura construída para
apoio à demanda turística. Embora algumas dessas infraestruturas tenham dificuldade de
serem acessadas de forma frequente pelos visitantes.
A RDS do Tupé conta com instrumentos reguladores próprios, como o regulamento de
uso da Praia do Tupé e de uso das barracas. Contudo, existe dificuldade para cumprimento das
normas pelos usuários, devido ao seu total desconhecimento. Assim, é necessário desenvolver
trabalhos informativos que mostrem as sinalizações no local e aspectos de educação
ambiental, além da intensificação da fiscalização da área. Ainda, é urgente que o órgão gestor
municipal supervisione a aplicação devida dos instrumentos de planejamento, a eficácia do
instrumento de controle de visitação, já existente, assim como defina regras e metas para fazer
57
funcionar tanto o PG quanto o de PUP, além de programas de ação e projetos específicos para
o turismo na UC.
Há ainda necessidade de técnicos especializados para trabalhar o uso público dentro
das UCs, uma vez que os gestores sozinhos não conseguem lidar com todas as demandas
existentes; as atividades de turismo e lazer somam apenas mais uma das demandas. Tudo isso
reflete a necessidade de planejamento efetivo para o turismo, a partir das demandas e
vocações das comunidades locais, com a real necessidade de levantamento refinado sobre os
aspectos e possibilidades identificadas por estes atores, e que devem ser geridos com sua
efetiva participação. A ausência de participação dos atores locais, no planejamento e
implementação das atividades turísticas em UCs, pode trazer desastrosas consequências,
(IRVING, 2015).
Um planejamento efetivo permite maior responsabilidade sobre a missão da
organização, bem como melhor entendimento da sua estrutura e dos instrumentos de análises
e previsões (ANDRADE, 2007). Ademais, o planejamento facilita o processo de tomada de
decisão utilizado na definição dos programas, na priorização das ações, na aplicação de
recursos, bem como na promoção, fortalecimento e aperfeiçoamento na melhoria da gestão.
Além disso, representa um ponto de partida para análises futuras e subsídios para a criação de
um sistema de monitoramento contínuo das atividades turísticas nas UCs (FARIA, 2004).
Apesar de ter sido citado pelos gestores das duas UC que os PGs aprovados
representam uma oportunidade para a gestão do uso público, ainda não é garantia que as ações
propostas sejam implementadas. Isso ficou evidenciado na RDS do Tupé com o PUP e o
Plano de Turismo da Praia do Tupé, pois, mesmo com as diretrizes propostas em ambos os
instrumentos, praticamente nenhuma ação foi implementada. Neste sentido, a gestão para a
conservação do meio ambiente depende de uma política de planejamento eficaz para o
turismo, com base orçamentária que possa conduzir racionalmente as práticas turísticas, bem
como a implementação de equipamentos necessários.
Desta forma, é fundamental o conhecimento de ações de planejamento no âmbito
técnico, financeiro, institucional e normativo que contribuam significativamente para uma
gestão mais eficaz no que se refere aos aspectos ambientais do turismo nas duas UCs. A
gestão das UCs busca, em princípio, preservar e envolver todos os usuários no uso dos
recursos ambientais, tais como: turistas, comunidades, empresários e poder público. Portanto,
a adoção de uma gestão capaz de atender às expectativas relacionadas à forma de uso do meio
ambiente e de conciliar interesses humanos e conservação ambiental é necessária
58
14
Disponível em: <https://cadastur.turismo.gov.br/.b>. Acesso em: abril 2018.
59
dentro das UCs. Vale ressaltar que o patrimônio natural tem inúmeras possibilidades de
utilização turística, todavia, isto requer um planejamento e gestão alinhados às singularidades
de cada localidade onde elas ocorrem.
60
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, cabe ressaltar que toda atividade de visitação é complexa e em constante
mudanças, com a necessidade de atenção contínua e especializada. A responsabilidade para
com o desenvolvimento da visitação nas UCs ultrapassa o âmbito ambiental. Portanto, é
indispensável que a atividade se desenvolva com o apoio de uma equipe multidisciplinar para
acompanhamento e monitoramento efetivo dos impactos gerados pela atividade turística nos
locais visitados. Desta forma, este estudo não se esgota aqui. Novos estudos que abordem as
condições para o desenvolvimento das atividades turísticas dentro das UCs são ainda
necessários, de modo a aproveitar o potencial dos atrativos turísticos que foram aqui
identificados para o devido planejamento das atividades.
63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BADIALLI, J. E. L.; RIBEIRO, J. D.’Arc. O Reverso do Postal: uma análise das atividades
de uso público na região da Estação Ecológica de Anavilhanas, Estado do Amazonas, Brasil.
Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, v. 1, n. 2, p. 181-192, 2003.
BRASIL. Plano Nacional de Turismo 2013-2016: O turismo fazendo muito mais pelo
brasil. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/2015-03-09-13-54-27.html>. Acesso em:
21 março 2017.
BRASIL. Lei Federal nº. 9.985 de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1º,
incisos I, II, III e VII da Constituição Federal. Institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9985.htm>. Acesso em: 12 out 2017.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999.
IPA; REMAP; WWF-Brasil. Texto base sobre encontro dos Mosaicos de Áreas
Protegidas da Região Norte – Versão preliminar. Manaus, 2017.
JESUS, J.; TINTO, A. F. C. Z. Uso público, ecoturismo e taxa de visitação. In: DELELIS, C.
J.; REHDER, T.; CARDOSO, T. M. (orgs.). Mosaicos de áreas protegidas: reflexões e
propostas da Cooperação franco-brasileira. Brasília: UnB, 2010.
SIMONETTI. S.R. Turismo no Rio Negro: pelos caminhos das representações sociais dos
comunitários do Lago do Acajatuba e da Vila de Paricatuba (Iranduba-AM). 2015.
260p. Tese (Doutorado em Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia),
Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Manaus, 2015.
APÊNDICES
Questionário:
Comunidade:
UC:
Data:
Dados do informante
1.Gênero:
2. Idade: ( ) entre 19 e 35; ( ) entre 36 e 50; ( ) acima de 50; ( ) NR
3. Estado civil:
4. Solteiro ( ) Casado ( ) Viúvo ( ) Separado ( ) União estável ( )
5. Ocupação
Sobre Turismo na região
6. Como o turismo chegou até a comunidade?
7. Como se envolveu com o turismo? Quando isso ocorreu?
8. Como o (a) Senhor(a) classifica o turismo realizado na comunidade?
( ) Ecoturismo
( ) Turismo de Base Comunitária
( ) Turismo de Natureza
( ) Turismo de Aventura
( ) Outro. Qual?_______________________
9.Você sabe que está dentro de uma Unidade de Conservação (UC)? Sim ( ) não ( )
10. Quem estimulou o turismo na comunidade/UC?
11. Como os turistas chegam até a comunidade/UC?
Qual a origem da maioria dos turistas que visitam a UC? ( ) Local (AM); ( ) Região Norte; Brasil; ( )
Outros países
Semana ________________________________________
Mês ___________________________________________
Ano ___________________________________________
13. Qual a duração média das visitações? _____horas _______dias
14. Quais instituições são parceiras para a realização do turismo?
( ) Hotéis de Manaus
( ) Hotéis próximos da comunidade
( ) Agências de turismo de Manaus
( ) Agências de turismo de outro Estado
( ) Agências de turismo internacionais
( ) ONGs
( ) Outros
70
15. É cobrado um valor por visitante para conhecer a comunidade? Sim ( ) Não ( )
16. O que a comunidade vende aos turistas? Qual o valor do pacote de serviços?
17. Quais produtos ou serviços são oferecidos aos turistas na comunidade?
Serviço/produto Capacidade Descrição das atividades (regularidade da oferta do serviço,
capacidade de atendimento, preços dos serviços)
Hospedagem
Alimentação
Transporte
Artesanato
Trilhas
Focagem de jacaré
Fabricação da
Farinha (farinhada)
Passeio de canoa
Pescaria
Observação de
pássaros
Outros
18. Quais locais são apresentados aos turistas como atrativos da comunidade?
19. Qual o local de preferência do turista que visita a região do Rio Negro?
20. Quanto tempo o turista permanece na região: ( ) 1 dia; ( ) até 3 dias; ( ) acima de 4 dias; NR. ( )
21. Qual é o gasto médio aproximado do turista por dia na comunidade/UC
Até R$ 100; ( ) Entre R$ 100 e R$ 200; ( ) Acima de R$ 300; ( )
22. Na sua opinião, quais os principais problemas enfrentados que dificultam o desenvolvimento
turístico na comunidade/ UC?
Questionário:
Local:
UC:
Data:
Dados do informante
1.Gênero:
2. Idade: ( ) entre 19 e 35; ( ) entre 36 e 50; ( ) acima de 50; ( ) NR
3. Estado civil: Solteiro ( ) Casado ( ) Viúvo ( ) Separado ( ) União estável ( )
4. Cargo/Função:
5. Empresa:
6. Local de moradia: País_______________________Cidade_____________________________
Sobre Turismo na região
7. Há quanto tempo você trabalha com o turismo na região do baixo Rio Negro?
8. Você acredita que o município/região tem potencial turístico (para atrair mais visitantes)? ( ) Sim; ( )
Não; ( ) NR
9. Qual a principal motivação dos turistas que procuram a sua empresa para fazer turismo no Baixo Rio
Negro?
( ) Ecoturismo
( ) Turismo de Base Comunitária
( ) Turismo de Natureza
( ) Turismo de Aventura
( ) Turismo de Pesca
( ) Observação de aves em seu habitat natural – Birdwatching
( ) Outro.
Qual?_________________________
10. Quais modalidades de turismo a sua empresa oferece para aqueles que querem visitar o Amazonas e o Rio
Negro?
Elencar____________________________________________________________________
11. Quais tipos de serviços/estrutura a empresa oferece ao turista na região do Rio Negro?
a) Hospedagem
b) Alimentação
c) Transporte: ( )Fluvial; ( ) Terrestre; ( ) Outros
d) Quais: ______________________________
12. Quais tipos de atividades/atrativos são oferecidos por sua empresa para o turismo e lazer na UC?
a) Artesanato ( )
b) Gastronomia local ( )
c) Trilhas interpretativas ( )
d) Cachoeiras ( )
e) Visitação às áreas de plantio ( )
e) Conhecer tabuleiros de quelônios ( )
g) Visitação em casa de comunitários ( )
h) Ilhas
i) Praias
72
13. Qual o local de preferência do turista que visita a região do Baixo Rio Negro:
a) Praia do Tupé e áreas próximas; ( )
b) Praias na margem direita do Rio Negro ( )
c) Região do Iranduba e praias; ( )
d) Comunidades locais da margem direita; ( )
e) Comunidades locais da margem esquerda; ( )
f) Pousadas dentro das reservas na margem esquerda ( ); direita ( )
g) Parque Nacional de Anavilhanas ( )
h).Ver os botos? Sim ( ) Não ( ) Onde costuma levar, qual o
flutuante?________________________________________
14. Qual outra região do baixo Rio Negro faz parte de sua rota para o turismo?
Parte III: Sobre o perfil e origem dos turistas nas UCs:
15. Qual a origem da maioria dos turistas que visitam a UC? ( ) Local (AM); ( ) Região Norte; ( ) Brasil; ( )
Outros estados; ( ) Outros países
Favor detalhar quais regiões do Brasil ou países do exterior?
16. Quanto tempo o turista permanece na região: ( ) 1 dia; ( ) até 3 dias; ( ) acima de 4 dias; NR.
17. Qual é o gasto médio aproximado do turista por dia na região das UCs:
( ) até R$ 100; ( ) entre R$ 200 e R$ 300; ( ) acima de R$ 500; ( )
18. Qual a duração média das viagens nestes locais? _____horas _______dias ____________
19. Quais outras empresas são parceiras ou atuam para a realização do turismo no baixo Rio Negro? _
20.Você tem conhecimento que está desenvolvendo atividade turística dentro de Áreas Protegidas15
Unidades de Conservação (UC)? Sim ( ) não ( )
20. Os turistas, que buscam atividades na região do baixo Rio Negro, têm conhecimento que estarão dentro
UCs?
21. Na sua opinião, quais os principais problemas que dificultam o desenvolvimento turístico nas UCs?
( ) Falta de infraestrutura ( ) Falta de investimentos
( ) Falta de qualificação da mão de obra ( ) Falta de organização / planejamento para o turismo
( ) Faltam políticas públicas para o Turismo ( ) Dificuldade de divulgação das UCs
( ) Atividade conflitante com os objetivos da UC ( ) Falta de incentivo aos empreendimentos locais
( ) Outros. __________________________________________________________________
22. Em sua opinião, quais são os pontos negativos que as atividades de turismo e lazer podem trazer para as
UCs?
23. Quais benefícios que o Turismo e o lazer geram ou podem gerar para a região das UCs?
24. Na sua opinião, o que deve ser feito para melhor desenvolver os serviços e produtos turísticos nas UCs
do Baixo Rio Negro?
Parte IV: Recomendações para o Turismo nas UC
25. Na sua opinião, como a gestão das UCS pode contribuir para o sucesso do desenvolvimento do turismo
na localidade?
26. Qualquer outro comentário, sugestão, crítica ou apontamento sobre o tema, você gostaria de deixar?
15
As áreas protegidas são consideradas uma estratégia-chave para a conservação de ambientes naturais e
espécies.
73
Questionário:
Local:
UC:
Data:
Dados do informante
1.Gênero:
2. Idade: ( ) entre 19 e 35; ( ) entre 36 e 50; ( ) acima de 50; ( ) NR
3. Estado civil: Solteiro ( ) Casado ( ) Viúvo ( ) Separado ( ) União estável ( )
4. Cargo/Função:
5. Instituição Gestora:
6. Local de moradia: Cidade_____________________________
23. O que está sendo feito para vincular a marca da UC como estratégia para a visitação nestas unidades?
24. Quais questões mais dificultam o desenvolvimento do turismo na região das UCs:
( ) Financeiras; ( ) Recursos humanos; ( ) Segurança; ( ) Política; ( ) Legislação; ( ) Tecnológicas; ( )
Infraestrutura; ( ) Comercialização; ( ) Outros:
25. Qualquer outro comentário, sugestão, ideia, crítica ou apontamento sobre o tema?
26. quais são os fatores considerados facilitadores/dificultadores/fraquezas, no processo interno que
determine o avanço para desenvolvimento das atividades de uso público na UC?
75
Questionário:
Local:
UC:
Data:
Dados do informante
1.Gênero:
2. Idade: ( ) entre 19 e 35; ( ) entre 36 e 50; ( ) acima de 50; ( ) NR
3. Estado civil: Solteiro ( ) Casado ( ) Viúvo ( ) Separado ( ) União estável ( )
4. Cargo/Função:
5. Instituição
6. Local de moradia: Cidade_____________________________
3.Quais projetos para o truismo são desenvolvidos pela ___________________________na UC? Caso
haja, como se dá o apoio?
4.Quantas comunidades estão envolvidas com os projetos de turismo apoiados pela ------------------?
5.Pensando no cenário externo atual, que envolve a atividade turística em Unidades de Conservação na
Amazônia e no Brasil, quais são as oportunidades e ameaças do turismo na UC
6.Como imagina que a visitação pode contribuir e interagir com as demais estratégias de gestão da
UC?
7.Em sua opinião, quais são as principais ameaças que o turismo e o lazer em UCs podem provocar nas
áreas protegidas nesta região?
8.Na perspectiva do turismo de base comunitária que ocorre em UCs no Baixo Rio Negro, você
considera que a atividade tem contribuído para o desenvolvimento das UCs e sociedades locais?
Como?
9.O que, na sua opinião está sendo feito para vincular a marca da UC como estratégia para a visitação
nestas unidade?
10.Quais questões mais dificultam o desenvolvimento do turismo na região das UCs
11.Como a Instituição pode contribuir para o sucesso do desenvolvimento do turismo na
localidade?
12.Na sua opinião quais as fraquezas e fortalezas do turismo para a UC?
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Questionário:
Local:
UC:
Data:
Dados do informante
1.Gênero:
2. Idade: ( ) entre 19 e 35; ( ) entre 36 e 50; ( ) acima de 50; ( ) NR
3. Estado civil: Solteiro ( ) Casado ( ) Viúvo ( ) Separado ( ) União estável ( )
4. Cargo/Função:
5. Instituição:
6. Local de moradia: Cidade_____________________________
ANEXOS
CONSENTIMENTO PESSOAL
Eu, _________________________________, estou esclarecido (a) sobre as informações contidas neste documento e sobre a
proposta do Projeto de Pesquisa apresentado. Este documento será emitido em duas vias e todas as páginas serão assinadas
por mim e pela pesquisadora, ficando uma via com cada um de nós. Nº _________
Assinatura do participante
Pesquisadora responsável
Local e Data:___________________________de_______de