Você está na página 1de 27

MATÉRIA PROCESSO CIVIL I

Procedimento comum (art. 312 a 508, NCPC)


Existem dois tipos de procedimentos no NCPC, o procedimento comum e os
procedimentos especiais. Procedimento comum é um procedimento padrão que irá
disciplinar todo o rito. Ele é aplicado a todas as causas, quando não disposto pelo código
em sentido contrário, como estabelece o art. 318, NCPC.
Mesmo em ações cujos ritos são especiais, aplica-se, subsidiariamente, as regras
do procedimento comum, como indica art. 318, parágrafo único, NCPC.
Processo de conhecimento é o processo que tem como característica definir o
direito material em conflito.
O processo de conhecimento tem um rito, que é o procedimento comum. Esse
rito (rito ordinário) é composto de fases. O procedimento comum é uma cadeia de atos
processuais divididos em fases, buscando a solução da lide.

As fases do rito ordinário


O rito ordinário possui forma ampla e genérica, como pressupõe o nome.
Ordinário significa comum. Esse rito ordinário é utilizado por exclusão, ou seja, ele é
residual, aplicável somente quando não couber outros (como o sumário ou procedimentos
especiais).
As fases desse rito são bem definidas, o que não ocorre em demais ritos. Cabe
observar que, as quatro fases em que o rito ordinário se divide são meramente
doutrinárias. As fases são: postulatória, ordinatória, instrutória e decisória.
Fase postulatória: postular significa pedir/demandar. Essa fase é a fase inicial,
preparatória do procedimento. Nela é formulada a demanda e feita a citação do réu,
dando-lhe oportunidade de oferecer sua resposta. A peça que irá instaurar a fase
postulatória é a petição inicial. Por meio da petição inicial, que possui requisitos, o autor
formula sua pretensão ao Estado, dando início à demanda. A demanda é considerada
proposta quando a petição inicial é protocolada. Define-se nessa fase tanto os objetos
do processo como os seus sujeitos. Os três elementos estruturais são: a demanda, a citação
e a defesa do réu.
O réu, uma vez citado e apresentando sua contestação (não sendo revel), irá
excepcionar (alegar incompetência relativa do juízo, suspeição ou impedimento do juiz)
e apresentará sua demanda defensiva, requerendo a extinção do feito sem julgamento do
mérito ou a improcedência, total ou parcial, da demanda do réu. O réu demanda, também,
quando vale-se de intervenção de terceiros.
Ao receber a petição, o juiz irá ver a adequação dos requisitos. Segundo o
princípio da cooperação, o juiz indica para o autor o que ele deve ser emendado, ou seja,
aquilo que está incompleto ou faltante. Atentar ao art. 317, NCPC.
Fase saneadora/ordenatória: sanar significa organizar o processo, para que
este prosseguia para a fase de prova. O art. 357, NCPC, organiza toda a fase probatória
que está por vir. Nessa fase o juiz colocará ordem ao processo. O juiz deve evitar o
prosseguimento do processo se não houver condições ou pressupostos para tanto, além de
corrigir eventuais vícios.

Atividades do juiz em face do recebimento da petição inicial

Determinação da emenda: o juiz determinará qual a emenda que necessita ser


feita na petição inicial (caução). O prazo pode ser dilatado. Vide art. 321, NCPC.
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos
dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o
julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende
ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição
inicial.

Indeferimento da petição inicial: Assim que o juiz examinar a petição inicial.


O indeferimento pode ocorrer por: Vide art. 330, NCPC.
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I. Quando a petição for inepta, devido a problemas na causa de pedir, quando o
pedido for indeterminado etc. Ver grifo §2°, discriminação das obrigações.
§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de
empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de
inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que
pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito.
II. Quando a parte for manifestadamente (clara, evidente) ilegítima, podendo
ocorrer essa ilegitimidade tanto no polo passivo, quanto no polo ativo.
III. Quando o autor carece de interesse pessoal, por exemplo, quando um
indivíduo pede para ser nomeado para um cargo público para o qual foi aprovado e,
durante o processo, a nomeação sai, ou seja, perde-se o interesse na ação.
IV. Quando não forem atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321, NCPC.
Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado:
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de
inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da
qual participa, para o recebimento de intimações;
II - comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço.
§ 1º Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se
supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob
pena de indeferimento da petição.
Qual a natureza do ato que indefere a petição inicial? Sentença! Se o autor
não apelar, o processo tramitará em julgado. Vide art. 331, NCPC.
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz,
no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se.
§1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao
recurso.
§2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação
começará a correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334.
§3º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da
sentença.
Efeito: Após a apelação há a possibilidade do juiz retratar-se (juízo de
retratação). Vide caput, art. 331, NCPC.
Obs.: Toda sentença de indeferimento da petição inicial é uma sentença
terminativa, ou seja, não teve seu mérito apreciado. Vide art. 485.
Obs.: 2: Sentença definitiva, art. 487

Julgamento de improcedência liminar do pedido: O juiz pode julgar


liminarmente um pedido. Independe da citação do réu. Uma vez que o réu não está
presente no processo, ou seja, não foi citado, não há prejuízo a este. Ocorre em virtude da
economia processual e celeridade. Vide art. 332, NCPC.
Obs.: Tem de ser um processo que dispense a fase introdutória, não havendo
necessidade de produção de provas!
Objetivo: Valorizar a jurisprudência!
I. quando contrariar enunciado de súmula do STF ou do STJ;
II. quando contrariar acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de
recursos repetitivos;
III. quando contrariar entendimento firmado em incidente de resolução de
demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV. quando contrariar enunciado de súmula de tribunal de justiça, sobre direito
local.
§1°. Se o juiz verificar imediatamente a ocorrência de decadência ou prescrição.

Citação (art. 238, NCPC)


Audiência de conciliação e mediação (arts. 165 a 175 e 334, NCPC)
O art. 190, NCPC, trata-se do princípio do auto regramento pelas partes.
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é
lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo
às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e
deveres processuais, antes ou durante o processo.

Audiência de conciliação e mediação (art. 334, NCPC)


O juiz designará a audiência com antecedência mínima de 30 dias, devendo ser
citado o réu com pelo menos 20 dias de antecedência.
As audiência (de conciliação e mediação) ocorrem fora da vara. Vide art. 165,
NCPC. São realizadas em Centros Judiciários de Solução Consensual de Conflitos.
O conciliador tem a função de propor soluções para o conflito. Não há vínculo
anterior!
Medida: §3°, art. 165, NCPC. Informa as partes sobre tudo e as partes criam as
soluções.
Princípios que regem a conciliação e mediação:
I. Independência;
II. Imparcialidade;
III. Autonomia da vontade;
IV. Confidencialidade;
V. Qualidade;
VI. Informalidade;
VII. Decisão informada.
O art. 168, NCPC, estabelece que as partes podem escolher uma câmara de
mediação ou conciliação privadas, bem como um conciliador/mediador.
O art. 334, NCPC, trata, em seu §4°, das hipóteses em que a audiência não será
realizada.
§4º A audiência não será realizada:
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição
consensual;
II - quando não se admitir a autocomposição.

Teoria da Defesa / Respostas do Réu (art. 335, em diante)

Contestação
Reconvenção
Revelia
Reconhecimento da prudência do pedido

A mais comum das respostas do réu é a contestação. O réu poder fazer a


reconvenção, ou seja, ao invés de só se defender ele irá contra atacar, o réu poder fazer
pedidos. O réu também pode adotar a revelia. A revelia é a ausência jurídica de
contestação. É possível que o réu recomeça a procedência do pedido, ou seja, não se
oponha a ele.
Obs.: Dependendo do tipo de atitude do réu, ocorre um julgamento conforme o
estado do processo. Dependendo do momento em que o processo se encontrar, pode me
haver diferentes decisões.

Contestação

A resposta do réu, por excelência, é a contestação.


Contestação: é um ato processual praticado pelo réu, por meio do qual ele opõe
defesas processuais, com o objetivo de que o processo seja extinto sem julgamento do
mérito, por meio do qual se opõe aos fatos e fundamentos jurídicos do pedido, objetivando
a rejeição ou improcedência dos pedidos trazidos a juízo pelo autor.
A contestação é formal, possui uma forma total, os deve abranger todas as
matérias de defesa. Ela é muito importante, pois, com relação aos fatos, é fundamental
que o réu se manifesta sobre os fatos trazidos na petição inicial e todas as conferências
jurídicas advindas deles.
É um momento que precisa de muita atenção do advogado do réu, para que a
contestação seja feita com a maior completude devida.
Prazo: a contestação deverá ser oferecida em um prazo de 15 dias. Termo inicial
será a audiência de conciliação, da última sessão da conciliação ou, comparecendo à
sessão, não houver autocomposição. Não havendo audiência de conciliação, o termo
inicial contará do protocolo do pedido de cancelamento da audiência. Vide art. 335 CPC.
O art. 335, NCPC, fala do prazo para a contestação. A contestação deve ser
apresentada por meio de uma petição dirigida, em regra, só a juízo perante o qual o
processo tramita.
I. A partir que o réu é citado para uma audiência de conciliação e mediação, ele
não precisa levar a contestação na audiência. O prazo, o termo inicial, será a data da
audiência ou da última sessão de conciliação ou mediação, quando alguma parte não
comparecer na audiência, ou, quando comparecer, não houver autocomposição. Prazo
transcorridos em 15 dias úteis.
II. O autor deve indicar a opção, a vontade dele em particular ou não da audiência
de conciliação e mediação. O réu deve fazer a manifestação dele pelo desinteresse na
audiência por posição apresentada de 10 dias úteis contadas da data da audiência. Se o
teu for citado para audiência hoje e 4 de agosto ele faz um protocolo dizendo não haver
interesse na audiência, nesta hipótese, o prazo de contestação do réu vai começar a contar
do v protocolo de pedido de cancelamento da audiência de mediação ou conciliação que
ele apresentou.
Detalhe: é possível que haja litisconsórcio passivo, ou seja, vários réus e, não
querendo nenhum deles a audiência de conciliação, o termo inicial da contestação será,
para cada um dos réus, a data em que este protocolou o pedido de cancelamento da
audiência. Os prazos para cada um são autônomos, pois um deles pode ser revel.
Existem casos em que a audiência de conciliação não será nem realizada, pois
não admite autocomposição.
III. O termo inicial dependerá da forma em que for feita a petição.
Ex.: Réu citado por carta, correio. A partir da juntada do AR no processo começa
o prazo para ele. Se forem vários réus tem uma peculiaridade.
O réu citado por oficial de justiça tem o prazo de contestação iniciado da data do
mandado aos autos.
No processo eletrônico tem um prazo para ler a citação, quando não lida
considera se lida. O prazo começa da leitura da citação no meio eletrônico.
Uma outra forma de citação é por carta precatória, começa o prazo da data da
juntada de que trata o art. 232, ou se não tiver observado comunicado, através do retorno
da carta precatória.
Quando houver mais de um réu e todos forem citados por mandado ou por
correio, o prazo começa quando a última desses ARS ou mandados forem juntados aos
autos.
Em caso de haver litisconsórcio: art. 335, §1°.
§1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, §6°, o
termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação
de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.
Obs.: Checar as hipóteses de começo da contagem do prazo no art. 231.
Caso haja mais de um réu, o começo do prazo se dá com a juntada da última AR
aos autos.
O §2°, art. 335, NCPC, traz uma peculiaridade. Caso o autor desista da intimação
do segundo réu, o prazo começa a contar a partir da decisão que homologar a desistência.
Ex.: são dois réus, um foi citado, espera o último se citado, mas quando o autor
desistir em relação ao último réu, às vezes, já passou o prazo para o réu contestar. Quando
houver essas hipóteses, o prazo para resposta correrá da data da homologação da
desistência do autor.
O art. 336, NCPC, estabelece que cabe ao réu alegar na contestação toda a
matéria de defesa. Incumbe ao réu, cabe ao réu, alegar na contratação toda a matéria de
defesa, expondo os fatos e as razões de direito com que impugna o pedido ou os pedidos
(é possível cumulação de pedidos). Na própria contestação o réu deve dizer as provas que
ele pretende produzir para provar aquilo que ele está agendando.
Requisitos:
I. Formal.
II. Total (art. 336).
III. Especificado.
Uma contestação tem uma forma escrita e tem uma ordem para as matérias de
defesa serem alegadas. Essas matérias trazidas no art. 337 são as chamadas defesas
preliminares ou processuais, antes de entrar no mérito propriamente.
Essas defesas preliminares ou processuais são colocadas em primeiro lugar na
contratação e elas se dividem em dois tipos, defesas preliminares ou processuais dilatórias
e defesas preliminares ou processuais peremptória.
Dilatórias: as defesas processuais dilatórias aumentam o tempo de duração do
processo sem necessitar de extingui-lo.
Peremptórias: tem por objeto por fim ao processo sem a resolução do mérito.

Defesas processuais (art. 337, NCPC)


Seu objetivo é fazer com que o mérito não seja efetivamente efetuado.
I. inexistência de nulidade da citação; Dilatória
Acolhida essa alegação, ele será regularmente citado para que ele possa produzir
a defesa. Vai atrasar o processo, por isso dilatória.
II. incompetência absoluta ou relativa; Dilatória
Antigamente a petição era separada da contestação, hoje é dentro. Essa alegação
vai, se acolhida, fazer o processo ser remetido para o juízo competente. É, portanto,
dilatória.
Ex.: Foi marcada audiência de mediação e conciliação para Belo Horizonte, mas
dei ocorreu em Uberaba.
Ver art. 340, §1° (livre distribuição) e §2°.
Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a
contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será
imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.
§ 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido
citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua
imediata remessa para o juízo da causa.
§ 2º Reconhecida a competência do foro indicado pelo réu, o juízo para o qual
for distribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento.
III. incorreção do valor da causa; Dilatória
Antes essa matéria era arguida fora da contestação. O réu pode alegar a
incompatibilidade do valor da causa com a causa. O juiz pode demandar a alteração do
valor, a correção pelo autor, ou realizar a correção de ofício. Se o autor não corrigir pode
extinguir sem resolução do mérito. Pode ser reconhecido de ofício.
IV. inépcia da petição inicial; Dilatória, mas possivelmente Peremptória
O juiz dará um prazo, não sendo corrigido, será extinto.
V. perempção; Peremptória
Ver art. 486, §3°, Importante!
Quando um autor dá causa a extinção do processo por três vezes. Se ele entrar
uma quarta, juiz irá extinguir a causa por perempção.
§ 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono
da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe
ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito.
VI. litispendência; Peremptória
É a reprodução de uma ação em curso, idêntica à outra. Mesmas partes, mesma
causa de pedir e mesmo pedido.
VII. coisa julgada; Peremptória
Uma mesma ação já foi julgada e já teve definição da lide.
VIII. conexão; Dilatória
Defesa processual que ocorre quando há mais de uma ação que tem em comum
a causa de pedir e o mesmo pedido. Haverá reunião de processos para não haver decisões
contraditórias.
IX. incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
Dilatória
Ex.: Incapacidade da parte: Menor que é autor da ação e não está demonstrado
quem é o representante deles, ou seja, ele é incapaz para pagar aos da vida civil.
Defeito de representação: o que assinou representação pela empresa não tem
poder para representar a empresa; advogado que assinou processo e não tem OAB.
Falta de autorização: cônjuge que não tem autorização para praticar atos reais
imobiliários, ou seja, inexistência da outorga uxória.
X. convenção de arbitragem; Peremptória
As partes envolvidas na ação resolveram que quem iria decidir o motivo não
seria o poder jurídico estatal, mas um árbitro. O réu poderá alegar haver convenção de
arbitragem, mandando o processo para o árbitro.
XI. ausência de legitimidade ou de interesse processual; Peremptória
Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade passiva, o réu, quando souber, deve
indicar o legitimado correto, sob pena de indenizar o réu pelos prejuízos com a procura
dele. Ex.: Pagar detetive.
XII. falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
Dilatória
Ex.: um autor que mora fora do Brasil é exigido caução para que ele garante o
pagamento das custas processuais.
O juiz pode citar o autor para que preste a caução ou outra prestação que a lei
exige como preliminar.
Ex.: art. 486, §2°. A lei exige uma prestação preliminar a ser cumprida pelo autor
para que sua petição seja despachada.
XIII. indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça; Dilatória
Outro incidente que antes era feito em atos apartados e hoje é feito na
contestação. Réu alegue indevida concessão de benefício da justiça gratuita.
Ex.: médico rico que pede justiça gratuita e não tem tantas despesas.
Segundo o art. 337, §5°, excetuadas a convenção de arbitragem e a
incompetência relativa, o juiz poderá conhecer de ofício, mesmo que não alegadas pelo
réu.
§5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz
conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.

Defesas de mérito
São aquelas pelas quais o réu se opõe à efetiva pretensão do autor, atacando o
pedido ou as consequências jurídicas pretendidas pelo autor.
Defesa de mérito direta: o réu enfrenta frontalmente os fatos e fundamentos
jurídicos apresentados pelo autor, buscando demonstra que os fatos não aconteceram
como o autor narrou na petição inicial, ou que as consequências jurídicas pretendidas pelo
autor não são as mais adequadas no caso concreto.
Defesa de mérito indireta: são aquelas nas quais o réu, sem pegar diretamente
a fala do autor, alega um fato novo, de natureza extensiva, impeditiva ou modificativa do
direito do autor. O réu traz um fato novo, diferente dos constantes na petição inicial, a
lide será aumentada em seu objeto.
Fatos Impeditivos: fatos anteriores ou simultâneos ao fato alegado pelo autor
como constitutivo de seu direito. Ex.: um contrato celebrado com um incapaz, ou um
contrato celebrado com um vício de consentimento. O réu não nega o contrato, mas diz
que ele foi assinado por um incapaz ou mediante um vício do consentimento.
Fatos Modificativos: são fatos necessariamente posteriores ao surgimento da
relação jurídica de direito material e que atuam gerando uma modificação objetiva ou
subjetiva na relação jurídica. Ex.: parcelamento de dívidas, o autor quer cobrar de forma
integral, mas ele fez um acordo de parcelamento.
Fatos extintivos: são fatos posteriores ao surgimento de uma relação jurídica
celebrada entre as partes, e que põe fim ao direito pretendido pelo autor. Ex.: prescrição,
pagamento, remissão.
No art. 336, temos o princípio da concentração da defesa ou da eventualidade.

Ônus da impugnação especificada dos fatos


Todos os fatos narrados, o réu tem de se manifestar com precisão. Os fatos pelos
quais o réu não se manifestar serão considerados verdadeiros, o ônus que recai sobre o
réu é a veracidade dos fatos não impugnados.
Mas há exceções à regra do ônus da impugnação especificada!
Exceções: art. 341, CPC.
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as
alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não
impugnadas, salvo se:
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão;
Ex.: réu não impugnou expressamente não ser o pai. Não admite confissão sobre
matéria de direito indisponível.
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei
considerar da substância do ato;
Ex.: O autor alega que é casado com X mulher e reside em X. Não se pode
presumir que alguém é casado, ou detém certa propriedade, se não houver certo
instrumento, tal como a certidão de casamento ou de registro de imóveis.
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
A defesa do réu deve ser analisada em conjunto, tudo o que o réu está alegando
em sua defesa deve ser analisada em conjunto;
Ex.: Se o réu alega que ele não estava na boate, automaticamente significa que
ele não deu a garrafada na boate. O fato dele não ter dado a garrafada não pode ser
presumido como verdadeiro.
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica
ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.
Existem algumas partes representadas por profissionais que são dispensadas do
ônus da impugnação especificada, pois as vezes não possuem intimidade com o cliente,
da narrativa.
Ex.: Defensor público, advogado dativo, e o curador especial.
Esses estão dispensados de impugnar detalhadamente, especificamente, os fatos
narrados pelo autor, uma vez que sua relação com seus clientes é precária, carece da
possibilidade de acolher maiores detalhes.

Momento de alegação das matérias de defesa


Todas as alegações, em regra, devem ser apresentadas na contestação!
Cabe, no entanto, exceções. Vide art. 342, I, II, III, NCPC.
Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações
quando:
I - relativas a direito ou a fato superveniente;
Que dizem respeito a fatos ocorridos posteriores ao momento da contestação, ou
que o réu só tomou conhecimento depois.
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício;
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo
e grau de jurisdição.

Reconvenção

Reconvenção, art. 343, NCPC: é o exercício do direito de ação pelo réu no


mesmo processo em que, primitivamente, o autor originário tenha exercido o seu direito
de ação.
O réu, ao invés de apenas se defender, vai contra-atacar, vão haver pedidos do
réu conta o autor.
A reconvenção não é uma observação do réu, é uma faculdade do réu, pois ele
poderia propor esses mesma ação fora desse processo.
Haverá uma ampliação do objeto que o juiz irá julgar. O juiz irá chamar duas
ações nessa sentença, a ação originária e a ação reconvencional.
Sujeitos: reconvinte, é o autor, que antes era réu, e que propôs a reconvenção;
reconvinda é o réu da reconvenção, autor da ação original.
Momento em que deve ser proposta: na contestação! Na mesma peça que o
réu contesta, ele abre um tópico reconvindo, ele elenca os fatos, os fundamentos e pede.
Embora seja possível reconvir sem contestar. Se o réu contestar e reconvir, esta deve ser
feita no prazo da contestação, ou seja, 15 dias.
Requisitos:
I. Ação pendente: a reconvenção é um instituto dentro da ação já proposta;
O réu está sofrendo a ação, portanto, no prazo que ele tem para contestar ele
pode, também, reconvir.
II. Convenção com a ação originária: a pretensão da reconvenção deve ter uma
relação com a pretensão originária ou com os fundamentos da defesa;
A pretensão deve ser conexa com a ação principal. Ex.: Indivíduo que ajuizou
ação para a entrega do carro, mas não pagou tudo para que seja feita essa entrega, logo o
réu deve reconvir para pedir o restante do pagamento. A causa de pedir é a mesma, o
pedido do réu é conexo com o pedido do autor.
A conexão pode ser também com o fundamento da defesa (fundamentos usados
na contestação), nesse caso, o réu contestou. Ex.: autor está cobrando 80 do réu, o réu se
defendeu e disse que, não só não deve 80, como o autor lhe deve 40.
Obs.: o novo fundamento deve ser impeditivo, exclusivo ou modificado. Para
pedir, deve ser trago um elemento novo.
III. Competência do juízo: o juiz tem de ser absolutamente competente para
julgar tanto a ação originária, quanto a convenção;
IV. Identidade de procedimento: todos os procedimentos devem ser
semelhantes;
O procedimento deve ser o mesmo ou deve ser possível de ser reduzido ao
procedimento comum, que é subsidiário. O procedimento da ação originária e da ação
reconvencional deve ser o mesmo.
V. Interesse de agir: o réu, que está propondo a reconvenção, deve provar que,
somente através da contestação ele não vai obter aquilo que ele quer
Procedimento processual: como tramita a reconvenção, art. 343, §1°.
§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado,
para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
Segundo o art. 343, §2°, a ação originária e a ação de reconvenção tramitaram
juntamente. Uma vez que o autor desiste da ação originária, sobrevive a ação de
reconvenção, uma vez que elas não estão atreladas.
Segundo o art. 343, §3°, a reconvenção pode ser proposta contra autor e terceiro.
Não precisa ter, necessariamente, as mesmas pessoas no polo ativo e passivo.
§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
Segundo o art. 343, §4°, a reconvenção pode ser proposta em litisconsórcio entre
réu e terceiros.
§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.

Revelia

Revelia, arts. 344 a 346, NCPC


Conceito: é a ausência jurídica da contestação.
Efeitos:
Material (art. 344, 2° parte): presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato
formuladas pelo autor. Essa presunção é relativa. Principal efeito!
Processuais (art. 346): os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos
fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial.
Segundo parágrafo único, art. 346, o revel tem direito de intervir no processo em
qualquer fase, recebendo-a no estado em que se encontra.
Exceções aos efeitos materiais da revelia: art. 345, NCPC
I. Havendo mais de um réu, e algum deles contestar a ação;
II. O litígio versar sobre direitos intransponíveis, como direitos da personalidade,
do Estado etc.;
Ex.: Em uma ação de paternidade, a revelia do réu não pode implicar na
admissibilidade da paternidade.
III. Ausência de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato;
Ex.: Fulano fala que o outro morreu, mas não leva a certidão de óbito; fala que
tem direito sobre a propriedade, mas não anexa a escritora.
IV. Se as alegações do autor forem inverossímeis, ou seja, impossíveis, irreais,
ou as próprias alegações do autor violarem provas levantadas pelo próprio autor.
Obs.: Considerar as alegações de fato verdadeiras não significa que o juiz
acolherá o pleito.
Reconhecimento da procedência do pedido
Se o réu convidar com a procedência do pedido a sentença terá natureza
definitiva. O juiz irá homologar o reconhecimento da procedência do pedido na

Providências preliminares e saneadoras


O processo possui o seu rito. Vamos passar para providências preliminares e
providências de saneamento.
Terminou o prazo para a contestação o juiz irá tomar providências preliminares
e o saneamento, quando tiver alguma questão ainda pendente que puder atrapalhar o
julgamento do mérito, o juiz irá sanear, ou seja, fazer com que ela seja cumprida para dar
procedência.

Não incidência dos efeitos da revelia


Havendo revelia, mas não tendo a revelia produzido seus efeitos, o juiz irá
intimar o autor para que ele especifique as provas que pretenda produzir.
Primeira providência preliminar do juiz após o fim da contestação:
Passou o prazo da contestação, o réu não apresentou a contestação, sendo réu
revel. No entanto, o fato do réu ser revel não irá, necessariamente, fazer com que os fatos
alegados pelo autor sejam considerados verdadeiros. Aqui não houve produção dos
efeitos da revelia.
O juiz irá dar um despacho, pedindo para que o autor, ou às partes, tal como o
réu, especifiquem as provas que pretende produzir. Vide art. 348.
É possível que, logo depois da contestação, passado o prazo da contestação, o
réu ingresse no processo.
O réu revel pode produzir provas, desde que ele entre no processo no momento
anterior que diz para que ele especifique qual prova pretende produzir. Vide art. 349.

Segunda providência preliminar:


O réu contestou, apresentou contestação ou defesa de mérito e apresentou a
defesa de mérito indireta, alegou um fato impeditivo, ou modificativo, ou extintivo.
Se houver contestação com defesa de mérito indireta, o juiz deve intimar o autor
para manifestar sobre essas alegações no prazo de 15 dias, podendo, até mesmo, produzir
provas de que aquilo que o réu está alegando não aconteceu. Art. 350.

Terceira providência preliminar


Se o réu, em sua contestação, alegar qualquer defesa processual, tais como
nulidade de coração, incompetência, perempção, litispendência etc., ou preliminar, o juiz
vai intimar o autor para que, no prazo de 15 dias, se manifeste sobre o que o réu alegou e
vai permitir ao autor a produção de prova. Vide art. 351.

Quarta procedência preliminar e de saneamento


O juiz pode verificar irregularidades ou vídeos sanáveis, podendo determinar a
sua correção em prazo de até 30 dias. Vide art. 352.

Cumpridas as pendências dos arts. 348 ao 352, o juiz irá julgar o processo
conforme o estado do processo naquele momento. Dependendo do andamento do
processo haverá um julgamento que pode ser de extinção, antecipado, uma organização
do processo para a audiência que virá, tal como audiência de instrução e julgamento, onde
são produzidas as provas testemunhais.
ESTUDO DIRIGIDO I

Quando se considera proposta uma ação?


Considera-se proposta a ação desde o protocolo da petição inicial. A propositura
da ação é ato unilateral do autor, representado pela apresentação da petição inicial em
juízo, não dependendo, portando de nenhum ato judicial que não o certificado de que a
petição inicial foi protocolada.

A partir de que momento a propositura da ação produz, em relação ao réu, os efeitos


referidos no art. 240 do CPC?
O art. 312 do CPC prevê que ainda que a propositura da ação se dá com o
protocolo da petição inicial, ela só produz, quanto ao réu, os efeitos mencionados no art.
240 depois que for validamente citado, ou seja, o réu só é parte da relação processual
depois de regularmente citado.

Cite as hipóteses nas quais ocorre a suspensão do processo.


O dispositivo do art. 313, NCPC, não consagra causas de suspensão do processo,
pois o processo nunca é suspenso, mas sim do procedimento, ou seja, cessa o andamento
regular do processo por um determinado período.
I. Morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu
representante legal ou de seu procurador;
II. Convenção das partes;
III. Pela arguição de impedimento ou de suspeição;
IV. Pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas;
V. Quando a sentença de mérito: a) depender do julgamento de outra causa ou
da declaração de existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto
principal de outro processo pendente; b) tiver de ser proferida somente após a verificação
de determinado fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo;
VI. Por motivo de força maior;
VII. Quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da
navegação de competência do Tribunal Marítimo;
VIII. Nos demais casos que este Código regula;
IX. Pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada responsável pelo
processo constituir a única patrona da causa;
X. Quando o advogado responsável pelo processo constituir o único patrono da
causa e tornar-se pai.

É possível a prática de ato processual durante a suspensão do processo?


Durante a suspenção é vedado praticar atos processuais, com exceção dos atos
urgentes. Como predisposto no art. 314, NCPC.

Quais os requisitos legalmente exigidos para a petição inicial?


A petição inicial, como um ato processual solene, deve preencher alguns
requisitos formais sendo que a ausência de qualquer um destes pode gerar uma nulidade
sanável, por maio de emenda na petição, ou até mesmo insanável, gerando o
indeferimento liminar da peça.
Os requisitos são:
I. Endereçamento, que constará no topo da primeira página da petição, é o juízo
a que é dirigida;
II. Nome e qualificação das partes, ou seja, nome completo, estado civil,
profissão, domicilio e residência, o número do cadastro de pessoas físicas ou do cadastro
nacional de pessoas jurídicas, o endereço eletrônico e a existência de união estável;
III. Os fatos e fundamentos jurídicos do pedido;
IV. O pedido com suas especificações;
V. O valor da causa;
VI. As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos
alegados;
VII. A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de
mediação;

Quais as características do pedido? Há pedidos considerados implícitos?


O pedido deve ser certo, art. 322: No processo imediato o autor deve indicar de
forma precisa e clara qual a espécie de tutela jurisdicional pretendida, no processo
mediato ele deve indicar o gênero do bem da vida pleiteado.
O pedido deve ser determinado: Se refere ao pedido mediato, ou seja, a
quantidade e a qualidade do bem da vida pretendido.
Pedidos Implícitos: O pedido deve ser expresso, não podendo o juiz conceder
aquilo que não tenha sido expressamente requerido pelo autor. A nomenclatura não é a
mais adequada, devendo-se entender por pedido implícito qualquer tutela não pedida pelo
autor que a lei permite que o juiz conceda de oficio.
O STJ vem ampliando este conceito para abranger também a concessão de
pedido não elaborado pelo autor desde que decorre logicamente de pedido presente na
petição inicial.

Em que hipótese se admite a formulação de pedidos genéricos?


Admite-se pedidos genéricos (indeterminados):
I. nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;
II. quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou
do fato;
III. quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato
que deva ser praticado pelo réu.

Quais as espécies de cumulação de pedidos e os respectivos requisitos?


Cumulação simples: o resultado do pedido não interfere no resultado dos demais,
não é condicionado;
Cumulação sucessiva: relação de prejudicialidade entre os pedidos, de modo
que, sendo o pedido anterior rejeitado, o posterior perderá seu objeto, ou estará
prejudicado, não chegando nem a ser analisado;
Cumulação subsidiaria: O autor estabelece ordem de preferência entre os
pedidos, deixando claro na petição inicial que prefere o acolhimento do pedido anterior,
e que somente na eventualidade de esse pedido ser rejeitado ficará satisfeito com o
acolhimento do pedido posterior;
Cumulação alternativa: O autor cumula os pedidos mas não estabelece uma
ordem de preferência entre eles de modo que a escolha do pedido a ser acolhido fica a
cargo do juiz, dando-se o autor satisfeito com o acolhimento de qualquer um deles.

O que significa cumulação subsidiária de pedidos? Dê um exemplo de tal hipótese.


Cumulação Subsidiaria: O autor estabelece ordem de preferência entre os
pedidos, deixando claro na petição inicial que prefere o acolhimento do pedido anterior,
e que somente na eventualidade de esse pedido ser rejeitado ficará satisfeito com o
acolhimento do pedido posterior;
Ex.: Autor que pede a rescisão integral do contrato em razão de alegada
abusividade, e de forma subsidiária que, em caso de improcedência do pedido principal
lhe seja concedida a revisão de determinada cláusula do contrato para diminuir a taxa de
juros;

Até que momento é possível o aditamento ou alteração do pedido ou da causa de


pedir e as condições necessárias para tanto?
O autor poderá:
I. até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente
de consentimento do réu;
II. até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir,
com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de
manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de
prova suplementar.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva
causa de pedir.

Cite e explique as hipóteses de indeferimento da petição inicial.


Nas situações em que o juiz se deparar com vícios insanáveis, de nada adiantará
abrir o prazo de 15 dias ao autor para emendar a petição inicial, considerando-se que o
autor não será capaz de sanar a irregularidade ou o vício. Os casos de indeferimento são:
I. Inépcia: Falta de pedido ou causa de pedir; Pedido indeterminado, salvo as
hipóteses legais nas quais se permite o pedido genérico; da narração dos fatos não
decorrer logicamente a conclusão de pedidos incompatíveis entre si.
II. A parte for manifestamente ilegítima: Ilegitimidade de uma das partes.
III. Falta de interesse de agir.
IV. Ausência de emenda da petição inicial: Quando não atendidas as prescrições
dos artigos 106 e 321. Se a petição inicial não indicar o endereço, número de inscrição na
OAB e o nome da sociedade de advogados da qual participa o advogado que postula em
causa própria, após a devida oportunidade de emenda da petição inicial em 5 dias, esta
deve ser indeferida.

Indeferida a petição inicial, quais atitudes o autor pode tomar e quais as


consequências daí decorrentes?
Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de
5 dias, retratar-se. Havendo retratação o juízo sentenciante anulará sua sentença e dará
andamento regular ao procedimento de citação do réu.
Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.
Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará
a correr da intimação do retorno dos autos.
Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da
sentença.

Em que hipóteses é possível a improcedência liminar do pedido?


Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente
da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal
de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal
de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas
ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se
verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da
sentença, nos termos do art. 241.
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com
a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar
contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.

Em que circunstâncias a audiência de conciliação e mediação não será realizada?


I. Se ambas as partes manifestarem, expressamente desinteresse na composição
consensual. Cabe observar que, quando apenas uma das partes não quiser a audiência
ainda será possível.
O desinteresse não depende de justificativa, basta apenas à vontade das partes.
II. Quando não admitir autocomposição.
É possível a imposição de alguma sanção processual caso uma das partes,
injustificadamente, não compareça à audiência de conciliação e mediação?
A ausência injustificada do autor ou do réu na audiência é considerado ato
atentatório à dignidade da justiça sendo passível de sanção processual, representada por
multa de até 2% do valor da causa ou da vantagem econômica pretendida, tendo como
credor a União ou o Estado.

Qual é o prazo estipulado para a apresentação da contestação no procedimento


comum e quais são os termos iniciais de tal prazo?
O prazo de contestação é de 15 dias. Os termos iniciais são:
I. Da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de
conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver
autocomposição;
II. No caso de ambas as partes se manifestarem contra a audiência a data do
protocolo do pedido de cancelamento da audiência apresentado pelo réu é o termo inicial
do prazo de resposta.
III. No caso de litisconsórcio passivo, o termo inicial previsto no inciso II será,
para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento
da audiência.
IV. Havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu
ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que
homologar a desistência.

Explique o princípio da concentração da defesa ou da eventualidade.


Os arts. 336 e 342 do CPC consagram o princípio da eventualidade para o réu,
ao exigir a exposição de todas as matérias de defesa de forma cumulada e alternativa na
contestação. Também conhecido como princípio da concentração de defesa, a regra
analisada fundamenta-se na preclusão consumativa, exigindo-se que de uma vez só, na
contestação, o réu apresente todas as matérias que tem em sua defesa, “sob pena” de não
poder alega-las posteriormente.
Art. 336 Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa,
expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando
as provas que pretende produzir.
A partir do Código de Processo Civil, indique quais as consequências do acolhimento
de defesa processual dilatória e de defesa peremptória formuladas na contestação?
Nas defesas dilatórias o acolhimento não põe fim ao processo apenas aumentam
o tempo de duração dos procedimentos. As defesas peremptórias, por sua vez, quando
acolhidas fazem com que o processo seja extinto sem a resolução do mérito.

De acordo com o Código de Processo Civil, preliminar é tópico da contestação


destinado à formulação de defesa processual. Quais são as matérias que incumbe ao
réu alegar antes de discutir o mérito? Todas essas matérias podem ser conhecidas
de ofício pelo magistrado?
Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as
razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas
que pretende produzir.
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I - inexistência ou nulidade da citação
II - incompetência absoluta e relativa;
III - incorreção do valor da causa;
IV - inépcia da petição inicial;
V – perempção (se o autor der causa, por três vezes, a extinção do processo pelo
fundamento previsto no inciso III do art. 336, não poderá intentar nova ação contra o réu
com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada a possibilidade de alegar em defesa de seu
direito).
VI– litispendência (quando dois ou mais processos existirem
concomitantemente- mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido);
VII - coisa julgada;
VIII - conexão;
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
Exceto a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá
de ofício as demais matérias enumeradas neste artigo.
Em conformidade com o Código de Processo Civil, alegando o réu, na contestação,
ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, quais são os
expedientes que devem ser adotados pelo juiz, pelo autor e pelo próprio réu?
O juiz facultará ao autor o prazo de 15 dias. O autor terá o prazo de 15 dias para
modificar o sujeito que compõe o polo passivo. É dever do réu a indicação da parte
legitima, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos
prejuízos decorrentes por falta de indicação. O autor possui então o prazo de 15 dias para
alterar a petição inicial para substituição do réu, ou para incluir como litisconsorte passivo
o sujeito indicado.

Pelo Código de Processo Civil, havendo alegação de incompetência relativa ou


absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu?
Justifique.
Art. 340 Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a
contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será
imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.
Em vez de protocolar a exceção de incompetência no juízo em que tramita a
ação, o réu tem a prerrogativa de fazê-lo no foro de seu próprio domicílio, evitando assim
o deslocamento. O dispositivo trata de incompetência territorial.

Quais as exceções legalmente previstas à presunção de veracidade das alegações de


fato constantes da petição inicial que não forem impugnadas pelo réu?
A impugnação específica é um ônus do réu de rebater pontualmente todos os
fatos narrados pelo autor com os quais não concorda tornando-os controvertidos em
consequência fazendo que componham o objeto da prova.
Mesmo que o réu não possa valer da negativa geral o art. 341 do CPC prevê
exceções ao princípio da impugnação específica dos fatos, impedindo que um fato
alegado pelo autor que não tenha sido impugnado seja especificamente presumido
verdadeiro:
I. Fatos a cujo respeito não se admite confissão (direitos indisponíveis);
II. Petição inicial desacompanhada de instrumento público que a lei considere
da substância do ato (certidão de casamento, óbito...);
III. Fatos que estejam em contradição com a defesa considerada em seu conjunto.
A quem não se aplica o ônus da impugnação especificada dos fatos?
O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público,
ao advogado dativo e ao curador especial.

Em que hipóteses é facultado ao réu deduzir novas alegações após a contestação?


Princípio da Eventualidade: Exige-se que o réu apresente na contestação todas
as matérias que tem em sua defesa. Existem, porém, as exceções do art. 342, nas quais o
réu poderá alegar a matéria defensiva após a apresentação da contestação:
I. Matérias defensivas relativas a direito ou fato superveniente;
II. Matérias que o juiz pode conhecer de oficio (prescrição, decadência legal);
III. Matérias que por expressa previsão legal podem ser alegadas a qualquer
momento e grau de jurisdição (decadência convencional).

Quais os requisitos necessários para a propositura de reconvenção?


Reconvenção: O réu se torna autor e o autor se torna réu. O processo passa a
contar com duas ações, a original e a reconvencional.
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar
pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado,
para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame
de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
§ 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular
de direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor,
também na qualidade de substituto processual.
§ 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer contestação.

Consoante o Código de Processo Civil, é possível que a reconvenção seja instaurada


em conjunto com um terceiro? E contra um terceiro?
§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
Para o Código de Processo Civil, em que consiste a revelia?
A revelia é um estado de fato gerado pela ausência jurídica de contestação.
Art. 344 Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão
verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.

Em conformidade com o Código de Processo Civil, qual é o efeito material da revelia


e em quais hipóteses pode ser afastado?
O efeito material da revelia é a presunção da veracidade dos fatos alegados pelo
autor. A revelia não produz esse efeito apenas:
I. havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II. o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III. a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere
indispensável à prova do ato;
IV. as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem
em contradição com prova constante dos autos.

Segundo o Código de Processo Civil, quais são os efeitos processuais da revelia?


O silêncio do réu em relação aos fatos alegados pelo autor na petição inicial gera
três efeitos:
I. Presunção da veracidade dos fatos alegados pelo autor;
II. Julgamento antecipado do mérito;
III. Contagem dos prazos processuais com início diferenciada.

Em consonância com o Código de Processo Civil, em qual hipótese ocorrerá a


especificação de provas? Em qual prazo referida especificação deve ocorrer?
Não sendo presumidos os fatos como verdadeiros aplica-se o art.348 do CPC,
com a determinação ao autor para que especifique as provas que pretende produzir se
ainda não as tiver indicado. O prazo é de 15 dias.

De acordo com o Código de Processo Civil, em quais hipóteses será admitida a


réplica da contestação pelo autor? Em qual prazo a réplica deve ser apresentada?
A réplica é permitida no caso de o réu alegar em sua contestação uma defesa de
mérito indireta, ou seja, uma defesa fundada em fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do autor, estará levando ao processo um fato novo, não constante na
petição inicial. A réplica deve ser apresentada no prazo de 15 dias.

Você também pode gostar