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Recife-PE
2017
RESUMO
The Northeast is severely affected by the lack of urban mobility, resulting in economic losses
that negatively impact this region`s growth. The objective of this monograph is to try to
estimate how much is lost annually due the high urban commuting times in the work-home
path of the major northeastern metropolitan regions. Based on the data collected in the 2010
IBGE demographic census, estimates were made of the commuting economic costs. The
estimated values of the economic loss of each urban agglomeration are presented in three
different ways: absolutes, relatives to the occupied population and in GDP percentage. The
results proved the existence of serious urban mobility problems in the main urban roads of the
Northeast, including the necessity of greater urban infrastructure and public transport
investments, aiming for reductions of the negative impacts on the economy.
Tabela 2 – Distribuição das despesas de consumo monetária e não monetária média por tipos
de despesa, segundo a situação do domicílio e as Grandes Regiões - período 2008-
2009...........................................................................................................................................13
Tabela 7 – Número de pessoas segundo faixas de rendimento semanal médio (2010) ...........26
Tabela 8 – Número de pessoas segundo faixas de horas trabalhadas semanalmente (2010) ...26
Tabela 10 – Perda econômica relacionada aos problemas de mobilidade urbana nas regiões
metropolitanas do Nordeste em 2010........................................................................................28
Tabela 11 – Perda econômica anual relacionada aos problemas de mobilidade urbana nas
regiões metropolitanas do Nordeste (2017) .............................................................................29
Tabela 12 – Perda econômica anual per capita relacionada aos problemas de mobilidade
urbana nas regiões metropolitanas do Nordeste (2010). ..........................................................29
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 7
3. METODOLOGIA .............................................................................................................. 19
4. RESULTADOS .................................................................................................................. 24
5. CONCLUSÕES .................................................................................................................. 32
6. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 34
7
1. INTRODUÇÃO
Embora seja praticamente impossível mensurar com exatidão os custos gerados pela
má qualidade do nosso trânsito, é de suma importância buscar mecanismos necessários para
mostrar como se dão os efeitos negativos nas diversas áreas da nossa economia. Uma redução
no tempo de deslocamento poderia gerar um grande impacto positivo no bem-estar da
população, sobrando mais tempo para outras atividades, sejam elas produtivas ou não.
De modo geral, o principal objetivo deste trabalho é fazer uma estimativa da perda
econômica gerada pela falta de mobilidade urbana nas vias das principais aglomerações
urbanas do Nordeste. Dessa maneira, pretende-se utilizar o cálculo do custo gerado por esses
congestionamentos para fazer uma análise do custo de oportunidade perdido no trânsito e
demonstrar as externalidades negativas advindas da falta de mobilidade urbana.
O próximo capitulo deste trabalho tratará do referencial teórico utilizado para embasar
o desenvolvimento do tema, apresentando as justificativas da importância de estudos sobre o
problema da mobilidade urbana. Em seguida, será apresentada a metodologia utilizada para
estimar as perdas econômicas ocasionadas pelo alto tempo médio de deslocamento nas vias
das regiões metropolitanas nordestinas. Posteriormente, serão mostrados os resultados deste
estudo, que irão auxiliar no entendimento dos impactos da falta de mobilidade urbana no PIB
do Nordeste, concluindo-se o trabalho em seguida, no capítulo de considerações finais.
9
2. REFERENCIAL TEÓRICO
O presente capítulo traz uma revisão da literatura acerca do tema tratado neste
trabalho. Na primeira seção, são feitos apontamentos sobre a importância da mobilidade e do
planejamento urbano, além dos problemas associados a essas questões. Por sua vez, a segunda
seção traz um breve relato sobre o papel dos transportes nas despesas das famílias. Enquanto
isso, na terceira seção, aborda-se os problemas decorrentes da expansão recente da frota de
veículos particulares no Brasil. Por fim, a quarta seção procura apresentar a literatura aplicada
ao cálculo da perda econômica associada aos problemas de mobilidade.
Além disso, a falta de mobilidade urbana vista nas principais vias dos centros urbanos
nordestinos podem acarretar uma série de prejuízos, gerando queda no nível de investimentos
nestes locais (VIANNA, 2013).
11
Distribuição das despesas de consumo monetária e não monetária média mensal familiar
Situação do (%)
domicílio,
Tipos de despesa
Grandes
Regiões
Recreação
Habitação
Educação
Vestuário
Higiene e
Despesas
Assistên-
e cultura
cuidados
Serviços
diversas
pessoais
pessoais
Alimen-
Trans-
Fumo
saúde
tação
porte
e Total
cia à
Unidades da
Federação
Brasil 100,0 19,8 35,9 5,5 19,6 2,4 7,2 3,0 2,0 0,5 1,1 2,9
Urbana 100,0 19,0 36,4 5,5 19,5 2,4 7,3 3,2 2,1 0,5 1,2 2,9
Rural 100,0 27,6 30,6 5,7 20,6 2,5 6,5 1,3 1,2 0,7 0,7 2,7
Norte 100,0 25,8 33,6 7,4 16,5 3,6 4,9 2,4 1,9 0,4 1,1 2,5
Nordeste 100,0 24,2 32,8 6,5 18,2 3,1 6,5 2,8 1,8 0,4 1,1 2,4
Sudeste 100,0 18,3 37,2 4,9 19,5 2,1 7,9 3,4 2,1 0,6 1,2 2,9
Sul 100,0 18,5 35,0 5,9 21,9 2,2 7,0 2,5 2,0 0,6 0,9 3,4
Centro-Oeste 100,0 17,7 37,9 5,2 21,2 2,5 6,4 2,8 1,7 0,5 1,2 3,0
Com o anúncio da redução do IPI para carros, havendo isenção para aqueles com até
mil cilindradas, no final de 2008, tendo por objetivo aquecer a economia e gerar mais
empregos, o governo brasileiro incentivou a demanda por veículos particulares, agravando
ainda mais os problemas de mobilidade urbana já existentes. Segundo Rubim e Leitão (2013),
mais de 50% dos domicílios brasileiros já têm um automóvel ou uma moto em suas garagens.
“No Brasil, desde 2001, foram acrescidos à frota um total de 32,3 milhões de automóveis,
com isso o país terminou 2014 com um total superior a 56,9 milhões” (OBSERVATÓRIO
DAS METRÓPOLES, 2015). A taxa de motorização quase dobrou neste período, passando
de 14,4 automóveis para cada 100 habitantes em 2001, para 28,1 autos/100 hab em 2014
(OBSERVATÓRIO DAS METRÓPOLES, 2015). O aumento da frota de veículos
particulares, sem os investimentos necessários em infraestrutura e mobilidade urbana, impacta
diretamente nos tempos de deslocamento, pois agora há um maior número de carros
transitando nas ruas, sem haver nenhuma alteração na quantidade de vias urbanas.
15
Tabela 3 – Execução orçamentária de investimentos – orçamento fiscal (2012 e 2013) (R$ milhões
correntes)
Autorizado Empenhado Pago RP pagos¹ Pago + RP pagos
Modal 2012 2013 2012 2013 2012 2013 2012 2013 2012 2013
Rodoviário 18.669,63 11.980,64 11.887,61 10.783,14 4.120,81 2.982,81 5.231,41 5.379,70 9.352,13 8.362,51
Ferroviário 3.100,77 2.380,99 1.540,65 1.952,32 488,36 1.197,49 594,14 1.102,44 1.082,50 2.299,93
Hidroviário 1.081,35 626,23 265,40 349,99 51,87 71,71 393,63 92,67 445,50 164,38
Aéreo 612,62 423,55 222,23 311,17 1,16 71,42 458,79 95,79 459,95 167,21
Total 23.464,37 15,411,41 13.924,89 13.396,62 4.662,11 4.323,43 6.677,97 6.670,60 11;340,08 10.994,03
Fonte: Campos Neto, 2014.
Nota: ¹ Valores pagos aos restos a pagar.
Por sua vez, salienta-se que a frota de veículos automotores tem apresentado uma
tendência crescente, gerando uma expectativa negativa em relação aos congestionamentos,
pois um aumento na quantidade de automóveis tende a agravar ainda mais a situação da
mobilidade urbana. Considerando as informações estatísticas obtidas na pesquisa de frota,
realizada pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN, 2017), nas principais
capitais nordestinas, pode-se comprovar um substancial acréscimo anual nos números das
frotas destas cidades.
para estimar o quanto seria perdido anualmente devido aos problemas de mobilidade urbana.
Este método permite calcular o aumento dos custos econômicos derivados dos
congestionamentos através do aumento no tempo de deslocamento. A metodologia utilizada
por estes autores fora a mesma, diferindo que Vianna (2013) a aplicou para todo o território
brasileiro, enquanto Young, Aguiar e Possas (2013) havia aplicado apenas para o estado do
Rio de Janeiro.
Os dados para o cálculo da perda econômica nos dois trabalhos foram obtidos no
Censo Demográfico do IBGE (2010). Assim, para se chegar ao resultado final, foi necessário
utilizar os dados obtidos para se calcular os valores do tempo médio de deslocamento do
trabalhador e o valor da sua hora de trabalho, tornando possível fazer uma estimativa do
quanto se perde anualmente devido aos problemas de mobilidade urbana.
Com base nos resultados de ambos os trabalhos, foi possível observar que os valores
em termos absolutos das perdas econômicas são mais significativos nas regiões mais ricas e
de maior densidade populacional. Este resultado foi, de certa forma, previsível, pois locais de
economia mais aquecida tendem a remunerar melhor a hora trabalhada, tornando o minuto
perdido no transito ainda mais custoso. O Sudeste foi, em valores absolutos, a região onde
houve as maiores perdas econômicas devido aos problemas de deslocamento, enquanto o
Norte apresentou valores bem menores que os encontrados em outras regiões. Existe, então,
uma forte relação entre o grau de desenvolvimento econômico e os valores das perdas.
Contudo, para valores relativos, a conclusão foi bem diferente: os locais menos desenvolvidos
são extremamente afetados pela falta de mobilidade urbana. O Nordeste, segundo Vianna
(2013), foi a região que, proporcionalmente, mais sofreu impactos de perda econômica devido
aos longos tempos de deslocamento.
Young, Aguiar e Possas (2013), por sua vez, concluíram que as estimativas de perdas
para o estado do Rio de Janeiro, tendo como ano-base 2010, foram em torno de R$ 15,7
bilhões anuais, cerca de 3,8% do PIB fluminense. Este estudo também aponta para a forte
concentração de perdas nos municípios mais pobres da Região Metropolitana, o que eleva a
importância de políticas que visem diminuir o tempo gasto para se chegar ao trabalho pelos
trabalhadores mais pobres na periferia da RMRJ. Melhorias na mobilidade urbana dessas
áreas seriam de suma importância na redução de desigualdades sociais.
Em ambos os estudos, os autores chegaram à conclusão que existe uma relação entre
os locais menos desenvolvidos e o total de perdas. As regiões mais pobres são as que
18
3. METODOLOGIA
Para estimar os valores perdidos devido aos congestionamentos nas principais regiões
metropolitanas do Nordeste, será utilizado o método de produtividade marginal sugerido por
Motta (1997), que permite calcular os custos econômicos da piora no sistema de mobilidade
através do aumento no tempo de deslocamento. Os dados, por sua vez, derivaram do Censo
Demográfico do IBGE (2010).
O cálculo será feito através da divisão do rendimento médio dos trabalhadores pelo
número de horas trabalhada, em uma mesma unidade de tempo. A renda média foi encontrada
utilizando os resultados obtidos no Censo para “Pessoas de 10 anos ou mais de idade,
residentes em domicílios particulares, ocupadas na semana de referência, exclusive as pessoas
cuja condição no domicílio não era pensionista, nem empregado(a) doméstico(a) ou seu
parente, por local de exercício do trabalho principal, segundo a situação do domicílio e as
classes de rendimento nominal mensal per capita”. Com isso, serão usados os valores médios
dos intervalos indicados pelo IBGE, com variações de acordo com os salários mínimos dos
trabalhadores, para encontrar a média mensal. Os salários mensais encontrados serão então
divididos por (30/7), representando o número médio de semanas em um mês. Assim:
𝑟𝑚 = (63,75 ∙ 𝑞0;1 + 191,25 ∙ 𝑞1;1 + 382,5 ∙ 𝑞1;1 + 765 ∙ 𝑞1;2 + 1.275 ∙ 𝑞2;3 + 2.040 ∙ 𝑞3;5
4 42 2
1
mínimo1 (a qual é multiplicada por 63,75 = 0 + 510 ∙ (4 − 0)/2); 𝑞1;1 é a quantidade de
42
1
pessoas com rendimento de ¼ a ½ salário mínimo (multiplicada por 191,25 = 510 ∙ 4 + 510 ∙
1 1
(2 − 4)/2); 𝑞1;1 é a quantidade de pessoas com rendimento de ½ a um salário mínimo
2
1 1
(multiplicada por 382,5 = 510 ∙ 2 + 510 ∙ (1 − 2)/2); 𝑞1;2 é a quantidade de pessoas com
Por sua vez, o cálculo do tempo trabalhado também será feito com base nos resultados
obtidos no Censo, sobre “Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de
referência, que, no trabalho principal, trabalhavam fora do domicílio e retornavam
diariamente do trabalho para o domicílio, exclusive as pessoas que, no trabalho principal,
trabalhavam em mais de um município ou país, segundo a situação do domicílio e os grupos
de horas habitualmente trabalhadas por semana no trabalho principal”, distribuído nos
seguintes intervalos: até 14 horas, 15 a 29 horas, 30 a 39 horas, 40 a 44 horas, 45 a 48 horas,
49 horas ou mais. Dessa maneira:
1
À época, o salário mínimo correspondia a R$ 510,00 em valores correntes (IPEA, 2017).
22
𝑡𝑑 𝑟𝑚 ∙ (7⁄30)
𝐶𝑇 = 𝑝𝑜𝑝 ∙ ∙ ∙ 𝑑𝑢
60 ℎ𝑡
2
Seguindo recomendação do Banco Central do Brasil, será utilizado como parâmetro o número de 252
dias úteis em um ano (BCB, 2013).
23
Será então feita uma apuração a partir desse resultado para medir o valor da perda
decorrente dos deslocamentos. Como é impossível reduzir o tempo perdido no trânsito para
zero, será ainda aplicado um fator redutor no cálculo do custo da hora do trabalho no trânsito,
conforme sugerido por Vianna (2013) e Young, Aguiar e Possas (2013). Serão então
escolhidos dois valores para representar esta redução: primeiro, um fator de ajuste de 50%, ou
seja, o gasto no deslocamento equivale à metade do rendimento percebido; e, em segundo, um
fator de ajuste de 100%, que é o próprio valor do rendimento.
24
4. RESULTADOS
Mais de Mais de
6 minutos meia hora uma hora Mais de Tempo
RM
Total Pop. Até 5 até meia até uma até duas duas Médio
Ocupada minutos hora hora horas horas (minutos)
Fortaleza (CE) 1.094.294,74 105.148,35 519.017,09 338.377,49 120.742,76 11.009,05 68,26
Recife (PE) 1.111.672,80 74.784,45 464.450,44 387.701,19 165.955,19 18.781,52 78,70
Salvador (BA) 1.165.539,08 76.962,56 441.189,85 418.057,04 203.016,82 26.312,82 84,36
Natal (RN) 400.137,04 36.784,77 204.666,82 125.496,77 30.731,96 2.456,72 62,77
Maceió (AL) 334.831,25 28.177,58 161.451,59 101.438,71 38.377,77 5.385,59 70,50
São Luís (MA) 344.861,61 23.451,90 145.340,66 124.278,77 45.458,27 6.332,01 77,18
João Pessoa
348.379,97 32.350,71 195.642,22 93.674,39 24.313,53 2.399,13 59,51
(PB)
Aracaju (SE) 262.278,23 18.879,29 131.660,09 83.752,62 25.215,14 2.771,10 67,65
Imperatriz
90.320,82 13.693,23 65.937,64 8.481,21 1.451,42 739,33 40,84
(MA)
Cariri (CE) 134.300,46 20.452,09 90.090,38 19.480,32 3.211,04 1.066,64 44,65
Campina
167.664,83 23.522,86 110.522,54 27.981,89 4.587,91 1.049,63 46,26
Grande (PB)
Arapiraca (AL) 94.576,10 14.508,74 63.002,99 13.358,85 3.162,32 543,19 45,20
Fonte: elaboração própria, com base em IBGE (2010).
Tabela 6. Comparação com as três regiões metropolitanas brasileiras mais populosas (2010).
Mais Mais
Até 1/4 Mais de Mais de Mais de Mais de
de 1/4 a de 1/2 a Rendimento
de 1a2 2a3 3a5 5
RM 1/2 1 Semanal
salário salários salários salários salários
salário salário Médio
mínimo mínimos mínimos mínimos mínimos
mínimo mínimo
Fortaleza (CE) 82.439 283.646 528.673 343.613 98.962 84.211 96.069 R$ 163,37
Recife (PE) 77.412 256.908 450.335 331.135 113.017 94.000 118.948 R$ 180,29
Salvador (BA) 69.277 236.445 479.859 394.684 139.977 116.205 145.382 R$ 194,00
Natal (RN) 22.352 79.641 160.167 132.859 47.362 39.753 45.054 R$ 192,16
Maceió (AL) 29.744 89.800 135.209 96.358 32.623 31.809 31.352 R$ 172,00
Grande São Luís
22.863 79.899 144.991 112.014 40.959 32.814 36.277
(MA) R$ 182,67
João Pessoa (PB) 26.731 81.284 139.046 104.930 37.775 28.777 36.113 R$ 178,60
Aracaju (SE) 16.394 56.068 103.643 78.052 30.131 27.090 30.890 R$ 192,46
Imperatriz (MA) 7.991 24.786 42.157 28.580 8.652 6.006 4.489 R$ 147,62
Cariri (CE) 22.068 46.967 59.986 30.622 7.946 5.960 5.059 R$ 119,53
Campina Grande
20.813 47.371 72.781 41.409 13.796 9.648 9.353
(PB) R$ 141,10
Arapiraca (AL) 17.665 29.971 39.144 21.738 6.308 4.381 2.861 R$ 118,85
Fonte: elaboração própria, com base em IBGE (2010).
Tabela 10. Perda econômica anual relacionada aos problemas de mobilidade urbana nas
regiões metropolitanas do Nordeste (2010).
A fim de verificar as perdas nos dias atuais, os valores obtidos foram corrigidos para
os valores de hoje. Para tanto, foi utilizado o IPCA, conforme IBGE (2017a), multiplicando
cada valor por pela razão entre os índices de julho de 2017 e de dezembro de 2010.
29
Tabela 11. Perda econômica anual relacionada aos problemas de mobilidade urbana nas
regiões metropolitanas do Nordeste (2010, em R$ de julho de 2017).
Tabela 12. Perda econômica anual per capita relacionada aos problemas de
mobilidade urbana nas regiões metropolitanas do Nordeste (2010, R$ correntes).
PIB
Perdido
RM
PIB Perdido
PIB (R$ correntes) Fator 100% Fator 50%
Fortaleza R$ 49.227.574.000,00 2,7% 1,3%
Recife R$ 61.300.070.000,00 2,8% 1,4%
Salvador R$ 79.391.841.000,00 2,6% 1,3%
Natal R$ 11.532.080.000,00 4,5% 2,2%
Maceió R$ 13.817.761.000,00 3,2% 1,6%
São Luís R$ 18.892.151.000,00 2,9% 1,4%
João Pessoa R$ 14.606.207.000,00 2,8% 1,4%
Aracaju R$ 11.300.693.000,00 3,3% 1,7%
Imperatriz R$ 4.605.581.000,00 1,3% 0,6%
Cariri R$ 3.793.390.000,00 2,1% 1,0%
Campina
Grande R$ 4.972.378.000,00 2,4% 1,2%
Arapiraca R$ 3.589.869.000,00 1,6% 0,8%
Fonte: elaboração própria, com base em IBGE (2010) e IBGE (2017b).
Como visto, no Nordeste, Natal foi a região com a maior perda econômica
proporcionalmente ao PIB. Trata-se de um resultado controverso: embora seja a quarta maior
aglomeração urbana em termos de população ocupada, esta localidade não apresenta tempos
de deslocamento tão elevados quanto as três primeiras, tendo, inclusive, tempos menores que
31
Tabela 14. Porcentagem da perda econômica em relação ao PIB das três regiões
metropolitanas brasileiras mais populosas (2010).
5. CONCLUSÕES
Salienta-se que as perdas devem ir muito além do que foi estimado nesta monografia,
pois não foi levado em conta outras externalidades positivas que seriam consequência de um
sistema mais eficiente de mobilidade urbana. Menos tempo perdido no trânsito resultaria em
33
mais tempo livre, que poderia ser alocado de diferentes formas, aumentando o bem-estar de
cada indivíduo. O cálculo também deixa de fora as externalidades negativas advindas dos
congestionamentos. A poluição, por exemplo, não foi incluída no cálculo, mesmo exercendo
uma grande influência no dia-dia das pessoas. Maiores investimentos em mobilidade urbana
são fundamentais para amenizar os impactos dos congestionamentos na economia desta
região.
34
6. REFERÊNCIAS
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BCB, mar. 2013. Disponível em: http://www.bcb.gov.br/Fis/crc/port/faq_3050_3.asp. Acesso
em: 01 ago. 2017.
ONU, Organização das Nações Unidas. Estado de las ciudades de América Latina y el
Caribe 2012. Nairobi: ONU-Habitat, ago. 2012. Disponível em:
http://estaticog1.globo.com/2012/08/21/Estado-de-las-Ciudades-de-America-Latina-y-el-
Caribe-2012.pdf. Acesso em: 08 jun. 2017.
RUBIM, B.; LEITÃO, S. O plano de mobilidade urbana e o futuro das cidades. Estudos
Avançados, v. 27, n. 79, São Paulo, 2013. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142013000300005. Acesso
em: 05 ago. 2017.
YOUNG, C. E. F.; AGUIAR, C.; POSSAS, E. Sinal fechado: custo econômico do tempo de
deslocamento para o trabalho na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Econômica, v. 15,
n. 2, Rio de Janeiro, dez. 2013. Disponível em: http://www.ie.ufrj.br/images/gema/
Young_Aguiar_2013_EcoEco_Sinal_fechado_Custo_Deslocamento_RJ_1.pdf. Acesso em:
24 mai. 2017.