DISCENTE: FRANCIVAN R DOS SANTOS – MATRÍCULA: 1074216
Apreciação crítica elaborada em cima do livro “Os setes saberes necessários a
educação do futuro” capitulo III – Ensinar a condição humana de Edgar Morin. São Paulo , 2000.
Morin (2000) assinala que a educação do futuro deverá ter o ensino
centro na condição humana e ainda conhecer sua diversidade cultural inerente, pois todo conhecimento deverá situar o humano no universo; contextualizar seu objeto e responder as questões: Quem somos? Onde estamos? De onde viemos? Para onde vamos? O autor busca ensinar a condição humana: enfatizando que a condição humana deve ser objeto de todo o ensino. Sinaliza que deve haver uma união indissociável entre a unidade e a diversidade de tudo aquilo que é humano, baseando-se nas disciplinas atuais através da reunião e organização de todos os conhecimentos presentes nas ciências humanas e naturais, literaturas e filosofia.
A concepção de Morin é essencial para os dias de hoje, no que tange a
educação humana nos seus diferentes de níveis, da educação básica a superior. Ensinar a condição humana diz respeito a um dos buracos negros da educação. A forma como as áreas do conhecimento se encontram distribuídas em disciplinas isoladas ignora totalmente o aspecto da interdisciplinaridade importantíssima para a comunicação entre os saberes, completamente ignorados, subestimados ou fragmentados nos programas educativos. Desconsiderar a complexidade do gênero humano em suas dimensões, razão e emoção, é deixar de fora a compreensão do todo, enquanto avança-se o conhecimento das partes alimenta-se esse conceito reducionista que leva de encontro ao nada. Isso é prejudicial, sobretudo para que o aluno descubra a relevância do contexto histórico-sócio-cultural da pessoa humana no contexto da educação, onde o humano encontra-se esquartejado. O gênero humano possui muitas especificidades, a maioria compartilhada por um povo ou grupo humano específico, independentemente da sua localização geográfica ou língua, a percepção desses aspectos é crucial para a compreensão do humano como um todo. A educação do futuro deve se preocupar com a integração dos saberes ao invés de trata-los separadamente, somente pelo viés técnico ou mecanicista.
Morin destaca a importância da hominização no processo de
compreensão da condição humana, pois como ele afirma “a animalidade e a humanidade caminham juntas e determinam a nossa condição humana.” Antes de tudo é preciso considerar o duplo principio que define o homem: um principio biofísico e um psico-sócio-cultural, um remetendo ao outro, pois essa compreensão vai além desse mundo físico e vivo. Tendo em mente que o homem só se realiza completamente através da cultura, pela transmissão do conhecimento que parte do principio teórico-conceitual, onde os educadores se preocupam somente em lecionar suas respectivas disciplinas, ou seja, português com português, e matemática com matemática, o que existe na verdade é uma atribuição equivocada de que as ciências humanas são colocadas em segundo plano, e que possuem pouca ou nenhuma relação com a natureza ou com o físico.
Diante de tudo isso é perceptível a incapacidade de se conceber uma
educação marcada pela integração dos saberes, onde o educador muitas vezes possui uma formação incipiente que não promove o aprofundamento das questões humanas e seus aspectos sociais envolvidos, motivo de grande preocupação para a formação dos jovens, e futuros cidadãos. Os professores devem se preocupar com uma formação mais humana do alunado, mas para isso o sistema educacional deve passar antes por uma grande reforma , afim de que se fomente um dia essa nova concepção para a transmissão de conhecimentos que sejam universais.