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O texto nos trás importantes apontamentos sobre a economia brasileira, tanto

acerca dos produtos exportados, como acerca dos produtos direcionados para o mercado
interno, nos apontando para a existência de uma produção diversificada. Ele nos ajuda a
criticar a forma como a economia brasileira é apresentada nas escolas, através da ideia
de ciclos econômicos subsequentes de produção monocultora (por exemplo de café e a
cana-de-açúcar), onde não deixa espaço para se pensar que houvesse uma
simultaneidade de produção de uma variedade de produtos visando não só exportação,
mas também o consumo interno. Portanto, apesar do café passar a ser o carro-chefe da
exportação da economia brasileira, a cana-de-açúcar no séc. XIX continua tendo sua
importância, além de se exportar algodão, tabaco, borracha e couro.
A produção da cana-de-açúcar sofre uma série de dificuldades, como o
acirramento da competição externa, a dificuldade da modernização dos equipamentos, e
o deslocamento dos escravos para a região cafeeira, tendo de recorrer para outros tipos
de mão-de-obra e condições estruturais de seu funcionamento, além da passagem por
um processo de modernização dos engenhos que levou à facilitação da passagem do uso
do trabalho escravo para o trabalho livre. O algodão, no século XVIII, passou a ser
usado para atender às necessidades da Revolução Nacional na Inglaterra. Sua
valorização oscilava muito de acordo com o cenário internacional. O tabaco também
tinha grande importância no cenário de exportação brasileiro, já que era trocado por
escravos na África. A pecuária era principalmente voltada para o mercado interno,
sendo feita principalmente no Rio Grande do Sul, mas também se exportava couro e
depois passou-se a transformar a carne em charque, que a base da alimentação dos
cativos. A borracha, advinda da Amazônia, estava voltada para o atendimento das
necessidades da expansão industrial internacional. Porém existiam regiões que
destinavam sua produção essencialmente para o mercado interno, produzindo alimentos,
como Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O texto também aborda a questão da imigração no Brasil. No séc. XIX o
governo incentivou o povoamento de algumas regiões por portugueses, suíços e
alemães, visando “civilizar” e embranquiçar o país. Os proprietários brasileiros visavam
estes como mão-de-obra, mas acabaram sendo criticados por não quererem trabalharem
tantas horas como os escravos. Foram ações fracassadas já que faltou maior apoio
governamental e a dificuldade da colocação de seus produtos no mercado. Porém
permitiram que essas regiões se desenvolvessem futuramente como centros urbanos
importantes vinculados a imigrantes.

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