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PARKINSON EM NÚMEROS

Por Felipe Ramos Neves

Muitas pessoas escutam ou convivem com pacientes do Mal de


Parkinson. Entretanto, somente pesquisas podem afirmar com certa precisão a
frequência da doença e quais as porcentagens de sucesso dos tratamentos.
Assim, elaborou-se uma reunião de dados e pesquisas de modo a aprofundar
conhecimentos sobre esse distúrbio tão cotidiano, porém tão desconhecido.

Famosos como Adolf Hitler, Saddam Hussein, o ex-presidente norte


americano Harry Truman e o Papa João Paulo II são algumas das vítimas
dessa doença. A doença de Parkinson se manifesta em uma a cada 500
pessoas, o equivalente a 28 mil, só na Grande São Paulo. Isso segundo
estatísticas positivas, porque em centros de alta densidade populacional a
incidência sobe para um a cada 200 habitantes. Atinge igualmente homens e
mulheres, em geral acima dos 50 anos. Apesar as causas não serem
totalmente esclarecidas pela medicina, sabe-se que o estresse e a poluição,
aliados a outros fatores genéticos e ambientais, podem ocasionar a doença.

É comum escutarmos que o avô ou a avó está com Parkinson. Isto


ocorre porque os sintomas surgem normalmente a partir dos 40 anos. Dados
da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que 1% da população acima
dos 65 anos sofre com a doença do Mal de Parkinson. No Brasil, segundo a
Associação Parkinson Brasília, a estimativa é de que pelo menos 200 mil
pessoas tenham a doença.
Outra constatação cotidiana é o do aumento do número de casos
atualmente. O problema em partir de análises cotidianas é saber se são
mesmo verdade. Uma possível explicação para tal evidência é a globalização
dos meios de comunicação, que permitiu maior divulgação dos casos.
Entretanto, um estudo realizado pela revista americana Neurology confirma o
aumento e prevê que o número de pessoas afetadas pela doença deverá
duplicar até 2030.

O estudo se baseava em analisar a evolução demográfica dos cinco


maiores países da Europa Ocidental (Espanha, França, Itália, Reino Unido e
Alemanha) e das restantes 10 nações mais populosas do planeta (Bangladesh,
Brasil, China, Estados Unidos, Índia, Indonésia, Japão, Nigéria, Paquistão e
Rússia). Os resultados quanto à predominância da doença por faixa etária
revelaram que:

Em 2005, o número de indivíduos com Parkinson estava entre os 4,1 e


4,6 milhões. Seguindo a tendência encontrada, os valores em 2030 poderão
estar entre 8,7 e 9,3 milhões. A evolução da doença neurodegenerativa não
acontecerá, contudo, uniformemente em todos os países. Nos países asiáticos
em desenvolvimento irão se registrar aumentos mais significativos.

“O aumento será maior nos países orientais em desenvolvimento do que


na Europa Ocidental e nos Estados Unidos devido às diferenças nas estruturas
populacionais”, explicou Ray Dorsey, da Universidade de Rochester. “A
estrutura da população nestas nações orientais, em especial a China e a Índia,
é tal que o número de indivíduos idosos irá aumentar dramaticamente nos
próximos 25 anos. Nesse sentido, o número de pessoas que poderão sofrer de
Parkinson também crescerá significativamente, porque a prevalência da
doença aumenta com a idade”.

Outro estudo foi realizado pelo doutor em urologia José Carlos Truzzi,
que percebeu uma associação do transtorno neurológico com a bexiga
hiperativa. Sabe-se que o Mal de Parkinson é reconhecido por manifestações
clínicas como tremores de extremidades, rigidez e movimentos lentificados.
Além disso, descobriu-se que a doença causa problemas urinários em
aproximadamente 75% dos casos.
As razões de tal proporção podem estar relacionadas a dificuldades de
esvaziamento vesical, o que prejudica ainda mais a qualidade de vida destas
pessoas. O sintoma que mais afeta o cotidiano dos pacientes é urinar inúmeras
vezes durante o dia.

O tratamento inicial para a bexiga hiperativa é baseado na adoção de


medidas comportamentais, atividades de fisioterapia e o tratamento
medicamentoso oral com anticolinérgicos. Os resultados não são sempre
satisfatórios desta classe de medicamentos, o que acarreta um abandono do
tratamento de 80% após seis meses de uso.

A cirurgia de ampliação vesical também é um problema para os


portadores da doença de Parkinson, por causa do caráter progressivo do
transtorno e pela idade dos acometidos.

Uma das melhores soluções veio com o advento da aplicação vesical da


toxina botulínica. A redução do número de micções diurnas e noturnas e a
retomada total da continência urinária cinco meses após a aplicação da toxina
botulínica foram resultados apresentados em um estudo recentemente
publicado na Europa.

Entretanto, ainda é muito reduzido o número dos que buscam


atendimento especializado, visto que existe um grande constrangimento
provocado pelas perdas involuntárias de urina, a associação do transtorno
urinário à afecção neurológica e a falta de atenção devida pelos profissionais
da saúde contribuem para esta situação.

O gráfico a seguir ilustra os tipos de tratamento procurados:


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

TRUZZI, José Carlos. Doença de Parkinson e bexiga hiperativa. Retirado


em:<http://ultimosegundo.ig.com.br/doenca+de+parkinson+e+bexiga+hiperativa
/n1237603608675.html>. Acesso em: 05 de nov. 2010.

RAMOS, Sandra. Casos de Parkinson vão duplicar até 2030. Retirado


em:<http://www.parkinson.pt/index.php?
lop=conteudo&op=7eabe3a1649ffa2b3ff8c02ebfd5659f&id=a02ffd91ece5e7efe
b46db8f10a74059>. Acesso em: 10 de nov. 2010.

TRATAMENTO COM CÉLULAS ESTAMINAIS DA DOENÇA DE PARKISON.


Retirado em: <http://pt.xcell-center.com/tratamentos/doencas-
tratadas/parkinson.aspx>. Acesso em: 20 de out. 2010.

APRENDENDO A CONVIVER COM O MAL DE PARKINSON. Retirado


em:<http://www.doencadeparkinson.com.br/impotencia.htm>. Acesso em: 25
de out. 2010.

CERCA DE 200 MIL BRASILEIROS SOFREM DO MAL DE PARKINSON.


Retirado em:<http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?
uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a2999591.xml>. Acesso em: 30 de out.
2010.

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