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COLABORADORES: Cleandro
Krause, Emílio Chernavsky, Eugênio
Santos, Félix Lopez, Fernando
Gaiger, Jorge Abrahão de Castro,
José Carlos dos Santos, Otávio
Ventura, Wilnês Henrique.
EDITORIAL
PROJETO GRÁFICO,
DIAGRAMAÇÃO, GRÁFICOS
E TABELAS: Lucivam Queiroz e
Marcelo Rubartelly
AGRADECIMENTOS: Humberto
Leite e Matheus Dutra
ENTIDADES QUE
APOIAM ESTA
PUBLICAÇÃO
APD
Advogadas e Advogados Públicos para a Democracia
R: 189 R: 66 R: 87
G: 22 G: 41 G: 87
B: 44 B: 24 B: 86
C: 15 C: 50 C: 0
M: 100 M:70 M: 0
Y: 90 Y: 80 Y: 0
K: 10 K: 70 K: 80
SUMÁRIO
1 Introdução 7
Contornos da Reforma Administrativa
Bolsonaro
mito 4 A estabilidade do
funcionalismo é um privilégio e é
absoluta 33
E
stá em curso o anúncio e desdobramento da
chamada Reforma Administrativa. Seu contexto
mais amplo remete à crise econômica-fiscal-
política-institucional pela qual passa o país desde
2015 e às tentativas de respostas dos governos que
se sucederam orientadas por:
A redução do tamanho/papel do Estado na
economia e na proteção social; e
A
s respostas governamentais à crise brasileira
bem como as linhas mestras da Reforma
Administrativa se apoiam, implícita ou
explicitamente, em visão distorcida do Estado
brasileiro, da máquina pública e dos servidores.
DINAMARCA 56,0
55,4
FINLÂNDIA 55,2
53,0
SUÉCIA 51,9
51,5
ÁUSTRIA 49,6
48,0
GRÉCIA 47,8
47,3
PRT 45,2
45,2
HOLANDA 44,5
44,5
LUXEMBURGO 44,4
43,3
MÉDIA DA OCDE 42,4
42,0
REPÚBLICA TCHECA 41,2
40,7
GRÃ-BRETANHA 39,8
39,7
ESTÔNIA 38,5
38,4
POLÔNIA 38,2
38,0
ESPANHA 37,5
37,2
BRASIL 35,6
35,3
IRLANDA 34,9
MÉDIA DA OCDE
34,4
ÁUSTRIA 34,0
33,9
CHILE 33,6
33,1
CORÉIA DO SUL 33,1
24,5
INDONÉSIA 19,8
DINAMARCA 34,9
NORUEGA 34,6
REPÚBLICA TCHECA 34,0
LÁTVIA 31,2
SUÉCIA 28,1
ESLOVÁQUIA 27,2
HUNGRIA 26,8
ESTÔNIA 26,1
LUXEMBURGO 23,1
POLÔNIA 25,2
IRLANDA 24,7
GRÃ-BRETANHA 23,5
ESLOVÊNIA 22,9
GRÉCIA 22,6
UCRÂNIA 21,7
BÉLGICA 21,5
MÉDIA DA OCDE 21,3
CANADÁ 20,4
FRANÇA 19,8
AUSTRÁLIA 18,4
ITÁLIA 17,3
MÉDIA DA OCDE
ESPANHA 17,1
PORTUGAL 16,4
ALEMANHA 15,4
TURQUIA 12,9
NOVA ZELÂNDIA 12,4
BRASIL 12,1
MÉXICO 11,8
CHILE 10,7
JAPÃO 7,9
CORÉIA DO SUL 7,6
8 http://www.ipea.gov.br/atlasestado/
// GRÁFICO 3: VÍNCULOS NO SETOR PÚBLICO E SETOR PRIVADO
(1995-2016)
2001
2002
2004
2008
1998
2003
2005
2006
2007
2009
2010
2011
2012
2013
2014
1995
1996
1997
1999
2000
2015
2016
70.000.000 4.0
50.000.000 3.4
Crescimento Privado
3.2
40.000.000
3.0
2.6
20.000.000
2.4
10.000.000 2.2
2.0
700.000
650.000
600.000
550.000
500.000
450.000
400.000 2001
2002
2004
2008
1991
1992
1993
1994
1998
2003
2010
2011
2012
2013
2018
2005
2006
2007
2009
2014
1995
1996
1997
1999
2000
2015
2016
2017
Fonte: Atlas do Estado Brasileiro, Ipea. Elaboração própria
ii Ao longo deste período de recomposição de
pessoal na primeira década do século, houve,
em particular no Governo Federal, reforço de
carreiras em áreas estratégicas, tais como:
ensino técnico-profissionalizante e superior,
advocacia pública, arrecadação e finanças,
controle administrativo, planejamento e
regulação.
iii Do ponto de vista qualitativo, as evidências
indicam que o movimento recente de
recomposição de pessoal no setor público deve
trazer melhorias gradativas ao desempenho
institucional, uma vez que os novos servidores:
a foram selecionados por concurso
público e mais para atividades-fim, que
exigem nível superior de escolarização,
indicando a possibilidade de maiores
impactos sobre a produtividade
agregada do setor público;
b são, em média, como a população
brasileira, mais escolarizados do que no
passado;
c foram contratados predominantemente
com vinculação estatutária em
detrimento do padrão celetista ou de
outras formas de contratação precária,
o que os coloca sob direitos e deveres
comuns e estáveis, podendo com isso
gerar maior coesão e homogeneidade
no interior da administração, aspecto
essencial para cooperação no trabalho e
desempenho satisfatório a longo prazo.
// GRÁFICO 5: TOTAL DE SERVIDORES FEDERAIS ATIVOS,
POR AGRUPAMENTOS DE CARREIRA (2004-2017)
2009 4,6%
2010 4,3%
2011 4,1%
2012 3,9%
2013 3,8%
2014 3,8%
2015 4,0%
2016 4,1%
4,3%
// GRÁFICO 6: EVOLUÇÃO DAS DESPESAS COM PESSOAL E
2017
Fonte: STN/Resultado do Tesouro 2018 4,4%
Observando-se a trajetória do gasto global com
pessoal na União, chega-se à conclusão de que,
em relação ao passado, o gasto atual, medido em
proporção do PIB, está próximo da média histórica
sem apresentar tendência alguma à explosão ou
descontrole. Em 2018 as despesas com pessoal e
encargos na União, incluindo-se civis, militares, ativos,
aposentados e pensionistas, somaram 4,4% do PIB,
o mesmo percentual verificado duas décadas atrás e
menor do que a cifra alcançada em 2000, 2001, 2002,
2003, ou 2009. Diante das perdas reais acumuladas nas
remunerações do funcionalismo entre 2010 e 2015 e de
um menor ritmo de contratação, o percentual da folha
em relação ao PIB caiu para 3,8% em 2014, voltando a
subir no período recente em razão:
a do desempenho sofrível do PIB entre
2015 e 2018; e
b da recomposição parcial de
remunerações entre 2016 e 2019.
20% 3,0%
% do PIB 2,5%
15%
2,0%
10% 1,5%
PODER EXECUTIVO
1,0%
5%
0,5%
PODER JUDICIÁRIO
0% OUTROS 0,0%
2008
2011
2012
2010
2013
2014
2004
2005
2006
2007
2009
2017
2015
2016
11 IBGE
// QUADRO 1: BENEFÍCIOS E SERVIÇOS SOCIAIS PÚBLICOS
OFERTADOS
ASSISTÊNCIA SOCIAL 2002 2013 2018
Famílias beneficiárias do Bolsa Família 3,6 milhões 14,1 milhões 13,9 milhões
2003
Beneficiários do BPC e RMV 2,3 milhões 4,2 milhões 4,6 milhões
39 milhões
Frota de veículos 82 milhões 101 milhões
2004
Movimentação de carga nos
529 milhões 931 milhões 1.121 milhões
portos e Terminais (ton)
Carga transportada em ferrovias (tu) 389 mil 2006 463 mil 570 mil
participação em
1% gerência, administração
ou sociedade privada
outros proceder de
6% 3% forma desidiosa
abandono,
24% inassiduidade
ou acumulação
de cargos
1.201
1.010
870
549
2014
2018
2015
2016
2017
2019
Fonte: BCB
É importante fixar: as restrições ao gasto no Brasil,
um país que emite sua própria moeda e cujo governo
é credor internacional, são auto-impostas pela
legislação que sempre se pode alterar, como no caso
da LDO, que fixa a meta de primário anualmente,
ou do teto constitucional de gastos que precisará
ser flexibilizado sob pena de deixarmos de pagar
aposentadorias e paralisarmos completamente
a máquina, ou da chamada “regra de ouro” que,
a propósito, já foi alterada em 2019 para que o
“dinheiro não acabasse” para o Bolsa Família,
benefícios aos idosos e outras despesas correntes.
// GRÁFICO 12:RESERVAS INTERNACIONAIS (US$ BILHÕES)
400
379
386
350
336
300
261
250
200
190
150
AGO
AGO
AGO
DEZ
ABR
DEZ
AGO
AGO
DEZ
ABR
DEZ
ABR
DEZ
AGO
ABR
ABR
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Fonte: BCB
O dinheiro do governo, portanto, não acabou
nem acabará, mas as regras fiscais brasileiras
excessivamente rígidas o impedem de gastar num
momento em que a economia, depois de 5 anos
de crise, ainda não logrou recuperar o nível de
renda de 2014.
As reformas da
previdência, administrativa
Grécia 1976
Irlanda 1976, 1988, 1989
Espanha 1986, 1987
Portugal 1986, 1988, 1995
Noruega 1983
Finlândia 1996, 1998
CRESCIMENTO
Irlanda 1987
econômico após ajuste
AUSTERIDADE
Política fiscal Política fiscal
contracionista expansionista
retração, esterilização expansão, reorientação
do gasto real do gasto real
ATIVIDADE
ECONÔMICA
90
PRODUÇÃO
INDUSTRIAL
80
70 CONFIANÇA
EMPRESARIAL
60
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JAN
FEV
MAR
ABR
JUN
JUL
AGO
MAI
JAN
FEV
MAR
ABR
SET
OUT
NOV
DEZ
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
MAI
JUN
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ 2016 2017 2018 2019
D
iante do exposto, e visando alargar o horizonte
de discussões e de proposições sobre o tema,
indicamos abaixo algumas diretrizes gerais para
uma Reforma Administrativa de índole republicana e
democrática, voltada para um serviço público efetivo
e de qualidade, condição sine qua non para o próprio
desenvolvimento nacional, soberano, includente e
sustentável.
APD
Advogadas e Advogados Públicos para a Democracia
APD
Advogadas e Advogados Públicos para a Democracia
R: 189 R: 66 R: 87
G: 22 G: 41 G: 87
B: 44 B: 24 B: 86
C: 15 C: 50 C: 0
M: 100 M:70 M: 0
Y: 90 Y: 80 Y: 0
K: 10 K: 70 K: 80