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África, a Diversidade num Continente

História da África
A África é o berço da humanidade, pois há indícios de que o continente foi o primeiro
a ser habitado por humanos. Nele foram encontrados diversos fósseis que
comprovam essa teoria e também possibilitaram o estudo da evolução humana.
Estima-se que a porção norte do continente seja a mais antiga do mundo, na qual se
estabeleceu os povos egípcios.
O continente foi colonizado por povos europeus, como os espanhóis, portugueses e
franceses. Muitos africanos foram arrancados e levados de seus países para outras
partes do mundo pelos europeus, a fim de realizarem o trabalho escravo.
Assim a África foi dividida ao longo da sua colonização, segundo os interesses dos
colonizadores, que ignoraram a realidade e identidade dos povos, agrupando-os
em tribos com disparidades culturais. Foi após a Segunda Guerra Mundial que as
colônias africanas iniciaram o seu processo de independência. Contudo, o
continente ainda vive diversos conflitos territoriais e religiosos.
Leia também: Escravidão na África.
Considerada o berço da humanidade – teses indicam que o gênero homo tenha
surgido no continente africano há mais de 2 milhões de anos – a África em sua
história recente vive inúmeros conflitos políticos e uma grave crise social e econômica.

O continente africano possui uma das maiores diversidades culturais do planeta. Na


chamada África Branca, ao norte, predominam os povos caucasóides e semitas e na
chamada África Negra, ao sul do Deserto do Saara, encontram-se os povos
pigmeus, bosquímanos, hotentotes, sudaneses e os bantos. Esta diversidade por sua
vez, se reflete nas mais de mil línguas diferentes que existem no continente africano,
sem contar os inúmeros dialetos. Em algumas regiões inclusive, fala-se o português
com algumas influências locais, como Moçambique e Angola.

O terceiro maior continente da terra, situado entre os Trópicos de Câncer e de


Capricórnio, possui baixa densidade demográfica como conseqüência das
características de seu território. Com uma extensão de cerca de 30 milhões de km² e
mais de 800 milhões de habitantes em 54 países, a África é freqüentemente dividida
em cinco regiões de acordo com características geográficas e demográficas: a África
Oriental, África Ocidental, África Setentrional, África Central e África Meridional.

Ao norte o continente é delimitado pelo Mar Mediterrâneo, na costa ocidental


encontra-se o Oceano Atlântico, na costa oriental o Oceano Índico e o Istmo de Suez
que a liga com a Ásia e, ao sul com os Oceanos Atlântico e Índico sendo cercada
pelas ilhas de Madagascar, Reunião, Maurício, Cabo Verde, Seychelles

Em torno de 20 países do continente africano a população sofre de subnutrição


crônica. Com um PIB (Produto Interno Bruto) de 1% do total mundial, é na África
Subsaariana onde se encontram os países considerados os mais pobres do mundo e
os maiores índices de desnutrição e propagação de epidemias. Característica que se
ameniza em regiões como a África do Sul e ao norte na Líbia, Argélia e Nigéria. O que
acentua ainda mais as discrepâncias do continente.

O clima é equatorial ou tropical na maior parte do país, exceto no extremo norte e


extremo sul onde é temperado. O deserto do Saara, ao norte, é uma das regiões mais
áridas do planeta e ocupa um terço do território africano. Em contraste, na bacia do
Rio Nilo (o maior do mundo, em extensão) se encontram as regiões mais férteis do
planeta, onde surgiu a civilização egípcia (Egito Antigo). O Kilimanjaro é o ponto mais
alto da África com 5.895m.

Países Africanos

África é um dos seis continentes do mundo, sendo o terceiro maior em extensão


territorial. O território estende-se por mais de 30 milhões de km2, ocupando,
aproximadamente, 20% da área continental da Terra. No continente vivem mais de um
bilhão de habitantes, fazendo dele o segundo mais populoso entre os demais.
A África é conhecida pela sua pluralidade étnica e cultural, e, por meio de
uma história milenar, é capaz de contar a história de toda a humanidade. Apesar da
enorme riqueza do continente, muitos países africanos apresentam baixos índices de
desenvolvimento, com diversos problemas sociais, como a miséria, baixa qualidade
de vida, subnutrição e o analfabetismo.
A África é um país?
Não, a África não é um país e sim um continente. Essa pergunta, apesar de parecer
óbvia, implica uma questão bastante comum entre a maioria das pessoas: referir-se
ao território africano como homogêneo. E não, ele não é. A África é uma das
regiões mais diversas do mundo, em termos culturais, religiosos, étnicos, políticos e
geográficos.
Na África existe um país chamado África do Sul. Este é responsável por cerca de um
quinto da economia do continente.

População e idiomas
Vivem no continente mais de um bilhão de habitantes. No entanto e apesar do alto
contingente, a África apresenta distribuição desigual da população, devido às
condições geográficas que desfavorecem a ocupação das áreas.

O continente africano convive com grandes problemas de ordem social. Muitos


países apresentam baixos Índices de Desenvolvimento Humano. Grande parte da
população de alguns países convive com baixa qualidade de vida, fome e miséria.
As taxas de natalidade e mortalidade são muito altas, enquanto a expectativa de
vida é baixa.
Há uma grande diversidade cultural no continente, o qual possui várias etnias,
tradições, religiões e línguas. Além das milhares de línguas africanas, falam-se as
línguas trazidas pelos colonizadores, como o Francês, Inglês e Português. Essa última
é falada por cinco países: Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe,
Moçambique e Angola. Recentemente Guiné Equatorial também adotou o idioma.
Caso tenha curiosidade sobre esse tema, leia nosso texto: População africana.

Relevo
O continente africano apresenta, em quase todo o seu território, planaltos com,
aproximadamente, 750 metros de altitude limitados por escarpas.

Na região do deserto do Saara (região setentrional), encontra-se o planalto


setentrional por onde percorre o Rio Nilo. Na região leste, encontra-se grandes
montanhas como o Kilimanjaro e o Monte Quênia. Já na parte meridional, encontra-se
a cadeia do Cabo, com altitude que ultrapassa 3400 metros.

Clima
O território africano é bastante diverso em termos climáticos. Podemos encontrar
áreas com predomínio do clima equatorial, outras de clima tropical, assim como há
também regiões de clima desértico e mediterrâneo. O clima equatorial é registrado
na região ocidental; o tropical, na região central e sul; o desértico, na região
setentrional, assim como o clima mediterrâneo.

Vegetação

A vegetação africana constitui-se basicamente de savanas e florestas equatoriais onde


se encontra uma grande variedade faunística. Nas savanas encontram-se os
leões, girafas, leopardos e hienas, entre outros animais. E nas florestas equatoriais
encontram-se principalmente símios, aves, anfíbios e répteis. A principal ameaça para
esses ecossistemas já foi a caça predatória praticada pelos colonizadores,
principalmente nas savanas. Mas, atualmente o maior problema encontrado é o
processo de desertificação provocado pelo desmatamento nas florestas equatoriais.
Nas savanas esse processo é ainda mais grave por causa das condições climáticas
propícias ao processo de desertificação, como baixa densidade pluviométrica e solo
frágil.
O extrativismo animal e vegetal também destaca-se. Já no que tange à agropecuária,
a agricultura realizada em alguns lugares é para subsistência e, em outros, para
fim comercial.
Os principais cultivos para subsistência são: mandioca, milho, inhame e sorgo. Já dos
cultivos voltados para o mercado destacam-se algodão, cacau, café e amendoim. Em
relação à pecuária, a criação de gado ganha destaque em diversas áreas. A criação
de ovelha também é comum no sul do continente.

Economia
Índices econômicos e de desenvolvimento humano apontam que o continente africano
éo mais pobre entre os continentes. Muitos países são
considerados subdesenvolvidos.
A economia africana é baseada, principalmente, no setor primário, com
o extrativismo e a agropecuária. O continente é rico em minerais como ouro e
diamante. Em alguns países também são encontrados petróleo e gás natural. A
exploração de recursos naturais é feita pelos europeus e também pelos norte-
americanos, o que impede o desenvolvimento do país com base em suas próprias
riquezas.

Apartheid na África do Sul


A apartheid representou a transformação do racismo em lei na África do Sul - a segregação
racial foi legalmente aceita entre 1948 e 1994. Foi o regime da apartheid que retirou os
direitos dos negros e deu privilégios aos brancos, minoria no país. A discriminação
institucionalizada teve início quando o Partido Nacional da África do Sul ganhou as
eleições. Em 1949, os casamentos mistos foram proibidos. Em 1950, a Lei da imoralidade
proíbe a relação sexual entre brancos e negros. No mesmo ano, a população é cadastrada
e separada por raça, além de ser dividida fisicamente com a formação de áreas
residenciais específicas.

Os negros precisavam andar com cadernetas por determinação da Lei dos nativos,
conhecida como Lei do passe, o documento deveria ser apresentado à polícia sempre que
solicitado. Os locais e equipamentos públicos também eram segregados, placas com a
indicação “Somente europeus” eram colocadas para impedir o contato com negros.

A divisão entre raças pode ser observada já em 1913 com a Lei das Terras, que dá 90%
das terras aos brancos e apenas 10% aos negros. Anos mais tarde, durante o apartheid,
são criadas pequenas pátrias, os bantustões, para separar as raças. Essas terras, que
representavam cerca de 13% do território do país, tinham relativa independência, segundo
o governo sul-africano, ainda que o exército fizesse intervenções quando as “pátrias” não
atendiam aos desejos do governante da África do Sul.

Uma das justificativas do regime do apartheid é a concepção do desenvolvimento


separado, que explica que cada raça deve se desenvolver sem a mistura com outras. Com
isso, os negros recebiam serviços públicos inferiores, inclusive a educação oferecida para
os brancos tinha qualidade superior.

África do Sul sofre embargo comercial em razão da política segregadora


A África do Sul chegou a sofrer embargos comerciais, uma forma que os países contrários
ao regime encontraram para forçar o fim da segregação. Em 1973, o apartheid foi
condenado na Assembléia Geral das Nações Unidas com a assinatura do texto Convenção
Internacional da Punição e Supressão ao crime do Apartheid.

Apesar de toda a repressão, revoltas já começavam a incomodar a segregação imposta


pelos brancos. O maior líder do movimento negro na África do Sul foi Nelson Mandela.
Símbolo da luta contra o apartheid, ele foi preso em 1964. Em 1985, o governo, para
impedir mais revoltas, prometeu negociar com os negros assuntos de interesse comum,
mas eles ainda não poderiam votar ou ter parlamento. O primeiro-ministro não aceitou
libertar Mandela, que só poderia ser solto se prometesse que não haveria violência. O líder,
no entanto, não aceitava condições. O grande nome da luta contra o apartheid
permaneceu quase três décadas na prisão.

Em 1989, Pieter W. Botha renuncia e Frederick de Klerk assume. Mandela sai da prisão
em 1990. Nelson Mandela e Frederick de Klerk são agraciados com o Nobel da Paz em 93.
No ano seguinte, os negros votam pela primeira vez e Mandela é eleito presidente do país.

Curiosidades
 Muitos turistas procuram a África para fazerem safári. O encontro com animais
selvagens nas grandes savanas africanas está no roteiro de muitos aventureiros.

 O Rio Nilo é considerado o maior rio do mundo.


 Dos 30 países mais pobres do mundo, 21 são africanos.

 Angola e África do Sul são os países com maior Produto Interno Bruto da África.
 O Saara, maior deserto do mundo, localiza-se na África.

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