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Autêntica ou legislativa Procede da mesma origem da lei e tem força obrigatória.

Exemplo: hipóteses de flagrante do artigo 302, CPP – pode vir lei


posterior criada para esclarecer algum ponto controverso da lei
anterior.

Jurisprudencial ou Orientação que os juízos ou tribunais vêm dando à norma, sem força
judicial obrigatória.
As que possuem força obrigatória (súmulas vinculantes e decisões
em controle concentrado de constitucionalidade) são verdadeiras
fontes do direito.
Doutrinária ou científica Entendimento dado aos dispositivos leais pelos escritores ou
comentadores do direito.
Gramatical ou literal ou Letra fria da lei.
sintática: O exato significado das palavras do legislador.
Sistemática: Sendo a interpretação gramatical insuficiente, deve-se fazer um confronto
lógico entre os dispositivos da lei.
Exemplo: o parágrafo único da norma somente deve ser entendido de acordo
com o seu caput.
Exemplo: artigo 10, parágrafos do CPP “autoridade” deve ser entendida como
autoridade policial.
Lógica: Raciocínio para retirar o espírito da lei.
Histórica: Analisa o contexto histórico em que foi aprovada aquela “lei”. Contexto da
votação, dos debates, das emendas e etc.
Teleológica: Procura o sentido e alcance da norma. A finalidade da norma. “aos fins sociais
a que ela se dirige e às exigências do bem comum”.
Teleológica-sistemática: “compor o sentido de determinada norma em comparação com as demais que
compõem o sistema jurídico no qual está inserida” (NUCCI). Mescla
interpretação teleológica e sistemática.
Declarativa: O texto não é ampliado nem reduzido. Apenas se retira o significado oculto. Declara o
significado da norma.
Exemplos: casa habitada (art. 248, CP) – casa com uma ou mais pessoas.
Restritiva: Restringe o real significado da norma.
“toda exceção deve ser interpretada de forma restritiva”.
Extensiva ou ampliativa: Se amplia, alarga o sentido dos termos da lei para dar o seu real significado.
Exemplo: art. 254, CPP: suspeição: fala-se em juiz, mas deve ser interpretada ampliando
ao jurado, que é o julgador no tribunal do júri.
Analógica: Formas casuísticas inscritas em um dispositivo são seguidas de expressões genéricas,
abertas, utilizando-se a semelhança para uma correta interpretação.
Progressiva ou adaptativa ou Para que sejam abarcadas novas concepções ditadas pelas transformações sociais,
evolutiva: científicas, jurídicas ou morais.
Exemplo: tribunal de apelação = tribunal de justiça.
Interpretação extensiva O legislador disse menos do que queria ou deveria dizer, motivo pelo qual é preciso ampliar
o conteúdo de um termo para alcançar o autêntico sentido da norma.
Exemplo: artigo 254, CPP – Juiz – também se aplica a jurado do tribunal do júri.
Interpretação analógica Há termo expresso no próprio dispositivo que permite a interpretação de outro termo
pertencente a ele que seja duvidoso ou polêmico.
Exemplo:
Homicídio qualificado; art. 121, § 2º, I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro
motivo torpe.
Analogia Fonte secundária do direito e não interpretação.
Processo de integração da norma.
Aplicação semelhante a outra que não tem solução expressa.
Exemplo:
CPC, art. 265: permite a transmissão por telefone de carta precatória ou de ordem, desde
que haja a confirmação do emissor.
No CPP, não há norma nesse sentido, mas pode também ser aplicada e inclusive serem
cumpridas ordens de HC via telefone.
Doutrina e jurisprudência são uniformes em afirmar que a representação prescinde de
qualquer formalidade, sendo suficiente a demonstração do interesse da vítima em
autorizar a persecução criminal. (REsp 1472027/RS, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI
CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 24/10/2017, DJe 06/11/2017).

Apenas após autorização formal do STF pode ser instaurado inquérito policial para
investigar autoridade com foro por prerrogativa nessa corte. HC nº 93.767, Segunda Turma,
Relator o Ministro Celso de Mello, DJe de 1º/4/14). 5. Agravo regimental não provido.” Inq
3387 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 15/12/2015,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-036 DIVULG 25-02-2016 PUBLIC 26-02-2016.
A instauração de inquérito policial não interrompe a prescrição.
` Causas interruptivas da prescrição:
Art. 117 CP - O curso da prescrição interrompe-se:
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;
II - pela pronúncia;
III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;
VI - pela reincidência.
Há uma hipótese em que o Delegado deverá emitir seu juízo de valor, que é aquela
prevista na Lei de Drogas.

Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia
judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo: I - relatará sumariamente as
circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito,
indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as
condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a
qualificação e os antecedentes do agente;
PRAZO PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL (EM DIAS)
PRESO SOLTO
REGRA GERAL 10 30
(ART. 10 DO CPP)
LEI DE DROGAS 30 + 30 90 + 90
(ART. 51, LEI 11.343/06)

IP MILITAR 20 40 + 20
IP FEDERAL 15 + 15 30
CRIMES CONTRA 10 10
ECONOMIA POPULAR
No caso de crimes hediondos, caso tenha sido decretada a prisão temporária, o
prazo para a conclusão do IP passa a ser de 60 dias. Isso porque a prisão
temporária em caso de crime hediondo tem o prazo de 30 dias, prorrogáveis por
mais 30 dias. Como a prisão temporária só tem cabimento durante a fase de
investigação, isso faz com que o prazo para a conclusão do IP acompanhe o prazo
da prisão temporária.
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no
art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art.
239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o
membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer
órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações
cadastrais da vítima ou de suspeitos. (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016) (Vigência)
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas, conterá: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
I - o nome da autoridade requisitante; (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016) (Vigência)
II - o número do inquérito policial; e (Incluído pela Lei nº 13.344, de
2016) (Vigência)
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela
investigação. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
Luta contra o tráfico de pessoas.

Informações atinentes à própria identidade, como nome, data de nascimento, RG, CPF, filiação
e endereço.

A requisição de dados cadastrais pela Polícia Judiciária ou Ministério Público no âmbito da


persecução penal possui previsão também na Lei do Crime Organizado (artigo 15 da Lei
12.850/13) e na Lei de Lavagem de Capitais (artigo 17-A da Lei 9.613/98), que se referem
expressamente ao investigado, e não estipulam prazo para cumprimento.

Especificamente quanto ao delegado de polícia, cabe mencionar também o chamado poder


geral de requisição constante na Lei de Investigação Criminal (artigo 2º, §2º da Lei 12.830/13),
válido para quaisquer delitos, que apesar de não definir prazo, não limita a requisição ao
suspeito.
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do
Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas
prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos
do delito em curso. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade
de radiofrequência. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
o
§ 2 Na hipótese de que trata o caput, o sinal: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial,
conforme disposto em lei; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias,
renovável por uma única vez, por igual período; (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem
judicial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
§ 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e
duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
o
§ 4 Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará às
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do
delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)

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