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1.

Introdução
Pretende-se com a pesquisa debruçar-se em torno da Ética Cristã e Antinomismo na visão de
Norman Geisler. Portanto, enquanto a ética considera o que é moralmente certo ou errado, a ética
cristã considera o que é moralmente certo ou errado para os cristãos. Este é um livro que se dedica
a discutir a ética cristã. Uma vez que os cristãos baseiam suas crenças na revelação de Deus dada
nas Escrituras, a Bíblia será citada como uma autoridade nas conclusões aqui apresentadas.

Deus não limitou sua revelação às Escrituras; ele também se revelou, de forma geral, através da
natureza (Rm 1.19-20; 2.12-14). Deve-se, assim, esperar que existam semelhanças e
justaposições entre a revelação natural e a sobrenatural de Deus visto que seu caráter moral não
muda. Entretanto, o foco deste livro não é a lei natural de Deus para todas as pessoas, mas a sua
lei divina para os cristãos.

1.1.Objectivo Geral
✓ Descrever a Ética Cristã e o Antonimismo

1.2.Objectivos específicos
✓ Identificar diferentes visões sobre a Ética
✓ Apresentar as diferentes definições de Ética

1.3.Metodologia
Para a materialização da pesquisa serviu-se do cunho da pesquisa bibliográfica segundo o qual
permitiu a colecta de dados pertinentes sobre o tema em questão.

No entender de Gil, (1996) "a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já


elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Através da técnica
bibliográfica, obter-se-á informações e dados de materiais já publicadas como livros, artigos,
entre outros, que versam sobre o assunto em estudo possibilitando auxílio no desenvolvimento
da pesquisa.

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2. Definições da ética cristã
a) A ética cristã baseia-se na vontade de Deus: a ética cristã tem a forma de um
mandamento divino. Um dever ético é algo que nós temos de fazer; é uma prescrição
divina. É claro que os imperativos éticos que Deus dá estão alinhados com seu caráter
moral imutável.
b) A ética cristã é absoluta: a partir do fcato de que o caráter moral de Deus não muda (Ml
3.6; Tg 1.17), chega-se à conclusão de que as obrigações morais derivadas de sua natureza
são absolutas. Isso significa que são obrigatórias a todas as pessoas e em todos os lugares.
De fato, nem tudo o que Deus deseja flui, necessariamente, de sua natureza imutável.
Qualquer coisa que se relacione com o caráter moral imutável de Deus constitui-se em
um absoluto moral. Isso inclui obrigações morais tais como: santidade, justiça, amor,
honestidade e misericórdia.
c) A ética cristã baseia-se na revelação de Deus: a ética cristã baseia-se nos mandamentos
de Deus, em sua revelação. A revelação geral de Deus contém mandamentos para todas
as pessoas; e a revelação especial declara a vontade divina específica para os cristãos.
Entretanto, nos dois casos, a base da responsabilidade ética humana é a revelação divina.
Desconhecer a Deus como a fonte do dever moral não exime ninguém, nem mesmo um
ateu, de suas obrigações morais.
d) A ética cristã é prescritiva: Uma vez que o direito moral é prescrito por um Deus moral,
ele é prescritivo. Por isso, não existe lei moral sem um legislador moral. Desse modo, a
ética cristã é por sua própria natureza prescritiva, e não descritiva. A ética lida com o que
deve ser, não com o que é. Os cristãos não encontram seus deveres éticos em um padrão
de cristãos, mas em um padrão para cristãos: a Bíblia.
e) A ética cristã é deontológica: sistemas éticos podem ser divididos em duas grandes
categorias: a deontológica (centrado no dever) e a teleológica (centrado nos meios e nos
fins). Em alguns casos, esta última categoria é chamada de consequencialismo, pois,
nesse sistema, o valor do ato é determinado pela consequência. Por exemplo, o
utilitarismo é um modelo de ética teleológica. Em contrapartida, a ética cristã é
deontológica. A natureza da ética deontológica pode ser vista de maneira mais clara em
contraste com a visão teleológica

3. Ética Cristã
Ética cristã trata do que é certo ou errado para os cristãos. Partindo disto, o autor Norman Geisler
baseia a ética cristã na vontade de Deus e revelação de Deus, sendo que a verdade cristã é

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absoluta, prescritiva e deontológica, ou seja, está ligada no dever. Existem algumas visões sobre
a ética, são elas: antinomismo, diz que não há leis morais.

O situacionismo que prega que há uma lei absoluta. Generalismo, essa visão diz que existem leis
gerais, mas não existem leis absolutas. O absolutismo não qualificado acredita em leis absolutas
que não entram em conflito. O absolutismo conflitante que defende que existem normas absolutas
que às vezes entram em conflito. O absolutismo graduado diz que muitas leis absolutas entram
em conflito, mas nós devemos obedecer à que for mais elevada, (Geisler, 2010)

A visão antinomista é relativista. Iniciou-se com Heráclito com sua ilustração do rio
transpassando-se pelos epicureus e atingindo o ceticismo de David Hume etc. O antinomista se
autodestrói, pois como o próprio nome já diz “anti lei”, não há lei, então se não existe lei é
impossível se fundamentar em algum tipo de lei sem possuir um ponto de apoio. Além do mais,
existem inúmeros pensamentos contrários, se não existe uma lei objetiva, não existe solução de
conflitos, (Ibid.)

Para o absolutismo não qualificado, todos os conflitos morais são aparentes, não são reais.
Agostinho de Hipona, Kant e John Murray estão dentro desse grupo. Segundo Agostinho, mentir
com intenção maliciosa é pecado e cometer um pecado para evitar outro pecado ainda é pecado.
As bases dessa ética em suma são: Deus não pode contradizer a si mesmo. Deus manifestou seu
caráter moral na sua lei, o caráter imutável de Deus é a base dos absolutos morais. (Ibid.)

Segundo o absolutismo conflitante, nós habitamos em um mundo caído, por isso, ocorrem muitos
conflitos morais reais. Quando então ocorre conflito entre dois deveres, o homem é responsável
pelos dois, sendo que, ele deve escolher o mal menor e logo em seguida pedir perdão a Deus,
pois a lei de Deus é inquebrável. Contrário a esse, o absolutismo graduado diz que existem leis
maiores e menores, quando então elas entrarem em conflito, cabe ao individuo cumprir a mais
elevada, (Geisler, 2010)

Vemos então que existem muitas visões acerca de qual ética é a mais “correta”. No entanto, pelo
ponto de vista divino vemos que é mais comum a maneira de abordar a ética. A Bíblia cita duas
revelações: natural e especial. Segundo a revelação natural temos um não cristão admitindo a
universalidade da lei moral, a saber, Kant. Kant cita os mais famosos ‘imperativos categóricos’
que nada mais é cada individuo desejar o bem a seu próximo como a si mesmo, (Ibid.)

Tratando de questões éticas, é necessário se falar do aborto, vemos que este assunto é muito atual
e que gera muitos debates acerca dos fetos subumanos. Do ponto de vista cientifico e bíblico
ambos apoiam que a vida individual humana se inicia na concepção. Agora, olhando para a
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Palavra de Deus, matar uma vida inocente é errado. Portanto, não se deve cometer este ato.
Alguns têm argumentado que se a mãe da criança estiver com risco de vida é justificável o aborto,
porém deve-se lembrar de que quando a mãe da criança esta em risco não se comete aborto com
a intenção de matar um ser, mas sim de salvar uma vida, ali é melhor salvar uma vida do que
perder duas, (Geisler, 2010.)

A respeito da eutanásia que esta dividida em: eutanásia ativa e eutanásia passiva, a eutanásia que
é contra os princípios bíblicos é a ativa. Pois a eutanásia passiva deixa o individuo morrer por si
só. É bom aqui mencionar que mesmo se tratando de eutanásia ativa, é importante que o paciente
seja comunicado sim. Nunca se deve realizar eutanásia sem consentimento do paciente, (Ibid.)

Sobre questões bioéticas: é de suma importância tratar a vida de uma perspectiva cristã, pois a
perspectiva humanista secular nega integralmente a existência de Deus e devemos nos portar
como que seres totalmente voltados a seu Criador e não como os humanistas que muitas das
vezes são individualistas, (Ibid.)

Quando o assunto é pena de morte existe três abordagens: reabilitacionismo (se opõe a pena de
morte por qualquer crime), reconstrucionismo (favorece a pena de morte para os crimes mais
graves) e o retribucionismo (os crimes capitais merecem pena de morte). Quando o assunto ético
trata da guerra, vemos que existem três pontos principais sobre o assunto: o ativismo que defende
que é certo ir para a guerra por obediência ao governo, (Ibid.)

Pacifismo diz que nunca é certo ir à guerra e já o seletivismo sustenta que, em alguns casos, é
certo ir a uma guerra por motivo justo. Biblicamente, o pacifismo total e o ativismo são contrários
a Palavra de Deus, pois não devemos ser causadores de guerra, nem obedecer ao estado sempre.
Por outro lado, há casos que é necessário, se por debaixo de ameaça, fazer guerra, Geisler, 2010)

A guerra só pode ser realizada depois que toda forma de paz for tentada. Desse modo, o
seletivismo é o que maior contribui para a perspectiva cristã. A respeito à desobediência civil,
existem três modos de debate, o primeiro é o anarquismo que defende a desobediência civil em
todo o tempo. O segundo o patriotismo radical que prega que devemos obedecer sim, sempre. E
em terceiro, a submissão bíblica que diz que, algumas vezes, é preciso obedecer ao governo,
(Ibid.)

O assunto sobre sexo nos dias de hoje é bastante relevante, pois com certeza todos concordam
que o sexo é uma prática bastante intensa na sociedade de hoje. Porém vale ressaltar que a prática
sexual antes do casamento é contra vontade divina. Os muitos casos de separação, DST’s é fruto

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dessa quebra de lei divina. Se tratando sobre o assunto: sexo. Também é importante lembrar
sobre o homossexualismo, (Ibid.)

Essa prática é contra os princípios bíblicos, pois no decorrer de toda a Escritura vemos textos que
vão de contra a prática homossexual. Falando a respeito de casamento é preciso primeiramente
entender que é um projeto de Deus. Deus estabeleceu o casamento, portanto é necessário saber e
entender que Deus não quer que o homem se separe. O casamento não é eterno, mas enquanto
homem e mulher viverem na terra é viável que se cuide de si mesmos e do seu casamento, que
seja um compromisso para a glória de Deus, (Ibid.)

4. Antonimismo
Há somente seis sistemas éticos elementares; cada um designado pela resposta à pergunta: há leis
éticas objetivas? Em outras palavras, há leis morais, que não sejam meramente subjetivas, mas
sim obrigatórias a todos os seres humanos em geral?

Em resposta, o antinomismo diz que não há leis morais; o situacionismo afirma que existe uma
lei absoluta; o generalismo reivindica que existem algumas leis gerais, mas não existem leis
absolutas; o absolutismo não qualificado acredita em muitas leis absolutas que nunca são
conflitantes; o absolutismo conflitante defende a ideia de que há muitas normas absolutas que
algumas vezes são conflitantes, o que nos obriga a escolher entre o menor de dois males, o
absolutismo graduado diz que muitas leis absolutas são conflitantes, e nós somos responsáveis
por obedecer àquela que for mais elevada.

4.1.Diferenças entre as várias visões


Das seis visões básicas sobre ética, duas negam a existência de leis morais absolutas de forma
objetiva. Das duas, o antinomismo nega todas as leis morais, tanto gerais quanto universais, e o
generalismo, por outro lado, nega somente as leis morais universais, mas mantém as leis gerais.
Em outras palavras, para os generalistas, existem algumas leis morais objetivas que são
obrigatórias na maior parte do tempo, mas não necessariamente em todo o tempo.

As outras quatro visões são formas variadas de absolutismo. Dentre elas, só o situacionismo
acredita em apenas um absoluto, as demais acreditam em dois ou mais absolutos. Destas últimas,
o absolutismo não qualificado defende a ideia de que os princípios morais absolutos nunca são
conflitantes, ao passo que as outras duas visões acreditam que algumas vezes eles são
conflitantes. Das duas visões que acreditam que os princípios morais são às vezes conflitantes, o
absolutismo conflitante afirma que nós somos responsáveis por fazer o menor de dois males, mas
culpados por qualquer um dos que deixamos de obedecer. Por outro lado, o absolutismo graduado
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diz que nossa responsabilidade é obedecer ao maior mandamento entre os dois, e, por
consequência, nós não somos culpados por não seguir o mandamento menor que conflita com o
maior.

4.2.Exemplos das seis maiores visões éticas


Corrie ten Boom nos conta como mentiu para salvar judeus dos campos de concentração
nazistas. Durante as audiências do senado estadunidense na questão Irã-Contras, o tenente
coronel Oliver North testemunhou que, no processo de execução de seus deveres, ele teve de
mentir para salvar vidas inocentes. North disse: “Eu tive que ponderar entre mentir ou salvar
vidas”.

Em várias histórias bíblicas, pessoas mentiram para salvar vidas. As parteiras hebreias
mentiram para salvar os meninos recém-nascidos do faraó, que havia ordenado que eles
fossem mortos (Ex 1.15-19). Raabe mentiu para salvar a vida dos espiões judeus em Jericó
(Js 2). É certo mentir para salvar uma vida? Essa questão irá servir como foco das diferenças
entre as seis visões éticas básicas.

1. Mentir não é nem certo nem errado: não existem leis. O antinomismo assevera que
mentir para salvar vidas não é nem certo nem errado. Ele afirma que não existe
princípio moral objetivo que possa julgar se essa questão é certa ou errada. A questão
precisa ser decidida com base em princípios subjetivos, pessoais ou pragmáticos, mas
não em algum princípio moral objetivo. Não temos, literalmente, um princípio moral
para decidir essa questão.

2. Mentir é normalmente errado: não existem leis universais. O generalismo reivindica


que mentir é normalmente errado. Como regra, mentir é errado; mas, em casos
específicos, essa regra geral pode ser quebrada. Como não existem leis morais
universais, delimitar se uma mentira está correta é algo que dependerá dos resultados.
Se os resultados forem bons, a mentira terá sido a atitude certa. A maioria dos
generalistas acredita que mentir para salvar uma vida é uma atitude correta, visto que,
nesse caso específico, o fim justifica os meios. No entanto, a mentira, de modo geral,
é considerada errada.

5. Referências bibliográficas
GEISLER, Norman L. (2010). Ética cristã: opções e questões contemporâneas. Trad.
Alexandro Meimaridis, Djair Dias Filho. 2. ed. rev. ampl. São Paulo: Vida Nova.
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