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Por Deolinda Della Nina 12/11/2019

ARTE, MODA E PERCEPÇÃO AMBIENTAL.

O que tudo isto tem em comum a meu ver!

Sempre, desde pequena olhava atentamente ao meu redor, o mundo visível me encantava,
cores, formas, linhas, contrastes, padrões, harmonia dos objetos, das casas, das roupas.
Embora identificasse o meu talento para arte só quando adulta, a estética sempre me
acompanhou. Minha mãe escolhia e fazia algumas das minhas roupas na infância. Na
adolescência vestia o que o dinheiro dava para comprar. Mas quando adulta, aos 20 anos de
idade, com alguma independência financeira comecei a garimpar o meu estilo, claro uma peça
aqui outra ali, misturava com que eu já tinha, muitas vezes roupas que ganhava, e isto
significava vestir o gosto do outro. Vestir o gosto do outro é complicado, há de se ter muita
criatividade para não descartar o presente e tenta-lo usar para agradar quem nos presenteou.
Não o agrado em si, mas a consideração pela atenção que nos foi dada.

Nunca fui de consumir exclusivamente grifes, mesmo porque comprar só grife é ser seletivo e
me cheira ostentação. Se eu gostar de uma roupa ou acessório de grife ou da loja de baciada
da esquina eu compro, claro de forma sustentável. A qualidade conta, mas às vezes o preço
conta mais dependendo do momento financeiro. Falo tudo isto para chegar ao assunto de
moda sustentável, que inclui decoração, arte e percepção ambiental.

Não sou especialista em moda, mas sempre segui as revistas e canais de moda até hoje, quem
me conhece pessoalmente, pode se espantar com tal revelação, mas é pura verdade, gosto de
moda e conheço várias tendências e estilistas, mas não compro revista já algum tempo,
acompanho pela internet e canal na TV paga. A moda me sinaliza as tendências estéticas,
mesmo na decoração. Um artista plástico ou visual tem que estar sempre atento a estas
tendências, mesmo que não as consuma e tenha um estilo outro qualquer fora destes padrões.

E a arte e percepção ambiental nisto tudo? Designer de moda é arte pra começar, o que
vestimos reflete no ambiente, desde a confecção da peça até o descarte. Se acompanharmos
os estilos na história da arte, veremos também a história da moda e dos tecidos. Numa pintura
de séculos atrás, a figura humana e seus trajes sinalizava a classe social, tipo de tecido
volumoso, fino, ou rústico, representado na tela. Hoje a fotografia faz este papel, vemos fotos
das redes sociais, de celebridades e pessoas comuns, como se vestem o estilo e tudo.

Perceber o ambiente entorno é uma tarefa difícil ultimamente. Com o mundo digital nos
seduzindo a todo o momento, fica difícil o mundo real sobrepor a este. E este é o grande
desafio da nossa década: Não deixar de viver o mundo real plenamente. Até para discutirmos
sobre isto precisaremos usar o virtual para ter um alcance mais eficaz.