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Índice
1. Introdução ........................................................................................................................... 3
2. Significado físico de deformação ....................................................................................... 3
3. Definição matemática de deformação ................................................................................ 5
4. Deformação elástica ........................................................................................................... 8
4.1 Lei de Hooke ................................................................................................................. 8
4.2 Cisalhamento puro ...................................................................................................... 11
4.3 Lei de Hooke generalizada .......................................................................................... 13
4.4 Análise do coeficiente de Poisson ............................................................................... 13
4.5 Dilatação e módulo volumétrico ................................................................................. 15
5. Deformação no estado plano de tensão ............................................................................ 17
5.1 Equações para a transformação de deformação plana ................................................. 18
5.2 Círculo de Mohr para deformação .............................................................................. 21
6. Exercícios ......................................................................................................................... 23
6.1 Exercício nº1 ............................................................................................................... 23
6.2 Exercício nº2 ............................................................................................................... 24
6.3 Exercício nº3 ............................................................................................................... 26
7. Medidas de deformação - Rosetas .................................................................................... 28
8. Bibliografia ....................................................................................................................... 30
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TEORIA DAS DEFORMAÇÕES
1. Introdução
3
Neste ensaio determina-se a variação do comprimento compreendido entre A e B.
Se l0 é o comprimento inicial e l é aquele observado sob tensão de tração, o alongamento da
barra vale:
∆l=l-l0
Tais deformações causam uma mudança nos ângulos inicialmente retos, entre linhas
imaginárias do corpo e essa alteração angular é definida por deformação cisalhante ou
deformação tangencial.
4
3. Definição matemática de deformação
A figura 4 apresenta um corpo que sofre deformações ortogonais, para o caso bi-
dimensional.
5
As deformações decorrentes podem ser indicadas por meio de índices. Pela mesma
razão, é necessário mudarem-se as derivadas ordinárias para parciais. Dessa forma, se em um
ponto de um corpo os componentes de deslocamento nas direções x e y (caso bidimensional)
forem u e v, as deformações lineares são:
∂u
u+ dx-u ∂u
εx = ∂x
∂x
=
dx
∂v
v+ dy-v ∂v
∂y
εy =
∂y
=
dy
No caso tridimensional acrescenta-se:
∂w
εz =
∂z
1
Num elemento do quadrado PRSQ
dx=ds cos θ
dy=ds sen θ
6
Fig. 6 - Deformações tangenciais: análise de γ
7
∂w ∂u
+ =γ = γxy
∂x ∂z zx
∂w ∂v
∂y ∂z yz zy
+ =γ =γ
Observação:
Uma importante observação a respeito das relações deslocamento/deformação é que
as deformações, em número de seis, dependem de três deslocamentos. Assim as equações
não são independentes, necessitando de equações de compatibilidade para solução do
problema.
a) Caso Tridimensional
Deformação: εx , εy , εz ,γxy ,γxz ,γyz
Deslocamentos: u, v, w
b) Caso Plano
i. Caso Plano de Tensões
Deformação: εx , εy , εz ,γxy
Deslocamentos: u, v, w
4. Deformação elástica
4.1 Lei de Hooke
Suponhamos que o corpo ou sólido a ser estudado siga a lei de Hooke e seja de
material isótropo. Define-se isotropia a propriedade de um material ter o mesmo
comportamento elástico em qualquer direção.
A lei de Hooke é aplicada com as seguintes considerações:
a) Se em todos os pontos de um sólido atua a mesma tensão σ de direção constante,
um comprimento l na direção de σ, sofre um alongamento:
σ×l
∆l=
E
Esquematicamente:
8
Fig.8 - Alongamento e contração na tração
Fazendo-se:
∆l σ
=
l E
∆t σ
ν×t E
- =
Como:
∆l
=ε
l y
∆t
=ε
t x
Tem-se:
εx εx
εy =- → ν=-
ν εy
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É interessante notar que há, até agora, duas constantes de isotropia, E e ν, válidas para
x, y e z.
Considerando-se agora um elemento tridimensional solicitado segundo as direções
principais:
a) Aplicando-se apenas a tensão σ1 :
l1 ×σ1 ν×l2 ×σ1 ν×l3 ×σ1
∆l1 '= ; ∆l2 '=- ; ∆l3 '=-
E E E
10
1
ε3 = σ3 -ν(σ1 +σ2 )
E
A figura abaixo mostra uma chapa com este estado de tensão e o respectivo círculo
de Mohr.
11
Fig. 11 - Distorção do elemento
12
Portanto, considerando-se o caráter linear das relações entre tensão e deformação, que
permite uma superposição de efeitos, tem-se a lei de Hooke generalizada:
1 τxy
εx = σx -ν(σy +σz ) γxy =
E G
1 τxz
εy = σy -ν(σx +σz ) γxz =
E G
1 τyz
εz = σz -ν(σx +σy ) γyz =
E G
Os componentes de deformação (σx, σy, σz, τxy, τxz e τyz) definem o estado de
deformação, similar ao estado de tensão (este tridimensional).
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Estado de tensão
σ1 =-P
σ2 =σ3 =-P1
A direção longitudinal é uma das principais e qualquer uma das direções transversais
pode ser também principal (a forma da seção transversal não influi). Escolhemos agora a
relação entre P1 e P de tal modo que a deformação elástica consista apenas numa variação
dos comprimentos longitudinais sem variação da área da seção. Tem-se um estado linear de
deformação3 caracterizada por:
ε1 ≠0, ε2 =ε3
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O encurtamento específico ε1 exprime a “variação” de volume, porque a seção não
varia. Desta equação resulta ν < 0,5, pois, caso contrário, as pressões P e P1 produziriam
aumento de volume, o que não é possível.
Da equação
ν
P1 = P
1-ν
Conclui-se que:
ν≥0
Por curiosidade, para o aço, ν ≈ 0,3. Vale ressaltar que estas deduções servem
apenas para materiais isótropos.
Pode-se então analisar a relação:
E
G=
2(1+ν)
Se ν = 0,3:
E E
G= →G=
2(1+0,5) 3
Conclusão:
G<E
Para o Aço:
G ≈ 8.000 KN/cm2 e E = 21.000 KN/cm2
dV=dxdydz
dV+∆dV=
1+εx dx1+εy dy
1+εz dz
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Faz-se:
dV+∆dV-dV=
1+εx dx1+εy dy
1+εz dz-dxdydz
∆dV≅(εx +εy +εz ) dxdydz
Observa-se, neste momento, que as deformações angulares (γ) não causam variação
de volume.
Com base na lei de Hooke generalizada, a dilatação pode ser expressa em termos das
tensões e das constantes do material.
Assim:
e=εx +εy +εz
1 1 1
e= σx -ν(σy +σz )+ σy -ν(σx +σz )+ σz -ν(σx +σy )
E E E
1-2ν
e= σx +σy +σz
E
Daí tira-se que e é proporcional a σx +σy +σz , que é também invariante (de tensões).
Portanto:
1-2ν
e= Θ
E
Sendo:
Θ=σx +σy +σz
Daí:
Θ=-3p
1-2ν
e=-3 p
E
Fazendo-se:
p E
- =K=
e 3(1-2ν)
16
A quantidade K é chamada de módulo de compressão ou módulo volumétrico, e
representa a relação entre compressão hidrostática e a variação de volume.
17
E as expressões da lei de Hooke ficam4:
1
εx = σx -ν(σy +σz )
E
1
εy = σy -ν(σx +σz )
E
1
εz = σz -ν(σx +σy )→σz =ν(σx +σy )
E
τxy E
γxy = com G=
G 2(1+ν)
4
Observação importante: no caso plano de deformação existe uma tensão σz ≠ 0 o que implica um estado de
tensão triaxial
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Deseja-se, também, conhecer as deformações em um plano girado dθ (anti-horário).
Para rotações de tensões tem-se:
σ̅ =σx cos2 θ+σy sen2 θ+τxy sen2θ
σ =σx sen2 θ+σy cos2 θ-τxy sen2θ
σy -σx
τ
= sen2θ +τxy cos2θ
2
E as deformações ficam:
1
εx = (σx -νσy )
E
1
εy = (σy -νσx )
E
19
ν
εz =- (σx +σy )
τxy
E
γxy =
G
Daí:
1 1 2senθcosθ
εx = cos2 θ (σx -νσy ) + sen2 θ (σy -νσx ) + Gγxy +νGγxy
E E E
Sendo:
E
γxy G=γxy
2(1+ν)
E E E 1+ν E
Gγxy +νGγxy = γxy +ν γxy =γxy =γxy
2(1+ν) 2(1+ν) 2 1+ν 2
Assim:
2senθcosθ E
εx = εx cos2 θ+εy sen2 θ+ γxy
γxy
E 2
∴ εx = εx cos θ+εy sen θ+
2 2
sen2θ
2
Ou, em arco duplo:
εx +εy εx -εy γxy
εx = + cos 2θ + sen2θ
2 2 2
Analogamente:
εx +εy εy -εx γxy
εy = + cos 2θ - sen2θ
2 2 2
γxy
= εy -εx sen 2θ - γxy cos2θ
ν ν ν
εz = - σx +σy =- σx +σy =-
σ1 +σ2
E E E
Sendo o invariante:
σx +σy =σx +σy =σ1 +σ2
20
ε1 +ε2 ε2 -ε1
εy = + cos 2θ
2 2
γxy
=
ε2 -ε1 sen 2θ
2. Os eixos x
e y
são eixos principais
a. γxy
=0
0= εy -εx sen 2θ - γxy cos2θ
γxy
εx -εy
tg2θ1 =
dεxത
b. =0 (máximo de uma função)
εx +εy εx -εy γxy
dθ
21
εx -εy 2 γxy 2
R= +
2 2
Fig. 18 - Círculo de Mohr
22
Tensões Deformações
σx ε
σy εy
τxy
1
γ
2 xy
σx εx
σy εy
τxy 1
γ
2 xy
6. Exercícios
6.1 Exercício nº1
Solução:
23
Fig. 20 - Círculo de Mohr
Solução:
24
Fig. 22 - Estado de tensão
εb =εy =300×10-6
εa =ε2 =εx =200×10-6
O cálculo de σx, σy, e τxy deverá ser feito pela lei de Hooke. Assim:
1
εb =εy =300×10-6 = (σ -0,3σx )
20.000 y
σy -0,3σx =6 (I)
Como a direção principal é obtida por rotação de 60º do eixo x-x tem-se:
γxy
tg
2×60°= =-1,732
εx -300×10-6
-εx -0,577γxy =-300×10-6 (B)
Com isto:
E 20.000
τxy =γxy G=γxy =-346×10-6
2(1+ν) 2(1+0,3)
τxy =-2,7 kN/cm2
E:
1 1
εx = (σx -νσy )= (σx -0,3σy )=500×10-6
E 20.000
σx -0,3σy =10 (II)
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De (I) e (II):
σx =13,0 kN/cm2
σy =9,9 kN/cm2
E o estado de tensão:5
Determinar F e T
5
Pode-se resolver este problema por rotação de eixo. Assim se:
1
εxത = (σxത -νσyത )
E
σxത =…
σyത =…
Obtêm-se condições básicas para solução.
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Solução:
Assim:
εaa =εy =-1,40×10-4
εbb =εxത =4,8×10-4
21.000
σx =9,8 kN/cm2
Daí:
1
ε y = σx
E
1
εx = ×9,8=4,67×10-4
21.000
E:
4,67×10-4 -1,40×10-4 4,67×10-4 +1,40×10-4 γxy
-4
εbb =εxത =4,80×10 = + cos2×45° + sen2×45°
2 2 2
γxy =6,33×10-4
E:
E 21.000
τxy =γxy G=γxy =6,33×10-4
2(1+ν) 2(1+0,3)
τxy =5,1 kN/cm2
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b) Cálculo dos esforços T e F
i.Momento torçor T
Em tubos de parede final tem-se:
2T
τxy =
π×dm 2 ×t
π×dm 2 ×t 5,1×π×102 ×0,2
∴T=τxy × =
2 2
T=160 kN.cm
ii.Espaço normal F
F
σx = →F=σx ×A
A
F=σx ×π×d×t=9,8×π×0,10×0,2
F=61,6kN
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Arranjos de sensors Roseta retangular Roseta delta
Se conhecidos θ1, θ2 e θ3 e εθ1, εθ2 e εθ3, podem-se obter εx, εy e γxy pelas expressões:
εθ1 = εx cos2 θ1 +εy sen2 θ1 + γxy cosθ1 sen θ1
εθ2 = εx cos2 θ2 +εy sen2 θ2 + γxy cosθ1 sen θ2
εθ3 = εx cos2 θ3 +εy sen2 θ3 + γxy cosθ1 sen θ3
Exemplo:
Se εa = 150×10-6, εb = 300×10-6 e εc = 150×10-6 são deformações em x, y e a distorção
γxy .
Solução:
Aplicando-se a expressão da roseta retangular obtém-se:
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εx =ε0° =εa =150×10-6
εy =ε90° =εc =150×10-6
εx εy γxy
ε45° =εb = + +
2 2 2
γxy =0
Ou:
γxy =2ε45° -(ε0° -ε90° )
γxy =0
8. Bibliografia
POPOV, E.G. Introdução à Mecânica dos Sólidos. São Paulo: Editora Edgard Blucher
Ltda, 1978. 534p.
SCHIEL, F. Introdução à Resistência dos Materiais. São Paulo: Harpet & Row do
Brasil, 1984. 395p.
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