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Um Mundo
mais Refrescante
E se o nosso mundo fosse mais fresco? Menos sério, menos calculista,
mais leve, mais espontâneo. Este é o desafio lançado pelo Vinho Verde:
transformar o nosso mundo num lugar mais refrescante onde
a leveza e a alegria existem em abundância.
As páginas que se seguem oferecem-lhe toda a magia do Vinho Verde:
as castas, a Região, os tipos de vinhos, a gastronomia e muito mais.
Tudo para que se possa tornar num verdadeiro especialista
em frescura e espontaneidade.
Divirta-se.
Tudo sobre o Vinho Verde 3
Quem é quem no
“Mundo Mais Fresco”
Lord Sparkling
O embaixador do
Espumante de Vinho Verde
É para celebrar?
Então deixem tudo com o Lorde
Mr. White Mr. Red Sparkling, o maior anfitrião
de todos. Sabe receber como
ninguém, cuida de todos os
O embaixador O embaixador detalhes, fala cerca de 7 línguas
do Vinho Verde Branco do Vinho Verde Tinto (sem contar com alguns
dialectos que apreendeu em
O maior gastrónomo viagem pela Ásia).
Adora um fim de tarde do “Mundo Mais Fresco”.
de Verão com os seus amigos. O seu lugar preferido é à mesa,
Sempre alegre e bem-disposto, sempre rodeado de família
nunca perde a oportunidade e amigos. Conhece as melhores
para uma boa piada. receitas, dos pratos mais leves
O seu lado espontâneo Lady Rosé aos petiscos mais inovadores
resulta em situações inesperadas (porque as grandes ideias
(como aquela vez que dançou também têm sabor).
durante uma prova A embaixadora
de vinhos). do Vinho Verde Rosé
Bem - v i n d o s
N o v o M u n d o
a um rdes
06
Vi ticul tu ra da Re gião dos Vinhos Ve 06
1. Comissão de 07
Atividade
1.1. Oito Décadas de
ola Amândio Galhano
1.2. Estação Vitiviníc 08
áfica
inação de O ri ge m e Indicação Geogr 08
2. Denom
Origem (DO) 09
2.1. Denominação de
áfica (IG)
2.2. Indicação Geogr 10
cação 10
3. Processo de Certifi o Verde
is ito s pa ra a ce rti ficação da DO Vinh 11
3.1. Requ Minho
. Re qu is ito s pa ra a certificação da IG
3.2 12
e da IG Minho
rea de a Pr od uç ão da DO Vinho Verde 13
4. Á 13
4.1. Clima e Relevo 14
s ernos
4.2. Geologia e Solo Co nd ução de Vi nha Tradicionais e Mod 16
as de
4.3. Viticultura: Sistem 17
4.4. Vinificação 22
4.5. Castas
s sub-regiões
4.6. Caracterização da 28
nho Verde 28
5. Vinho com DO | Vi 29
o Verde
5.1. História do Vinh 29
5.2. Perfil analítico
29
5.3. Perfil sensorial
ima Tardia
5.4. Vinho Verde Vind
Tudo sobre o Vinho Verde 5
Verde 30
an te co m D O | Es pumante de Vinho 30
6. Espum
o Verde Espumante
6.1. História do Vinh 30
6.2. Perfil analítico 30
6.3. Perfil sensorial
o Verde 32
de nt es co m D O | Aguardentes de Vinh 33
7. Aguar rde
H is tó ria da s Agu ardentes de Vinho Ve 33
7.1.
7.2. Perfil analítico 33
7.3. Perfil sensorial
34
nho Regional Minho
8. Vinho com IG | Vi 35
o Regional Minho
8.1. História do Vinh 36
8.2. Perfil analítico 36
8.3. Perfil sensorial
ntes com IG. 36
ro so , Espu m an te , Frisante e Aguarde
9. Lico
37
no serviço de vinhos
10. Recomendações
41
nhos Verdes
11. Gastronomia e Vi
44
Verdes
12. Rota dos Vinhos
46
nho Verde
13. Estatística do Vi
6 Vinho Verde
m t r a b a l h o r e f r e s c a n t e.
Éu n t e s.
o r p e s s o a s r e f r e s c a
Feito p
icultura da Região dos Vinhos Verdes
1. Comissão de Vit a em 1926 (Decreto n.º 12.
866) com a finalidade
VV) foi criad o estatuto próprio da
de Vit icu ltu ra da Re gião dos Vinhos Verdes (CVR ho Verde, que consagrava
A Comissão e com érc io do Vin
ulamento da produção s.
de pôr em execução o reg acterizava os seus vinho vidade da
rca da , de finia os seu s limites geográficos e car no vem recon he cer a constituição e a ati
Região Dema de Ma rço , o Go ver
blica, pa efeitos do
ra
creto-Lei n.º 104/87, de 6 eito privado e utilidade pú
Em 1987, por força do De al, pesso a col etiva de dir
como associação region 4 de Junho).
CVRVV, considerando-a s vitivinícolas (Lei n.º 8/85, de V, por escritura
disposto na Le i-qua dro da s reg iõe s dema rcada
ica atr avé s da rem od elação dos estatutos da CVRV
ân
ormada a sua estrutura org
Nesta sequência, foi transf
nho de 1987.
pública realizada a 1 de Ju
vidade
1.1. Oito décadas de ati e certificar os produtos com
a
ociação cabe à CVRVV controlar pro du tos
cola Regional é uma ass ulgar e promover os
Uma Comissão Vitiviní respetiva DO ou IG, div o
caráter interprofission
al, que as parcelas de vinha com
de direito privado, de com que certifica, classificar con trolar as
Entidade Certificadora dutos certificados,
pode ser designada aptas à produção dos pro as
o da respetiva região
, para cir culação e o comércio das uv
competência, no âmbit olar as existências, a produção, a icialm en te ou
mover, defender e contr s, demandar jud
certificar produtos, pro e dos produtos vitivinícola DO
m (DO) e as Indicações
Geo- das infracções às regras das
Denominações de Orige participar dos autores abo rar com os
ciplinares e col
-gráficas (IG). e IG, aplicar sanções dis
tentes.
ora organismos oficiais compe
como entidade certificad
A CVRVV foi designada da pro du çã o e
de controlo
para exercer funções tos vitiviníc olas
ão dos produ
comércio e de certificaç IG «M inh o», pela
o Verde» e à
com direito à DO «Vinh ma,
00 8, de 17 de Abril. Dessa for
Portaria n.º 297/2
Tudo sobre o Vinho Verde 7
1.2.Estação Vitivinícola
Amândio Galhano
é um
ândio Galhano (EVAG) Estes ensaios são complementados com a componente
A Estação Vitivinícola Am iga ção vit ivi níc ola enológica, através da realização de microvinificações numa
ção e invest
centro de experimenta iza da em Ar cos de moderna Adega Experimental. Para além do apoio aos
1984. Local
criado pela CVRVV em do Lim a, ocu pa um a estudos vitícolas, a Adega Experimental desenvolve estudos
o do Vale
Valdevez, em pleno coraçã Lima,
r Quinta de Campos de enológicos em parceria com instituições de ensino e
propriedade conhecida po um a áre a de 66 investigação no âmbito da seleção e aplicação de leveduras
Lima, com
na margem direita do Rio e do controle da vinificação.
hectares. A EVAG tem ainda um papel determinante no domínio da
ura
desenvolver a vitivinicult multiplicação vegetativa da videira com especial realce para
Criada com o objetivo de é um a un ida de a produção de videiras já enxertadas, segundo as técnicas
Vitivinícola
da Região, a Estação tra balho s pre ten de
s dos seus mais modernas de produção do enxerto-pronto.
experimental que atravé da Re giã o, ap oia nd o
afirmação
contribuir para a contínua A EVAG representa, assim, um polo fundamental no
os seus viticultores. ltura
curso na área da viticu desenvolvimento e modernização da vitivinicultura da
Entre os trabalhos em Região.
destacam-se os estudos:
principais da Região;
• Seleção clonal das castas
dução de vinha;
• Novos sistemas de con
• Porta-enxertos;
vinha;
• Nutrição e fertilização da
ap tação cultural das castas regionais.
• Fenologia e ad
8 Vinho Verde
Os acrónimos
nícola
Para beneficiar de uma DO, um produto vitivi
de todas as fases do
está sujeito a um controle rigoroso
que simbolizam
até ao consumido r.
processo de produção, desde a vinha
e as
As castas utilizadas, os métodos de vinificação
Frescura
apen as algun s dos
características organolépticas são
atribu ição dessa DO.
elementos cujo controle permite a
proceder
e Qualidade
Cabe às Comissões Vitivinícolas Regionais
tir a genu inida de e
a esse controle de forma a garan
o das suas regiões
qualidade dos produtos com DO dentr
(D.O. e I.G.)
demarcadas.
tos:
Uma DO pode ser empregue nos seguintes produ
dicação Geográfica
2.2.In o país ou o nome d
gráfica (IG) é minado, ou
Indicação Geo d e um local deter
g ião ou sociada a
de uma re ão tradicional as Uma IG pode ser empre
gue nos seguintes produ
in aç
de uma d en om e sirva para • Vinhos; tos:
eo g rá fica ou não, qu
uma orig em g vitivinícola: • Vinhos espumantes;
tifica r um produto
designar ou id en tes em pelo • Vinhos frisantes;
e u va s daí provenien l
• Originár io d o ou de loca • Vinhos licorosos;
85 % , no caso de regiã
menos • Aguardentes vínicas e
aguardentes bagaceiras;
determinado; alidade ou • Vinagre de vinho.
o, d eterminada qu
• Cuja re p u ta çã ribuídas a
ract er ísti ca podem ser at
outra ca Os produtos com direito
eográfica; rior daquela
à IG Minho devem ser ob
essa origem g ocorra no inte
exclusivamente a partir
de uvas provenientes da
tidos
vi n ifi ca çã o área
• E cuja imitada. de produção delimitada
geográfica del pela Portaria n.º379/20
área ou região de 21 de Novembro. Es
ta área coincide com a
12,
geográfica de produção área
da DO Vinho Verde (Re
Demarcada). gião
A IG Minho é empregu
e nas seguintes categori
produtos: as de
4.Área de Produção
Minho
da DO Vinho Verde e da IG originariamente
IG Mi nho é um a das mais antigas de Portugal. Foi
ho Verde e da ominações
A área de produção da DO Vin de Set em bro de 190 8 e cor res ponde à área geográfica das den
de Lei de 18
demarcada por força da Carta
pete à CV RVV certificar.
de origem que com
rior aos 700
e-se por tod o o nor oes te de Portugal, numa altitude infe
des estend l de cerca de
A atual Região dos Vinhos Ver com o “En tre-Do uro -e-M inho”, ocupando uma área tota
nte conhec ida ficos estão
metros, na zona tradicionalme ca de 15% da áre a vitícol a por tuguesa. Os seus limites geográ
ponde a cer
21.000 ha de vinha, o que corres
naturalmente defi nidos:
a Espanha;
abelece parte da fronteira com
• A norte o rio Minho que est
da Freita, Arada e Montemuro;
• A sul o rio Douro e as serras
rês, Cabreira e Marão;
• A este as serras da Peneda, Ge
• A oeste o Oceano Atlântico.
a separação
es te e a sul constituem
tanhos as a s interiores
As zonas mon D ou ro e as zo nas do país mai
Entre-
natural entre o rrânicas.
ístic as mais medite
de caracter
eros da Região:
Principais núm res
• 25.500 viticulto
km2 ores
• 7.000 • 600 engarrafad r ano
• 21.000 ha de vi
nha ros produzidos po
de vinha • 85 milhões de lit
• 129.000 parcelas exportação
• 80 mercados de
• 47 castas
Tudo sobre o Vinho Verde 13
vo
4.1.Clima e rele do pelas
m ente condiciona
solos
ão é fo rte
O clima da re
gi ção da rede
e pela organiza
.Geologia e
características or og rá
s m
fic as
ar ca nt e é o regime anual
de chuvas, 4.2 a maioria
fluvial. O aspeto
m ai
uais bastante elev
ados (em
ol óg ic o, os solos são na su
to ta is an vista ge origem
que se caracter iz a po r
ribuição irregular
ao longo Sob o ponto de du as es treitas faixas de
po r um a di st
era. Por seu ítica, existin do e-noroeste,
média 1200 mm ) e
rno e na Primav de origem gran eg iã o no sentido sudest
no In ve vessam a R rico, onde
do ano, concen tra da
simetria com a pr
ecipitação, xistosa que atra ou ro , um a do período silú
ev ol ui em sul do rio D a de xistos
lado, a tempera tu ra
ai s altas coincide
m com as com origem a rb on ífe ra s e de lousa, e outr
ra tu ra s m ações ca
isto é, as tem pe mais baixas aparecem form
m ai s ba ix as e as temperaturas ca ico.
precipitações do período ar
ções mais altas. fundidade
com as precipita g er al , por baixa pro
médias das eriza-se, re gra solos que
média anual e às O solo caract ob rig a à escolha dos
pe ra tu ra dade, o qu e os solos
Relativamente à te m
imas, pode dizer-s
e não serem e heterogenei o vi tíco la , como sejam
ia s da s m ín or apti dã interna.
máximas e m éd
num clima amen
o. possuem mai , co m b oa drenagem
tas excessiv as , o que se traduz medianamen
te profu nd os
es
a topografia
vo , a re gião apresenta com um
Quanto ao re le nsa rede de
, se nd o re co rtada por uma de
bastante irreg ul ar acentua do
à re de flu vi al, aspeto que se
vales associad a atravessam
r. O s pr incipais rios que
litoral para o in te rio rte para sul,
vi tic ul tu ra da Região são, de no .
e moldam a Tâmega e Douro
ado, Ave, Sousa,
Minho, Lima, Cáv
14 Vinho Verde
AIS
SISTEMAS DE CONDUÇÃO DE VINHA TRADICION
de Portugal consiste nas ramadas que cobrem os
Um dos traços mais típicos da paisagem do noroeste
nas bordas dos campos. Há alguns vinhos, muito
caminhos e nas videiras entrelaçadas com árvores
r está tão ligado às condições naturais da Região
poucos, provêm ainda dessas videiras e o seu caráte
como a essas formas de instalação de vinha.
lógico pelo
lica é o processo bio
4.4.Vinificação A fer me
as
nt
lev
aç
ed
ão
ur
alc
as
oó
tra nsformam os açúcare
s em álcool
qu al ertação de
ol) e dió xid o de carbono, com lib
Algumas características importantes de um vinho (et an ovenientes
ia. No ca so do vinho, os açúcares pr
começam a ser definidas no momento em que se en erg te, é comum
uv as sã o a gli co se e a frutose. Atualmen
colhe a uva. Neste sentido, torna-se muito importante da s inicie.
icion ar as lev ed ur as para que o processo se
determinar com a maior exatidão, que as modernas ad
tecnologias propiciam, a data da vindima. leveduras
s ca so s, tan to se pode recorrer a
Ne sse CVRVV
ion ad as po r en tidades credíveis (a
A data da vindima deve ser determinada por vários se lec uzir, logo no
ui pa ra es sa seleção), como prod
fatores, entre os quais se salienta a previsão do álcool co nt rib uras a partir
da vin dim a, um a quantidade de leved
do vinho e da acidez. É sabido que, à medida que a uva iní cio erta calor
sto s pr óp rio s. Ao fermentar, o mosto lib
vai transformando os seus ácidos em açúcares, a acidez de mo rio proceder
ele va a su a tem pe ratura, sendo necessá
vai diminuindo e o álcool provável vai aumentando. e
Cada casta tem o seu ponto de equilíbrio e mesmo cada ao seu controle.
produtor pode determinar qual a relação que mais se e sucede à
fer me nt aç ão ma lolática é uma etapa qu
adequa ao perfil de Vinho Verde que pretende produzir. A libertação de
ntaç ão alcoó lic a. Manifesta-se pela
fer me ido málico
a transformação do ác
Os vinhos brancos são obtidos por fermentação gás carbónico durante malolática
rante a fermentação
alcoólica do mosto de uvas brancas a temperatura baixa em ácido lático. Du o formar-
ho diminui, podend
(inferior a 20 °C) e controlada, sem a presença dos outros a acidez total do vin desejáveis.
ticos nem sempre
elementos que compõem o cacho, nomeadamente das se compostos aromá é favorável
transformação não
películas. Este mosto é obtido por prensagem das uvas Neste sentido, esta os vinhos,
noléticas de todos
que, depois de decantar, ou seja, de deixar sedimentar às qualidades orga s condições
rio vinho e também da
as substâncias sólidas mais pesadas, é trasfegado para dependendo do próp
orre.
novo recipiente onde vai fermentar. em que o fenómeno oc
malolática
vinhos a fermentação
Os vinhos tintos sofrem um processo de vinificação Apesar de amaciar os s primários
inuição dos aroma
ligeiramente diferente, uma vez que o mosto de uvas provoca uma dim ão pela qual
as, sendo essa a raz
tintas fermenta nos lagares (ou em autovinificadores) provenientes das uv nos Vinhos
m a sua ocorrência
na presença das películas, que vão transmitir ao vinho muitos enólogos evita aneamente
e devem ser simult
parte da cor e da adstringência. Este método chama-se Verdes brancos, qu
curtimenta. frescos e aromáticos.
encorajada
ática é principalmente
Os vinhos rosados são produzidos exclusivamente a A fermentação malol pende mais
tos, cuja qualidade de
partir de uvas tintas, vinificadas de forma semelhante nos Vinhos Verdes tin sidade de
do que da sua inten
aos vinhos brancos. da sua complexidade
aromas.
Tudo sobre o Vinho Verde 17
4.5. Castas
À custa da sua antiguidade nesta Região e pelo facto de terem surgido
apenas no noroeste ibérico, há muitas
castas que são consideradas autóctones. Por um lado, é um dos fatores
que traduz com maior intensidade
a especificidade do Vinho Verde e, por outro, contribui para a distinção
das sub-regiões. Nalguns casos, a sua
cultura esteve mesmo confinada em exclusivo a certas sub-regiões.
A mais recente legislação sobre as castas em cultura nesta região (portari
a n. º668/2010, alterada pela Portaria
n.º 949/2010) define as castas aptas à produção de vinhos e produtos
vitivinícolas com direito à DO Vinho
Verde. As castas que podem ser mencionadas com destaque na rotulagem
são as seguintes:
Die wichtigsten
Rebsorten
Castas tintas
Castas brancas
Amaral;
Alvarinho, nas condições Borraçal;
abaixo determ inadas;
Espadeiro;
Arinto/Pedernã;
;
Avesso; Padeiro
acional
Azal; Touriga-N rosado);
s; (apenas quando esteja em causa vinho
Fernão-Pires/M aria-Go me
.
Loureiro; Vinhão
Trajadura .
Alvarinho
Casta cultivada particularmente na sub-região de Monção e Melgaço,
mas que dada a sua
elevada qualidade tem sido levada para outros pontos da região e do
país. Produz mostos
muito ricos em açúcares e contudo apresenta um razoável teor em ácidos
orgânicos. O vinho
elementar caracteriza-se por uma cor intensa, palha, com reflexos citrinos
, aroma intenso,
distinto e complexo, que vai desde o marmelo, pêssego, banana, limão, maracu
já e líchia (caráter
frutado), a flor de laranjeira e violeta (caráter floral), a avelã e noz (caráter
amendoado) e a mel
(caráter caramelizado), sendo o sabor complexo, macio, redondo, harmon
ioso, encorpado e
persistente.
Arinto
Casta cultivada por toda a Região (não recomendada na sub-região de
Monção e Melgaço).
Conhecida como Arinto de Bucelas, atinge o seu mais elevado nível de
qualidade nas zonas
interiores da região. Produz mostos de média a elevada percentagem
de açúcares e teor
relativamente elevado de ácidos orgânicos. Os vinhos são de cor citrina
a palha, apresentam
aroma rico, do frutado dos citrinos e pomóideas (maçã madura e pera)
ao floral (lantanas). O
sabor é fresco, harmonioso e persistente.
Avesso
Casta cultivada particularmente na sub-região de Baião, mas que dada a
sua alta qualidade, tem
sido cultivada em sub-regiões limítrofes como a de Amarante, Paiva e
Sousa. Produz vinhos
de cor intensa, palha aberta, com reflexos esverdeados, aroma misto entre
o frutado (laranja e
pêssego), o amendoado (frutos secos) e o floral, sendo o caráter frutado
dominante, delicado,
subtil e complexo. O sabor é frutado, com ligeiro acídulo, fresco, harmon
ioso, encorpado e
persistente. Estas potencialidades de aroma e sabor revelam-se soment
e alguns meses após a
vinificação.
Tudo sobre o Vinho Verde 19
Azal
Casta cultivada particularmente em zona
s do interior onde amadurece bem e ating
de qualidade quando plantada em terrenos e o seu nível
secos e bem expostos das sub-regiões de
Basto, Baião e Sousa. Produz vinhos de cor Amarante,
ligeira, citrina aberta, descorada, aroma fruta
e maçã verde) não excessivamente inten do (limão
sos e complexos; finos, agradáveis, fresc
sendo o sabor frutado, ligeiramente acídulo, os e citrinos,
com frescura e jovem, podendo em anos exce
revelarem-se encorpados e harmoniosos. cionais
Batoca
Casta de área de cultivo restrita à sub-regiã
o de Basto, onde atinge o seu melhor pote
qualidade. Em anos favoráveis, produz vinh ncial de
os não elementares com médio a alto teor
baixa acidez total, com aromas simples e alcoólico e
pouco intensos, com sabor macio.
Loureiro
Casta cultivada em quase toda a regiã
o e melhor adaptada às zonas do litor
recomendada apenas nas sub-regiões mais al, não sendo
interiores como Amarante, Basto e Baião.
de alta qualidade, produz mostos com arom Antiga e
a acentuado e característico da casta, dand
de cor citrina, aroma fino, elegante, que vai o vinhos
do frutado de citrinos (limão) ao floral (frés
e melado (bouquet), sendo o sabor frutado, ia, rosa)
com ligeiro acídulo, fresco, harmonioso, enco
persistente. rpado e
Trajadura
Casta cultivada por toda a região (não reco
mendada na sub-região de Baião), de boa
produz mostos de aroma delicado e naturalm qualidade,
ente pobres em acidez, dando vinhos de cor
palha dourada, de aroma intenso, a frutos intensa,
de árvore maduros (maçã, pera e pêssego)
sendo o sabor macio, quente, redondo e , macerados,
com tendência, em determinadas condiçõe
desequilíbrio (baixa acidez). s, a algum
20 Vinho Verde
Alvarelhão
Casta de pouca expansão na Região, sendo cultivada particularmente na sub-região de Monção
e Melgaço e recomendada na sub-região de Baião. É conhecida por Alvarelhão devido à sua
proximidade ao Douro onde esta casta é cultivada com esse nome. Produz mostos naturalmente
ricos em açúcares, dando vinhos de cor rubi a rubi clara, com aroma delicado à casta, harmoniosos
e saborosos.
Amaral
Casta de pouca expansão, sendo mais cultivada na zona sul da Região, mas que dada a sua
qualidade encontra-se hoje recomendada para a maior parte das sub-regiões (exceto nas de
Monção e Melgaço e Lima). Produz mostos naturalmente mais ricos em ácido tartárico, quando
comparados com os do Vinhão, Borraçal e Espadeiro, dando vinhos de cor intensa, vermelho rubi,
com aroma sem destaque à casta, ligeiramente acídulos e encorpados.
Borraçal
Casta de grande expansão é cultivada em toda a região e recomendada em todas as sub-regiões.
Produz mostos naturalmente mais ricos em ácido málico e na acidez total, comparativamente
com o Amaral, Vinhão e Espadeiro, dando vinhos de cor vermelha rubi, com aroma à casta,
equilibrados e saborosos.
Espadeiro
Casta de alguma expansão na Região, não é recomendada para as sub-regiões de Baião, Monção
e Melgaço e Paiva. Trata-se de uma casta que exige elevadas somas de calor efetivo para
amadurecer. Produz mostos naturalmente menos ricos em açúcares que o Vinhão, mas mais ricos
que o Amaral e Borraçal (e vice-versa com a acidez total), dando vinhos de cor rubi clara a rubi, de
aroma e sabor à casta e frescos. Tradicionalmente vinificada em “bica aberta” em diferentes locais
da Região para produção de vinho rosado.
Tudo sobre o Vinho Verde 21
Padeiro
Casta de pouca expansão na Região, sendo cultivada particularmente na sub-região de Basto, sendo
hoje também recomendada nas sub-regiões do Ave e do Cávado. Produz mostos naturalmente ricos
em açúcares (como o Vinhão), dando vinhos de cor vermelha rubi a vermelha granada, de aroma e
sabor à casta, harmoniosos e saborosos.
Pedral
Casta de pouca expansão na Região, sendo recomendada particularmente na sub-região de Monção
e Melgaço, embora apareça esporadicamente em outras sub-regiões com outro nome. Produz
mostos medianamente ricos em açúcares, dando vinhos de cor rubi clara a rubi (como o Espadeiro),
com aroma e sabor à casta.
Rabo-de-Anho
Casta de muito pouca expansão na Região, sendo cultivada particularmente na sub-região de Basto,
onde consegue amadurecer, pois é a casta mais tardia de todas. Produz mostos naturalmente pobres
em açúcares, dando vinhos de cor rubi, sem aroma à casta (neutros).
Vinhão
Casta de grande expansão é cultivada em toda a Região pela sua qualidade e dado ser a única casta
regional tintureira. Produz mostos naturalmente mais ricos em açúcares que o Espadeiro, Amaral e
Borraçal (e o contrário com a acidez total), dando vinhos de cor intensa, vermelho granada, de aroma
vinoso, onde se evidenciam os frutos silvestres (amora e framboesa), sendo o sabor igualmente
vinoso, encorpado e ligeiramente adstringente.
22 Vinho Verde
o
4.6. Caracterizaçã • : concelhos de Baião, Resende (exceto
a
das sub-regiões
(exc eto as
freguesia de Barrô) e Cinfães
freguesias
as, tipos de
de or dem cultural, microclim de Travanca e Souselo);
Que stõ es ndução das
ce pa m en to s e modos de co • : concelhos de Cabeceiras de Basto,
vinh o, en s Vinhos Verdes e Ribeira
nh as lev aram à di visão da Região do Celorico de Basto, Mondim de Basto
vi
em nove sub-regiõe
s: de Pena;
,
• : concelhos de Esposende, Barcelos
arante e Marco e Terr as de Bouro;
• : concelhos de Am Braga, Vila Verde, Amares
telo , Pon te
de Canaveses; • : concelhos de Viana do Cas
Fafe, evez;
elh os de Vila Nova de Famalicão, de Lima, Ponte da Barca e Arc os de Vald
•: co nc de Lanhoso,
arãe s, Sa nto Tirso, Trofa, Póvoa • : concelhos de Monção
Gu im la do Conde
Vi ei ra do M inho , Póvoa de Varzim, Vi e Melgaço;
la
freguesias de Vize • : concelho de Castelo de Paiva e, no
e Vizela, exceto as Eulál ia); de Travanca
(Sto. Adrião) e de
Barrosas (S ta. concelho de Cinfães, as freguesias
e Souselo;
des,
• : concelhos de Paços de Ferreira, Pare
e no con celho
as principais Lousada, Felgueiras, Penafie l
ição d as ca st (Sto . Adrião)
de produção
u de Vizela as freguesias de Vize la
Distrib da Ár ea
egiõ es e Barrosas (Sta. Eulália).
pelas sub-r
erde:
da DO Vinho V
Melgaço
Monção
Ponte de Lima
Viana
do Castelo
Braga
Esposende
Guimarães
Vila do
Conde
Amarante
Porto Penafiel
Baião
C.Paiva
24 Vinho Verde
Sub-região de
Amarante
influência do Atlântico e a uma
o de Amarante encontra-se protegida da
Localizada no interior da Região, a sub-regiã ão e o Verão mais quente. Estas
es térmicas são superiores à média da Regi
altitude média elevada, pelo que as amplitud a: Azal e Avesso (brancas), Amaral
de algumas castas de maturação mais tardi
condições favorecem o desenvolvimento brancos apresentam habitualmente
como na maior parte da Região. Os vinhos
e Espadeiro (tintas). O solo é granítico, tal s que vem a fama da sub-região de
superior à média da Região. Mas é dos tinto
aromas frutados e um título alcoométrico maturação das uvas, sobretudo da
o-climáticas referidas favorecem uma boa
Amarante, uma vez que as condições edaf a pelo consumidor regional.
com cor carregada e muito viva, apreciad
casta Vinhão, o que permite obter vinhos
Sub-região do
Ave
do rio Ave, numa zona de relevo
da um pouco por toda a bacia hidrográfica
Na sub-região do Ave a vinha está implanta m, o clima caracteriza-se por baixas
fica mais exposta a ventos marítimos. Assi
bastante irregular e baixa altitude, pelo que o é sobretudo uma zona de produção
precipitação. Neste contexto, esta sub-regiã
amplitudes térmicas e índices médios de a sub-região encontram-se as castas
e notas florais e de fruta citrina. Por toda
de vinhos brancos, com uma frescura viva nem precoce nem tardia. Há ainda
clima ameno, devido a maturação média,
Arinto e Loureiro, adequadas a este tipo de pletando na perfeição um lote de
durecer precocemente, é mais macia, com
a considerar a casta Trajadura que, por ama
vinho com Arinto e Loureiro.
Sub-região de
Baião
a Região do Douro. Localiza-se no
ão dos Vinhos Verdes, no seu limite com
A sub-região de Baião encontra-se na Regi temperado, com Invernos mais frios
ia, condições que criam um clima menos
interior da Região a uma altitude interméd item o amadurecimento correto das
quentes e secos. Estas características perm
e menos chuvosos, e meses de Verão mais (tintas), com maiores exigências de
plo o Azal e o Avesso (brancas) e o Amaral
castas de maturação mais tardia, por exem de grande notoriedade a partir da
se afirmado na produção de vinhos brancos
calor no final do ciclo. Esta sub-região tem-
do a uma acidez viva.
casta Avesso, juntando aroma intenso e fruta
Tudo sobre o Vinho Verde 25
Sub-região de
Basto
A sub-região de Basto é a mais interior da Região, encontrando-se a uma altitude média elevada, estando por isso res-
guardada dos ventos marítimos. O clima é mais agreste, Inverno frio e muito chuvoso (à parte do vale do Lima é onde
mais chove em toda a Região) e o Verão bastante quente e seco, favorecendo castas de maturação tardia como é o Azal
(branca), o Espadeiro e o Rabo-de-Anho (tintas).
É nesta zona que a casta Azal atinge o seu máximo potencial e permite obter vinhos muito particulares, com aroma a
limão e maçã verde, muito frescos. Existe ainda uma considerável produção de Vinhos Verdes tintos que apresentam
muita vinosidade e uma boca cheia e fresca.
Sub-região do
Cávado
Tal como na sub-região do Ave, na sub-região do Cávado a vinha está localizada um pouco por toda a bacia hidrográfica
do rio que lhe deu o nome, bastante exposta aos ventos marítimos, numa zona de relevo irregular e a uma baixa altitude.
Estes fatores implicam um clima ameno, sem grandes amplitudes térmicas e com uma pluviosidade média anual inter-
média. Nesta sub-região além dos solos graníticos, existe uma faixa de solos de origem xistosa, não sendo no entanto a
sua abrangência significativa. Este clima é adequado à produção de vinhos brancos, sobretudo das castas Arinto, Lourei-
ro e Trajadura, que se adaptam na perfeição a estas condições. São vinhos com uma acidez moderada e notas de frutos
citrinos e pomóideas (maçã madura e peras).
Os vinhos tintos produzidos no vale do Cávado são na sua maioria lotes de Vinhão e Borraçal, apresentam uma cor in-
tensa vermelho granada e revelam aromas a frutos frescos. Na boca evidenciam toda a frescura climática da sub-região
onde são produzidos.
26 Vinho Verde
Sub-região do
Lima
Em termos de amplitudes térmicas a sub-região do Lima está numa posição intermédia relativamente às restantes sub-regiões.
No entanto, é onde a precipitação atinge valores mais altos. A altitude a que a vinha se encontra plantada é variável e aumenta
do litoral para o interior, onde o relevo também é mais irregular, originando alguns microclimas no interior do vale do Lima,
existindo por vezes referências a baixo Lima e alto Lima. Tal como na sub-região do Cávado, além dos solos graníticos, existe
uma faixa de solos de origem xistosa, não sendo no entanto a sua abrangência significativa. Os vinhos brancos mais afamados
desta sub-região são produzidos a partir da casta Loureiro. Os aromas são finos e elegantes e vão desde o citrino (limão) até ao
floral (rosa). As castas Arinto e Trajadura encontram-se também bem disseminadas neste local, pois adaptam-se bem a climas
amenos influenciados pelos ventos marítimos. Os vinhos tintos são produzidos principalmente a partir da casta Vinhão e
Borraçal. Habitualmente, é nas zonas mais interiores desta sub-região que os vinhos tintos apresentam um melhor potencial,
devido às condições climáticas que condicionam a maturação.
Sub-região de
Monção e Melgaço
A sub-região de Monção e Melgaço possui um microclima muito particular, sendo exclusiva nas castas Alvarinho (branca) e
Pedral (tinta) e divide com a sub-região de Baião a recomendação para o Alvarelhão (tinta), três castas de maturação precoce.
Nesta sub-região os solos são de origem granítica, existindo em alguns locais faixas com calhau rolado. Este microclima
caracteriza-se por Invernos frios com precipitação intermédia, ao passo que os Verões são bastante quentes e secos, o que
denota uma influência atlântica limitada. A sub-região desenvolveu-se à volta da margem sul do rio Minho numa zona de
meia encosta. Os vinhos extremes da casta Alvarinho são o ex-libris da sub-região de Monção e Melgaço.
Tudo sobre o Vinho Verde 27
Sub-região de
Paiva
des térmicas e
tiv am ente às amplitu
rm éd ia re la b-regiões com
a, nu ma posição inte tá no grupo das su
r com a do Li m
ntrári o, já nã o es no interior e a
ão do Paiva está, a pa na Região. Pelo co a no mar, está mais
A su b-re gi e se ve ri fic am sta à in flu ên ci estados ótimos
s al tas de Verão qu e nã o está tão expo o, V inhão, atingem
tem pe ratu ra o, um a ve z qu maral e, so br et ud Relativamente
di ce s de precipitaçã e as castas tintas A s de toda a Região. e,
m aior es ín
perior. Será po
r esta ra zã o qu
erdes tintos m
ais pr es tig ia do as temperados
a al titud e su do s V inho s V Tr ajad ura, ad aptadas a clim casta mais
um guns e sso,
m at ur aç ão e produzem al ir da s ca stas Arinto, Loureiro m um a aliada que é o Ave
de a pa rt ui co
cos, são obtidos Verdes, mas aq
aos vinhos bran e toda a Reg ião dos Vinhos
s a quas
por isso, comun teriores.
ract er ístic a da s sub-regiões in
ca
Sub-região do
Sousa
como
s té rm ic as sã o baixas, assim
itude estar
o, o clim a é ameno, as ampl , ta m bé m se caracteriza por
Cávad ente à pluviosi
dade posta
s su b- re gi ões do Ave e do ão . R el at iv am qu e nã o es tá diretamente ex
Tal como na eoV er a ve z uma
di as de fo rte calor durant a su b- re gi ão de transição, um po uc o ac en tu ado. Trata-se de
o número de erada um relevo mais
ia . Es ta pode ser consid a fa z-se se ntir devido ao is sã o as típ icas dos locais
abaixo da m éd fluên ci princi pa igente.
atlâ nt ic a, no entanto, esta in s m ui to qu entes. As castas m um a m at uração mais ex
à influência
vernos fortes e
Ver õe o que tê egião, e
or m as se m In s se ju nt am o Azal e Avess o, diss em in ad as por toda a R
zona interi ai
Loureiro e Traj
adura, às qu Borraçal e Vinhã
amenos, Arinto, s tintos vini fic am-se as castas odução de vinhos
rosados.
ho s Verde do para a pr
aos Vin o muito utiliza
Relativamente pa deiro. Este últim
m ar al e o Es
ainda o A
28 Vinho Verde
Bem-vindo a uma
forma exclusiva de aguardente
7. Aguardentes de Vinho Verde
desenhos adornam um velho
Embora os Egípcios tivessem sido os primeiros a construir alambiques, cujos
(“al ambic”) e álcool (“al cóhol”),
templo de Mênfis, foi da língua Árabe que nasceram os termos alambique
o designar um pó muito duro à
significando, o primeiro, “vaso destilatório”, e, o segundo, embora querend
ando vapores de destilação.
base de chumbo ou antimónio, exprime a ideia de “ténue e subtil”, signific
a destilação do vinho e descobriu
Mas foi na Idade Média, em 1250, que Arnaut de Villeneuve estudou
, Raymond Lulle, que preparou a
o espírito (l’esprit) que ele contém, seguindo-se um seu contemporâneo
em fogo muito lento.
aguardente (l’eau ardente), obtendo-a após 3 a 4 destilações consecutivas,
delas se retirar o melhor proveito,
A partir de 1730, torna-se habitual o envelhecimento das aguardentes para
mais atrativa.
pois melhoram e ficam mais apuradas, mais penetrantes e com uma cor
álcoois de bom gosto e aroma,
No decorrer do século XX houve uma evolução no sentido de se obterem
generalizando-se o consumo de aguardentes puras.
se alambiques que evitassem
Dado o interesse na produção de um produto de qualidade, desenvolveram-
sofisticadas.
destilações sucessivas e as próprias técnicas tornaram-se cada vez mais
um valor económico interessante.
As aguardentes encontram-se bem divulgadas no mercado e apresentam
Tudo sobre o Vinho Verde 33
O VERDE
GACEIRA DE VINH
AGUARDENTE BA
stilação dos
ceira provém da de
A aguardente baga r muito acen-
bagaços. Apresent
a um aroma e sabo
nciais existen-
7.2.Perfil Analítico
tes dos óleos esse
tuados, provenien que são tanto
graínhas das uvas, Título alcoométrico real
tes nas películas e antidade de
anto maior for a qu
mínimo (% vol)
mais evidentes qu Aguardente Vínica de Vinho Verde
s.
princípios aromático
37,5
Aguardente Bagaceira de Vinho Verde 40
gio em casco,
gaceiras, sem está
As aguardentes ba o apresentan-
nais da Região. Nã
são as mais tradicio
a principal distinç
ão encontra-se 7.3.Perfil Sensorial
do coloração, a su mitidos pela
e expressivos, trans
nos aromas intensos e lhes deram A Aguardente Bagaceira de Vinho Verde sem
gaços das castas qu
fermentação dos ba bagaços são envelhecimento apresenta-se incolor com aromas
sua constituição, os
origem. Devido à s que se cos-
biques diferentes do complexos a bagaço, fazendo lembrar, por vezes, fruta
destilados em alam vinhos.
ra a destilação dos cristalizada.
tumam empregar pa há apenas um
nhos Verdes, não
Na Região dos Vi nto, existem A Aguardente Vínica de Vinho Verde e a Aguardente
mas vários. No enta
tipo de alambique, de caldeira
ados: o alambique Bagaceira de Vinho Verde com envelhecimento
dois mais generaliz apresentam uma cor que vai desde amarelado ao
que de coluna.
ou pote e o alambi topázio, aromas e sabores intensos e finos a madeira.
lhecimento:
Categorias de enve
envelhecimen-
em média, 1 ano de
Velha: pelo menos,
to em casco os de envelhe-
enos, em média, 2 an
Velhissima: pelo m
cimento em casco
Tudo sobre o Vinho Verde 35
36 Vinho Verde
8.2.Perfil analítico
Título alcoométrico adquirido Título alcoométrico total Acidez fixa
(% vol) (% vol) (g/L ác. tartárico)
Armazenamento
Como provar As garrafas devem ser armazenadas
temperatura constante, de preferên
num local escuro com
cia entre 12 e 14°C, por
Vinho Verde
lações de temperatura
exemplo, numa adega. As eventuais osci
para guardar os vinhos
não devem exceder 5°C. O local
no ponto
(a humidade relativa deve
também não deve ser muito húmido
tivas superiores podem
ser inferior a 75 %). Humidades rela
rótulos e as rolhas. As
originar bolores que danificarão os
forma a manter a rolha
10.Recomendações no garrafas devem manter-se deitadas de
sempre em contacto com o vinho.
serviço Os Vinhos Verdes devem, por
norma, ser consumidos
sentam teor alcoólico
jovens. Contudo, os vinhos que apre
de vinhos mais elevado e que são mais complex
os, nomeadamente os
l de envelhecimento
Temperatura da casta Alvarinho, têm um potencia
muito positivo.
Copos
Um dos elementos-chave do serviço do vinho é o copo: o
mesmo vinho servido em copos diferentes transmite uma
perceção diferente do sabor e aroma.
O copo deve ser incolor e não possuir ornamentos, de modo a
permitir a perceção da cor e da limpidez do vinho. Deve ainda
ter um pé para se pegar, evitando assim que a mão aqueça o
líquido e suje o copo. É igualmente importante que tenha
uma boa capacidade de modo a permitir que o vinho contacte
livremente com o ar. Existe uma grande variedade de copos de
vinho, dos quais se destacam:
• Tipo Bordalês:
elegante, adequado para os vinhos brancos, rosés
e tintos jovens;
• Tipo Balão:
redondo, o que permite que os vinhos “se abram”, sendo mais
indicado para tintos nobres e envelhecidos;
• Tipo Flûte:
é muito elegante, alta e estreita, usualmente utilizada para os
espumantes;
• Tipo Túlipa:
assemelha-se a um sino invertido e, por isso, ideal para
tintos jovens e também para brancos e rosés.
Tudo sobre o Vinho Verde 39
Serviço do vinho m
rrafa no copo. Que
se rv ir um vi nh o não toque com a ga no se nt id o de
Quando o a servir-se,
verá ser o primeir ficar no seu copo os
abre a garrafa de o e, sobretudo, para
vi nh o
verifica r o es ta do do ir um pouco de vinh
re síd uo s de ro lh a. Deve então serv o e ve rifica r se
eventuais r bem o vinh
lume do copo), agita rolha”.
(cerca de 1/5 do vo ve rifica nd o qu e não tem cheiro “a
um id o, de
está apto a ser cons é suficiente!), a fim
s nã o de ve m se r cheios (meio copo rio , e ap re cia r
Os copo m ov imento gira tó
nh o, co m um
se poder agitar o vi
os seus ar om as .
ito
-se pelo lado dire
os , co m o to da s as bebidas, servem ss oa qu e se rv e
Os vinh A ra zã o é sim ples: a pe
be be r. o vinho
da pessoa que vai fa co m a m ão direita e vai servir
a ga rra do
geralmente segura em frente, ou ligei
ramente à direita
, qu e de ve es ta r xi m ar pe lo lad o
no copo facil m en te ao se apro
m ai s pe la
conviva; irá fazê-lo rte média (nunca
, co m a ga rra fa segura pela sua pa po r cim a, co mo
direito an tebr aç o po r fora ou
alo ), o ando
base ou pelo garg e serve vai observ
pe rfe ita m en te à vista. A pessoa qu em se rv e deve
rótulo
er aç ão . Po r ou tro lado, qu
atentamente toda
a op e o vinho
qu alq ue r in fo rm ação especial sobr
er
estar apto a fornec
o es te ja ex pl ícita no rótulo.
que nã
Ordem de serviço
o seco antes
ve se rv ir os vinhos é a seguinte:
A ordem em que se
de interessar
do ve lh o (e m alguns casos, pode
do doce, o novo an
te s tes do tinto. É
o br an co an tes do rosado e an
inverter esta orde m ), co, se antes
de re m os ap re cia r um bom vinho se
lógico que não po
vinho doce. selha‑se a
tivermos bebido um en s e m ui to aromáticos, acon
os jov o vinho mais
Caso existam vinh m ai s ve lhos e só no final
vi nh os atando‑se de
servir primeiro os co lh eita mais recente. Tr
se rá o da ‑se servir o
exuberante, que ial de en velhecimento, deve
po te nc velheceu está
vinhos com bom o, po rq ue o vinho que en
s do ve lh
vinho novo ante .
sará um vinho novo
no seu auge e eclip
excelente,
um a pr og re ssão que vá do bom ao
O ideal é seguir complexo.
leve ao encorp ado, do simples ao
do
40 Vinho Verde
Tudo sobre o Vinho Verde 41
Modo de preparação
a cebola e o alho
Numa caçarola leve ao fogo o azeite,
em tiras finas e dei-
picado para dourar. Junte a cenoura
o bacalhau em
xe estufar um pouco. Por fim, adicione
muito lentamente.
pedaços e abafe, deixando cozinhar
brick. Aperte com a
Retire do fogo e recheie as folhas de
manteiga, levando
ajuda de um palito e pincele-as com
tomate bem quente
ao forno a alourar. Deite o molho de
a bolsa. Salpique
no prato de servir e no meio coloque
com salsa e coentros.
Tudo sobre o Vinho Verde 43
CROSTA
MEXILHÕES GRATINADOS COM CAS
DE PÃO DE MILHO E ERVAS FRES
Vinho recomendado
Ingredientes sub-Região de Mon-
Selecione um Vinho Verde branco da
16 mexilhões com casca o e Trajadura. Os
ção e Melgaço elaborado com Alvarinh
2 colheres de pão ralado do casamento des-
aromas de frutos tropicais resultantes
ieza no paladar, fa-
Alho picado tas duas castas, associados a uma mac
is para acompanhar
Salsa picada zem com que estes vinhos sejam idea
Cebolinho este prato.
1 limão
60 gr de queijo flamengo e mozarella Fonte: in Sabores de Hoje com Sugestõ
es de Vinho Verde,
Alfaces e courgettes Porto Editora, Porto, 2004.
2 cL de molho de vinagreta
Sal e pimenta
Modo de preparação
enta e sumo de li-
Tempere os mexilhões com sal, pim
pão ralado mistura-
mão. Cubra-os com o preparado de
do com o alho e as ervas.
mexilhões e leve
Disponha os queijos ralados sobre os
uena salada verde
ao forno a gratinar. Sirva com uma peq
a.
e courgettes temperadas com vinagret
44 Vinho Verde
Rota dos
Vinhos Verdes
13. Estatísticas do Vinho Verde
Export
37%
pontâneo Portugal
Es 63%
ja
Se
Tudo sobre o Vinho Verde 47
50,000,000
40,000,000
30,000,000
Valor (Euros)
20,000,000
10,000,000
Volume (Litros)
0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013*
* Preliminar
3,500,000
3,000,000
2,500,000
2,000,000
1,500,000
1,000,000
500,000
0
EUA Alemanha França Canadá Brasil Suíça Angola Bélgica R.Unido Luxemburgo
Comissão de Viticultura
da Região dos Vinhos Verdes
Rua da Restauração, 318 | 4050-501 Porto | Portugal
Tel. +351 226 077 302 | FAX +351 226 077 320
info@vinhoverde.pt | www.vinhoverde.pt