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“Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras,
para que não te repreenda e sejas achado mentiroso”.[2] Provérbios 30:5,6
“Abre tu os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei”.[3] Salmo 119:18
Por fim, os anjos são referidos nas Escrituras por nomes próprios do gênero
masculino: “o HOMEM Gabriel” em Dn 9:21 e “o ANJO Gabriel” em Lc 1:26; Dn
10:13,21; 12:1; Jd 9; Ap 12:7 (relacionados ao arcanjo Miguel). [5]
O que de tão grave resultou dessa relação para que Deus decretasse o fim de
toda carne (v. 13)?
Graças à presença do óvulo nessa relação, não se pode falar em perda total
da imagem de Deus[13] motivo pelo qual tal descendência ainda é referida como
‘homens’ (vv. 4,5,6,7).[14]
Por que então Deus não destruiu tudo e começou do ‘zero’? Porque
empenhara Sua palavra a Adão, fazendo-lhe uma promessa. Por que fizera tal
promessa? “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”!
O que Deus fez para resolver esse enorme problema? Por que tal incidente
não se repetiu após o dilúvio? Como Deus o frustrou?[16]
“Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os
lançado no inferno (ταρταρώσας - Tártaro),[17] os entregou às cadeias da escuridão,
ficando reservados para o juízo”. II Pedro 2:4
‘Tártaro’, única vez que aparece no NT, mesmo assim de fácil compreensão
para os leitores da epístola,[18] uma vez que Pedro não precisou mais do que ‘cadeias da
escuridão’, que traz a noção de limitação de movimentos, de detenção; não de reclusão,
de clausura. Quem diz? Judas: “E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas
deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao
juízo daquele grande dia”. Judas 5
Veja que Judas nos dá a noção de cadeias (de Pedro) como ‘reserva’ e limita
a noção de ‘prisões’. ‘Eternas’ tem o sentido figurado uma vez que vem acompanhada
da preposição ‘até’, cujo conteúdo significativo fundamental é de aproximação de um
limite com insistência nele[19], e eternidade é algo sem limites![20]
Até mesmo entre aquele que negam serem anjos os “filhos de Deus” de Gn.
6, tal noção é admitida (mesmo que de forma um tanto confusa!):
“E viu-se outro sinal no céu: e eis que era um grande dragão vermelho...”.
Até aqui ele está sozinho. Mas de repente, “a sua cauda levou após si a terça parte das
estrelas do céu”.[30] Onde foi que tais ‘estrelas’ foram parar? O dragão “lançou-as sobre
a terra”!? Depois, nos versículos 7 a 9, ele não está mais sozinho, mas com ‘os seus
anjos”![31] Coincidência ou harmonia? Confusão ou precisão? Particular interpretação
ou clara exposição?[32]
Tal análise traz certeza ao parecer de um teólogo quando dizia a respeito dos
demônios que “ao que parece, espíritos destituídos de seus corpos (Mt 12:43-45; Mc
5:10-13)”,[33] ‘fechando o círculo’ da necessidade da possessão demoníaca, pois sem
corpos, os demônios não podem atuar em nosso mundo ‘como se fossem humanos’,
necessitando de corpos 100% humanos.[34]
Depois do dilúvio, Noé viveu 350 anos. Mas ele fora favorecido pela
estrutura do mundo daquela época. Tudo bem! É verdade! Mas também é verdadeira a
lista de Gênesis 11! E mais: Abraão, que nasceu 350 anos após o dilúvio, viveu 175
anos. Sara viveu 127. Jacó viveu 147... José é o primeiro a ser mencionado na Bíblia a
morrer de velhice com menos de 120 anos, isto já se passando 713 anos após o
dilúvio.[36]
Já nos tempos de Moisés... se observava que “os dias de nossa vida chegam a
setenta anos, e se alguns, pela robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é
canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando” (Sl 90:10), assinalando não haver
relação entre Gn 6:6 com expectativa de vida. O próprio destaque dado aos ‘longevos’
120 anos de Moisés, em que “seus olhos nunca se escureceram, nem perdeu o seu
vigor” (Dt 34:7), demonstram que tal situação (de 120 anos) já não era corriqueira
nestes tempos, mas exceção.
A outra resposta fala que esses 120 anos representariam o tempo decorrente
entre o chamado de Noé (Gn 6:13,14) e sua entrada na arca (Gn 7:6,13,16). Mas há algo
nessa resposta que ‘incomoda’: quando lhe nascem seus filhos, ele tinha 500 anos (Gn
5:32) e quando entra na arca, tinha 600. Onde encaixar os 20 anos da diferença?
Inicialmente a resposta está na correta compreensão do caráter missionário de Deus.
Vejamos:
Tanto em João 1:1-18 quanto em Romanos 11:11-36 vemos que Deus tem
adotado até agora 3 métodos para lidar com os humanos:
3º) Romanos 11:31b: Deus lida diretamente com ambos (judeus e gentios)
através de pessoas regeneradas e habitadas pelo Espírito Santo, proclamando o
Evangelho (Rm 1:1-17). O método agora é nós, os crentes, irmos através do poder do
Espírito Santo a toda criatura (At 1:8; Mc 16:15; Mt 28:18-20). A compreensão do
papel de Jesus como missionário medianeiro entre o 2º e o 3º método está explicitada
em Rm 15:1-13.[39]
“É certo que os homens crentes daquela época deveriam ter bom testemunho
que revelasse sua fé no Salvador. A conduta desses homens deveria ser bem marcante.
Arthur Pink, em seu livro ‘Glenings in Genesis’ comenta a história de Enoque e
Matusalém, Gn 5:21-27, sugerindo que, tirando todas as pontuações do versículo 22,
pois era a escrita no original, verifica-se que Deus fora ao encontro de Enoque quando
lhe nascera Matusalém e desse encontro se originou o nome de seu filho, cujo
significado é: quando morrer virá ou Matusalém. Judas, na sua epístola, fala de Enoque
como proclamador da segunda vinda do Messias à geração que viveu antes do dilúvio.
‘Andou Enoque com Deus’ daquele momento em diante e foi arrebatado antes do
dilúvio (v. 24).[40] O mesmo também faz um cálculo matemático com respeito à
validade da revelação de Deus: o v. 25 diz que Matusalém gerou Lameque quando tinha
a idade de 187 anos. No v. 28, afirma que com 182 anos Lameque gerou Noé. Logo,
quando nasceu Noé, Matusalém tinha 369 anos, que é a soma de 187 mais 182. O
dilúvio começou quando Noé atingiu a idade de 600 anos (Gn 7:11), portanto,
Matusalém deveria ter alcançado a idade de 969 anos e morrido, ou seja, a soma de 369
mais 600 anos. Nesse ano da vida de Noé, Deus cumprira a revelação que dera a
Enoque, fazendo de Matusalém uma testemunha viva de que, antes do juízo vir, seria
muito longânime e misericordioso. Através de Matusalém poderiam controlar a época
do juízo. Quando morrer virá... o dilúvio. Por outro lado, quem foi em busca de Noé?
Hb 11:4-7 diz literalmente que Noé foi movido a construir uma arca por temor à
revelação recebida. Em Gn 6:9-22 é Deus (Elohim), o Deus de compromisso,
contemplando a criação. ‘Assim fez Noé; conforme a tudo o que Deus (Elohim) lhe
mandou, assim o fez’, por compromisso. Deus ama a raça e tem um compromisso com
toda a criação, preservando-a [Hb 1:1-6; II Pe 3:7-12]. Aqui não é Deus convidando
Noé para crer n’Ele e sim Deus se revelando a um que já era crente. Aparentemente Noé
não se mostra surpreso com aquele modo de Deus se revelar a ele, sendo tal atividade
normal entre eles [comparar com Is 6]. No cap. 7:1 é o Senhor (Jeová) que fala a Noé;
aqui é Jeová julgando e é Jeová salvando também.[41]
Lembremos que: ‘... eu sou Deus, e não há outro Deus... que anuncio o fim
desde o princípio’ (Isaías 46).
‘Ao homem está estabelecido da morte ter medo, mas o Deus abençoado
descerá para ensinar. Sua morte traz ao desesperado consolo (ou paz)’.
Amaldiçoou com que? “Com dor comerás dela todos os dias da tua vida.
Espinhos, e cardos também, te produzirá...”? Não. Porque se fosse à maldição de Gn
3:17-19 que Lameque estivesse se referindo, então Deus falhou, pois até hoje ela existe.
Logo, concluímos que Lameque se refere à profecia revelada a Enoque, sendo o
‘consolo de nossa obras’ o cumprimento de tudo que os crentes daquela época haviam
pregado.
Como assim?! E Gn 6:18? No chamado de Noé, Deus lhe revelou que sua
família, que ele ainda haveria de constituir futuramente (vinte anos depois falando de
filhos, não do casamento necessariamente),[47] é que entrariam na arca, sendo que tal
revelação coincide cronologicamente com a queda dos anjos (que foi a ‘gota d’água’ na
depravação do mundo pré-diluviano), bem caracterizado pelo emprego do advérbio
‘então’ tanto no v. 3 quanto no v. 13, caracterizando-os como concomitantes, não
havendo relação com o nascimento dos filhos de Noé.[48]
Recapitulando...
Da revelação a Enoque até Noé, 369 anos; do nascimento de Noé até seu
chamado, 480 anos; do chamado até o dilúvio, 120 anos. Total, 969 anos. Isto se chama:
paciência Divina! (Romanos 9:19-24). Deus só não destruiu tudo porque empenhara sua
palavra a Adão. E por amor; motivo pelo qual arrependimento dever ser entendido como
profunda tristeza.
Contudo, exerceu Seu justo juízo, menos contra seus servos; pois a favor
deles, Deus só exerce correção, nunca juízo.[50]
Finalizando...