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INTRODUÇÃO
O desenvolvimento das novas máquinas, os “computadores” a partir de seus
“sistemas informacionais”, modificou sobremaneira a sociedade, dessa feita se fala
atualmente que vivemos em uma “sociedade da informação” (ALBUQUERQUE,
2018). A informação é definida por Serra (2007) como o resultado da sistematização
de dados que possam representar uma modificação no conhecimento sobre um
“sistema”, aqui lido em sentido amplo (humano, animal ou máquina), que a recebe
(SERRA, 2007).
1 Artigo apresentado em outubro de 2019 como requisito à obtenção de conceito para a disciplina Direito
Processual e os Reflexos da Tecnologia da Informação do curso de Pós-Graduação em Direito e
Tecnologia da Informação do Programa de Educação Continuada da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo.
2 Technology Legal Counsel. Discente do curso de Pós-Graduação em Direito e Tecnologia da
Informação do Programa de Educação Continuada da Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo. Matrícula nº 63461.
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I MEIOS PROBATÓRIOS
Inicialmente é importante ressaltar os conceitos iniciais de provas no processo
penal. Segundo tourinho, e nas linhas da Teoria Geral da Prova, “prova” é todo
elemento pelo qual se procura demonstrar a existência e a veracidade de um fato. De
forma finalística, o norte da prova é formar o livre consentimento motivado do julgador
do caso concreto. Baseia-se em elementos como contraditório, imediatidade do juiz,
concentração, comunhão das provas, dentre outros. Ainda segundo o autor, as provas
só podem ser produzidas no curso do processo pela necessidade constitucional de
garantir o contraditório e a ampla defesa.
quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados
em lei” (BRASIL, 1996).
IV ANALOGIA
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Nesse ponto específico, insta registrar que, por mais que os atos praticados
por servidores públicos gozem de presunção de legitimidade, doutrina e
jurisprudência reconhecem que se trata de presunção relativa, que pode ser
ilidida por contra-prova apresentada pelo particular. Não é o caso, todavia, do
espelhamento: o fato de eventual exclusão de mensagens enviadas (na
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modalidade "Apagar para mim") ou recebidas (em qualquer caso) não deixar
absolutamente nenhum vestígio nem para o usuário nem para o destinatário,
e o fato de tais mensagens excluídas, em razão da criptografia end-to-end,
não ficarem armazenadas em nenhum servidor, constituem fundamentos
suficientes para a conclusão de que a admissão de tal meio de obtenção de
prova implicaria indevida presunção absoluta da legitimidade dos atos dos
investigadores, dado que exigir contraposição idônea por parte do investigado
seria equivalente a demandar-lhe produção de prova diabólica (o que não
ocorre em caso de interceptação telefônica, na qual se oportuniza a
realização de perícia) (BRASIL, 2018).
CONCLUSÃO
Não se pode negar o modo pelo qual a evolução das tecnologias da informação
e comunicação modificaram a vida moderna. Segundo Lucas Albuquerque (2018) os
sistemas de tecnologia da informação e comunicação modificaram estruturalmente a
sociedade, de modo que se torna necessário o estudo de relações jurídicas em
subsunção as peculiaridades da sociedade da informação.
No decorrer dos últimos 20 anos a sociedade brasileira, a exemplo da mundial,
experimentou uma impressionante mudança de paradigma em sua organização
social. Diz-se custoso dissociar as mais simples atividades humanas da utilização das
plataformas digitais (ALBUQUERQUE, 2018), a exemplo da comunicação, que
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evoluiu. E o que antes estava restrito a cartas e telegramas, hoje já pode se tornar
virtual e multiplataforma, em bases criptografadas.
Por esses motivos revela-se fundamental o estudo das relações jurídico-sociais
no bojo da sociedade da informação e comunicação, para a compreensão dos
fenômenos tecnológicos observáveis, no intuito de realizar subsunção a hipóteses
jurídicas, já observadas ou ainda não ou ainda não relatadas, para que haja
compreensão das implicações das novas tecnologias, a fins de pacificação social
(ALBUQUERQUE, 2018), a exemplo do que ocorreu com as formas de obtenção de
provas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm>.
______. Lei nº 9.296 de 24 de julho de 1996. Regulamenta o inciso XII, parte final,
do art. 5º da Constituição Federal. Brasília: Congresso Nacional, 1996. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9296.htm. Acesso em 27. out. 2019.
LESSIG, Lawrence. The law of the horse: what cyberlaw might teach. Harvard Law
Review, Cambridge, n. 501, mar. 1999. Disponível em:
https://cyber.harvard.edu/works/lessig/finalhls.pdf. Acesso em 19 mai. 2019.