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Universidade Rovuma
Nampula
2019
Domingas Juma
1o Ano
Universidade Rovuma
Nampula
2019
Índice
Introdução .......................................................................................................................................... 3
1.4. Problemas de Saúde Decorrentes do Uso e Abuso das Drogas Lícitas e Ilícitas. ................... 7
Introdução
Consumir drogas é uma prática humana, milenar e universal, assim, a maioria dos grupos sociais
tem convivido com diversas substâncias psicoactivas ao longo do tempo. O uso de substâncias
psicoactivas tornou-se motivo de preocupação a partir dos anos 1960, a ponto de ser considerado
um problema de saúde pública devido ao crescente consumo, principalmente entre os jovens, pelos
riscos que oferecem à saúde, além dos problemas sociais associados ao uso dessas substâncias
(BUCHER, 1992 apud DEZONTINE et al., 2007).
A dependência química é cada vez mais um desafio para pais, profissionais da saúde, educadores,
gerenciadores de políticas públicas, legisladores, enfim, para toda a comunidade. O impacto para a
sociedade, para a economia e para a saúde decorrente desse transtorno é imenso. Nas últimas
décadas, a experimentação de drogas tem sido cada vez mais precoce, com quadros de abuso e
dependência, apesar dos esforços preventivos estarem aumentando
A adolescência é uma fase da vida do ser humano caracterizada por mudanças biológicas,
cognitivas, emocionais e sociais, constituindo-se um importante momento para a adopção de novas
práticas, comportamentos e ganho de autonomia. É um período marcado pela indecisão,
sinalizando a passagem da infância protegida para a exposição à vida adulta, e a tendência grupal
com a evolução da sexualidade também são aspectos importantes. Nessa fase, estimulado pelas
intensas transformações, o adolescente torna-se mais vulnerável, o que pode fragilizar sua saúde,
com alimentação inadequada, sedentarismo, tabagismo, consumo de álcool e outras drogas
(VIEIRA et al., 2008).
A adolescência é uma fase da vida do ser humano caracterizada por mudanças biológicas,
cognitivas, emocionais e sociais, constituindo-se um importante momento para a adopção de novas
práticas, comportamentos e ganho de autonomia. É um período marcado pela indecisão,
sinalizando a passagem da infância protegida para a exposição à vida adulta, e a tendência grupal
com a evolução da sexualidade também são aspectos importantes. Nessa fase, estimulado pelas
intensas transformações, o adolescente torna-se mais vulnerável, o que pode fragilizar sua saúde,
com alimentação inadequada, sedentarismo, tabagismo, consumo de álcool e outras drogas
(VIEIRA et al., 2008).
Droga é qualquer substância não produzida pelo organismo que altera o funcionamento normal do
corpo. As drogas podem afectar o modo de ser das pessoas, o pensar, o agir, o sentir e o
comportamento. São classificadas como psicoactivas e divididas em dois grupos: drogas lícitas e
ilícitas.
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Grande parte das pessoas idealiza que as drogas lícitas, por serem comercializadas legalmente, não
trazem danos à saúde (BRASIL, 2014b). No entanto, o consumo de substâncias psicoactivas é um
grave problema de saúde pública. O início do uso, geralmente, ocorre na adolescência e tem sido
cada vez mais frequente nesse grupo etário (CARDOSO; MALBERGIER, 2014). Por ser um
período de desenvolvimento social e emocional significativo, o abuso das drogas na adolescência
tem o potencial de perturbar ou até mesmo inibir o desenvolvimento de habilidades saudáveis e
eficazes (ROSENBAUM, 2016).
Nesse contexto, os jovens são os mais susceptíveis, por se confrontarem com amigos usuários que
ressaltam os “benefícios” das drogas, proporcionando a eles uma visão errónea sobre seu uso.
Nessa perspectiva, a família é importante para a formação dos valores próprios do adolescente. É
no cenário intra-familiar que são passados os primeiros valores que vão guiá-lo no convívio social.
Assim, famílias que fazem uso de drogas, como álcool e cigarro, podem colocar em risco a
segurança e a protecção do adolescente, pois os membros adultos constituem-se em modelos para
ele (ZEITOUNE et al., 2012).
Alguns factores podem influenciar o adolescente a iniciar o uso de drogas, como a baixa renda
familiar e a falta de oportunidades sociais. A mídia potencializa que a riqueza e a posição social
são sinónimas de felicidade. Considerando que a modernidade apresenta frutos que podem ser
impossíveis de serem alcançados, existe uma ilusão de que o mundo das drogas é um caminho para
atingir o sucesso sem muito esforço.
inserção em grupos de iguais para se sentirem aceitos no meio social o que, por conseguinte, pode
aumentar a exposição aos factores de riscos como, por exemplo, os relacionados ao uso de drogas
lícitas e ilícitas.
A literatura coloca o uso do cigarro, álcool e outras drogas ilícitas entre os 20 maiores problemas
de saúde no mundo, sendo o tabaco responsável por 9% dos casos de morte, e o álcool, por cerca
de 3%. Acerca disto, a realidade mundial actual mostra que a farta disponibilidade da droga faz
com que o álcool, o tabaco e até drogas consideradas mais pesadas estejam muito próximas das
crianças e adolescentes (ZEITOUNE et al., 2012).
É importante lembrar que pessoas que frequentemente se encontram sob o efeito de drogas se
envolvem em relacionamentos sexuais sem protecção, com maior possibilidade de gravidez
indesejada e um maior risco para doenças sexualmente transmissíveis.
O uso e abuso de substâncias ilícitas pode afectar também o futuro dos adolescentes. A falta de
perspectiva ocorre, muitas vezes, devido a deficits de aprendizagem e memória, apatia e
improdutividade, acarretando em dificuldades na aprendizagem e repelência escolar, fazendo com
que o adolescente não evolua na sua vida académica e profissional (MOURA et al., 2015).
Além dos problemas próprios dos adolescentes, a relação familiar também é afectada. O núcleo
familiar geralmente fica desorientado quanto à resolução do problema, unindo a esse sentimento a
angustia, o desespero e a sensação de impotência.
Os prejuízos provocados pelas drogas também afectam a saúde física do jovem usuário. Os efeitos
podem ser agudos (durante a intoxicação ou overdose) ou crónicos, produzindo alterações mais
duradouras ou até irreversíveis.
Esses factores de risco podem trazer complicações para a saúde física e mental de seus usuários,
1.4. Problemas de Saúde Decorrentes do Uso e Abuso das Drogas Lícitas e Ilícitas.
O uso prolongado das drogas leva, em geral, a alterações físicas, psicológicas e comportamentais.
Segundo seu mecanismo de actuação no sistema nervoso central, podem ser classificadas em três
categorias: depressoras – provocam redução da actividade cerebral, levando ao relaxamento;
estimulantes – provocam um aumento da actividade cerebral, fazendo com que o estado de vigília
se prolongue; perturbadoras – perturbam a fisiologia do sistema nervoso central, podendo provocar
distorção na percepção das cores e formas, além de provocarem delírios, ilusões e alucinações
(DIEHL; CORDEIRO; LARANJEIRA, 2011).
Conjuntamente com as alterações provocadas com o uso das drogas, podem ocorrer problemas na
saúde mental do indivíduo.
Com o uso cada vez mais frequente, as drogas acabam atingindo o organismo do usuário
principalmente com alterações no sistema nervoso central e comprometimento de órgãos que são
directamente afectados como o fígado, que faz a metabolização do álcool, e o pulmão, que é
preenchido com a nicotina e outras substâncias prejudiciais presentes no cigarro (VIEIRA et al.,
2008).
Com quadros alucinatórios, o adolescente dependente acaba não se alimentando e não dormindo
bem, mantendo hábitos de vida desordenados expondo o sistema imunológico a outras doenças.
Além do emagrecimento, que pode ocorrer por alterações no metabolismo, têm-se outras
implicações na saúde que podem levar à morte. O álcool pode levar a prejuízos na memória e no
aprendizado e pode causar intoxicações graves, além de hepatite e crises convulsivas. Podem
ocorrer também demência alcoólica, pancreatite, enfarto, arritmia, trombose e cardiomiopatia
alcoólica.
O uso do cigarro, em longo prazo, leva à irritação da árvore brônquica, com aumento da produção
de muco e dificuldade na expectoração, a redução da capacidade pulmonar consequente
diminuição da tolerância a exercícios físicos. Além disso, aumenta o risco de câncer de pulmão,
aterosclerose, acidente vascular cerebral e enfarto do miocárdio. Está associado também a altos
índices de problemas pulmonares como tosse, expectoração, pneumonia, hemoptise, brônquio
espasmos, enfisema além de consequências na função reprodutiva e no resultado da gravidez
(ZEITOUNE et al., 2012).
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Já as drogas ilícitas são responsáveis por diversas doenças e alterações na saúde. Os inalantes
podem causar neuropatias periféricas, ototoxidade, encefalopatias, lesões renais, pulmonares,
hepáticas, cardíacas e no sistema hematopoiético. Pode haver ainda morte por asfixia ou por
arritmias cardíacas.
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Considerações Finais
Mediante discussões em grupo, evidenciou-se que o conhecimento dos adolescentes sobre drogas
lícitas e ilícitas é influenciado pelo vivido e pelas informações advindas dos contextos familiar,
escolar, comunitário e da mídia. Diante disso, fica evidente a necessidade das parcerias entre os
profissionais da saúde e da educação para a elaboração de intervenções que auxiliem na formação
dos adolescentes.
O uso de drogas, para alguns, faz parte do processo normal de busca de novas experiências, da
busca de individualização e do amadurecimento que caracteriza essa fase e, por isso, nem todos se
tornam dependentes. Contudo, a dependência é um risco que o jovem corre ao usar essas
substâncias. Além de que, por ser uma fase de importante transformação e maturação do sistema
nervoso central, o uso de drogas nesse período pode prejudicar o desenvolvimento e causar danos
ao potencial intelectual, emocional e social. Por isso, a família e a escola são importantes
estruturas que devem ficar atentas e dar orientações, apoio e sólidas referências emocionais,
intelectuais e de valores.
O consumo de drogas é mais um sintoma do que a causa de problemas em nossa sociedade e deve
ser tratado tendo em vista a complexidade e magnitude do assunto. A forma mais eficaz de
minimizar o problema é o desenvolvimento de acções preventivas específicas para cada faixa
etária, tendo como objectivo a valorização da saúde e o respeito à vida.
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Referências Bibliográficas
COSTA, A. G. et al. Drogas em áreas de risco: o que dizem os jovens. Physis, Rio de Janeiro,
2012.
DEZONTINE, F. R. et al. Uso de drogas entre adolescentes estudantes de escola da rede privada
em São Paulo. ConScientiae Saúde, São Paulo, 2007.
SILVA, E. D. F. et al. Prevalência do uso de drogas entre escolares do ensino médio do Município
de São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2006.
SILVEIRA, H. S. S. et al. Efeitos das drogas lícitas e ilícitas na percepção de adolescentes: uma
abordagem de enfermagem. Revista de Enfermagem UERJ, Rio de Janeiro, n. 21, v. 2, p. 748-753,
2013.
VIEIRA, P. C. et al. Uso de álcool, tabaco e outras drogas por adolescentes escolares em
município do Sul do Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2008.