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Parte 3 da Morte da Arte: Adorno

A: Caro, professor, talvez eu possa explicar-te “A Morte da Arte na Arte


Moderna” de um outro modo. Explicar-te de forma dialética e tendo a sua ideia de
morte da arte ainda como base, porém atualizada para um contexto artístico e social
completamente diferentes do que o senhor jamais poderia imaginar.
A: De fato, hoje, assim como o senhor Danto apresentou, somos obrigados a
pensar uma arte cindida, extrapolando os moldes que o senhor mesmo a pensou. A
autonomia artística moderna haveria produzido um cisão irreparável entre arte
sociedade, contudo talvez, muito diferente de Danto, creio que esta autonomia seja,
não apenas a melhor, mas a única forma de esteticamente ainda sermos capaz de
pensar a sociedade.
Tomemos, por exemplo, essa pintura de Pollock, ela é completamente abstrata,
não possui nenhuma ponte conteudística para além da própria autonomia artística,
ela se dá como um espaço de completa liberdade frente a nossas constrições sociais?
Eu diria que simultaneamente e contraditoriamente sim e não.
Temos que pensar dialeticamente a relação entre sociedade e arte e sua
possível ou impossível reconciliação.
De fato, não podemos exigir a obra de arte de nossa época sequer a sombra de
um espírito capaz de expressar a integridade de uma sociedade como o senhor vê na
arte grega.
Pois, em primeiro lugar, a nossa própria sociedade moderna, não opera do
mesmo modo como o senhor vê na arte grega, mas pelo contrário, existem apenas
estilhaços de uma sociabilidade que forçosamente são unificados via força e não
espírito por uma razão esclarecida. Esta interpretação de sociedade eu primeiro a
esbocei com o professor Marx Horkheimer em um obra intitulada de Dialética do
Esclarecimento, em que eu visamos demonstrar como a razão que conduz a nossa
sociedade não se trata de um forma que conduz a liberdade mas sim autoritária, que
conduziria a uma história autoritária e não de autonomia, mas de dominação do
homem pelo próprio homem. A dialética do esclarecimento visou mostrar como a
razão haveria se perdido do seu próprio espírito.
Por isso, não haveria espírito de uma época que a obra de arte moderna
pudesse expressar, pois esta não dá mais unidade a uma sociedade pudesse se
identificar, retomando um imagem da unidade grega em minha teoria estética eu
defini
Neste sentido, retomado uma imagem proveniente do classicismo greco
romno, (romano Horácio), eu procurei firmar a imagem de nossa sociedade como
um disjecta membra, o que são disjecta membra, são os fragmentos dispersos, são os
estiljacoes de vasos gregos dispersos sem encontrar seus correspondentes em um
único vaso, são estilhaços que não podem se mais compostos em um unidade, são
fragmentos de cerâmica que não podem mais compor a unidade de um vaso, a nossa
sociedade são esse fragmentos, esses estilhaços, que são unificados apenas por
violência, por coerção de uma razão totalitária.
E em uma contradição a essa razão totalitária defino a autonomia da arte como
uma capacidade de formalização de uma logicidade sui generis, capaz de elaborar-se
não como uma forma de dominação esclarecida, mas como um lugar de uma
natureza não violentada em meio a natureza violentada, ou seja, ela é o oposto de
nossa lógica cotidiana, é oposto de nossa razão esclarecida. E neste sentido ela
morre de duas formas completamente e opostas,
Em primeiro lugar, e de forma mais simples ela abandona a sua autonomia e
visa aproximar-se sem mediações críticas dessa lógica operante em nossa sociedade.
Ou seja, quando ela vem se integrar criticamente a nossa sociedade sob a forma da
indústria cultural.
E diria mais, mesmo quando ela procura criticar diretamente essa sociedade
ela também morre pois ingenuamente, a caba por se identificar a ela. Tomos o caso
dessa Brilo Box, poderia dizer que ela não faz nada mais que reafirmar a logicidade
do capitalismo, da indústria cultural, da produção em série, um pouco como o Peter
Burger define a minha teoria estética como um esteticismo formalista!
Contudo, se tomarmos de uma maneira mais complexa

Aquilo que eu disse sobre montagem, eu diria um tipo de montagem, que não é
dialeticamente desenvolvida no interior da forma estética. , por exemplo, há uma
montagem dialética

Ela morre por um lado, se ela

Mais ainda ela morre se qualquer obra de arte que venha Educação estética da
humanidade
C A: Eu afirmaria o contrário ao que Danto disse, pois a realização plena da
arte moderna não nos conduziria ao fim da história da arte ou ao fim da arte, mas
ela nos conduziria ao final de nossa sociedade.

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