Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Licença:
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-
NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Para ver uma cópia desta
licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/.
Data: 01/04/2015
Por que abordar esses conceitos pela oá tica da Gestaã o do Conhecimento, trazendo
autores dessa aá rea? Porque as comunidades de praá tica saã o consideradas
exemplos claá ssicos de praá ticas de Gestaã o do Conhecimento, e por isso, esse
campo de estudo aborda uma seá rie de temas que podem nos ajudar naã o soá a
atuar melhor nesses ambientes, mas tambeá m a refletir permanentemente sobre
sua forma de funcionamento.
O autor aponta para uma questaã o importante, pois, especialmente com o advento
das novas tecnologias e da internet, naã o houve, no mesmo compasso, um tipo de
treinamento necessaá rio para que as pessoas pudessem, efetivamente, se deslocar
com desenvoltura nesses ambientes, sabendo como procurar e filtrar as
informaçoã es pertinentes. Para isso, seria necessaá rio o que alguns autores
chamam de information literacy, ou competeâ ncia informacional. Essa eá definida
como “uma seá rie de habilidades que requer dos indivíáduos reconhecer quando a
informaçaã o faz-se necessaá ria e ter a habilidade de localizar, avaliar e usar
efetivamente essa informaçaã o necessaá ria.” (Definiçaã o da Association of College &
Research Libraries.)
Assim, eá preciso trabalhar esse tipo de competeâ ncia para que tenhamos contato
com dados e informaçoã es relevantes que nos possibilitem ampliar nossa gama de
conhecimentos. Antes de passarmos a algumas maneiras que podem ajudar na
superaçaã o da ansiedade informacional e a realizar uma adequada seleçaã o e
utilizaçaã o de fontes de informaçaã o, vamos voltar a um passo anterior, mas
fundamental, que diz respeito ao esclarecimento das diferenças entre dado,
informaçaã o e conhecimento.
2) Como a informação pode virar conhecimento? Diferenças entre
dado, informação e conhecimento e ciclos de conversão do
conhecimento
Esse entendimento simplista pode ter sua validade, mas vamos tentar entender
um pouco melhor as diferenças entre esses elementos. Kimiz Dalkir (2011),
estudiosa da Gestaã o do Conhecimento, com o intuito de deixar essa distinçaã o um
pouco mais evidente, ilustra a diferença entre dado, informaçaã o e conhecimento
por meio de um exemplo, que se configura no planejamento de uma ida ao
cinema. Vejamos:
Dado: conteuá do que eá diretamente observaá vel ou verificaá vel. Por exemplo: uma
lista de filmes no cinema, informando todos os horaá rios e filmes que estreiam no
dia.
Informação: conteuá do que representa dados analisados. Por exemplo: “Sei que
naã o posso sair do trabalho antes das 18h, entaã o irei ao cinema na sessaã o das 19h,
perto do meu trabalho."
Esse breve exemplo ajuda a ilustrar a diferença entre os elementos, mas talvez
ainda naã o seja suficiente. Outras definiçoã es mais claá ssicas podem tambeá m nos
auxiliar nessa tarefa. Belkin e Robertson afirmam que informaçaã o eá “tudo aquilo
capaz de alterar estruturas”; Peter Drucker afirma que a informaçaã o tem
relevaâ ncia e propoá sito, ou seja, tem por finalidade alterar o modo como o
destinataá rio veâ algo, exercer algum impacto sobre seu julgamento e
comportamento. Saã o dados que fazem a diferença, destacam Davenport e
Prusak. Os mesmos autores citam alguns meá todos para que dados se tornem
informaçaã o, como, por exemplo, a agregaçaã o de contexto aos dados, para que
saibamos a finalidade dos mesmos.
Cabe apontar que todas essas discussoã es, assim como os modos de possibilitar
um ambiente propíácio aà s diferentes formas de conversaã o do conhecimento,
surgem e saã o mais tradicionalmente abordadas do ponto de vista das
organizaçoã es.
Como nosso objetivo neste curso naã o eá nos aprofundarmos nos constructos da
Gestaã o do Conhecimento, mas trazer algumas reflexoã es que nos auxiliem a
pensar em Ambientes de Interaçaã o Virtual, acreditamos que uma vez
compreendidas as definiçoã es baá sicas apresentadas acima, podemos avançar um
pouco mais em nossa trajetoá ria. Passaremos, agora, a destacar algumas açoã es
relacionadas aà gestaã o do conhecimento, mas com foco no indivíáduo, as quais
podem orientar o mesmo no sentido de gerenciar mais intencionalmente o
ambiente de informaçaã o em que se insere, de maneira a possibilitar a conversaã o
e a criaçaã o de novos conhecimentos.
A esse respeito, Pierre Leá vy (2011b) propoã e um ciclo de PKM, que permite o
melhor desenvolvimento de conversas criativas, como aquelas que esperamos
estimular em espaços como as da Comunidade de Praá ticas. Ante esses fluxos de
informaçaã o variados, eá preciso aprender como processaá -los sistematicamente e
como manter o foco nos nossos objetivos de aprendizagem, sejam eles
profissionais, sejam eles pessoais. Segundo o autor, as seguintes açoã es devem ser
desenvolvidas pelo indivíáduo comprometido com o desenvolvimento do
conhecimento:
▪ Gestão da atenção: eá preciso definir interesses, ordenar prioridades,
identificar aá reas de efetiva competeâ ncia e determinar o conhecimento e o
know-how que se pretende adquirir. Concentrar-se em objetivos, mas sem
deixar de permanecer aberto, pois eá importante relacionar-se tambeá m
com pessoas com prioridades diferentes das suas, por exemplo. O
balanceamento entre abertura e seletividade eá um exercíácio que deve ser
constantemente trabalhado.
Assim, considerando essas orientaçoã es uá teis aos indivíáduos que decidem atuar
de maneira mais deliberada na construçaã o e ampliaçaã o de seus conhecimentos,
passamos, agora, aà uá ltima parte deste moá dulo, que vai abordar a questaã o das
relaçoã es que se estabelecem entre atores que compoã em redes e ambientes
virtuais, como aqueles que podem dar suporte aà s Comunidades de Praá tica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BRENNAM, Marina. What I learned in the UOKM classes. Wordpress blog, 2013.
Disponíável em: https://uokm.wordpress.com/tag/pierre-levy/ Acesso em : 18 mar.
2015.
LEÉ VY, Pierre. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. 5. ed. Saã o
Paulo: Loyola, 2007
_______. Collaborative learning in the digital social medium. Palestra proferida pelo
autor, realizada na II Semana da Cieâ ncia da Informaçaã o da FURG. Rio Grande: FURG,
2010. Disponíável
em: http://oglobo.globo.com/blogs/arquivos_upload/2010/03/51_1249-Levy-2010-
collaborativelearning.pdf Acesso em: 18 mar. 2015.
POLANYI, Michael. The tacit dimension. New York: Garden City, 1966.