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CONTABILIDADE EM EXERCÍCIOS - AULA 08

CONTABILIDADE GERAL EM EXERCÍCIOS


CATHEDRA COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS
PROF. MORAES JR.
CONTABILIDADE EM EXERCÍCIOS
Diversas Bancas
Prezados Alunos,

Ao final de cada aula, disponibilizo as questões que serão comentadas durante a


aula. Caso você julgue conveniente, poderá testar seu conhecimento previamente
antes de ver os gabaritos e as resoluções comentadas. Você pode simular uma
situação real de prova: para calcular o tempo de duração das provas, considere
um tempo de 3 minutos por questão. Desta forma, utilizando esta metodologia,
seu aprendizado será muito mais eficaz.

Prova 9. TCU – 2008 - CESPE


Questões Comentadas e Resolvidas

Com base nos conceitos e aplicações concernentes à análise de demonstrações


contábeis de empresas, com suporte na legislação específica e considerando as
prescrições da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), julgue os itens de 130 a
142.

130. De acordo com o que prescreve a CVM, a liquidez refere-se às


disponibilidades de caixa em diferentes períodos, independentemente dos
compromissos financeiros, e a solvência remete à disponibilidade para fazer face
a quaisquer obrigações remanescentes ou supervenientes.

Resolução

De acordo com a Deliberação CVM no 539, de 14 de março de 2008:

A posição patrimonial e financeira da entidade é afetada pelos recursos


econômicos que ela controla, sua estrutura financeira, sua liquidez e
solvência, e sua capacidade de adaptação às mudanças no ambiente em
que opera. As informações sobre os recursos econômicos controlados pela
entidade e a sua capacidade, no passado, de modificar esses recursos são úteis
para prever a capacidade que a entidade tem de gerar caixa e equivalentes de
caixa no futuro. Informações sobre a estrutura financeira são úteis para prever
as futuras necessidades de financiamento e como os lucros futuros e os fluxos
de caixa serão distribuídos entre aqueles que têm participação na entidade; são
também úteis para ajudar a avaliar a probabilidade de que a entidade seja bem-
sucedida no levantamento de financiamentos adicionais. As informações sobre
liquidez e solvência são úteis para prever a capacidade que a entidade tem de
cumprir com seus compromissos financeiros nos respectivos vencimentos.

Liquidez se refere à disponibilidade de caixa no futuro próximo, após


considerar os compromissos financeiros do respectivo período.

Solvência se refere à disponibilidade de caixa no longo prazo para

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cumprir os compromissos financeiros nos respectivos vencimentos.

GABARITO: E

131. A estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações


contábeis da CVM recomenda que as incertezas que envolvem certos eventos e
circunstâncias sejam tratadas com prudência, não se superestimando ativos e
receitas, e não se subestimando passivos e despesas. O limite da prudência deve
ter em conta a neutralidade, a imparcialidade, de modo a evitar, por exemplo, a
formação de reservas ocultas ou provisões excessivas.

Resolução

De acordo com a Deliberação CVM no 539, de 14 de março de 2008:

- A Estrutura Conceitual aborda:

(a) o objetivo das demonstrações contábeis;

(b) as características qualitativas que determinam a utilidade das


informações contidas nas demonstrações contábeis;

(c) a definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos que


compõem as demonstrações contábeis; e

(d) os conceitos de capital e de manutenção do capital.

- Esta Estrutura Conceitual trata das demonstrações contábeis para fins gerais
(daqui por diante designadas como ―demonstrações contábeis‖), inclusive das
demonstrações contábeis consolidadas. Tais demonstrações contábeis são
preparadas e apresentadas pelo menos anualmente e visam atender às
necessidades comuns de informações de um grande número de usuários. Alguns
desses usuários talvez necessitem de informações, e tenham o poder de obtê-
las, além daquelas contidas nas demonstrações contábeis. Muitos usuários,
todavia, têm de confiar nas demonstrações contábeis como a principal fonte de
informações financeiras. Tais demonstrações, portanto, devem ser preparadas e
apresentadas tendo em vista essas necessidades. Estão fora do alcance desta
Estrutura Conceitual informações financeiras elaboradas para fins especiais,
como, por exemplo, aquelas incluídas em prospectos para lançamentos de ações
no mercado e ou elaboradas exclusivamente para fins fiscais. Não obstante, esta
Estrutura Conceitual pode ser aplicada na preparação dessas demonstrações
para fins especiais, quando as exigências de tais demonstrações o permitirem.

- As demonstrações contábeis são parte integrante das informações financeiras


divulgadas por uma entidade. O conjunto completo de demonstrações contábeis
inclui, normalmente, o balanço patrimonial, a demonstração do resultado, a

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demonstração das mutações na posição financeira (demonstração dos fluxos de
caixa, de origens e aplicações de recursos ou alternativa reconhecida e
aceitável), a demonstração das mutações do patrimônio líquido, notas
explicativas e outras demonstrações e material explicativo que são parte
integrante dessas demonstrações contábeis. Podem também incluir quadros e
informações suplementares baseados ou originados de demonstrações contábeis
que se espera sejam lidos em conjunto com tais demonstrações. Tais quadros e
informações suplementares podem conter, por exemplo, informações financeiras
sobre segmentos ou divisões industriais ou divisões situadas em diferentes locais
e divulgações sobre os efeitos das mudanças de preços. As demonstrações
contábeis não incluem, entretanto, itens como relatórios da administração,
relatórios do presidente da entidade, comentários e análises gerenciais e itens
semelhantes que possam ser incluídos em um relatório anual ou financeiro.

- Esta Estrutura Conceitual se aplica às demonstrações contábeis de todas as


entidades comerciais, industriais e outras de negócios que reportam, sejam no
setor público ou no setor privado. Entidade que reporta é aquela para a qual
existem usuários que se apóiam em suas demonstrações contábeis como fonte
principal de informações patrimoniais e financeiras sobre a entidade.

Prudência
Os preparadores de demonstrações contábeis se deparam com incertezas que
inevitavelmente envolvem certos eventos e circunstâncias, tais como a
possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidação duvidosa, a vida
útil provável das máquinas e equipamentos e o número de reclamações cobertas
por garantias que possam ocorrer. Tais incertezas são reconhecidas pela
divulgação da sua natureza e extensão e pelo exercício de prudência na
preparação das demonstrações contábeis. Prudência consiste no emprego de
um certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às
estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos
ou receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não
sejam subestimados. Entretanto, o exercício da prudência não permite,
por exemplo, a criação de reservas ocultas ou provisões excessivas, a
subavaliação deliberada de ativos ou receitas, a superavaliação
deliberada de passivos ou despesas, pois as demonstrações contábeis
deixariam de ser neutras e, portanto, não seriam confiáveis.

GABARITO: C

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132. O balanced scorecard é uma ferramenta gerencial que reflete o desafio que
uma organização tem de enfrentar para harmonizar os interesses de vários
grupos em torno de objetivos diversos. Neste sentido, o desempenho social
poderia ser objeto de um parecer de auditoria social, paralelamente ao tradicional
parecer de auditoria financeira, aplicável ao desempenho financeiro.

Resolução

Balanced Scorecard – BSC: é um conceito desenvolvido por Robert Kaplan e


David Norton, que constataram a incapacidade dos indicadores contábeis e
financeiros de medir as atividades criadoras de valor relacionadas principalmente
com os ativos intangíveis e com as habilidades, competências e tecnologia da
informação. Kaplan verificou que os focos exclusivamente financeiros dos
diversos sistemas de gestão não espelham a real situação da empresa e
normalmente apontam para os desempenhos passados, com o impacto no curto
prazo, eminentemente operacional.

O BSC é um instrumento de gestão que contribui para atingir propósitos de curto,


médio e longo prazos, de forma a integrar as perspectivas empresariais
relevantes. Seu principal foco é o alinhamento da organização, dos indivíduos e
das iniciativas interdepartamentais de maneira tal que sejam identificados novos
processos para o cumprimento da missão da entidade. A depender do modelo
utilizado, ações de responsabilidade social da empresa podem também ser
contempladas.

Ou seja, o Balanced Scorecard é uma ferramenta de controle gerencial que


permite a tradução da visão, da missão e da aspiração estratégica da empresa
em objetivos tangíveis e mensuráveis. Seu princípio é medir indicadores ligados
não somente às finanças da empresa, mas também à satisfação dos clientes, aos
processos internos e ao aprendizado e desenvolvimento dos funcionários, ligando
tudo isso à estratégia. Deste modo, o Balanced Scorecard é uma ferramenta
gerencial que reflete o desafio que uma organização tem de enfrentar
para harmonizar os interesses de vários grupos em torno de objetivos
diversos. Neste sentido, o desempenho social poderia ser objeto de um
parecer de auditoria social, paralelamente ao tradicional parecer de
auditoria financeira, aplicável ao desempenho financeiro.

GABARITO: C

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133. Considerando-se que os custos de oportunidade não são evidenciados pelos
sistemas contábeis convencionais, é correto afirmar que o tempo de espera de
um usuário dos serviços públicos em uma fila de atendimento de uma repartição
é um exemplo desse tipo de custo para o contribuinte que deixa de auferir uma
renda que o exercício de sua atividade profissional lhe proporcionaria durante o
tempo perdido na fila.

Resolução

Custo de oportunidade: é o valor proveniente dos investimentos deste recurso


na segunda melhor alternativa.

No exemplo concreto da questão, de fato, o tempo de espera de um usuário dos


serviços públicos em uma fila de atendimento de uma repartição corresponde a
custo para o contribuinte, pois o tempo perdido na fila poderia ser aproveitado no
exercício profissional do contribuinte para auferir renda.

Ou seja:
Tempo na Fila = Alternativa 1 (no momento, é a melhor alternativa, pois o
usuário necessita do serviço e precisa ficar na fila)

Exercício da Atividade Profissional = Alternativa 2 (segunda melhor alternativa


=> custo de oportunidade)

GABARITO: C

134. Considerando-se as atuais disposições da Lei das Sociedades por Ações, é


correto afirmar que as subvenções para investimentos passam a integrar o
resultado, constituindo, obrigatoriamente, base de cálculo para os tributos sobre
os lucros e para a distribuição dos dividendos.

Resolução

Com as alterações da Lei no 11.638/07, as doações e as subvenções para


investimento, que antes eram classificadas como Reservas de Capital
(Reserva de Doações para Investimento e Reserva Subvenções para
Investimento), a partir de 01/01/2008 passam a integrar o resultado do
exercício (receitas).

Além disso, devido ao novo artigo 195-A, as doações ou subvenções


governamentais para investimentos poderão ser destinadas a uma nova
reserva de lucros, chamada “Reserva de Incentivos Fiscais‖. O valor
transferido para esta reserva poderá ser excluído da base de cálculo do
dividendo obrigatório de que trata o art. 202, I.

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Logo, as doações e subvenções para investimentos passam a integrar o
resultado, mas, se forem governamentais (e, normalmente, são),
poderão ser destinadas à Reservas de Incentivos Fiscais e poderão ser
excluídas da base de cálculo do dividendo obrigatório.

Exemplo:
Doações e Subvenções Governamentais = 100.000
Lucro Líquido do Exercício = 200.000 (sem considerar as Doações e Subvenções
Governamentais).

I – Lançamento antes das alterações trazidas pela Lei no 11.638/07:

Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)


a Reserva de Capital (Patrimônio Líquido) 100.000

Neste caso, o Lucro Líquido do Exercício seria de R$ 200.000,00.

II – Lançamento após as alterações trazidas pela Lei n o 11.638/07:

Caixa ou Bancos (Ativo Circulante)


a Receitas Não Operacionais (*) (Receita – Conta de Resultado) 100.000

(*) Aguardar confirmação da Receita Federal, quando da publicação do novo


Regulamento do Imposto de Renda. Contudo, volto a ressaltar que o mais lógico
seria considerá-las receitas não operacionais.

II.1 – Transferência do Lucro Líquido do Exercício para o Patrimônio


Líquido:

Lucro Líquido do Exercício (Receita – Conta de Resultado)


a Lucros Acumulados (Patrimônio Líquido) 300.000

Supondo que a assembléia geral, por proposta dos órgãos de


administração, deliberou que o valor do lucro líquido correspondente a
doações ou subvenções governamentais fosse transferido para a conta
―Reserva de Incentivos Fiscais‖.

II.1 – Transferência do valor correspondente a doações ou subvenções


governamentais para a ―Reserva de Incentivos Fiscais‖:

Lucros Acumulados (Patrimônio Líquido)


a Reserva de Incentivos Fiscais (Patrimônio Líquido) 100.000

GABARITO: E
Aproveitando vamos relembrar o assunto Reservas de Capital:

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As Reservas de Capital correspondem a valores recebidos dos proprietários
ou de terceiros, isto é, são “receitas” que, entretanto, não são tratadas
desta maneira, visto que não transitam pelas contas de resultado, sendo
contabilizadas diretamente no Patrimônio Líquido.

De acordo com artigo 182, § 1°, da Lei n o 6.404/76, serão classificadas como
reservas de capital as contas que registrarem:

i) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e


a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que
ultrapassar a importância destinada à formação do capital social,
inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes
beneficiárias (Reserva de Ágio na Emissão de Ações).

ii) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição


(Reserva de Alienação de Bônus de Subscrição e Reserva de Alienação de
Partes Beneficiárias).

Bônus de Subscrição: são títulos de crédito emitidos por companhias no


limite do capital autorizado no estatuto, que dão aos seus titulares o direito
de subscreverem ações da companhia, mediante a apresentação do referido
título e o pagamento do preço de emissão das ações (os atuais acionistas
têm preferência na aquisição dos bônus).

Partes Beneficiárias: são títulos de crédito sem valor nominal, emitidos


por companhias fechadas, por um prazo máximo de dez anos, que
conferem a seus titulares o direito de participação, no máximo em 10%,
nos lucros das referidas companhias. Caso não sejam resgatados no prazo
de sua emissão, serão convertidos em ações da companhia, podendo haver
ágio na emissão de ações. Cabe ressaltar que as partes beneficiárias só
darão origem à Reserva de Capital se forem vendidas, ou seja, se forem
atribuídas gratuitamente a acionistas ou terceiros, não darão origem à
Reserva de Capital.

iii) o prêmio recebido na emissão de debêntures (Reserva de Prêmios


Recebidos na Emissão de Debêntures – Ágio) – ATENÇÃO!!! Revogado
pela Lei no 11.638/07.

Debêntures: são títulos de crédito com valor nominal emitidos por


companhias, os quais conferem a seus titulares (debenturistas) o direito de
participação nos lucros da companhia (rendem juros e são atualizados
monetariamente). Caso não sejam resgatados no seu prazo de emissão,
serão convertidos em ações da companhia.

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iv) as doações e as subvenções para investimento (Reserva de Doações
para Investimento e Reserva Subvenções para Investimento) –
ATENÇÃO!!! Revogado pela Lei no 11.638/07.

Resumindo (para a prova):

A partir de 01/01/2008, os incisos ―c‖ e ―d‖ do § 1 o do art. 182, da Lei no


6.404/76, foram revogados. Portanto, as doações e subvenções para
investimento e os prêmios na emissão de debêntures NÃO serão mais
classificados como reservas de capital, devendo ser registrados como
receitas do exercício.

135. Considere que o auditor de uma companhia aberta constate que ela detém
participações no capital de outras empresas.

Considere, ainda, que, dos registros dessa companhia, o auditor tenha extraído
os seguintes dados:
participação em coligadas . . . . . . . . . . R$ 150.000.000,00
participação em controladas . . . . . . . . R$ 150.000.000,00
capital social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000.000,00
patrimônio líquido . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.000.000.000,00

Com base nas informações apresentadas, é correto afirmar que essa companhia
deve elaborar e divulgar demonstrações contábeis consolidadas.

Resolução

Demonstrações Contábeis Consolidadas: são aquelas resultantes da


agregação das demonstrações contábeis, estabelecidas pelas Normas
Brasileiras de Contabilidade, de duas ou mais entidades, das quais uma tem
o controle direto ou indireto sobre a(s) outra(s).

Uma entidade exerce o controle sobre outra quando detém, direta ou


indiretamente, por intermédio de outras entidades, direitos de sócia que lhe
assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o
poder de eleger ou destituir a maioria dos administradores. O controle é conjunto
quando os poderes são exercidos por duas ou mais entidades vinculadas por
acordo de votos.

A entidade que exerce o controle direto ou indireto sobre outra é denominada de


―controladora‖, e a entidade comandada, de ―controlada‖, inclusive quando esta
estiver sob controle conjunto.

A entidade que possuir investimento em entidades controladas, incluindo


as sob controle conjunto, deve elaborar demonstrações contábeis
consolidadas.

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As demonstrações contábeis consolidadas abrangem entidades independentes
com patrimônios autônomos, não surgindo, pela consolidação, nova entidade,
mas tão-somente uma unidade de natureza econômico-contábil, segundo o que
estabelece o parágrafo único do artigo 4º da Resolução CFC nº 750, de 29 de
dezembro de 1993, tendo por objetivo apresentar a posição patrimonial e
financeira, os resultados das operações e as origens e aplicações de recursos do
conjunto, sem restringir-se a limitações legais e à personalidade jurídica das
entidades envolvidas.

Entende-se por unidade de natureza econômico-contábil o patrimônio, sem


personalidade jurídica própria, resultante da agregação de patrimônios
autônomos pertencentes a duas ou mais entidades.

As demonstrações contábeis consolidadas compreendem o balanço


patrimonial consolidado, a demonstração consolidada do resultado do
exercício e a demonstração consolidada das origens e aplicações de
recursos, complementados por notas explicativas e outros quadros
analíticos necessários ao esclarecimento da situação patrimonial e dos
resultados consolidados.

O objetivo das demonstrações consolidadas é apresentar os resultados das


operações e a posição patrimonial-financeira da sociedade controladora e das
suas controladas, como se o grupo fosse uma única empresa.

Obrigatoriedade

A companhia aberta que tiver mais de 30% (trinta por cento) do valor do
seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades
controladas deverá elaborar e divulgar, juntamente com suas
demonstrações financeiras, demonstrações consolidadas (a CVM pode vir
a reduzir este percentual).

Para a determinação deste percentual de 30%, considera-se investimento a soma


algébrica dos seguintes valores:

- Valor da participação societária avaliado pelo método da equivalência


patrimonial;
- Ágio ou deságio na aquisição do investimento; e
- Provisão para perdas prováveis na sua alienação.

A Comissão de Valores Mobiliários poderá expedir normas sobre as sociedades


cujas demonstrações devam ser abrangidas na consolidação, e:

a) determinar a inclusão de sociedades que, embora não controladas,


sejam financeira ou administrativamente dependentes da companhia;

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b) autorizar, em casos especiais, a exclusão de uma ou mais sociedades
controladas.

Pontos a ressaltar:
I - Os grupos de sociedades, organizados na forma preconizada nos artigos 265 a
277 da Lei no 6.404/76, ainda que a sociedade de comando não tenha a forma de
companhia, também está obrigado a elaborar demonstrações contábeis
consolidadas. Nesse caso, as demonstrações consolidadas deverão ser publicadas
juntamente com as da sociedade de comando.

II – As demonstrações contábeis consolidadas não substituem as demonstrações


das sociedades envolvidas na consolidação.

III – De acordo com o art. 21, da Instrução CVM n o 247/96, todas as


sociedades abertas que possuírem investimentos em sociedades
controladas deverão efetuar a consolidação das demonstrações
contábeis, independentemente do percentual que estes investimentos
representarem em relação ao patrimônio líquido da controladora.

Vamos à resolução da questão:

Considere, ainda, que, dos registros dessa companhia, o auditor tenha extraído
os seguintes dados:
participação em coligadas . . . . . . . . . . R$ 150.000.000,00
participação em controladas . . . . . . . . R$ 150.000.000,00
capital social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000.000,00
patrimônio líquido . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.000.000.000,00

Percentual do PL representado por investimentos em controladas =


= 150.000/1.000.000 = 15% < 30%.

Logo, a companhia não estaria obrigada a apresentar demonstrações


consolidadas. Contudo, de acordo com o art. 21, da Instrução CVM n o
247/96, todas as sociedades abertas que possuírem investimentos em
sociedades controladas deverão efetuar a consolidação das
demonstrações contábeis, independentemente do percentual que estes
investimentos representarem em relação ao patrimônio líquido da
controladora.
GABARITO: C

136. Se uma empresa apresentar um lucro de R$ 400 milhões, antes das


despesas financeiras — previstas em R$ 80 milhões — e dos tributos sobre o
resultado, nessa situação, caso se calcule a alavancagem financeira dessa
empresa em termos de lucro por ação ordinária, a um acréscimo de 100% no

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lucro antes das despesas financeiras e dos tributos sobre o resultado
corresponderá um acréscimo de 125% no lucro por ação.

Resolução

Grau de Alavancagem Financeira (GAF)


Este índice procura mensurar, para cada real ganho no giro ou emprego do ativo,
quantos reais serão em benefício do patrimônio líquido, ou seja, qual é o lucro
dos proprietários e acionistas para cada real ganho pela empresa nas
aplicação em ativo.

Pelas considerações acima, pode-se calcular este índice, simplesmente, por meio
da comparação entre as taxas de despesas financeiras e a taxa de retorno do
ativo. Ou seja, suponha que uma empresa consiga aplicar recursos em ativo de
forma que estas aplicações gerem um retorno de 30%. Por outro lado, a
porcentagem de despesas sobre o saldo médio da dívida é de 25%. Logo, pode-
se afirmar que a empresa possui uma alavancagem positiva, isto é, o efeito da
aplicação dos recursos de financiamento e empréstimo sobre o patrimônio líquido
é positivo.

GAF = (Rentabilidade do Capital Próprio com a utilização de Capitais de


Terceiros)/ (Rentabilidade do Capital Próprio sem a utilização de Capitais
de Terceiros)

GAF = [(LLEx/PLM)]/[(LLEx + DF)/(ATM)]

Onde,

LLEx = Lucro Líquido do Exercício;


PLM = Patrimônio Líquido Médio = (Saldo Inicial do PL + Saldo Final
do PL - LLEx)/2
DF = Despesas Financeiras
ATM = Ativo Total Médio

GAF > 1 => alavancagem financeira favorável (positiva), pois a utilização


de capitais de terceiros aumentou a rentabilidade do patrimônio líquido.

GAF = 1 => alavancagem financeira indiferente (nula), pois a utilização de


capitais de terceiros não alterou a rentabilidade do patrimônio líquido.

GAF < 1 => alavancagem financeira desfavorável (negativa), pois a


utilização de capitais de terceiros diminuiu a rentabilidade do patrimônio
líquido.

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A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior o grau de
alavancagem financeira, melhor, pois melhor será o efeito da aplicação
dos recursos de financiamento e empréstimo sobre o patrimônio líquido.

Vamos à resolução da questão: a questão pede para calcular a alavancagem


financeira em termos de lucro por ação ordinária.

Suponha, para a resolução, que o percentual de tributação sobre o resultado seja


de 10%.

I – Situação 1:
Lucro antes das Despesas Financeiras e dos Tributos = R$ 400.000.000,00
Despesas Financeiras = R$ 80.000.000,00
Ações Ordinárias = AO

Lucro Antes dos Tributos = 400.000.000 – 80.000.000 320.000.000


(-) Tributos = 10% x 320.000.000 (32.000.000)
Lucro Líquido do Exercício 288.000.000

Lucro por Ação Ordinária (1) = 288.000/AO

II – Situação 2:
Lucro antes das Despesas Financeiras e dos Tributos = R$ 400.000.000,00 + R$
400.000.000,00 = R$ 800.000.000,00 (acréscimo de 100%)
Despesas Financeiras = R$ 80.000.000,00
Ações Ordinárias = AO

Lucro Antes dos Tributos = 800.000.000 – 80.000.000 720.000.000


(-) Tributos = 10% x 720.000.000 (72.000.000)
Lucro Líquido do Exercício 648.000.000

Lucro por Ação Ordinária (2) = 648.000/AO

III – Relação:

Lucro por Ação Ordinária (2)/Lucro por Ação Ordinária (1) =


= [648.000/AO]/[288.000/AO]= 2,25

Percentual de Aumento = 2,25 – 1 = 1,25 = 125%

GABARITO: Anulada
Justificativa da Banca Examinadora: anulado, pois na situação hipotética
estabelecida não deixa clara a manutenção, ou não, do montante de
despesas financeiras.

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137. Caso o retorno sobre o patrimônio líquido (LL/PLm) de uma empresa seja
igual a

em que LL = lucro líquido, VL = vendas líquidas, Atm = ativo total médio e PLm =
patrimônio líquido médio, uma das formas de essa empresa melhorar o retorno
sem alterar o total do capital empregado (aplicado) será aumentar a relação
entre capitais próprios e de terceiros.

Resolução

Rentabilidade do Capital Próprio ou Retorno sobre o Patrimônio Líquido


(RSPL): Este índice mostra a rentabilidade da empresa em relação ao seu
capital próprio, representado pelo patrimônio líquido, ou seja, indica
quanto de prêmio os acionistas ou proprietários da empresa estão obtendo em
relação aos seus investimentos no empreendimento.

RSPL = LLEx/PLM

Onde,
LLEx = Lucro Líquido do Exercício;
PLM = Patrimônio Líquido Médio = (Saldo Inicial do PL + Saldo Final do PL -
LLEx)/2

A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior o retorno


sobre o patrimônio líquido, melhor o prêmio dos acionistas ou
proprietários em relação ao capital investido na empresa.

Vamos à resolução da questão:

LLEx/PL = LLEx/VL x VL/ATM x ATM/PL

Melhorar o retorno sem alterar o total do capital empregado (aplicado):

Capital Aplicado = Ativo Total = constante


ATM = constante

LLEx/PL = LLEx/VL x VL/ATM x ATM/PL

Possibilidades:

I – Aumentar o LLEx – contudo, se aumentarmos o lucro líquido do


exercício, o PL aumentaria, a relação entre capitais próprios (PL) e de
terceiros (PC + PELP) aumentaria, mas o ATM aumentaria, pois o ativo

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total é igual ao PC + PELP + PL. Logo, não é possível utilizar este
artifício.

II – Diminuir o PL, por exemplo, via distribuição de dividendos:

Lucros Acumulados (PL)


a Dividendos a Distribuir (PC)

Nesta situação, o PL diminuiria, a relação entre o capital próprio e o


capital de terceiros diminuiria e o ativo total ficaria constante

GABARITO: E

138. Considere que uma empresa apresente, em determinado período, os


seguintes dados:
vendas líquidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.000.000,00
lucro operacional líquido . . . . . . . . . . . . . R$ 100.000,00
ativo operacional médio . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000,00

Considere, ainda, que a administração dessa empresa, insatisfeita com o retorno


sobre o investimento operacional, estabeleça como meta aumentá-lo em 50%.

Nessa situação, para atingir tal objetivo, uma das opções da empresa será
aumentar as vendas em 50%, mantendo a margem de lucro, sem novos
investimentos.

Resolução

Margem Bruta (MB)

MB = Lucro Bruto (LB)/Receita Líquida

Exemplo: Lucro Bruto = R$ 80.000,00


Receita Líquida de Vendas = R$ 160.000,00

MB = 80.000/160.000 = 0,5 = 50%

Nas operações de vendas de mercadorias, a empresa apresenta uma margem de


lucro bruto igual a 50%, ou seja, o lucro nas vendas corresponde a 50% da
Receita Líquida de Vendas.

Lucratividade sobre Vendas ou Margem Líquida (ML)

Este índice compara o lucro líquido do exercício em relação às vendas líquidas do


período, fornecendo o percentual de lucro que a empresa alcança em relação ao
seu faturamento.

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ML = LLEx/Receita Líquida

Onde,

LLEx = Lucro Líquido do Exercício

A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior o índice de


retorno sobre vendas, melhor a eficiência da empresa.

Considerando, por exemplo, os dados abaixo:

2001 2002 2003


Lucro Líq. do 65.935,00 78.126,00 102.149,00
Ex.

2001 2002 2003


Receita Líquida 649.191,00 735.804,00 744.088,00

2001 2002 2003


Margem 10,16% 10,62% 13,73%
Líquida

Em 2001, a margem líquida foi de 10,16%, representando que para cada R$


100,00 de vendas líquidas, sobraram para a empresa R$ 10,16. Já no ano de
2002, o índice foi de 10,62%, ou seja, para cada R$ 100,00 de vendas líquidas,
sobraram para a empresa R$ 10,62. Finalmente, em 2003, para cada R$ 100,00
de vendas líquidas, sobraram para a empresa R$ 13,73.

Há que se ressaltar algumas observações que podem gerar distorções no cálculo


da margem líquida:

- tanto o lucro líquido do exercício quanto as vendas líquidas, em


períodos de inflação, podem causar distorções no cálculo do índice
caso não estejam atualizados monetariamente;

- o lucro líquido do exercício pode conter valores expressivos relativos a


despesas ou receitas não operacionais;

- o critério de avaliação dos estoques e de apropriação de custos pode


interferir no cálculo do Custo das Mercadorias Vendidas e, portanto,
no lucro.

Margem Operacional (MOP)

MOP = Lucro Operacional (LOL)/Receita Líquida

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Exemplo: Lucro Operacional = R$ 40.000,00
Receita Líquida de Vendas = R$ 160.000,00

MB = 40.000/160.000 = 0,24 = 25%

Nas operações de vendas de mercadorias, a empresa apresenta uma margem


operacional igual a 25%, ou seja, o lucro operacional líquido corresponde a 25%
da Receita Líquida de Vendas.

(*) Receita Líquida de Vendas = Receita Operacional Líquida

Rentabilidade do Ativo ou Retorno sobre o Ativo (RSA)

Este índice mostra a rentabilidade da empresa em relação aos


investimentos totais, representados pelo ativo total médio.

RSA = LLEx/ATM

Onde,

LLEx = Lucro Líquido do Exercício;


ATM = Ativo Total Médio = (Saldo Inicial do Ativo Total + Saldo Final do
Ativo Total)/2

A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior o retorno


sobre o ativo, melhor o aproveitamento dos recursos aplicados no ativo,
isto é, o índice mostra o nível de eficiência em que são utilizados os recursos
aplicados na empresa (ativo total) para proporcionar lucros.

Considerando, por exemplo, os dados abaixo:

Ativo Total 2000 2001 2002 2003


Saldo Final (SF) 528.164,00 628.601,00 643.734,00 677.719,00
Saldo Inicial (SI) ----- 528.164,00 628.601,00 643.734,00
Média = (SI+ 578.382,50 636.167,50 660.726,50
SF)/2

2000 2001 2002 2003


Lucro Líq. do xxxx 65.935,00 78.126,00 102.149,00
Ex.

2000 2001 2002 2003


Retorno sobre xxxx 11,40% 12,28% 15,46%
o Ativo

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Em 2001, o retorno do ativo foi de 11,40%, representando que para cada R$
100,00 do ativo total médio, a empresa obteve um ganho de R$ 11,40. Já no ano
de 2002, o índice foi de 12,28%, ou seja, para cada R$ 100,00 do ativo total
médio, a empresa obteve um ganho de R$ 12,28. Finalmente, em 2003, para
cada R$ 100,00 do ativo total médio, a empresa obteve um ganho de R$ 15,46.

Observe que o retorno do ativo também pode ser representado pelo produto do
giro do ativo pela margem líquida, conforme pode ser observado abaixo:

RSA = LLEx/ATM = LLEx/ROL * VL/ATM = Margem Líquida x Giro do


Ativo

Onde,

ROL = Receita Operacional Líquida (Vendas Líquidas)

Da fórmula acima, pode-se concluir que, quanto maior a Margem Líquida,


maior o Retorno sobre o Ativo. Analogamente, quanto maior o Giro do
Ativo, maior o Retorno sobre o Ativo.

Também é possível calcular o retorno sobre o ativo utilizando o lucro operacional


líquido. Deste modo, a fórmula ficaria da seguinte maneira:

RSA = LOL/ATM

Onde,

LOL = Lucro Operacional Líquido;


ATM = Ativo Total Médio = (Saldo Inicial do Ativo Total + Saldo Final do
Ativo Total)/2

OU

RSA = LOL/ATM = LOL/VL x VL/ATM = Margem Operacional x Giro do


Ativo

Vamos à resolução da questão:

Dados:
vendas líquidas = R$ 1.000.000,00
lucro operacional líquido = R$ 100.000,00
ativo operacional médio = R$ 500.000,00

Retorno sobre o ativo (sobre o investimento operacional):


RSA = LOL/ATM = LOL/VL x VL/ATM = 100.000/500.000 = 20%

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Margem Operacional
MOP = Lucro Operacional Líquido/Receita Líquida =100.000/1.000.000 = 10%

Objetivo: aumentar o retorno sobre o ativo em 50%, mantendo a margem


operacional constante.

1 – Aumento das Vendas em 50%:


Vendas líquidas = R$ 1.000.000,00 + 50% x R$ 1.000.000,00 = R$ 1.500.000,00

MOP = Lucro Operacional Líquido/Receita Líquida =LOL/1.500.000 = 10% =>


 LOL = 150.000

RSA = LOL/ATM = LOL/VL x VL/ATM = 150.000/500.000 = 30%

Ou seja, houve um aumento do retorno sobre o ativo operacional de 50%


(20% + 50% x 20% = 30%).

GABARITO: C

139. Se, ao analisar a margem operacional de uma empresa, um consultor


verificar que essa margem se situa abaixo da média do setor, e se esse quociente
for o mais sensível às variações do retorno sobre o investimento operacional,
nessa situação, esse consultor deve sugerir, para a melhoria da rentabilidade da
empresa, uma das seguintes opções: reduzir as despesas não-operacionais;
aumentar as vendas, ainda que a margem de lucro seja sacrifícada; ou ampliar a
capacidade produtiva.

Resolução

Margem Operacional
MOP = Lucro Operacional Líquido/Receita Líquida

Retorno sobre o ativo (sobre o investimento operacional):


RSA = LOL/ATM = LOL/VL x VL/ATM

Se a margem operacional está abaixo da média do setor, temos duas opções:

1 – Aumentar o lucro operacional líquido: o aumento do lucro operacional líquido


deve ser obtido por meio da redução das despesas operacionais ou aumento
das receitas operacionais.

2 – Diminuir a receita líquida de vendas: poderá ser realizada uma redução da


receita líquida de vendas, desde que esta redução gere uma redução menor do
lucro operacional líquido. Desta forma, a margem operacional aumentaria.

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GABARITO: E

140. Caso uma empresa apure um lucro operacional de R$ 1.500.000,00, antes


das despesas financeiras e dos tributos sobre os resultados, e tais despesas
financeiras atinjam R$ 250.000,00, o índice de cobertura dessas despesas
permite que se afirme que o lucro operacional dessa empresa seria capaz de
cobrir cinco vezes esses encargos.

Resolução

Índice de Cobertura de Juros (ICJ)

O índice de cobertura de juros relaciona o lucro operacional com as


despesas financeiras da empresa no período, e tem o objetivo de identificar a
capacidade de a empresa pagar suas despesas financeiras. Este índice é
muito utilizado por empresas especializadas em prestação de serviços de
classificação, bancos, investidores e analistas.

ICJ = LOL/DF

Onde,

LOL = Lucro Operacional Líquido (*);


DF = Despesas Financeiras.

(*) Lucro operacional líquido a ser utilizado é o resultado antes das


despesas financeiras (essas despesas, portanto, devem ser somadas ao
Lucro Operacional da DRE para se obter o valor a ser utilizado na
fórmula).

A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior o índice de


cobertura dos juros, melhor, pois mostra que a empresa possui condições
de pagar suas despesas financeiras.

Considerando, por exemplo, os dados abaixo:

2001 2002 2003


LOL (antes das despesas 46.094 70.751 94.734
financeiras)
Despesas Financeiras 0 2.133 3.557
ICJ Não 33,17 26,63
calculado

Em 2001, como não houve despesas financeiras, não faz sentido calcular o
referido índice. Em 2002, o índice de cobertura dos juros foi de 33,17, ou seja, o

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lucro operacional líquido foi capaz de cobrir as despesas financeiras 33,17 vezes.
Em 2003, o índice de cobertura dos juros foi de 26,63, ou seja, o lucro
operacional líquido foi capaz de cobrir as despesas financeiras 26,63 vezes.

Vamos à resolução da questão:

ICJ = LOL/DF

lucro operacional = R$ 1.500.000,00, antes das despesas financeiras e dos


tributos sobre os resultados

Despesas financeiras = R$ 250.000,00

ICJ = 1.500.000/250.000 = 6

GABARITO: C (O gabarito foi alterado pela Banca Examinadora.


Justificativa: Como o lucro operacional da empresa é capaz de cobrir 6
vezes os encargos, é capaz de cobrir 5 vezes, conforme assevera o item).

141. Na análise dos índices de liquidez, o analista de controle externo deve estar
atento a certos aspectos que podem mascarar uma situação aparentemente
favorável. Nesse sentido, ele deve considerar com mais rigor a exigibilidade
efetiva dos passivos que a possibilidade de realização dos ativos e assegurar-se
de que os prazos de realização dos ativos são maiores que os de vencimento dos
passivos.

Resolução

Análise de Liquidez

Índice de Liquidez Corrente: mostra o quanto a empresa possui em


dinheiro, bens e direitos realizáveis no curto prazo, para fazer face as
suas dívidas a serem pagas no mesmo período. Ou seja, mostra a
capacidade de a empresa pagar suas dívidas de curto prazo.

O índice de Liquidez Corrente está diretamente associado ao ciclo operacional da


empresa. Uma empresa comercial, normalmente, deve ter um índice de liquidez
corrente maior que uma empresa prestadora de serviços, pois esta não possui
estoques, que em uma empresa comercial, ainda teriam que ser vendidos para se
transformarem em disponibilidades ou créditos. Analogamente, nas empresas
industriais, os índices de liquidez corrente devem ser maiores que nas empresas
comerciais, pois seu ciclo operacional é maior ainda e grande parte do ativo
circulante corresponde a estoques de matérias-primas, produtos em fabricação e
produtos prontos. Resumindo, quando maior o ciclo operacional, maior o índice
de liquidez corrente.

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Ciclo Operacional: tempo que a empresa leva para renovar seus estoques,
somado ao tempo de recebimento das vendas a prazo.

LC = AC/PC

Onde,

AC = Ativo Circulante;
PC = Passivo Circulante.

A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior a liquidez


corrente, melhor, pois mostra que a empresa possui condições de pagar
suas dívidas de curto prazo.

Se:

LC > 1 => o Ativo Circulante é mais que suficiente para pagar as dívidas de curto
prazo.
LC = 1 => o Ativo Circulante é igual ao Passivo Circulante.
LC < 1 => o Ativo Circulante é insuficiente para pagar as dívidas de curto prazo.

Considerando, por exemplo, os dados abaixo:

2001 2002 2003


Ativo Circulante 335.676,00 246.043,00 220.188,00
Passivo 223.692,00 210.159,00 210.793,00
Circulante
CCL 111.984,00 35.884,00 9.395,00
LC 1,50 1,17 1,04

Em 2001, a liquidez corrente foi de 1,50, representando que para cada R$ 1,00
de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 1,50 em disponibilidades mais
direitos realizáveis no curto prazo. Em 2002, a liquidez corrente foi de 1,17,
representando que para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa dispõe
de R$ 1,17 em disponibilidades mais direitos realizáveis no curto prazo. Em 2003,
a liquidez corrente foi de 1,04, representando que para cada R$ 1,00 de dívida de
curto prazo, a empresa dispõe de R$ 1,04 em disponibilidades mais direitos
realizáveis no curto prazo.

Índice de Liquidez Imediata: mostra o quanto a empresa possui em


dinheiro, para fazer face as suas dívidas a serem pagas no curto prazo.
Ou seja, mostra o percentual de dívidas de curto prazo que a empresa tem
condições de liquidar imediatamente.

Normalmente, as empresas que pagam a maior parte de suas obrigações à vista


possuem maior necessidade de elevados índices de liquidez imediata.

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LI = DISP/PC

Onde,

DISP = Disponível: Caixa + Depósitos Bancários à Vista +


Numerários em Trânsito + Aplicações de Liquidez Imediata;

PC = Passivo Circulante.

A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior a liquidez


imediata, melhor, pois mostra que a empresa possui condições de pagar
suas dívidas de curto prazo. Entretanto, nem sempre um elevado índice de
liquidez imediata representa uma situação favorável, pois, em países de elevados
índices de inflação, uma elevada liquidez imediata representa dinheiro não
aplicado no mercado financeiro ou em estoques, ocasionando prejuízos em função
da perda do poder aquisitivo da moeda.

Considerando, por exemplo, os dados abaixo:

2001 2002 2003


Disponível 151.917,00 53.705,00 19.639,00
Passivo 223.692,00 210.159,00 210.793,00
Circulante
LI 0,68 0,26 0,09

Em 2001, a liquidez imediata foi de 0,68, representando que para cada R$ 1,00
de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 0,68 em dinheiro para pagar.
Em 2002, a liquidez imediata foi de 0,26, representando que para cada R$ 1,00
de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 0,26 em dinheiro para pagar.
Em 2003, a liquidez corrente foi de 0,09, representando que para cada R$ 1,00
de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 0,09 em dinheiro para pagar.

Índice de Liquidez Seca ou Liquidez Ácida: mostra a porcentagem de


dívidas de curto prazo que podem ser liquidadas com a utilização de itens
monetários de maior liquidez do ativo circulante.

O índice de liquidez seca pode ser considerado um aprimoramento do índice


de liquidez corrente, visto que não considera os estoques, que, como são
necessários à própria atividade da empresa, podem ser considerados como uma
espécie de investimento permanente do ativo circulante.

LS = (AC – Estoques)/PC

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A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior a liquidez
seca, melhor, pois mostra que a empresa possui condições de pagar suas
dívidas de curto prazo.

Considerando, por exemplo, os dados abaixo:

2001 2002 2003


Disponibilidades 4.846,00 5.380,00 5.495,00
Aplicações 147.071,00 48.325,00 14.144,00
Financeiras
Duplic. a Receber 96.398,00 104.186,00 92.912,00
Liq.
Estoques 100.000,00 85.000,00 93.000,00
Passivo Circulante 223.692,00 210.159,00 210.793,00
LS 1,23 0,75 0,53

Em 2001, a liquidez seca foi de 1,23, representando que para cada R$ 1,00 de
dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 1,23 em disponibilidades,
aplicações financeiras e duplicatas a receber líquidas. Em 2002, a liquidez seca foi
de 0,75, representando que para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a
empresa dispõe de R$ 0,75 em disponibilidades, aplicações financeiras e
duplicatas a receber líquidas. Em 2003, a liquidez seca foi de 0,53, representando
que para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 0,53 em
disponibilidades, aplicações financeiras e duplicatas a receber líquidas.

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Índice de Liquidez Geral: mostra o quanto a empresa possui em dinheiro,
bens e direitos realizáveis a curto e longo prazo, para fazer face as suas
dívidas totais.

LG = (AC + ARLP)/(PC + PELP)

Onde,

AC = Ativo Circulante;
ARLP = Ativo Realizável a Longo Prazo;
PC = Passivo Circulante;
PELP = Passivo Exigível a Longo Prazo (*)

(*) Alterado, pela MP no 449/08, para passivo não circulante.

A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior a liquidez


geral, melhor, pois mostra que a empresa possui condições de pagar
suas dívidas totais. Regra geral, para considerar uma empresa com condição
favorável, é necessário que a liquidez geral seja maior que 1.

Considerando, por exemplo, os dados abaixo:

2001 2002 2003


Ativo Circulante 335.676,00 246.043,00 220.188,00
ARLP 82.303,00 104.362,00 119.045,00
Passivo Circulante 223.692,00 210.159,00 210.793,00
Passivo Não Circulante 77.166,00 101.106,00 125.952,00
LG 1,39 1,13 1,01

Em 2001, a liquidez geral foi de 1,39, representando que para cada R$ 1,00 de
dívida (de curto e longo prazo), a empresa dispõe de R$ 1,39 em disponibilidades
mais direitos realizáveis a curto e a longo prazo. Em 2002, para cada R$ 1,00 de
dívida (de curto e longo prazo), a empresa dispõe de R$ 1,13 em disponibilidades
mais direitos realizáveis a curto e a longo prazo. Finalmente, em 2003, R$ 1,00
de dívida (de curto e longo prazo), a empresa dispõe de R$ 1,01 em
disponibilidades mais direitos realizáveis a curto e a longo prazo.

Supondo que a empresa obteve lucro no período de 2001 a 2003, seria esperado
uma melhoria da liquidez geral, fato que não ocorreu, provavelmente porque a
empresa distribuiu dividendos, adquiriu participações societárias e bens do ativo
permanente, piorando, conseqüentemente, a liquidez da empresa.

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Índice de Solvência ou Margem de Garantia: representa a capacidade de a
empresa pagar suas dívidas de curto e longo prazo com os recursos
totais do ativo.

MG = (AC + ARLP + AP)/(PC + PELP)

Onde,

AP = Ativo Permanente
AC = Ativo Circulante;
ARLP = Ativo Realizável a Longo Prazo;
PC = Passivo Circulante;
PELP = Passivo Exigível a Longo Prazo (*)

(*) Alterado, pela MP no 449/08, para passivo não circulante.

A interpretação isolada deste índice é a seguinte: quanto maior a margem de


garantia, melhor, pois mostra que a empresa possui condições de pagar
suas dívidas totais.

Considerando, por exemplo, os dados abaixo:

2001 2002 2003


Ativo Circulante 335.676,00 246.043,00 220.188,00
ARLP 82.303,00 104.362,00 119.045,00
Ativo Permanente 100.000,00 120.000,00 130.000,00
Passivo Circulante 223.692,00 210.159,00 210.793,00
Passivo Não Circulante 77.166,00 101.106,00 125.952,00
MG 1,72 1,51 1,39

Em 2001, a margem de garantia foi de 1,72, representando que para cada R$


1,00 de dívida (de curto e longo prazo), a empresa dispõe de R$ 1,72 de recursos
aplicados no ativo. Em 2002, a margem de garantia foi de 1,51, representando
que para cada R$ 1,00 de dívida (de curto e longo prazo), a empresa dispõe de
R$ 1,51 de recursos aplicados no ativo. Em 2003, a margem de garantia foi de
1,39, representando que para cada R$ 1,00 de dívida (de curto e longo prazo), a
empresa dispõe de R$ 1,39 de recursos aplicados no ativo.

OBS: O objetivo dos índices de liquidez é medir a capacidade que uma


empresa possui de pagar suas dívidas utilizando recursos aplicados no
ativo. Logo, um cálculo mais correto destes índices seria realizado excluindo do
ativo os valores que não possam ser convertidos em disponibilidades, tais como
despesas antecipadas e despesas diferidas, que serão apropriadas, quando
ocorrer o fato gerador, em despesas do período. Logo, as fórmulas ficariam da
seguinte maneira:

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LC = (AC – Despesas Antecipadas)/PC
LS = (AC – Estoques – Despesas Antecipadas)/PC
LG = (AC + ARLP – Despesas Antecipadas)/(PC + PELP)
MG = (Ativo – Despesas Antecipadas – Despesas Diferidas)/(PC – PELP)
Ativo Real = Ativo – Despesas Antecipadas – Despesas Diferidas

Vamos à resolução da questão:

Na análise dos índices de liquidez, o analista de controle externo deve estar


atento a certos aspectos que podem mascarar uma situação aparentemente
favorável. Nesse sentido, ele deve considerar com mais rigor a exigibilidade
efetiva dos passivos que a possibilidade de realização dos ativos e assegurar-se
de que os prazos de realização dos ativos são menores que os de vencimento
dos passivos.

GABARITO: E

142. Considere que uma empresa apresente, ao longo de três exercícios, a


seguinte situação, relativa ao comportamento de suas despesas financeiras:

exercício 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 150.000,00
exercício 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 180.000,00
exercício 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 360.000,00

Com base nessas informações, é correto afirmar que, na análise horizontal,


utilizando-se base móvel, o índice correspondente ao exercício 3 será igual a 200.

Resolução

Análise Horizontal ou de Evolução


O objetivo principal da análise horizontal ou de evolução é permitir o exame da
evolução histórica de cada uma das contas que compõem as diversas
demonstrações contábeis, ou seja, ela avalia o aumento ou a diminuição
dos valores que expressam os elementos patrimoniais ou do resultado,
em uma determinada série histórica de exercícios.

Uma vez que os balanços estejam expressos em moeda de poder aquisitivo na


mesma data, a análise horizontal assume certa significância e pode acusar
imediatamente áreas de maior interesse para a investigação. Caso os balanços
não estejam expresso em moeda de poder aquisitivo constante, o analista
precisará, no mínimo, do índice de inflação do período para realizar a atualização
monetária.

Normalmente, em uma análise horizontal ou de evolução considera-se o primeiro


exercício como base 100 a evolução dos demais exercícios ocorre em relação ao
exercício estabelecido como base.

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Ou seja, a fórmula geral para a análise horizontal será:

AH em 20Xi = (Conta em análise em 20Xi)/(Conta em análise no Ano-


Base)

A análise horizontal ou de evolução pode ser nominal, quando não


considera a inflação do período, ou real, quando considera a inflação do
período.

Considere o seguinte exemplo:

Total do Ativo 2005 2006


Valor R$ 1.150,00 R$ 1.532,00
Percentuais 100% 133%
Crescimento 33%

O crescimento nominal de 33% pode não representar algo ou não, tendo em vista
que a inflação do período pode ter sido igual, inferior ou superior a tal percentual
de crescimento.

Suponha, no exemplo acima, que a inflação do período seja de 25%. Logo,


considerando o quadro atualizado pelo índice inflacionário teríamos:

R$ 1.150,00 x 1,25 = R$ 1.437,00

Total do Ativo 2005 2006


Valor R$ 1.437,00 R$ 1.532,00
Percentuais 100% 106%
Crescimento 6%

Ou seja, considerando a inflação de período, houve um crescimento real no valor


do Ativo de 6%.

Também há a possibilidade de utilizar a análise horizontal com a base


móvel, ou seja, o cálculo será realizado sempre em relação ao ano
imediatamente anterior.

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Vamos à resolução da questão:

Considere que uma empresa apresente, ao longo de três exercícios, a seguinte


situação, relativa ao comportamento de suas despesas financeiras:

exercício 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 150.000,00
exercício 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 180.000,00
exercício 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 360.000,00

Análise Horizontal (Base Móvel):

Exercício 2/Exercício 1 = 180.000/150.000 = 1,2 ou 120%

Exercício 3/Exercício 2 = 360.000/180.000 = 2 ou 200%

GABARITO: C

Bons estudos a todos e até a próxima aula,

Moraes Junior

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Prova 9. TCU – 2008 - CESPE

Lista de Questões Comentadas Nesta Aula

Com base nos conceitos e aplicações concernentes à análise de demonstrações


contábeis de empresas, com suporte na legislação específica e considerando as
prescrições da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), julgue os itens de 130 a
142.

130. De acordo com o que prescreve a CVM, a liquidez refere-se às


disponibilidades de caixa em diferentes períodos, independentemente dos
compromissos financeiros, e a solvência remete à disponibilidade para fazer face
a quaisquer obrigações remanescentes ou supervenientes.

131. A estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações


contábeis da CVM recomenda que as incertezas que envolvem certos eventos e
circunstâncias sejam tratadas com prudência, não se superestimando ativos e
receitas, e não se subestimando passivos e despesas. O limite da prudência deve
ter em conta a neutralidade, a imparcialidade, de modo a evitar, por exemplo, a
formação de reservas ocultas ou provisões excessivas.

132. O balanced scorecard é uma ferramenta gerencial que reflete o desafio que
uma organização tem de enfrentar para harmonizar os interesses de vários
grupos em torno de objetivos diversos. Neste sentido, o desempenho social
poderia ser objeto de um parecer de auditoria social, paralelamente ao tradicional
parecer de auditoria financeira, aplicável ao desempenho financeiro.

133. Considerando-se que os custos de oportunidade não são evidenciados pelos


sistemas contábeis convencionais, é correto afirmar que o tempo de espera de
um usuário dos serviços públicos em uma fila de atendimento de uma repartição
é um exemplo desse tipo de custo para o contribuinte que deixa de auferir uma
renda que o exercício de sua atividade profissional lhe proporcionaria durante o
tempo perdido na fila.

134. Considerando-se as atuais disposições da Lei das Sociedades por Ações, é


correto afirmar que as subvenções para investimentos passam a integrar o
resultado, constituindo, obrigatoriamente, base de cálculo para os tributos sobre
os lucros e para a distribuição dos dividendos.

Prof. José Jayme Moraes Junior – Contabilidade em Exercícios – Diversas Bancas 30


135. Considere que o auditor de uma companhia aberta constate que ela detém
participações no capital de outras empresas.

Considere, ainda, que, dos registros dessa companhia, o auditor tenha extraído
os seguintes dados:
participação em coligadas . . . . . . . . . . R$ 150.000.000,00
participação em controladas . . . . . . . . R$ 150.000.000,00
capital social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000.000,00
patrimônio líquido . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.000.000.000,00

Com base nas informações apresentadas, é correto afirmar que essa companhia
deve elaborar e divulgar demonstrações contábeis consolidadas.

136. Se uma empresa apresentar um lucro de R$ 400 milhões, antes das


despesas financeiras — previstas em R$ 80 milhões — e dos tributos sobre o
resultado, nessa situação, caso se calcule a alavancagem financeira dessa
empresa em termos de lucro por ação ordinária, a um acréscimo de 100% no
lucro antes das despesas financeiras e dos tributos sobre o resultado
corresponderá um acréscimo de 125% no lucro por ação.

137. Caso o retorno sobre o patrimônio líquido (LL/PLm) de uma empresa seja
igual a

em que LL = lucro líquido, VL = vendas líquidas, Atm = ativo total médio e PLm =
patrimônio líquido médio, uma das formas de essa empresa melhorar o retorno
sem alterar o total do capital empregado (aplicado) será aumentar a relação
entre capitais próprios e de terceiros.

138. Considere que uma empresa apresente, em determinado período, os


seguintes dados:
vendas líquidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 1.000.000,00
lucro operacional líquido . . . . . . . . . . . . . R$ 100.000,00
ativo operacional médio . . . . . . . . . . . . . . R$ 500.000,00

Considere, ainda, que a administração dessa empresa, insatisfeita com o retorno


sobre o investimento operacional, estabeleça como meta aumentá-lo em 50%.
Nessa situação, para atingir tal objetivo, uma das opções da empresa será
aumentar as vendas em 50%, mantendo a margem de lucro, sem novos
investimentos.

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139. Se, ao analisar a margem operacional de uma empresa, um consultor
verificar que essa margem se situa abaixo da média do setor, e se esse quociente
for o mais sensível às variações do retorno sobre o investimento operacional,
nessa situação, esse consultor deve sugerir, para a melhoria da rentabilidade da
empresa, uma das seguintes opções: reduzir as despesas não-operacionais;
aumentar as vendas, ainda que a margem de lucro seja sacrifícada; ou ampliar a
capacidade produtiva.

140. Caso uma empresa apure um lucro operacional de R$ 1.500.000,00, antes


das despesas financeiras e dos tributos sobre os resultados, e tais despesas
financeiras atinjam R$ 250.000,00, o índice de cobertura dessas despesas
permite que se afirme que o lucro operacional dessa empresa seria capaz de
cobrir cinco vezes esses encargos.

141. Na análise dos índices de liquidez, o analista de controle externo deve estar
atento a certos aspectos que podem mascarar uma situação aparentemente
favorável. Nesse sentido, ele deve considerar com mais rigor a exigibilidade
efetiva dos passivos que a possibilidade de realização dos ativos e assegurar-se
de que os prazos de realização dos ativos são maiores que os de vencimento dos
passivos.

142. Considere que uma empresa apresente, ao longo de três exercícios, a


seguinte situação, relativa ao comportamento de suas despesas financeiras:

exercício 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 150.000,00
exercício 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 180.000,00
exercício 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . R$ 360.000,00

Com base nessas informações, é correto afirmar que, na análise horizontal,


utilizando-se base móvel, o índice correspondente ao exercício 3 será igual a 200.

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GABARITO – AULA 08:

130 – E
131 – C
132 – C
133 – C
134 – E
135 – C
136 – Anulada
137 – E
138 – C
139 – E
140 – C
141 – E
142 – C

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Bibliografia

Lei das Sociedades Anônimas com as alterações trazidas pela Lei n o 11.638/07.

FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade Avançada e Intermediária. Rio de Janeiro.


Editora Ferreira.

FERREIRA, Ricardo J. Contabilidade Básica. 3 a Edição. Rio de Janeiro. Editora


Ferreira. 2004.

FIPECAFI, Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações (aplicável as


demais sociedades). 6a Edição. São Paulo. Editora Atlas. 2003.

LUIZ FERRARI, Ed. Contabilidade Geral – Série Provas e Concursos. 5a Edição. 3a


Tiragem. Elsevier Editora. 2005.

MOURA RIBEIRO, Osni. Contabilidade Geral Fácil – Para cursos de contabilidade e


concursos em geral. 4a Edição. 4a Tiragem (2005). São Paulo. Editora Saraiva.
2002.

VICECONTI, Paulo Eduardo Vilchez & NEVES, Silvério das. Contabilidade


Avançada e Análise das Demonstrações Financeiras. 12 a Edição. São Paulo.
Editora Frase. 2003.

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