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LEI DE RESPONSABILIDADE
FISCAL
INSTRUÇÕES Nº 01/2000
Junho/2000
1
CONSELHEIROS
2
COORDENAÇÃO GERAL
Dr. Sérgio Ciquera Rossi
SECRETÁRIO-DIRETOR GERAL
SUPERVISÃO
Departamentos de Supervisão da Fiscalização I e II
Dr. Pedro Issamu Tsuruda
Dra. Prazeres Augusta Pereira de Souza
ELABORAÇÃO
Flávio C. de Toledo Jr.
Dr. Sérgio Ciquera Rossi
COLABORAÇÃO
Aires Galhego Garcia
Fernando Camacho
Francisco Carlos Grancieri
João Baptista F. de Toledo
Maurício Q. de Castro
Namir Antonio Neves
Paulo César da Silva Neves
Paulo Massaru Uesugi Sugiura
Paulo R. Gonzales Sanches
APRESENTAÇÃO
3
Ao promulgar a Lei de Responsabilidade Fiscal, o Brasil dá mostras
de maturidade política e administrativa. Maturidade política, porque
empenhou-se determinadamente na edição de uma lei com tamanhas
implicações no cotidiano da Administração Pública, mesmo ciente
de que contrariava práticas antigas, por muitos adotadas no trato das
finanças públicas. Maturidade administrativa, porque, quase doze
anos depois de a Constituição Federal ser aprovada, se
regulamentam importantes disposições suas e, com isso, se vêem
finalmente estabelecidas as bases imprescindíveis para a
implantação definitiva no país de um projeto há muito idealizado,
mas nunca concretizado a contento. Refiro-me ao orçamento-
programa, cujo conceito vai muito além da mera previsão de receitas
e fixação de despesas, com o único fim de atender à formalidade da
Lei.
4
Tenha-se a certeza, todavia, de que o resultado do empenho
necessário ao estrito cumprimento das inovadoras disposições legais
será gratificante, seja para o homem público sério, seja para a
sociedade como um todo. Logo se perceberá, caso se observem
irrestrita e fielmente os preceitos recém-editados, o restabelecimento
das condições indispensáveis à conservação do perfeito equilíbrio
orçamentário-financeiro do estado brasileiro, em cada uma de suas
esferas de governo, para maior benefício especialmente daqueles
que mais precisam do concurso do aparelho estatal, como meio de
alcançar uma existência condigna, e de futuros dirigentes, quando,
para eles, malfadadas heranças de gestões precedentes, perdulárias e
negligentes, deixarem de constituir fonte de preocupação e dissabor
e empecilho para a realização de novos projetos. Como, aliás, já tive
oportunidade de dizer em meu discurso de posse como Presidente
deste Tribunal, o respeito às diretrizes legais, de um lado, propicia
base sólida à Administração para o equilíbrio de suas contas e de
suas finanças e, de outro, assoma como a única forma segura de
garantir os contínuos investimentos que o corpo social demanda e
requer do Estado e a permanente manutenção dos serviços que a este
incumbe prestar, por dever constitucional.
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a Constituição Federal mesma atribuem a este órgão auxiliar do
controle externo, mas com o intuito de somar-se ao debate nacional
que, seguramente, já se acerca do tema inspirado pela edição da Lei
de Responsabilidade Fiscal.
ROBSON MARINHO
Presidente
6
ÍNDICE
pg
Apresentação ................................................................................................................04
Evitar Déficits. Reduzir Dívidas. Os grandes objetivos da
Lei de Responsabilidade Fiscal. ..................................................................................09
Abrangência Institucional da Lei Fiscal ...................................................................10
Planejamento. Peça Básica da Lei Fiscal ...................................................................11
O Plano Plurianual segundo a Constituição do Brasil..............................................12
Os Prazos e os Conteúdos Adicionais do Plurianual, segundo a
Lei de Responsabilidade Fiscal................................................................................... 13
A Lei de Diretrizes Orçamentárias segundo a Constituição.....................................14
Os Conteúdos Adicionais das Diretrizes Orçamentárias, conforme a
Lei de Responsabilidade Fiscal....................................................................................15
Os Anexos Adicionais das Diretrizes Orçamentárias conforme a
Lei de Responsabilidade Fiscal ...................................................................................16
O Anexo de Metas Fiscais ........................................................................................... 16
O que é Resultado Primário? O que é Resultado Nominal?.....................................17
Anexo de Riscos Fiscais ...............................................................................................18
A Lei Orçamentária Anual segundo a Constituição do Brasil.................................18
Os Conteúdos Adicionais do Orçamento Anual, segundo a
Lei de Responsabilidade Fiscal......... ..........................................................................18
A Reserva de Contingência .........................................................................................19
Os Prazos da Lei Orçamentária Anual, segundo a LRF....... ...................................19
A Execução Orçamentária ..........................................................................................20
A Programação Financeira Mensal ............................................................................20
O Contingenciamento de Dotações .............................................................................20
Os Precatórios Judiciais ..............................................................................................22
A Administração da Receita Pública ..........................................................................23
A Renúncia da Receita Pública ...................................................................................24
As Condições para Geração de Novas Despesas ........................................................25
As Condições para as Despesas Obrigatórias de Caráter Continuado ...................25
O que é Despesa de Pessoal segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal ..................27
A apuração da despesa de pessoal no âmbito da esfera de governo ........................28
A Repartição da Despesa de Pessoal, por Poder e Ministério
Público............................................................................................................................29
A Adaptação aos Limites da Despesa de Pessoal .......................................................29
Penalidades pela Superação dos limites de gastos de pessoal ..................................31
Limites das Despesas de Seguridade Social ...............................................................32
A Base de Cálculo dos Limites da LRF: A Receita Corrente Líquida ......................33
As Condições para as Transferências Voluntárias ...................................................36
As Despesas com Serviços de Terceiros .....................................................................37
Os Novos Conceitos de Dívida Pública da Lei de Responsabilidade Fiscal ............37
7
Os Limites da Dívida Pública ......................................................................................38
A Recondução da Dívida aos seus Limites..................................................................39
O Ministério da Fazenda e os Limites e Condições para Contratar
Operação de Crédito......................................................................................................39
Operações de Crédito Vedadas ...................................................................................40
Operação de Crédito por Antecipação da Receita Orçamentária – ARO ..............41
As Condições para se inscrever em Restos a Pagar ..................................................41
A Preservação do Patrimônio Público ....................................................................... 43
Novos Projetos só depois de atendidos os que estão em andamento ........................43
A Transparência da Gestão Fiscal ..............................................................................44
Novas Formas de Escriturar e Consolidar as Contas................................................45
Consolidação das Contas de todas as Esferas de Governo........................................46
Relatório Resumido de Execução Orçamentária e Relatório de Gestão Fiscal ......46
O Tribunal de Contas e a Fiscalização da Lei Fiscal ................................................48
Resumo das Restrições da LRF para fins de mandato..............................................49
Calendário das atividades da Lei Fiscal......................................................................50
As Punições pelo não-cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal .................53
Glossário de Siglas ........................................................................................................55
Bibliografia....................................................................................................................56
Resolução e Instruções 1/00 .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
8
1-EVITAR DÉFICITS. REDUZIR DÍVIDAS. OS GRANDES
OBJETIVOS DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL – LRF
Essa família começou mal o ano seguinte. Com uma dívida de $ 200. Nesse
ano, o de 1.999, recebeu $ 1.300 e gastou $ 1.250. Conquistou ela, a família,
um superávit de $ 50. Contudo, os $ 1.300 recebidos não pagaram todos os $
1.250 “gastos” no período, porque era preciso honrar a dívida que veio de
1.998, aqueles $ 200. Assim, a dívida familiar, em 31/12/1.999, mostrou a
seguinte posição:
9
Déficit orçamentário causa dívida. Por outro lado, dívida, quando financiada,
também causa déficit, porque os juros daquela pressionam o orçamento.
Déficit é um resultado. Dívida, uma posição, um estoque.
Livre da LRF está, p.ex., uma empresa pública que obtém, ela mesma,
recursos necessários ao seu próprio custeio, mesmo que, para tanto, venda
mercadorias e serviços à Prefeitura ou ao Estado.
10
2.2- nível municipal
Poder Executivo: a Prefeitura do Município;
Poder Legislativo: a Câmara dos Vereadores e o Tribunal de Contas do
Município, quando houver.
11
pessoal e outras despesas de custeio, subvenções, investimentos ou utilizando-
se do superávit primário, no pagamento do principal e juros da dívida.
Duas normas constitucionais revelam o que vem a ser esse plurianual. Uma
delas, proíbe investimento que demande mais de um ano de execução, sem
que o investimento esteja previsto no PPA ou em lei que neste permita a
inclusão (art. 167, § 1º). A outra regra, revela o conteúdo mínimo do PPA,
qual seja:
12
Previsão, para 4 anos, de novos programas, de duração continuada . Ex.:
implantação da Guarda Municipal ou do Serviço de Apoio ao Pequeno
Agricultor.
Assim, se tal veto prevalecer, os prazos do PPA continuam sendo os das leis
orgânicas municipais ou, na omissão destas, prevalecem os períodos fixados
Carta de 1988 (art. 35, § 2º, I, ADCT) , já que a Constituição do Estado de S.
Paulo não os dispõem.
13
6- A LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS SEGUNDO A
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
14
7- OS CONTEÚDOS ADICIONAIS DAS DIRETRIZES
ORÇAMENTÁRIAS, CONFORME A LEI DE RESPONSABILIDADE
FISCAL
15
8- OS ANEXOS ADICIONAIS DAS DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS,
CONFORME A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
Segundo a LRF, esse Anexo preverá metas para os três anos seguintes. É o
triênio móvel, melhor ilustrado com o exemplo: em 2.001, serão previstos
resultados para 2.001, 2.002 e 2.003; já, em 2.002, serão reprogramadas, se for
o caso, as metas de 2.002, 2.003 e 2.004.
16
Avaliação financeira e atuarial dos fundos de previdência dos servidores
públicos;
Estimativa de compensação da renúncia de receitas (anistias, remissões,
isenções, subsídios etc) e da margem de expansão das despesas
obrigatórias de caráter continuado (v. item 15).
Um dos intuitos marcantes da Lei Fiscal é fazer com que o superávit primário
abata a dívida pública.
17
Receitas orçamentárias arrecadadas
(-) Operações de Crédito
(-) Receitas Escriturais (anulação de Restos a Pagar)
(-) Receitas obtidas com aplicações financeiras
(-) Despesas empenhadas
(+) Despesas com juros e principal da dívida
(=) Resultado Primário
18
Anexo atestando compatibilidade com as metas fiscais da LDO, vale dizer,
se estas prevêem, para 2.002, um superávit orçamentário de 10%, o
orçamento desse ano pedirá despesas inferiores às receitas, em 10%;
Documento revelando como se compensarão a renúncia de receitas e as
despesas obrigatórias de caráter continuado. Ex.: o Município B dará
isenção de IPTU aos aposentados, mas essa perda será compensada com o
aumento da alíquota do ISS;
Provisão de Reserva de Contingência para garantir pagamentos
imprevistos, inesperados, contingenciais.
Essa Reserva, assim, volta a cumprir sua função original, a de servir com meio
de remanejamento entre verbas orçamentárias, melhor dotando as que têm a
ver com compromissos não esperados durante a programação orçamentária.
19
possuem prazos determinados, respectivamente, pelas Constituições Estaduais
e Leis Orgânicas” (in: Mensagem Presidencial 627, de 4/5/2000).
20
Se os Poderes e o Ministério Público não realizarem o contingenciamento, o
Poder Executivo, como administrador do erário, estará habilitado a fazê-lo,
mediante corte, proporcional, dos repasses mensais àquelas unidades
orçamentárias (duodécimos).
21
Se essa Administração prometeu, na LDO, superávit de 0,5%, terá ela que
“congelar” valor equivalente a 4,5% das dotações iniciais da Prefeitura e da
Câmara , ou, o que dá no mesmo, limitar os empenhos em até 95,5% da verba
original. Todo esse esforço , para se atingir o que foi, de antemão, assegurado
na LDO (superávit de 0,5%).
Para fins de aplicação dos limites da dívida, os precatórios não pagos integram
a Dívida Consolidada.
22
13- A ADMINISTRAÇÃO DA RECEITA PÚBLICA
23
medidas para atualização do cadastro de contribuintes;
critérios de fiscalização para evitar a evasão, elisão e sonegação de
impostos e taxas municipais;
revisão das isenções já concedidas;
métodos para intensificar a cobrança da dívida ativa;
adequação das taxas ao custo real dos serviços.
24
Agora, a Lei de Responsabilidade Fiscal limita, com mais vigor, a desistência
em questão, obrigando o governo concessor a demonstrar que a renúncia não
prejudicará os resultados propostos na LDO, ou então, que a perda será
compensada com ações que resultem no aumento da receita tributária
própria (elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo). Ex.: isenção
de IPTU para um bairro pobre terá, em contrapartida, a elevação do valor
venal dos imóveis de um bairro rico.
Essa maior dificuldade para distribuir isenções inibirá a guerra fiscal entre os
municípios.
Se não atenderem aqueles dois requisitos, as novas despesas serão tidas como
não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público.
25
reestruturação do plano de cargos e salários, exigência de contribuição
permanente à Santa Casa de Misericórdia, tudo isso, são ações que derivam de
lei específica, obrigando o Poder Público a despesas que se repetirão,
continuamente, ao longo dos exercícios.
Estão livres da compensação as despesas com juros, o reajuste geral anual dos
salários dos servidores (art. 37, X, CF) e a concessão de benefícios a quem
satisfaça às condições habilitadoras.
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16- O QUE É DESPESA DE PESSOAL SEGUNDO A LEI DE
RESPONSABILIDADE FISCAL?
Além disso, essa despesa de locação de trabalhadores não mais poderá ser
classificada no abrangente elemento 3.1.3.2 (Outros Serviços e Encargos),
mas, exclusivamente, no elemento 3.1.1.1-03 (Outras Despesas de Pessoal).
27
17- A APURAÇÃO DA DESPESA DE PESSOAL NO ÂMBITO DA
ESFERA DE GOVERNO
28
18- A REPARTIÇÃO DA DESPESA DE PESSOAL, POR PODER E
MINISTÉRIO PÚBLICO
Por Poder e Ministério Público, os limites de pessoal dos Estados e municípios
serão repartida conforme dispõe o art. 20 da Lei Complementar nº 101/00. O
Presidente da República vetou a possibilidade de se negociar, na LDO, outro
nível de divisão. Portanto, os limites da Lei Fiscal são definitivos.
Esfera estadual:
Administração do Estado:...............................49%
Assembléia Legislativa e Tribunal de Contas. 3% (*)
Tribunal de Justiça e outros, quando houver:...6%
Ministério Público:...........................................2%
Total ..............................................................60%
(*) esse limite, de 3%, será distribuído entre Assembléia e Tribunal de Contas
do Estado, conforme média havida nos três últimos exercícios.
Esfera municipal
Prefeitura do Município...................................54% (*)
Câmara dos Vereadores................................... .6% (*)
Total ...............................................................60%
(*) O art. 20, III da Lei de Responsabilidade Fiscal deverá ser interpretado de
modo compatível à Emenda Constitucional 25
29
Poderes e o Ministério Público ultrapassarem essa barreira de prudência, não
poderão conceder aumento, reajuste, vantagem ou qualquer outro tipo de
benefício a seus servidores e, nem tampouco, contratar horas extras e criar ou
prover cargos (exceto na vacância de setores tidos como essenciais, educação,
saúde e segurança).
Por outro lado, se a despesa de pessoal de cada Poder revelar-se menor do que
os limites da L. 101/00, não poderá ele, o Poder, despender mais do que 10%
30
da taxa registrada no exercício imediatamente anterior. Isto, até 2.003 (art. 71,
LRF).
A intenção, claro, é evitar aumentos nos Poderes com folga em seus limites
de pessoal. Fora desse freio de 10% estão as revisões gerais anuais na
remuneração dos servidores (art. 37, X, CF). Exemplo: Tribunal de Justiça do
Estado H:
Limite da LRF........................................6%
Gastos de pessoal em 1999....................4%
Gastos de pessoal em 2000.................4,4% (+ 10% sobre 1999)
Gastos de pessoal em 2001 ................4,8% (+ 10% sobre 2000)
Gastos de pessoal em 2002.................5,0% (+ 10% sobre 2001)
Gastos de pessoal em 2003.................5,5% (+10% sobre 2002)
(*) percentuais sobre receita corrente líquida
31
Vale notar, aqui, a Lei Complementar 101/00 pune a não-adequação com o
corte de transferências, voluntárias. Por outro lado, o Texto Constitucional
penaliza com a suspensão de todos os repasses de verbas federais ou estaduais
(art. 169, § 2º), o que inclui as transferências constitucionais de ICMS, IPVA,
FPM, FPE ; não só as voluntárias.
Seguridade social abarca saúde, previdência e assistência social (art. 194, CF).
A LRF não explicita limites para gastos dos regimes próprios de previdência
dos servidores públicos. Só diz que os benefícios previdenciários devem
indicar sua fonte de custeio e, conforme o caso, serem compensados enquanto
dispêndio obrigatório de caráter continuado (v. item 15).
32
a cobertura dos déficits previdenciários será autorizada, todas as vezes, por
lei específica;
o sistema próprio de previdência, fundo ou autarquia, não emprestará
dinheiro à Prefeitura e, nem tampouco, aos servidores;
o sistema próprio manterá contas bancárias específicas, distintas das do
Tesouro Municipal;
o regime próprio não aplicará seus recursos em títulos da dívida estadual
ou municipal e, nem, em ações de empresas controladas pela própria
Municipalidade;
os servidores participarão dos Conselhos de Administração e Fiscal;
auditorias atuariais serão, periodicamente, realizadas;
o movimento financeiro do Sistema constará de orçamento e balanços
próprios.
33
Duplicidade acontece quando se conta, duas vezes, os repasses, p.ex., da
Prefeitura para uma autarquia municipal, uma vez como receita geral da
Prefeitura, outra na autarquia, como receita transferida. Isto tudo, óbvio,
quando se quer saber a receita de todo o Município. A receita corrente líquida
- RCL é produto do seguinte cálculo:
34
Entendemos que a locução “pagos e recebidos” quer dizer efetivamente
pagos e efetivamente recebidos. Exemplificando: a contribuição, escritural,
de um certo Município ao FUNDEF é $ 1.000 (15% do ICMS, FPM e
IPI/Exp.); deste Fundo recebe ele, o Município, $ 1.500. Há, pois, um ganho
líquido de $ 500. Essa Comuna não contribuiu, de fato, ao FUNDEF geral,
dele só recebeu. Para conhecer a RCL efetiva dessa Municipalidade, não se
pode, simplesmente, considerar os $ 1.000 (15%) e , também, os $ 1.500,
porque nestes estão embutidos aqueles $ 1.000. Somar os dois é incorrer na
duplicidade vedada pelo § 3º, art. 2º, LRF. Portanto, no exemplo, a RCL há
que considerar os $ 1.000 mais o ganho adicional de $ 500.
35
Situação B- Município que contribui ao FUNDEF mais do que dele recebe
(perda parcial):
Da receita corrente líquida se excluirá o valor recebido do
FUNDEF, considerando que na outra parcela, nos 15% do
ICMS, FPM, incluem-se, efetivamente, os valores pagos e
recebidos à conta desse Fundo.
Exemplo:
15% do ICMS, FPM, IPI/Exp. ......................................$ 1.000
(-) Valor recebido do FUNDEF ....................................$ 800
(=) Contribuição paga ao FUNDEF geral... ................$ 200
Obs.: A 2ª. e a 3ª. parcelas compõem, claro, a 1ª, os 15% do
ICMS, FPM etc, valor que, de fato, representa os valores
pagos e recebidos à conta do FUNDEF.
36
os recursos não poderão ser usados para pagar pessoal (art. 167, X, CF);
o ente beneficiado comprovará que nada deve ao concessor e que vem
aplicando os mínimos relativos à Educação e à Saúde;
o ente beneficiado, também, comprovará que vem se sujeitando aos limites
de endividamento e de gastos de pessoal, bem assim que cobra todos os
tributos de sua competência;
o ente beneficiado demonstrará que previu, em orçamento, a parte
financeira que lhe cabe no convênio (contrapartida).
PASSIVO PERMANENTE
Dívida Fundada Interna
Em Títulos
Por Contratos
37
Inova, a Lei Fiscal, quando, na dívida consolidada, insere:
as operações de crédito de prazo inferior a 12 meses (diferente do que
estabelece o art. 98, L. 4.320);
os precatórios judiciais não pagos em exercícios anteriores.
Para tanto, parâmetros, por esfera de governo, serão propostos pelo Presidente
da República, 90 dias após a publicação da LRF. O Senado decidirá, emitindo,
decerto, nova Resolução sobre endividamento.
38
Município que estiver acima de 90% dos respectivos limites (art. 59, § 1º, III,
LRF).
39
Nessa dinâmica, esse Ministério concentrará mais atribuições, pois fará o
controle eletrônico da dívida da União, Estados e Municípios, franqueando
suas informações ao público em geral. Nessa linha de atuação, aquela
repartição federal divulgará, todo mês, relação dos Estados e Municípios que
ultrapassaram as barreiras das dívidas consolidada e mobiliária.
40
Estão vedadas, igualmente, as operações entre banco público e seu ente
controlador (ex.: Nossa Caixa-Nosso Banco não pode emprestar dinheiro
ao Governo do Estado de S. Paulo);
Estão proibidos a emissão, o aceite e o aval de papéis emitidos por
particulares.
Restos a Pagar quer dizer despesa empenhada mas não paga até o fim do
exercício financeiro, até 31 de dezembro, portanto.
41
orçamentário, aceitando-se, por conseguinte, orçamentos superdimensionados
ou créditos adicionais sem recurso financeiro.
No derradeiro ano de gestão, as restrições da Lei Fiscal vão ainda mais longe.
Com efeito, nos oito últimos meses (maio a dezembro) não se poderá assumir
despesa sem lastro financeiro, mesmo que ela se estenda pelo exercício
seguinte. Exemplificamos tal situação:
42
Tendo por base o Relatórios Fiscal e Orçamentário do último período do ano,
o Tribunal de Contas observará a correta inscrição em Restos a Pagar. Vale
salientar, o projeto de lei de crimes fiscais. responsabiliza os que ordenaram
tal inscrição em limite que exceda o permitido pela Lei 101/00.
43
Exemplo típico de atividade é a operação, o custeio dos serviços de saúde,
educação, saneamento básico, já instalados e em pleno funcionamento.
44
eletrônico (Internet); a União prestará assistência técnica e financeira para
os municípios adaptarem-se a tal missão (art. 64, LRF);
o Poder Público realizará audiências públicas à epoca da elaboração do
plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamento anual (parágrafo único,
art. 48, LRF)
para consulta e apreciação dos cidadãos, as contas do Município
permanecerão, durante todo o exercício, disponíveis na Câmara dos
Vereadores. Não somente por 60 dias, conforme faculta a Carta de 1.988
(art. 31, § 3º).
Até o final de maio, setembro e fevereiro, a Prefeitura, em audiência
pública, demonstrará o cumprimento do previsto na LDO (déficit ou
superávit, nível da dívida etc). Municípios menores que 50 mil habitantes
farão essas audiências a partir de 2.006, em períodos semestrais.
45
As despesas de terceirização de mão-de-obra serão classificadas em
subconta do elemento 3.1.1.1-03 (Outras Despesas de Pessoal) e, não
mais, no elemento 3.1.3.2 (Outros Serviços e Encargos);
Os registros contábeis identificarão pessoas e empresas que receberam
precatórios judiciais;
Os precatórios não pagos serão consolidados na Dívida Fundada;
Operações de crédito de prazo inferior a 12 meses serão inclusas em Dívida
Consolidada;
O Poder Público manterá contabilidade de custos, no intento de avaliar a
eficiência dos programas governamentais.
Até 30 de junho a União agregará as contas públicas como um todo e por nível
de governo. O produto dessa tarefa será disponibilizado ao público, inclusive
por meio eletrônico.
46
O Relatório de Gestão Fiscal, feito por Poder, revela a realização de despesas
sujeitas a limite (pessoal, ARO, Restos a Pagar) e a posição da dívida,
também submetida a barreiras.
47
LRF provêm tal lacuna, elencando diversos elementos que integram o
demonstrativo.
48
As receitas evoluíram abaixo do esperado ou a dívida consolidada superou
os limites e, diante de uma ou outra causa, a Administração ainda não
“congelou” dotações e quotas financeiras?
O estoque da dívida consolidada apresenta-se superior a 90% do limite
máximo da Resolução Senatorial?
A despesa de pessoal ultrapassa 90% do limite máximo estabelecido na lei
fiscal?
Os gastos com inativos e pensionistas superou o limite da Lei 9.717?
A Lei Fiscal não prevê a entrega desses Relatórios aos Tribunais de Contas,
cabendo a estes emitir Instruções Normativas disciplinando a remessa, em
tempo hábil, dos demonstrativos em questão.
49
40 – CALENDÁRIO DE ATIVIDADES DA LEI FISCAL
Estado e Município
municípios s com
com mais menos de
de 50 mil 50 mil
habitantes habitantes
1. elaboração do novo Fevereiro Fevereiro Texto da LDO aprovado até
conteúdo da lei de diretrizes de 2.001 de 2.001 30/6/2.001
orçamentárias – LDO
2- preparação do Anexo de Fevereiro Fevereiro Anexo de Metas e Riscos
Metas e Riscos Fiscais de 2.001 de 2.005 Fiscais aprovado até 30/6
3-Formulação do novo Julho de Julho de Texto da LOA aprovado até
conteúdo da Lei 2.000 2.000 31/12/2.000
Orçamentária Anual – LOA
4-elaboração do Anexo de Julho de Julho de Anexo de compatibilidade
compatibilidade da Lei de 2.000 2.000 LDO-LOA-aprovado até 31/12
orçamento com as metas
fiscais da LDO
5-elaboração do documento Julho de Julho de Anexo à LOA, aprovado até
sobre compensação de 2.000 2.000 31/12/2000
despesas continuadas e
renúncia de receitas
6-Contingenciamento de 1° bim. De 1º bim. de Texto da LDO; Relatório
dotações para se cumprir 2.002, se 2.006, se Resumido de Execução
metas fiscais necessário necessário Orçamentária.
50
9- Apuração dos Limites da Fim do 2º Fim do 2º Relatório de Execução
Despesa de Pessoal Quadri- semestre Orçamentária e Relatório de
Mestre de de 2.000 Gestão Fiscal.
2.000
51
20 – Adição de informações 2º 2º Balanços trimestrais
suplementares nos balanços trimestre trimestre
das empresas estatais, que de 2.000 de 2.000
mantêm contratos de gestão
21 – envio das contas à 30/4/2.001/ 30/04/2.001
União, para fins de municípios;
consolidação anual 30/5/2.001/
Estado
22- estabelecimento da 31/01/2001 31/01/2001 Demonstrativo de cotas
programação mensal de mensais
desembolso financeiro
23-realização de audiência Maio de Junho de
pública para se demonstrar 2.002 2.006
o cumprimento das metas
fiscais
52
41 – AS PUNIÇÕES PELO NÃO-CUMPRIMENTO DA LEI DE
RESPONSABILIDADE FISCAL
PUNIÇÃO PUNIÇÃO SG. PL
INDISCIPLINA FISCAL ADMINISTR. (1) 621/99 (2)
53
9-realização de operações de Reclusão de 1 a 2 anos
crédito em desacordo com
Resolução do Senado
54
42- GLOSSÁRIO DE SIGLAS
55
43 – BIBLIOGRAFIA
56
RESOLUÇÃO Nº. 1/00
TCA-38.023/026/98
RESOLVE:
Robson Marinho
Presidente
Antonio Roque Citadini
Eduardo Bittencourt Carvalho
Edgard Camargo Rodrigues
Fulvio Julião Biazzi
Cláudio Ferraz de Alvarenga
José Lauri Miskulin
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INSTRUÇÕES Nº 1/00
TCA-38.023/026/98
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RESOLVE EDITAR AS SEGUINTES INSTRUÇÕES:
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modelo padronizado do Relatório Resumido da Execução Orçamentária e do
Relatório de Gestão Fiscal.
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§ 4º - Serão remetidas, quando houver, leis que
alterem a Lei Orçamentária Anual.
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Artigo 8º - Ficam revogados os dispositivos das
Instruções nº. 1 e 2, de 30 de dezembro de 1998, deste Tribunal de Contas que
contrariem as normas das presentes Instruções.
ROBSON MARINHO
Presidente
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