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O artigo discute os microfundamentos das capacidades dinâmicas no nível do gerente

individual. Para tanto, as autoras elaboram o conceito de capacidade cognitiva gerencial,


segundo a qual as capacidades envolvem atributos físicos e também mentais.
As autoras discutem tipos distintos de capacidades cognitivas balizadoras de
capacidades gerenciaius dinâmicas relacionadas à percepção (sensing), captura das
oportunidades (seizing) e reconfiguração (reconfiguring), explicando o possível impacto na
mudança estratégica organizacional.
Diversos aspectos influenciam na tomada de decisão, dentre eles a capacidade
gerencial cognitiva, marcada pela capacidade de uso de diversas formas cognitivas, como a
controlada e a automática. Assim, capacidade gerencial cognitiva é a capacidade de um gerente
individual de realizar atividades mentais relacionadas à cognição.
O trabalho parte do pressuposto de que os gestores possuem capacidades dinâmicas para
construir, reconfigurar e reposicionar recursos e capacidades organizacionais. A noção de
capacidades dinâmicas e cognição dos gestores é especialmente importante na explicação das
razões pelas quais gerentes de alto nível têm capacidades mais eficazes do que outros para
responder a demandas de ambientes em constante mutação.
Apregoa-se que há estreita relação entre o desempenho cognitivo da gerência superior
e o desempenho organizacional, à medida que a heterogeneidade do CEO, ou seja, as
habilidades gerenciais no topo da organização são capazes de afetar a mudança estratégica e o
desempenho organizacional. Isso é possível porque as diferenças de desempenho das
organizações resultam, em certa medida, das diferentes abordagens dos CEOs oriundas de suas
distintas cognições gerenciais.
Há dois modos de processamento mental. O primeiro deles, refere-se ao automático,
segundo o qual as respostas originam-se de atividades mentais automáticas e rápidas a estímulos
e dados externos. O segundo, relaciona-se ao processo mental controlado, caracterizado pela
maior lentidão e deliberação nas respostas e na análise situacional.
Quaisquer atividades cognitivas são passíveis de desenvolvimento por meio da prática
e treinamento. A prática é capaz de alterar a quantidade e o tamanho das áreas cerebrais
utilizadas no desempenho de habilidades cognitivas. Deste modo, há evidências de que o
desempenho de atividades mentais depende da experiência anterior em sua aplicação.
Diferenças estabelecidas no contexto da prática e treinamento levam à heterogeneidade das
capacidades cognitivas.
O artigo utiliza a metodologia de revisão teórica e conceitual sobre microfundamentos
de capacidades dinâmicas, relacionando a temática com o desenvolvimento de aspectos
cognitivos gerenciais, desempenho organizacional e mudança estratégica.
Salienta-se a estreita relação entre estabelecida entre capacidades gerenciais dinâmicas
de sensing, seizing e reconfiguring, determinadas capacidades gerenciais cognitivas e
potenciais impactos na mudança estratégica, cuja culminância evidencia-se no desempenho
organizacional.

Desempenho organizacional Desempenho organizacional Desempenho organizacional

Alinhamento
Mudança Reconhecimento de Investimento
estratégico/Superação
estratégica oportunidades e estratégico/Desenho
de resistência à
criação de modelo de negócios
mudança

Capacidades
gerenciais Sensing Seizing Reconfiguring
dinâmicas

Capacidades Linguagem e
Resolução de
cognitivas Percepção/Atenção comunicação/Cognição
problemas e raciocínio
gerenciais Social

Demonstrou-se que a heterogeneidade das capacidades cognitivas provavelmente


produz heterogeneidade das capacidades gerenciais dinâmicas entre os gestores de topo, o que
pode ensejar desempenho diferenciado entre as organizações. Isso é importante, pois fornece
insights acerca da modelagem do contexto organizacional na diminuição da resistência à
mudança, incentivo à cooperação, e na realização de novos e distintos investimentos, entre
outros.

Referências

Helfat, C. E., & Peteraf, M. A. (2015). Managerial cognitive capabilities and the
microfoundations of dynamic capabilities. Strategic Management Journal, 36(6), 831–
850.

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