Você está na página 1de 230

GESTÃO DE CONTRATOS

E LICITAÇÕES
Paulo Ricardo G. Gomes ©
profpgomes@gmail.com ou equipetd@brturbo.com.br
http://groups.google.com.br/group/equipetd
http://pessoal.educacional.com.br/up/2600001/629690/t192.asp
AS
AP IS
M A
m T
co MEN

ENAP 2

Boa noite! Não se pode esquecer que os slides a


seguir - desenvolvidos ao longo de anos de atividade
docente do prof. Paulo Ricardo G. Gomes junto à
ABOP, principalmente - estão sujeitos, infelizmente, a
rápidas desatualizações diante de cada normativo, da
LDO anual, de decisões judiciais, de entendimentos da
Controladoria-Geral da União, do Tribunal de Contas
da União, de tribunais e conselhos de contas, etc..;
além da instrutoria não pretender substituir as
orientações técnicas que se ofereçam às situações-
limite do cotidiano dos órgãos/entidades dos(as)
prezados(as) alunos(as).

Versão - junho/2005

Paulo Gomes ©

1
ENAP

GÊNESE DA LEI n.° 8.666/93


3

¾A Transparência Internacional considera a nossa lei de licitações


como uma das melhores do mundo (cf. Jornal Nacional de
25/02/2002).
¾“A Lei n.° 8.666/93 não é uma lei ruim, mas foi elaborada num
contexto de grande preocupação com o controle das obras
públicas” (Renata Vilhena).
¾Desde junho de 2005, nas licitações para aquisição de bens e
serviços comuns, será obrigatória a modalidade pregão, sendo
preferencial a utilização da sua forma eletrônica (salvo
comprovada inviabilidade, a ser justificada pela autoridade
competente), conforme artigo 4° do Decreto n° 5.450, de
31.05.2005 (in DOU de 01.06.2005).
¾O Tribunal de Contas da União determinou que fosse priorizado
o pregão na aquisição de bens e serviços, observando o art. 3º do
Decreto nº 3.555/00 (item 9.2.20 do Acórdão nº 845/2005-TCU-
2ª Câmara, DOU de 01.06.2005, S. 1, p. 198). Paulo Gomes ©

ENAP 4
TRABALHOS LEGISLATIVOS
• PLS n.º 59/92 (PLC n.º 1.491-D, de 1991) - Dep. Luís
Roberto Ponte (PMDB-RS).
• Outros projetos: a) CPI das obras públicas (Senador Élcio
Álvares, PFL-ES); b) anteprojeto do TCU (Ministro Paulo
Afonso); c) do Senador Fernando Henrique Cardoso
(segundo a Gazeta Mercantil de 23/09/92, a razão média
“prêmio das seguradoras/PIB”, de 1960-90, ficou, no Brasil,
em 0,88%; enquanto que, nos EUA, situou-se em 8,4%) e;
d) Substitutivo do Senador Pedro Simon (PMDB-RS; Relator
no Senado Federal).
• Resgate do denominado “Projeto Ponte” pelo Deputado
Walter Nory (PMDB-SP).
• Destaques (DVS’s em apoio às teses do Substitutivo do SF)
apresentados pelos Deputados Federais: Aloízio Mercadante;
Geraldo Alkmin; Gerson Peres; Israel Pinheiro Filho; Nelson
Jobim; Roberto Freire e Valdimir Palmeira.
Paulo Gomes ©

2
ENAP 5

POLARIZAÇÃO PARLAMENTAR NO RS
Pró o PL n.° 1491-D
Contra o PL n.° 1491-D

Senador Pedro Simon Dep. Luís R. Ponte


(PMDB/RS)
(PMDB/RS)
¾Fotografias obtidas nos sites do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. Paulo Gomes ©

Pregão: modalidade preferida


ENAP 6

• É a modalidade de licitação preferida, instituída no âmbito dos 3


Poderes da União, Estados, DF e Municípios que vem a somar-se
àquelas previstas na Lei n.° 8.666/93, para aquisição de bens e
serviços comuns (1. qualquer que seja o valor estimado do contrato;
2. à exceção de serviços de engenharia, cf. Decisão n° 195/2002-
TCU-P), em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de
propostas e lances, em sessão pública, cujo critério de julgamento é
tão somente o de menor preço, tendo sido instituído pela Lei de n.°
10.520, de 17/07/2002.
• Para as agências reguladoras que não disponham de regulamento
próprio para compras e contratações, poderão adotar o pregão.
• A Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, por intermédio
do Ofício-Circular n.° 27/DLSG/SLTI/MP, de 29/09/00, recomendou
que as aquisições de bens e serviços comuns fossem realizadas por
meio do “pregão”, afirmando que a não utilização da referida
modalidade seria objeto de verificação por parte da Secretaria
Federal de Controle Interno (ver § 1°, art. 4° do Decreto n° 5.450,
de 31.05.2005, que regulamentou o pregão, na forma eletrônica).
• O pregão – mesmo antes da Lei n.° 10.520/2002, foi regulamentado
pelo Decreto n.° 3.555, de 08.08.2.000, com fulcro em MP; e após o
Decreto de nº 5.450, de 31.05.2005 (art. 4°, é a modalidade
obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns). Paulo Gomes ©

3
Decreto Federal n.° 3.555/00
ENAP 7

• A lista de serviços comuns constante do Anexo II do Decreto n°


3.555, de 2000, não é exaustiva, haja vista a impossibilidade
de relacionar todos os bens e serviços comuns utilizados pela
Administração (Decisão n° 343/2002-TCU-Plenário, Relatório do
Ministro Relator).
• Consideram-se bens e serviços comuns aqueles cujos padrões
de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
definidos no edital, por meio de especificações usuais
praticadas no mercado. Os padrões de desempenho permitem
ao agente público analisar, medir ou comparar os produtos
entre si e decidir-se pelo menor preço, motivado e
fundamentado (ver § 1, art. 2°, Decreto n° 5.450, de
31.05.2005, publicado no DOU de 01.06.2005).
• É possível a contratação de mão-de-obra especializada para a
prestação de serviços de manutenção de bens móveis por meio
da modalidade pregão (Decisão n° 674/2002-TCU-Plenário).
Paulo Gomes ©

Decreto Federal n.° 3.555/00


ENAP 8

• O pregão não é mais aplicável apenas à União ( conforme previa o


art. 1.°); pela Lei n.° 10.520/2002, aplica-se a E, DF e M.
• Pode ser utilizado qualquer que seja o valor estimado da
contratação (art. 2.°).
• Será nomeado um pregoeiro para levar avante a licitação,
atribuindo-lhe o recebimento das propostas e lances, a análise de
sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a
adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor (inc. IV do
art. 3.°).
• O prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a
partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 dias (inc. V do
art. 4.°).
• Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão, as
normas da Lei n.° 8.666/93 (art. 8.°, Sic), que dispõe sobre as
normas gerais e que proíbe, curiosamente, a criação de outras
modalidades de licitação (§ 8.°, art. 22 da Lei n.° 8.666/93).
Paulo Gomes ©

4
Art. 7.° da Lei n.° 10.520/2002
ENAP 9

• Quem, convocado no prazo de validade da proposta,


não celebrar contrato ou apresentar documentação
falsa, retardar a execução do objeto, não mantiver a
proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato,
comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude
fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com a U,
E, DF ou Municípios e será descredenciado no Sistema
de Cadastro Unificado de Fornecedores-SICAF (vide
inc. I, art. 1.° da IN/SLTI/n.° 01/2002, in DOU de
09/08/2002), ou em sistema congênere, pelo prazo de
até 5 (cinco) anos, sem prejuízo da multa prevista em
edital e no contrato e das demais cominações legais
(ver, ainda, art. 28 do Decreto n° 5.450, de
31.05.2005, publicado no DOU de 01.06.2005).
• Ver, também, inciso III, artigo 87 da Lei n.° 8.666/93.
Paulo Gomes ©

ENAP 10

2 fases do pregão presencial


• No pregão, haverá 2 fases: a) preparatória (interna):
será justificada a necessidade da contratação, definido o
objeto do certame e estabelecidas as exigências de
habilitação, assim como os critérios de aceitação das
propostas, sanções por inadimplemento e cláusulas
contratuais; será designado um(a) servidor(a), chamado
“pregoeiro(a)”, para conduzir a licitação, dispensada,
portanto, a comissão (o certame será regulado por edital);
b) externa (operacional): compreenderá a divulgação
do pregão, mediante a publicação no DOU e em jornais,
facultando-se a divulgação por meio eletrônico; na data da
sessão, os interessados entregarão 2 envelopes (a -
proposta com indicação do objeto e do preço oferecido; b
- documentação), sendo realizado o julgamento e
classificação, seguidos da habilitação da melhor proposta
e, finalmente, da proclamação do vencedor.
Paulo Gomes ©

5
ENAP 11

Infra-estrutura para o
pregão presencial
• A realização do pregão presencial requer
a seguinte infra-estrutura física e de
equipamentos: a) auditório com mesa ou
bancada para a equipe de apoio; b)
sistema de projeção com tela ou quadro
de giz; c) sistema de gravação (para
maior segurança jurídica em relação aos
atos praticados; olha a dica do saudoso
Juruna aí, gente!).

Paulo Gomes ©

ENAP 12

Pregão presencial - etapa competitiva


• Credenciamento (pela equipe de apoio);
• Recebimento dos envelopes separados (proposta e
documentação);
Obs.: os fornecedores cadastrados no Sistema de Cadastro
Unificado de Fornecedores-SICAF, ou sistema semelhante
mantido por E, DF e M, estão dispensados de apresentar os
documentos de habilitação (inc. XIV, art. 4.° da Lei n.°
10.520/2002).
• Abertura das propostas (equipe de apoio verifica conformidade
de cada proposta com os requisitos definidos no edital);
• Proclamação dos licitantes de melhor oferta escrita.
• Lances verbais pelos proponentes (cujas propostas escritas
situaram-se entre a de menor preço e de 10% acima da
primeira; na impossibilidade de 3 ofertantes verbais, pelos
autores das 3 melhores propostas). Paulo Gomes ©

6
ENAP 13

Recurso no pregão
• O licitante deverá manifestar, de viva voz, ao pregoeiro a
intenção de interpor recurso, imediatamente após a declaração
do vencedor. A manifestação necessariamente explicitará
motivação consistente, que será liminarmente avaliada pelo
pregoeiro, o qual decidirá pela sua aceitação ou não (em caso
de dúvida, sugere-se a aceitação e a abstenção quanto à
adjudicação). Admitido o recurso, o licitante disporá de 3 dias
para apresentar o recurso por escrito, o qual será
disponibilizado a todos os participantes em dia, horário e local
previamente comunicados (durante a sessão do pregão). Os
demais licitantes poderão apresentar contra-razões em até 3
dias, contados do término do prazo do recorrente (inc. XVIII,
art. 4.° da Lei n.° 10.520, de 17/07/2002; ver, ainda, art. 26 do
Decreto n° 5.450, de 31.05.2005).
¾ Qualquer dúvida sobre a modalidade pregão, inclusive na forma
eletrônica, sugerimos contactar os telefones (61) 3313-1563,
3313-1454 ou 3313-1457 (Departamento de Logística e
Serviços Gerais-DLSG); ou 0800-9782329 (SERPRO). Paulo Gomes©

ENAP 14

Decreto n° 5.450, de 31.05.2005 (DOU


de 01.06.2005) - Pregão eletrônico 1
• Nas licitações para aquisição de bens e contratação de serviços
comuns será obrigatória a modalidade pregão, sendo
preferencial a utilização de sua forma eletrônica (art. 4°).
• O pregão, na forma eletrônica, como modalidade de licitação
do tipo menor preço, realizar-se-á quando a disputa pelo
fornecimento de bens ou serviços comuns for feita à distância
em sessão pública, por meio de sistema que promova a
comunicação pela Internet (art. 2°).
• Recursos de criptografia e de autenticação serão utilizados nos
pregões eletrônicos visando segurança.
• A Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, do MP,
atuará como provedor do sistema eletrônico (para os órgãos do
SISG), e poderá ceder o uso do sistema para E, DF e M,
mediante celebração de termo de adesão. Paulo Gomes
©

7
ENAP 15

Decreto n° 5.450, de 31.05.2005 (DOU


de 01.06.2005) - Pregão eletrônico 2
• Há credenciamento (chave de identificação e senha privativa)
no sistema da autoridade do órgão promotor do pregão
eletrônico, do pregoeiro, dos membros da equipe de apoio, dos
licitantes que participarão do certame (art. 3°); todavia, na
dependência de registro atualizado no SICAF.
• Com o descadastramento no SICAF, a chave de identificação e
a senha privativa serão canceladas (§ 3°, art. 3°, e parágrafo
único, art. 13).
• Qualquer interessado pode acompanhar o desenvolvimento do
pregão eletrônico em tempo real, por meio da Internet (art.
7°).
• O edital estará no endereço http://www.comprasnet.gov.br
• O prazo para a apresentação de proposta não será inferior a 8
dias úteis (§ 4°, art. 17). Paulo Gomes ©

ENAP 16

Decreto n° 5.450, de 31.05.2005 (DOU de


01.06.2005) - Pregão eletrônico 3
• Horário de Brasília-DF.
• Impugnação do ato convocatório até 2 dias úteis antes da data
fixada para a abertura da sessão pública (art. 18).
• O sistema disponibilizará campo próprio para a troca de
mensagens entre o pregoeiro e os licitantes (§ 5°, art. 22).
• Etapas: classificação, ordenação das propostas e fase
competitiva (lances por meio eletrônico).
• Publicação do aviso:
– até R$ 650 mil → no DOU e na Internet;
– acima de R$ 650 mil e até R$ 1,3 milhão → no DOU, na
Internet e em jornal local;
– acima de R$ 1,3 milhão → no DOU, na Internet e em jornal
regional/nacional. Paulo Gomes ©

8
ENAP 17

Decreto n° 5.450, de 31.05.2005 (DOU de


01.06.2005) - Pregão eletrônico 4
• Não serão aceitos lances iguais; prevalecendo aquele que for
recebido e registrado primeiro, vedada a identificação do
licitante (§§ 4° e 5°, art. 24).
• Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá recorrer, tendo
3 dias para apresentar suas razões à Administração, a qual
concederá mais 3 dias para que os demais licitantes
apresentem suas contra-razões (art. 26).
• Qualquer dúvida sobre a modalidade pregão, inclusive na forma
eletrônica, sugerimos contactar os telefones (61) 3313-1563,
3313-1454 ou 3313-1457 (Departamento de Logística e
Serviços Gerais-DLSG); ou 0800-9782329 (SERPRO). Nos dias
30.06 e 01.07.05 haverá a 2ª videoconferência gratuita sobre
pregão eletrônico e cotação eletrônica para servidores públicos
federais (conferir no sítio http://www.comprasnet.gov.br).
Paulo Gomes ©

ENAP 18

UMA PEQUENA INTRODUÇÃO À LICITAÇÃO


DISPENSÁVEL (artigo 24, incisos IV e XIII)
E À LICITAÇÃO INEXIGÍVEL (artigo 25)

Paulo Gomes ©

9
DISPENSAS
ENAP 19

• Há hipóteses em que a licitação é dispensada (alíneas dos inc.


I e II e § 2.° do art. 17; p.e. a permuta de um imóvel por
outro), dispensável (art. 24) e inexigível (art. 25).
• Quando dispensável, há, em tese, possibilidade de
competição que, contudo, a lei não torna obrigatória, mas
facultativa, a juízo do Poder Público.
• A inexigibilidade é caracterizada pela própria natureza do
objeto, sendo reservada, também, para o caso de uma única
pessoa poder materializá-lo (vide Parecer/AGU/n.°GQ-89, in
DOU de 17/11/1995).
• “É requisito de seriedade de da validade dos atos
administrativos que haja a explicitação dos motivos da
dispensa da licitação, para que se possa confrontar os
declinados pela Administração Pública com os efetivamente
existentes na realidade empírica (TJ/SP, RT 692/59”; citado
por Renato Geraldo Mendes, na obra “Lei de Licitações e
Contratos Anotada”, Znt Editora, 3.ª ed., p. 77).
Paulo Gomes ©

ENAP
DISPENSAS 20

• As dispensas (pars. 2 e 4 do art. 17; incs. III a XXI do art.


24) e as inexigibilidades (art. 25), necessariamente
justificadas (atos motivados), deverão ser comunicadas
dentro de 3 dias à autoridade superior (*), para ratificação
e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 dias, como
condição para eficácia dos atos; devendo constar dos
autos a caracterização da situação emergencial ou
calamitosa, a razão de escolha do fornecedor e
executante, a justificativa do preço e o documento de
aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens
serão alocados - art. 26 da Lei n.° 8.666/93 (vide
Decisão/TCU/n.° 088/96, in DOU de 10/07/96, p. 12.784).
• (*) Obs.: vide: a) Parecer/AGU/n.° GQ-191, in DOU de
7/05/99, S. 1, p. 113; b) Parecer n.° 20/97-CORIC/SFC, de
29/08/97; e c) Resolução do TC/PR n.° 37.842/93.
Paulo Gomes ©

10
DISPENSAS (inc. IV do art. 24)
ENAP 21

• Quanto às dispensas por emergência ou por


calamidade pública, a Lei n.° 8.666/93 reduziu
o espaço discricionário do gestor; sendo
inovações: a) a contratação somente dos bens
necessários ao atendimento da emergência ou
da calamidade pública (sobre quantidade muito
superior à necessária, vide instrução à Decisão
n° 194/2001-TCU-Plenário); b) a conclusão em
até 180 dias ininterruptos e; c) vedação de
prorrogação (vide, por curiosidade, Decisão n.°
347/94-TCU-Plenário; Decisão n.° 820/1996-
TCU-Plenário e Acórdão n° 060/2001-TCU-
Plenário).
Paulo Gomes ©

ENAP 22

DISPENSAS
(inc. IV do art. 24)
• Imprevidência e incompetência não se confundem com
emergência; muitas vezes, o urgente de hoje é o que não
foi providenciado a tempo pela Administração.
• Muitas vezes, a situação emergencial decorre da falta de
planejamento administrativo ou de previsão para
necessidades perfeitamente previsíveis. Em tais casos há
mais negligência, do que urgência e; pela negligência,
responderá a autoridade omissiva, nos termos dos artigos
121 a 126 da Lei n.° 8.112/90 (Decisão/TCU/n.° 397/96 -
Plenário, in DOU de 23.07.96, p. 13.661; Decisão/TCU/n.°
347/94 - Plenário, item 8.2, a.1, in DOU de 21.06.94,
Seção 1, p. 9.042; bem como Decisão/TCU/n.° 172/96, in
DOU de 22.04.96, Seção 1, p. 6.805).
Paulo Gomes ©

11
ENAP
DISPENSAS 23

(inciso IV do art. 24)


• A aplicação de sanções previstas em lei, bem
como a apreciação do Poder Judiciário
(Súmula/STF/n.° 473), independem da
aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de
controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho
de Contas, conforme consta do inc. II, art. 21
da Lei nr. 8.429, de 02.06.92, a qual dispõe
sobre enriquecimento ilícito.
• Quanto ao controle por ação popular da
contratação sem licitação, ver ILC n.° 16, de
junho/96, p. 378; bem como STJ/DJ de
12/08/94, p. 20.052.
Paulo Gomes ©

ENAP 24

DISPENSAS
(inc. IV do art. 24)

• “Por outro lado, o atendimento de certas


situações pelo Poder Público há de ser
imediato, sob pena de a procrastinação causar
prejuízos ou comprometer a segurança dos
administrados, de obras, de bens e de
equipamentos;(...) nestes casos, há obrigação
imediata e urgente da Administração Pública
em evitá-los” (Diógenes Gasparini).

Paulo Gomes ©

12
ENAP 25

DISPENSAS
(Caracterizadores da emergencialidade)

• Imprevisibilidade da situação dentro de um quadro de


mediana percepção pelo gestor.
• Que a situação não se tenha originado, total ou
parcialmente, da falta de planejamento, da desídia
administrativa ou da má gestão dos recursos
disponíveis (culpa ou dolo do agente público).
• Que exista urgência concreta e efetiva do
atendimento, bem como reconhecida e declarada.
• Que o risco se mostre iminente e gravoso.
• A contratação seja a solução suficiente.

Paulo Gomes ©

ENAP 26

DISPENSAS
(inc. IV do art. 24)
• “O recurso à dispensa de licitação por
emergência não pode ser utilizado como um
remédio igual àquelas poções mágicas vendidas
nas feiras como curativos de todos os males”
(in “Revista do Tribunal de Contas do Município
do Rio de Janeiro”, n.° 9, p. 11-12, 1990).
• Ver processo TC-009.248/94-3 (DOU de
21/06/94), publicado no BLC (da Ed. NDJ) n.°
9/94, p. 432.
Paulo Gomes ©

13
DISPENSAS
ENAP 27

(inc. XIII do art. 24)


• Pela Decisão de n.° 657/97-TCU-P, pode-se entender
como instituição dedicada ao desenvolvimento
institucional aquela cujos fins não se encontram na
própria organização, nem em seus dirigentes ou
proprietários, mas no meio em que se situam e para o
qual direcionam suas ações e esforços.
• Não é possível a subcontratação em contratos
firmados com base em dispensa de licitação nos
termos do art. 24, inciso XIII, da Lei n° 8.666/93,
conforme Decisão n° 138/98-TCU-Plenário (DOU de
07.04.1998) e alínea “e”, item 8.4 da Decisão n°
30/2002-TCU-Plenário (DOU de 15.02.2002).

Paulo Gomes ©

DISPENSAS
ENAP 28

(inc. XIII do art. 24)


• Na Decisão n.° 830/98 (Ata/TCU/n.° 48), o Tribunal de
Contas da União firmou entendimento de que a dispensa
com base no inc. XIII, art. 24 da Lei n.° 8.666/93 é
admitida apenas “quando, excepcionalmente, houver nexo
entre este dispositivo, a natureza da instituição e o objeto
a ser contratado”.
• Merece destaque o relacionamento entre as Instituições
Federais de Ensino Superior e as chamadas fundações de
apoio, disciplinado pela Lei n° 8.958, de 20.12.1994, que
autorizou as Universidades a contratar, nos termos do
inciso XIII, art. 24 da Lei n° 8.666/93, por prazo
determinado, instituições criadas com a finalidade de dar
apoio a projetos de pesquisa, ensino e extensão e de
desenvolvimento institucional, científico e tecnológico de
interesse das instituições federais contratantes (art. 1°).
Paulo Gomes ©

14
ENAP 29
Cuidados redobrados com as “FIN..., FUN...”
(fundações de apoio vinculadas a instituições de ensino superior)
• O TCU, na Decisão de n.° 657/97-TCU-P, de 29.09.97, determinou a
extinção de contrato firmado, na base do inc. XIII do art. 24, entre o
MMARHAL e a Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia
Espaciais (FUNCATE), devido à falta dos procedimentos licitatórios
pertinentes; “vide” Parecer n.° 36/DIORI/CORIC/SFC, de 10.12.97,
no qual a SFC determina às CISET’s que orientassem os Ministros de
Estado no sentido de que promovessem o “certame licitatório, não
cabendo a dispensa do inc. XIII, do art. 24”.
• Conferir também Decisões/TCU/n.°s 830/1998-P (Ata n.° 48/98-P;
MEC e FIA/USP); 252/1999-P (Ata n.° 19/99-P; MPO e FAPEU/UFSC);
346/1999-P (Ata n.° 22/99-P; IBAMA e FIA/USP); 302/98-1ª C (TRF
1ª R e FINATEC).
• Não se pode transferir, à fundação de apoio, prática de atos de
competência exclusiva de unidade integrante da estrutura de
Universidade Federal (“d”, item 8.1.1 da Decisão 321/2000-TCU-P);
pois que a Universidade possui estrutura e pessoal (“h”, item 8.1 da
Decisão n° 267/98-TCU-2ª Câmara). Paulo Gomes ©

ENAP 30
Correio Braziliense, 16/04/2004, p. 24
• “3 fundações de apoio à UnB (Finatec; Fubra e Fepad), que deveriam ter
finalidade social, funcionam como empresas, à mercê do mercado, sem
levar em conta a necessidade de pesquisa e extensão da UnB”.
• “As três usam a grife da UnB em benefício próprio. O uso resulta em
contratos e convênios que não se revertem em conhecimento, pesquisa e
nem em dinheiro para a instituição (UnB)” (profª Alejandra Pascual, da
Adunb).
• “A natureza dos contratos firmados nada tem a ver com o caráter altruísta
de uma fundação”.
• “Há prestação de serviço ilícita porque não tem relação com atividades de
pesquisa ou qualquer outra determinação do estatuto da fundação”.
• “Os professores das universidades federais têm dedicação exclusiva”.
• Relativamente ao repasse de recursos ao caixa da UnB, a Finatec fez
pequeno repasse; a Fubra não transferiu nada (mais de 90% dos recursos
foram destinados a pagamentos de pessoas jurídicas e a gastos com
viagens internacionais).
• “O trabalho das fundações é nefasto, a Adunb fez bem em ir atrás” (José
Domingues, vice-presidente do Andes).
• “Quando existe a necessidade de comprar algum item fundamental a uma
pesquisa, os departamentos recorrem às fundações”, disciplinadas pela Lei
n° 8.958, de 20/12/1994. Paulo Gomes ©

15
ENAP 31

INEXIGIBILIDADES
(artigo 25)
• As hipóteses dos incisos do art. 25 (meramente
ilustrativas; diversamente das dispensas do art.
24, que são numerus clausus) não têm
autonomia conceitual, pois que se subordinam
à cabeça daquele; a inexigibilidade de licitação
se materializa somente quando a competição
for inviável. O pré-requisito da inexigibilidade é,
indubitavelmente, a inviabilidade de
competição. Paulo Gomes ©

ENAP 32

INEXIGIBILIDADES
(artigo 25)
• Na hipótese de contratação de pessoa jurídica
(que não de publicidade e divulgação; art. 1 e
inc. II do art. 25), se esta apresentar relação
de integrantes de seu corpo técnico como
elemento de justificação da inexigibilidade de
licitação, ficará obrigada a garantir que os
referidos integrantes realizem pessoal e
diretamente os serviços objeto do contrato (§
3.° do art. 13).
• Como o art. 25 é exemplificativo (vide TC/RS,
processo n.° 4.707-02.00/93-5), fica ao gestor
a discricionariedade “estreitíssima” para agir.
Paulo Gomes ©

16
ENAP 33

Contrato
administrativo
• É o ajuste que a Administração Pública, agindo
nessa qualidade, firma com o particular para a
consecução de objetivos de interesse público,
nas condições desejadas pela própria
Administração (vide parágrafo único, art. 2.° da
Lei n.° 8.666/93).
• Sempre é bilateral e, em regra, formal, oneroso
e realizado intuitu personae.
Paulo Gomes ©

ENAP 34

Contrato administrativo é
formal
• Porque se expressa por escrito e com requisitos
especiais (vinculados à lei). Vide o disposto no
parágrafo único, art. 4.° da Lei n. ° 8.666/93.

Paulo Gomes ©

17
ENAP 35

Contrato administrativo
é oneroso
• Porque remunerado na forma
convencionada no edital e/ou no
instrumento de contrato.

Paulo Gomes ©

ENAP 36

Contrato administrativo é
intuitu personae
• Porque exige a pessoa do contratado para a sua
execução; somente se admitindo subcontratação de
partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite
admitido, em cada caso, pela Administração,
consoante art. 72 da Lei n.° 8.666/93. Observe que a
subcontratação da totalidade da obra, serviço ou
fornecimento (a sub-rogação) não é admitida em se
tratando de contrato administrativo (vide BLC de
jun/2001, p. 385; bem como Decisão n° 710/98-TCU-
Plenário).
Paulo Gomes ©

18
ENAP
O que tipifica o contrato 37

administrativo?
• O que tipifica o contrato administrativo e o distingue do
contrato privado é a participação da Administração na
relação jurídica bilateral com supremacia de poder para fixar
as condições iniciais do ajuste. Há presença de privilégio
administrativo na relação contratual.
• Acórdão do STF: “Quando o Estado pratica atos jurídicos
regulados pelo direito civil (ou comercial), coloca-se no plano
dos particulares” (RDA 46/192; RTJ 29/465 e 39/462).
• Sobre a natureza jurídica dos contratos administrativos,
merecem destaque os ensinamentos de Lúcia Valle
Figueiredo em: a) Revista do Tribunal Regional Federal 3.ª
Região (n.° 40, out/dez de 1999, ps. 117 a 133); b) A&C
Revista de Direito Administrativo & Constitucional (Ano 2, n.°
5, 2000, ps. 89 a 106).
Paulo Gomes ©

Gestão do contrato (“Agente 67”)


ENAP 38

• Favor abrir a Lei n.° 8.666/93, em seu art. 67 e no inciso VII do art. 78.
• Interessantes Portarias no Ministério da Agricultura e do Abastecimento
(Portaria/GM/MA/n.° 333, de 08/07/98, in DOU de 09/07/98) e no Ministério da
Cultura (Portaria/GM/MinC/n.° 396, de 19/10/98, in DOU de 22/10/98 ).
• O Tribunal de Contas da União não aceitou a contratação, sem licitação, de
Engenheiro Civil para fiscalizar obra em edifício, por não estarem presentes os
requisitos da notoriedade e da singularidade (Acórdão/TCU/n.° 205/96, processo n.°
TC-015.213/92-7, in DOU de 16/01/97, p. 898).
• O Tribunal de Contas da União determinou que fosse mantido representante,
pertencente aos quadros próprios de pessoal da Administração, especialmente
designado para acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos, permitida a
contratação de agentes terceirizados apenas para assisti-lo a essa atribuição, a teor
do art. 67 da Lei nº 8.666/93 (item 9.2.3 do Acórdão nº 690/2005-TCU-Plenário,
DOU de 10.06.2005, S. 1, p. 335).
• O Tribunal de Contas da União solicitou o apoio de um batalhão de engenharia de
construção (Exército) para a realização de serviço de engenharia do interesse do
Controle Externo (item 9.3, Acórdão nº 779/2005-TCU-Plenário, DOU de 23.06.2005,
S. 1, p. 117).
• O Tribunal de Contas da União determinou à DATAPREV que designasse
representante para acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos, em obediência
ao art. 67 da Lei nº 8.666/93, bem como observasse as disposições sobre
recebimento de bens e serviços constantes do art. 73, I, alínea "b", da Lei nº
8.666/93 (item 1.9, TC-012.170/2003-8, Acórdão nº 892/2005-TCU-2ª Câmara, DOU
de 15.06.2005, S. 1, p. 99).

Paulo Gomes ©

19
ENAP
Agora, iremos trabalhar com mapas mentais 39

Dica de leitura: BUZAN, Tony. Mapas mentais e sua elaboração: um sistema definitivo de
pensamento que transformará a sua vida. São Paulo: Cultrix, 2005. 118p.
Paulo Gomes ©

20
ENAP 41

Paulo Gomes ©

ENAP 42

Atribuições do “Agente 67”


• Registrar as ocorrências relacionadas com a execução do
contrato pelo qual for responsável;
• determinar as medidas necessárias ao fiel cumprimento do
objeto do contrato, bem como a regularização das faltas,
defeitos ou incorreções observadas;
• atestar as faturas correspondentes às etapas executadas
após a verificação da conformidade dos serviços, para
efeito de pagamento (observada a comissão de
recebimento, nos casos de compras do § 8.°, art. 15 da
Lei n.° 8.666/93);
• entre outras... (apresentar relatórios, etc.).
¾ Atenção: o “Agente 67” poderá ser responsabilizado
administrativa, civil e penalmente pelo que este praticar
em desacordo com suas funções, por ação ou omissão
(ILC de janeiro/2001, pergunta 6). Paulo Gomes ©

21
ENAP 43
Acompanhamentos do “Agente 67” I
¾ Solicitar à contratada a indicação de seu preposto
(pessoa de ligação entre a Administração e a
empresa). Esse indivíduo deverá ter um nível de
instrução compatível com a natureza dos serviços
a serem executados.
¾ Solicitar relação nominal e currículo dos
empregados contratados (nome, endereço,
telefone, registro profissional nas entidades afins,
conforme o caso, comprovante de curso de
formação...).
¾ Certificar-se de que o número de empregados
alocados ao serviço, pela empresa contratada, está
de acordo com o contrato firmado, para cada
função em particular. Paulo Gomes ©

ENAP 44
Acompanhamentos do “Agente 67” II
¾ Solicitar que o registro de freqüência dos empregados
seja feito por meio de processo eletrônico, com a emissão
periódica de relatório, na forma solicitada pelo “agente
67”.
¾ Solicitar livro de registro, onde deverão ser documentadas
as ocorrências, juntamente com o preposto da empresa
contratada; informando à autoridade competente aquelas
ocorrências consentâneas com o que dispõe o art. 87 da
Lei n° 8.666/93; todavia, o Tribunal de Contas da União
determinou que fossem autuados, protocolados e
numerados os processos licitatórios, de acordo com o art.
38 da Lei nº 8.666/93, apensando-lhes a documentação
relativa ao desenvolvimento das respectivas contratações,
bem como as comprovações de regularidade fiscal (item
1.5, TC-009.143/2004-7, Acórdão nº 1.108/2005-TCU-1ª
Câmara, D.O.U. de 22.06.2005, S. 1, p. 94).
¾ Fiscalizar a quantidade e a qualidade dos produtos
utilizados, quando for o caso.
Paulo Gomes ©

22
ENAP 45
Acompanhamentos do “Agente 67” III
¾ Acompanhar, diariamente, a presença dos
empregados nos seus respectivos postos de
trabalho.
¾ Fiscalizar o cumprimento das obrigações e
encargos sociais e trabalhistas compatíveis com os
registros, solicitando os comprovantes de
pagamento que demonstrem a regularidade do
FGTS e Previdência Social, conforme exigências da
Lei n° 9.032, de 28/04/1995 (vide, ainda, o
Enunciado TST n° 331).
¾ Emitir pareceres em todos os atos da
administração relativos à execução do contrato,
aplicação de sanções, alteração e repactuação da
avença. Paulo Gomes ©

ENAP 46
Acompanhamentos do “Agente 67” IV
¾ Fiscalizar a boa aparência dos empregados, cobrando o
uso diário do uniforme, se for o caso.
¾ Acompanhar a entrega dos benefícios aos empregados,
quando previsto (vale transporte, refeição, etc.).
¾ Atestar a Nota Fiscal/Fatura, observando o cumprimento
da legislação, encaminhando o processo para autorização
de pagamento pelo ordenador de despesas.
¾ Verificar se a Nota Fiscal apresentada está dentro do prazo
de validade.
¾ Manter cópia do instrumento de contrato e de seus
aditamentos.
¾ Anotar, em livro próprio, as ocorrências relacionadas com
a execução do contrato, informando à autoridade
competente aquelas que dependem de decisão, no intuito
de regularização de impropriedades observadas.
Paulo Gomes ©

23
ENAP 47
Acompanhamentos do “Agente 67” V
¾ Controlar quanti-qualitativamente o emprego de materiais
durante a execução dos serviços, rejeitando os que estiverem
em desacordo com o estabelecido no instrumento de contrato
ou na proposta da empresa vencedora da licitação.
¾ Manter comunicação escrita com o preposto, com vistas ao fiel
cumprimento das obrigações contratuais, salvo na hipótese de
alta gravidade de ocorrência, quando será comunicada a
autoridade competente (Coordenador-Geral de Serviços Gerais,
por exemplo).
¾ Manter atualizado o controle dos empregados da contratada,
no caso de prestação de serviços contínuos, exigindo que se
apresentem ao local de trabalho devidamente uniformizados e
portando crachás de identificação; sem embargos à solicitação
(por escrito) de substituição daqueles que comprometam a
perfeita execução dos serviços, ou que apresentem
comportamento em desacordo com as normas organizacionais
vigentes.
Paulo Gomes ©

ENAP 48
Acompanhamentos do “Agente 67” VI
¾ Realizar constante reavaliação do objeto contratado, propondo
medidas para redução dos gastos, bem como aquelas que
visem a melhor racionalização dos serviços, inclusive quanto à
necessidade de sua manutenção e à elaboração de futuros
projetos básicos.
¾ Manter entendimentos com os responsáveis pelas áreas de
apoio administrativo, quando o objeto do contrato for a
manutenção preventiva e corretiva em equipamentos, com
vistas ao controle de: a) peças substituídas, com identificação
do equipamento, para fins de garantia; b) periodicidade da
manutenção; c) inclusões e exclusões de equipamentos,
atentando para a limitação do § 1°, art. 65 da Lei n° 8.666/93.
¾ Verificar se o produto ou produtos entregues guardam
conformidade com o estabelecido no contrato.
¾ Elaborar, quando formalmente solicitado pela contratada,
minuta de Atestado de Capacidade Técnica, submetendo-o para
aprovação e assinatura do Ordenador de Despesas.
Paulo Gomes ©

24
ENAP 49
Conselhos úteis ao “Agente 67”
¾ Buscar inteirar-se profundamente do serviço pelo
qual é responsável (ter clareza da sua função).
¾ Buscar contribuir com o oferecimento de diferentes
soluções, e não apenas problemas.
¾ Buscar melhor compromisso entre qualidade e
custo.
¾ Agir em colaboração de de forma dialógica com os
demais responsáveis pelo processo: área
responsável pela elaboração do projeto básico,
CPL, Ordenador de Despesas, etc.
¾ Participar de treinamentos e entender amiúde as
Leis n°s 8.078/90 (Código de Defesa do
Consumidor) e 8.666/93, entre outras.
Paulo Gomes ©

ENAP 50
Um aparte sobre cooperativas
¾ O Tribunal de Contas da União determinou à
SPOA/MMA que definisse, quando da realização de
licitação para contratação de mão-de-obra
terceirizável, a forma pela qual o labor será executado
com base em contratações anteriores. Se ficar patente
que essas atividades ocorrem, no mais das vezes, na
presença do vínculo de subordinação entre o
trabalhador e o fornecedor de serviços, deve o edital
ser expresso (e fundamentado) quanto a esse ponto,
o que autorizaria a vedação à participação de
cooperativas de trabalho ou de mão-de-obra, de
acordo com o entendimento firmado na Corte de
Contas por meio do Acórdão nº 1.815/2003-TCU-
Plenário (item 9.2.1, Acórdão nº 975/2005-TCU-2ª
Câmara, DOU de 23.06.2005, S. 1, p. 172).
Paulo Gomes ©

25
ENAP 51
Art. 122 do Substitutivo do Senado
• “Art. 122. Fica o Poder Público autorizado a conceder
gratificação especial, padronizada e não cumulativa, aos
servidores responsáveis pela fiscalização e acompanhamento
da execução dos contratos administrativos, bem como aos
servidores integrantes das comissões de licitação e aos
responsáveis por convite a ser concedida, exclusivamente, pelo
período em que o servidor desempenhar as atividades de que
trata este artigo” [Anexo ao Parecer n.° 17, de 1993, redação
final do Substitutivo do Senado ao Projeto de Lei da Câmara n.°
59, de 1992 (n.° 1.491, de 1991, na Casa de origem)] .
¾ “(...) Entendemos que o Substitutivo do Senado é superior em
relação ao Projeto n.° 1.491-C/91, da Câmara, posto que (...)
tratou de aperfeiçoar o projeto da Câmara. (...) não temos
dúvida em afirmar a superioridade do primeiro, em termos de
consistência moralizadora de suas normas, da condição de
sintetização clara e objetiva de suas normas, perfeitamente
inteligíveis” (Prof. Toshio Mukai, São Paulo, 12 de março de
1993). Paulo Gomes
©

ENAP
Quando a supervisão do Agente 67” não
52

funciona...

• A “Isto é” de 11/08/99 dá notícia de que, por falta de


supervisão da Fundação Pró-Natureza (FUNATURA),
em serviço para a construção de passarela de madeira
em gruta (no intuito de manter turistas longe do
paredão; com duração de 12 dias de trabalho; em
Serranópolis, GO), o carpinteiro Primo Perin decidiu
“retocar” painel pré-histórico contendo pinturas
rupestres (Gruta das Araras), no total de mais de 20
interferências, causando “dano irreparável” a registros
de povos primitivos que habitaram a região desde 11
mil anos atrás até o início do século XX, num legado
arqueológico composto por 550 gerações. Paulo Gomes ©

26
ENAP 54

Casuística
Perguntas & respostas

Atenção: os exemplos
a seguir, utilizando
nomes de cidades e
distritos pitorescos
do Brasil, são
fictícios.

Paulo Gomes ©

27
ENAP 55

CASO
• Pode-se contratar empresa paraestatal,
detentora de monopólio de serviço
público essencial, sem a apresentação
das certidões comprobatórias de
regularidade junto ao INSS e ao FGTS?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 56

• COMENTÁRIO - Sim, segundo a Decisão n.° 431/97,


processo TC-004.389/96-4 (DOU de 04/08/97, S.1, p.
16.673); poderá ser contratada, excepcionalmente, pela
Administração Pública, desde que com autorização prévia da
autoridade máxima do órgão, acompanhada das devidas
justificativas; devendo solicitar-se da contratada a
regularização de sua situação, informando, também, o INSS
e o FGTS a respeito dos fatos (por AR, preferencialmente).
• Obs.: a) sobre o Certificado de Regularidade Previdenciária
(CRP), sugere-se a leitura do Decreto n.° 3.788, de 11/04/01
(in DOU de 12/04/2001); bem como da Portaria/GM-
MPAS/n.° 2.346, de 10/07/01 (in DOU de 12/07/01, S. 1, p.
49); b) sobre contratos de adesão com concessionárias de
serviço público, recomendamos leitura do BLC n.° 5/2002, p.
335); c) para fins de habilitação, a verificação pelo órgão
promotor do certame nos sítios oficiais de órgãos e
entidades emissores de certidões constitui meio legal de
prova (§ 4°, art. 25, Decreto n° 5.450/05).
Paulo Gomes ©

28
ENAP 57

CASO
• As decisões do Tribunal de Contas da
União, relativas à aplicação da Lei n.°
8.666/93 e suas alterações, tem
aplicabilidade para estados, Distrito
Federal e municípios?

Paulo Gomes ©

ENAP 58

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim, devido ao contido na
Súmula/TCU/n.° 222, conforme segue: “As
Decisões do Tribunal de Contas da União,
relativas à aplicação de normas gerais de
licitação, sobre as quais cabe privativamente à
União legislar, devem ser acatadas pelos
administradores dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.
Acrescente-se que o caput do art. 1.° da Lei n.°
8.666/93 dispõe que tudo o que ela estabelece
são “normas gerais”, à exeção do art. 17 (cf.
liminar concedida pelo STF em ADIN n.° 927-3-
RS, in DJU de 10/11/93). ... Paulo Gomes ©

29
COMENTÁRIO
ENAP 59

• COMENTÁRIO - Atenção para o fato de que


“quaisquer opiniões emanadas de servidores do
Tribunal (TCU), são de caráter meramente pessoal,
não refletindo o entendimento oficial desta Corte de
Contas, sendo tal fato esclarecido aos gestores por
ocasião de eventuais reuniões” (item 3.2 do Relatório
do Ministro Relator no processo n.° 009.277/1999-4,
ref. Decisão n.° 226/2000-Plenário). Pelo art. 19 do
Regimento Interno do TCU compete privativamente ao
Plenário responder consultas sobre a aplicação de
dispositivos legais e regulamentares, devendo a
eventual consulta ser formulada sempre em tese,
nunca sobre o caso concreto, pelas autoridades
elencadas no art. 216 do mesmo Regimento.
Paulo Gomes ©

ENAP 60

CASO

• Pode a Administração impor, em edital


de licitação para prestação de serviços
de limpeza, exigência de pagamento,
pelos licitantes, de vale-refeição/auxílio-
alimentação aos empregados a serem
designados para a realização do
serviço?

Paulo Gomes ©

30
ENAP 61

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não (a priori), o item 1.1.5.3.1 da
IN/MARE/n.° 18, de 22/12/97, dispõe que somente
será admitida a inclusão, na composição dos custos,
de benefícios efetivamente oferecidos e pagos aos
empregados (em decorrência de convenção, acordo
ou dissídio coletivo). Entretanto, sugere-se que o
“Agente 43-§ 3.°”, diante de campos zerados da
planilha, verifique se não há descumprimento de
cláusula convencional, buscando resguardar-se contra
a possibilidade de futura responsabilização, perante a
Justiça do Trabalho, pelos pagamentos devidos. O §
1.°, art. 71 da Lei n.° 8.666/93 deve ser
compreendido à luz do item IV do Enunciado do TST
n.° 331, que dispõe:
Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 62

• COMENTÁRIO - “O inadimplemento das obrigações


trabalhistas, por parte do empregador, implica na
responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços,
quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da
administração direta, das autarquias, das fundações
públicas, das empresas públicas e das sociedades de
economia mista, desde que hajam participado da relação
processual e constem também do título executivo judicial”
(Enunciado do TST n.° 331, item IV, tendo sido inseridas as
expressões grifadas em 11/09/2000, por meio da
Resolução/TST/n.° 96, in DJU de 18/09/2000).
• Segundo subitem 6.1.4 da IN/MARE/n.° 18/97, cabe ao
“Agente 67” verificar o cumprimento das obrigações e dos
encargos sociais e trabalhistas pela empresa contratada
(vide ILC de março/2002, páginas 217 a 220).
Paulo Gomes ©

31
COMENTÁRIO
ENAP 63

• COMENTÁRIO - Chamamos a atenção do treinando


quanto a possibilidade de uma empresa (em
particular) ser obrigada, em convenção coletiva de
trabalho, a pagar a título de risco de vida pelo
exercício da função no carro forte, percentual de 20
% sobre o salário base da função de chefe de
equipe, escolta e motorista de transportes de
valores, por exemplo, como ocorrido com a empresa
Transeguro Transportes de Valores e Vigilância Ltda.
(CNPJ n.° 17.219.353/0003-41), no parágrafo
primeiro, da cláusula terceira da Convenção Coletiva
de Trabalho 2000/2001, firmada entre empresas de
transporte de valores e o SINTESV/RO, a título de
registro, apenas. Paulo Gomes ©

ENAP 64

CASO

• É permitida a fixação de cláusula


editalícia de exigência de comprovação
de registro de empresa, cujo objeto
seja a prestação de serviços de locação
de mão-de-obra, perante o Conselho
Regional de Administração-CRA?

Paulo Gomes ©

32
COMENTÁRIO
ENAP 65

• COMENTÁRIO - Sim; segundo o entendimento do Tribunal de


Contas da União constante do processo n.° TC 002.335/96-4, in
DOU de 19/08/96, p. 15.842, haja vista envolver atividades
constantes do art. 2.°, alínea “b”, da Lei n.° 4.769/65 (vide
Decisão n.° 468/96-TCU-Plenário e Decisão n.° 343/02-TCU-
Plenário).
Em tempo, a exigência do registro no referido Conselho dar-
se-á apenas com relação à sede da empresa licitante, conforme
instrução da Decisão n° 206/2000-TCU-Plenário. O Controle
Externo entendeu que a exigência do registro cadastral
secundário (expedido pelo CRA do local) infringiu dispositivo da
Lei n° 8.666/93.
™ O Tribunal de Contas da União recomendou que não fosse
exigido, na fase de habilitação (qualificação técnica), o registro
ou inscrição da pessoa física no conselho de fiscalização de
exercício profissional que possua jurisdição no local onde o
serviço será prestado, uma vez que tal exigência deve ocorrer
somente na fase da contratação (Acórdão nº 730/2005-TCU-1ª
Câmara, TC-000.784/2004-1, DOU de 04.05.2005, S. 1, p. 71).
Paulo Gomes ©

ENAP 66

CASO

• É permitida a exigência em cláusula


editalícia da comprovação, além da
inscrição em entidade profissional
competente, da quitação das anuidades
devidas à entidade?

Paulo Gomes ©

33
ENAP 67

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não (vide ILC de fevereiro/2000,
pergunta n.° 7), pois que o inciso XXI, art. 37 da
CF/88 dispõe que somente serão permitidas
exigências indispensáveis à garantia do cumprimento
das obrigações. O TCU, na Decisão n.° 523/97, de
20/08/97 (DOU de 01/09/97), determinou a
obrigatoriedade de a Administração Pública, para fins
de habilitação, ater-se ao rol dos documentos dos
arts. 28 a 31 da Lei n.° 8.666/93, não sendo
recomendável exigir nenhum outro documento que
não esteja ali elencado.
™Por oportuno, o TCU entendeu que a habilitação e o
julgamento não cabem, aglutinados, unicamente na
fase de julgamento – vide instrução à Decisão n°
935/2000-TCU-Plenário, in DOU de 14/11/2000. Paulo Gomes ©

ENAP 68

CASO

• Os serviços de instalações elétricas


exigem habilitação técnica (registro) da
empresa junto ao CREA?

Paulo Gomes ©

34
ENAP 69

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Sim, conforme


Decisão/TCU/n.° 31/96, in DOU de 22/02/1996,
p. 2.926.

Paulo Gomes ©

ENAP 70

CASO

• Pode um licitante desistir de participar


do certame antes da abertura das
propostas comerciais e após a fase de
habilitação; ou vale o dito popular:
“ajoelhou, tem que rezar”?

Paulo Gomes ©

35
ENAP 71

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Depende, uai! Pelo §


6.º, art. 43 da Lei n.º 8.666/93, não;
salvo por motivo justo decorrente de
fato superveniente e aceito pela
Comissão.

Paulo Gomes ©

ENAP 72

CASO

• Pode um edital conter cláusula que


proíba a participação, em licitação
pública, de empresa (firma) individual?

Paulo Gomes ©

36
ENAP 73

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Não, o Tribunal de


Contas da União entendeu irregular tal
cláusula editalícia (vide Decisão n.°
328/96, in DOU de 28/06/96, p. 11.830).

Paulo Gomes ©

ENAP 74

CASO

• Num convite, pode a Administração


pedir complementação de documentos
ou informações (exigidas em edital) e,
posteriormente, juntá-las às propostas?

Paulo Gomes ©

37
ENAP 75

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, em face do contido na parte
final do § 3.º, art. 43 da Lei n.º 8.666/93. Deve a
Administração desclassificar todas as propostas (por
não atendimento às exigências editalícias), podendo
utilizar-se da faculdade prevista no § 3.° do art. 48
(com a redação da Lei n.° 9.648/98); caso contrário,
haverá declaração de fracasso da licitação (vide BLC
n.º 9/93, p. 390).
“Em licitação, a reabilitação de
concorrentes que juntaram os documentos faltantes
intempestivamente, após a decisão inabilitatória
irrecorida, é ilegal” (TJ/SP, in RT 638/193). Paulo Gomes ©

ENAP 76

CASO

• Pode a comissão de licitação, ou algum


de seus membros, promover diligência
para verificar regularidade dos
documentos e seu conteúdo, ainda que
se postergue a data de abertura dos
envelopes de preço?

Paulo Gomes ©

38
ENAP
COMENTÁRIO 77

• COMENTÁRIO - Sim, nos termos do § 3.º, art. 43 da


Lei n.º 8.666/93. Ademais, pode a comissão promover
vistorias, para comprovar in loco o estado das
instalações, dos maquinários, laços familiares e
acionários entre controladores, a efetiva existência da
empresa (vide alínea “m”, item 8.5 da Decisão n.°
462/99-TCU-P, in DOU de 30/07/99, S. 1, p. 63), etc.,
delas participando todos ou alguns de seus membros
(vide BLC n.º 9/93, p. 392).
Por oportuno, somente deve-se “efetuar a abertura
dos envelopes contendo as propostas dos
concorrentes habilitados depois de transcorrido o
prazo recursal ou após a desistência expressa de
todos os licitantes ao referido prazo, conforme
determina o inciso III do art. 43 da Lei n° 8.666/93”
(item 8.1.9 da Decisão n° 733/98-TCU-Plenário).Paulo Gomes ©

ENAP 78

CASO

• É aceitável cláusula, no instrumento


convocatório, de exigência, como
condição de habilitação, de que as
empresas licitantes tenham mais de três
anos de existência?

Paulo Gomes ©

39
ENAP 79

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Não (vide LEX - Jurisprudência


do STJ e TRF`s 5/342).

Paulo Gomes ©

ENAP 80

CASO

• Pode a comissão de licitação ser assessorada


por órgãos ou entidades técnicas ou por
especialistas, tanto no que se refere às
licitações e aos contratos administrativos como
no que concerne ao objeto licitado?

Paulo Gomes ©

40
ENAP 81

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim, “essa assessoria, diga-se,
em nenhum momento substitui a comissão de
licitação; apenas lhe presta orientação e apoio,
sem que às suas conclusões esteja vinculada a
decisão desse órgão colegiado, salvo se lei
assim o determinar” (SANTOS, Aires Roberto
dos. Treinamento sobre licitações. Brasília:
Edição da Consultoria Jurídica do Ministério da
Agricultura e do Abastecimento, 1998, p. 4).
Paulo Gomes ©

ENAP 82

CASO

• Num leilão para desfazer-se de sucata,


pode a Administração vender por valor
menor do que o da avaliação?

Paulo Gomes ©

41
ENAP 83

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Não, pois configurar-


se-ia infringência ao caput do art. 41 da
Lei n.º 8.666/93 (vide BLC n.º 10/93, p.
426).

Paulo Gomes ©

ENAP 84

CASO

• Num leilão, como deve ser feita a


escolha do leiloeiro oficial?

Paulo Gomes ©

42
ENAP 85

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Pelo Decreto n.° 21.981/32, a


escolha do leiloeiro deve se dar mediante
rodízio implementado pela Junta Comercial.

Paulo Gomes ©

ENAP 86

CASO

O Sr. Obi Cudo, para a satisfação de


sentimento pessoal, está pretendendo
retardar a prática dos atos de homologação e
de adjudicação com o fim de protelar a
contratação decorrente de certame licitatório.
Isso é possível?

Paulo Gomes ©

43
ENAP 87

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Sim, “tudo é permitido, mas


nem tudo convém” (I Cor 6, 12 e I Cor 10,
23). Todavia, em assim o fazendo, o Sr. Obi
Cudo estará incorrendo no crime de
prevaricação, a que se refere o art. 319 do
Código Penal.

Paulo Gomes ©

ENAP 88

CASO

• É permitida a entrega, sem licitação, de


área pública para que associação de
servidores preste serviços de preparo e
fornecimento de refeições para serem
servidas em restaurante (ou
lanchonete) situado nas instalações do
prédio público?

Paulo Gomes ©

44
ENAP
COMENTÁRIO 89

• COMENTÁRIO - Não; a concessão pessoal de uso (“intuitu


personae”, privativa, intransferível, revogável “ad nutum”
e submetida ao interesse público) é feita necessariamente
mediante certame licitatório (concorrência; vide BLC n.°
6/99, p. 311), por força do inc. I, art. 17, repisado nas
Decisões/TCU/n.°s. 240/94 (2a C; DOU de 11/10/94),
207/95 (2a C), 112/96 (P; DOU de 26/03/96), 114/96 (P),
313/2000 (P) e 1.695/2002 (P), bem como na Resolução
TC/PR n.° 3.718/94.
• Obs.: a) no caso de um posto de atendimento do BB, da
CEF ou da ECT, é dispensada licitação pelo § 2.°, art. 17
da Lei n.° 8.666/93; b) em se tratando de um banco
privado, poderá ser dispensada somente no caso da alínea
“f”, inc. I, art. 17 da Lei n.° 8.666/93; c) a instalação de
um caixa eletrônico, ainda que de banco privado Paulo Gomes ©

(mediante prévia concorrência) também demanda a

ENAP
COMENTÁRIO 90

• COMENTÁRIO - O Tribunal de Contas da União acolheu (na instrução


da Decisão n° 1.695/2002-P) que a contratos temporários para uso
das áreas públicas em eventos e promoções de produtos nos
aeroportos brasileiros (eventos promocionais e de publicidade)
caracterizam-se como “concessão administrativa de uso”, e não como
a concessão de direito real de imóvel público de que trata o §2°, art.
17 da Lei n° 8.666/93; oportunidade em que determinou-se à
Infraero que “abstenha-se de firmar contratos de concessão de uso
de áreas destinadas à exploração comercial em aeroportos sem o
devido procedimento licitatório (...), ressalvados os contratos de
concessão de uso de áreas destinadas a eventos promocionais e de
publicidade, quando em cada situação concreta seja efetivamente
demonstrada a inviabilidade de competição” (item 8.1 da Decisão n°
1.695/2002-TCU-Plenário, in DOU de 07.01.03).
No item 8.1.4 da Decisão n° 528/98-TCU-Plenário (DOU de
25.08.98), o TCU determinou o “desalojamento, na sala de
benefícios” da entidade, de representante da empresa Sul América
Saúde, “deixando de realizar contrato verbal com esta ou qualquer
Paulo Gomes
©

t ” i é l f it j ídi

45
ENAP 91

CASO

• O DPF/MJ, diante de licitações públicas


para a contratação de serviços
contínuos de vigilância armada, fornece
autorização para a compra das armas a
empresas licitantes antes da
contratação (relativamente a revólveres
calibre 38; vide inc. VIII, art. 20 da Lei
n° 7.102, de 20/06/1983)?

Paulo Gomes ©

ENAP 92

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Não (em que pese a


Decisão/TCU/n.° 395/95-Plenário dispor em
contrário). Pelo art. 8.° da Portaria/DPF/MJ/n.°
277, de 13/04/98 (in DOU de 14/04/98, S. 1, p.
11), a autorização para compra de armas e
munições será concedida somente tomando-se
por base o contrato firmado para a prestação
do serviço de segurança privada.

Paulo Gomes ©

46
COMENTÁRIO
ENAP 93

• Carlos Ari Sundfeld, em sua obra “Licitação e Contrato


Administrativo”, Malheiros Editores, p. 128, assevera: “..., se o
edital exige do licitante a disponibilidade de equipamentos para
a execução do objeto, é-lhe facultado apresentar compromisso
de venda, locação ou comodato firmado por empresa que os
possua”.
• “É impertinente exigência editalícia relativa à comprovação do
licitante ser proprietário de equipamentos, visto que, para a
Administração, interessará apenas o fato dele dispor dos
equipamentos, isto é, tê-los disponíveis para a utilização na
execução do objeto da licitação” (Renato Geraldo Mendes, em
sua “Lei de licitações e contratos anotada”, Znt Editora).
• Por outro lado, poder-se-ia: a) exigir em edital que, decorrido
um determinado prazo da assinatura do contrato, fossem
apresentados os revólveres para o “Agente 67”; b) colocar em
cláusula do contrato que a vigência terá início em data
Paulo Gomes ©

posterior

ENAP 94

CASO

• Imputa-se responsabilidade ao gestor ao


cometer irregularidade face à orientação de
parecer jurídico ou vale indiscriminadamente a
regra de que “...quando o administrador age
sob entendimento de parecer jurídico não se
lhe deve imputar responsabilidade pelas
irregularidades que tenha cometido...”?

Paulo Gomes ©

47
COMENTÁRIO
ENAP 95

• COMENTÁRIO - A priori, não há que se falar em imputação de


responsabilidade ao advogado, desde que o seu parecer esteja
fundamentado, defendendo tese aceitável ou alicerçado em lição de
doutrina ou de jurisprudência; caso contrário, o advogado
responderá solidariamente com o gestor público que praticou o ato
irregular (jurisprudência do TCU firmada na sessão de 29.05.84, TC -
025.707/82-5, Anexo III da Ata 37/84; Anexo X da Ata 72/88; Anexo
XIX da Ata 50/90; Decisão Plenária 082/92, Acórdãos-P/nrs. 56/92 e
103/95 e Parecer do MP/TCU na Decisão-P/nr. 289/96, in DOU de
17/06/1996). Conferir a obra “Temas Polêmicos sobre Licitações e
Contratos”, de Maria Sílvia Zanella Di Pietro, Malheiros Editores, 2.ª
edição, 1995, p. 118.
• Obs.: o TCU, por meio do Acórdão n.º 120/2000-TCU-Plenário, in
DOU de 10/07/2000, S.1, p. 45, decidiu com fundamento nos arts.
43, inciso II, parágrafo único, e 58, inciso III, da Lei n.° 8.443/92,
c/c os arts. 194, inciso III, § 2.°, inciso III, do Regimento
Interno/TCU, aplicar, individualmente, multa no valor de R$ 5.000,00
(cinco mil reais) ao Sr. Procurador do FNDE.
...
Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 96

• COMENTÁRIO - A Gazeta Mercantil (de 07/11/2002) dá notícia de que o


plenário do Supremo Tribunal Federal, acompanhando o voto do relator,
ministro Carlos Velloso, “decidiu ontem, por unanimidade, derrubar ato
do Tribunal de Contas da União (TCU) que resultou na aplicação de
multa a advogados da Petrobrás responsáveis pela elaboração de
parecer favorável à contratação, sem licitação, de uma empresa de
consultoria internacional pela estatal. A decisão também invalida a
inclusão de Rui Berford Dias e ‘outros’ em processo administrativo em
andamento no TCU, que os aponta – juntamente com os executivos da
Petrobrás – como responsáveis pela operação supostamente ‘irregular’”.
O STF concluiu “pela incompetência do Tribunal de Contas para
julgar os advogados, ‘uma vez que eles não exercem qualquer função de
diretoria ou execução administrativa, não ordenam despesas nem
utilizam, gerenciam ou arrecadam, guardam ou administram bens,
dinheiro ou valores públicos, não tendo assim potencial para causar
perdas ou extravios ao erário no desempenho de suas funções. (...) Os
ministros do STF aceitaram a alegação de que o trabalho dos advogados
está resguardado pela imunidade. Eles só poderiam ser
responsabilizados solidariamente caso houvesse culpa, ou dolo, pelo
fechamento de transação danosa à estatal” (MS 24.073-DF, 6/11/02).
Paulo Gomes ©

48
ENAP 97

CASO

• O art. 39 da Lei n.° 8.666/93 exige prévia


audiência pública antes da efetivação de
concorrência de grande porte (cujo valor seja
cem vezes superior ao limite imposto para a
modalidade de concorrência). Isto posto, a
ausência (ou invalidade) da audiência acarreta
a invalidade do procedimento licitatório?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 98

• COMENTÁRIO - Sim. “A audiência pública é um dos


instrumentos destinados a assegurar a transparência da
atividade administrativa. Não se destina a garantir direitos
subjetivos de pessoas determinadas, mas a proteger o
interesse público, objetivamente. Logo, a ausência ou
invalidade da audiência acarreta nulidade do procedimento
licitatório” (Marçal Justen Filho em Comentários à Lei de
Licitações e Contratos Administrativos, 5.ª ed., São Paulo,
Dialética, 1998, p. 360, no mesmo diapasão do BLC n.° 3/2002,
p. 189).
™ O Tribunal de Contas da União recomendou ao Ministério dos
Transportes, relativamente às audiências públicas de que trata
o art. 39 da Lei nº 8.666/93, que: a) fossem realizadas
regionalmente; b) utilizasse outros meios de publicidade além
dos jornais; c) fosse distribuído material informativo; d) fossem
divulgadas, ao público, as atas das audiências tão logo elas
fossem concluídas (item 9.2, Acórdão nº 1.100/2005-TCU-1ª
Câmara, DOU de 13.06.2005, S. 1, ps. 141 e 142). Paulo Gomes ©

49
ENAP 99

CASO

• Devido a um desastre rodoviário de


grandes proporções, vem a faltar
material cirúrgico num hospital público.
Neste caso, poderá a Administração
recorrer à dispensa de licitação para a
aquisição do material faltante?

Paulo Gomes ©

ENAP 100

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Sim, indubitavelmente,


com base no inc. IV do art. 24.

Paulo Gomes ©

50
ENAP 101

CASO

• Se aquele mesmo hospital público da


pergunta anterior tem necessidade de
recuperação dos pisos da sala de
cirurgia por desgaste decorrente do
uso; seria correto o ato de dispensa de
licitação para aquela obra, com idêntico
fundamento legal no inc. IV do art. 24?

Paulo Gomes ©

ENAP 102

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Não, uma vez que não


se caracteriza emergência, nem
urgência de atendimento.

Paulo Gomes ©

51
ENAP 103

CASO

• Ainda sobre aquele hospital público,


poderia o material cirúrgico ser
adquirido sem licitação, com fulcro no
inc. IV do art. 24, decorridos cinco
meses do acidente de grandes
proporções?

Paulo Gomes ©

ENAP 104

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Não. A título de


elucidação para casos do gênero, o
Tribunal de Contas da União já
considerou “ilegal” a contratação direta
(emergencial) cinco meses após a
decretação da situação de emergência,
conforme Acórdão/TCU/n.° 152/98, in
DOU de 12/05/1998, p. 153.

Paulo Gomes ©

52
ENAP 105

CASO

• A assessoria jurídica, em procedimento


licitatório, pode se manifestar apenas
por ocasião da análise e aprovação da
minuta do edital (parágrafo único, art.
38 da Lei n.° 8.666/93), ou ela pode ser
provocada a se manifestar sobre outros
atos ou fases da licitação?

Paulo Gomes ©

ENAP 106

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - “O órgão técnico de Assessoria
Jurídica pode, mediante determinação da
autoridade ou requerimento da comissão de
licitação, ser provocado a se pronunciar em
relação aos atos da licitação, não se
restringindo à mera aprovação do edital ou
minuta do contrato” (ILC de julho/2001, p.
595).

Paulo Gomes ©

53
ENAP 107

CASO

• É possível a realização de um pregão


por itens?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 108

• COMENTÁRIO - Sim; a licitação dividida em itens é uma


prática recomendável até pelo Tribunal de Contas da
União (Decisões n.ºs 393/94 e 140/99-P e Acórdão n°
289/2000-P), sempre que os objetos licitatórios forem
divisíveis ou autônomos entre si, oportunizando a sua
divisão em itens, de forma a ampliar a competição no
certame, com a possibilidade da obtenção de melhores
propostas para a Administração Pública, tornando ágeis,
dessa forma, as contratações, proporcionando uma
economia processual ao certame. Deve o ato convocatório
estabelecer, no caso de o objeto ser divisível, que o
julgamento será feito em relação a cada item cotado,
separadamente. Ademais, aplica-se subsidiariamente ao
pregão o contido na Lei n.° 8.666/93, conforme art. 9.° da
Lei n.° 10.520/2002. Quanto à subdivisão em lotes (no
SRP), vide art. 5.° do Decreto n.° 3.931/01.
Paulo Gomes ©

54
ENAP 109

CASO

• É possível a adoção do tipo técnica e


preço em uma licitação na modalidade
de pregão?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 110

• COMENTÁRIO - Não, “o pregão é cabível para aquisição de


bens e contratação de serviços objetivamente definidos, que
não demandem maior apuração de questão técnica. O tipo
técnica e preço, ao contrário, deve ser adotado exclusivamente
nas licitações em que o objeto envolva atividades
predominantemente intelectuais ou demandem detida avaliação
de ordem técnica. Desse modo, vemos afastada a possibilidade
de, na modalidade de licitação pregão, ser adotado o tipo
técnica e preço. O tipo adequado será o menor preço” (ILC de
junho/2000; vide, ainda, o inciso X, art. 4.º da Lei n.° 10.520,
de 17/07/02).
™ O Tribunal de Contas da União determinou que fosse anulada
concorrência pública do tipo "técnica e preço", pois que o
objeto não se consistia em serviço com características
predominantemente intelectuais (itens 9.2.1.1 e 9.2.2.1 do
Acórdão nº 1.007/2005-TCU-1ª Câmara, DOU de 01.06.2005,
S. 1, p. 169).
Paulo Gomes ©

55
ENAP 111

CASO

• Pode-se utilizar o pregão para uma


contratação mediante registro de
preços?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 112

• COMENTÁRIO - Sim. Em boa hora, os artigos 11 e 12 da Lei


n.° 10.520/2002, afirmam que as compras e contratações,
quando efetuadas por sistema de registro de preços, poderão
adotar o pregão, conforme regulamento específico. A nova
redação do art. 3.° do Decreto n.° 3.931, de 19/09/2001 (dada
pelo Decreto n.° 4.342, de 23/08/2002) dispõe que “a licitação
para registro de preços será realizada na modalidade de
concorrência ou de pregão, do tipo menor preço”, podendo-se
adotar, excepcionalmente, na modalidade de concorrência, o
tipo técnica e preço.
• Ver, também, § 6°, art. 17, e §§ 7° e 8°, art. 25, do Decreto
n° 5.450, de 31.05.2005, publicado no DOU de 01.06.2005, o
qual regulamenta o pregão, na forma eletrônica. Sobre o futuro
das licitações públicas e dos contratos administrativos, vale a
pena conferir o artigo publicado na Gazeta Mercantil de
08.10.2002, de nossa autoria, intitulado E-licitação e a
gestão de contratos, no endereço a seguir:
http://pessoal.educacional.com.br/up/2600001/629690/gazeta001
.pdf
Paulo Gomes ©

56
ENAP 113

CASO

• É recomendável a presença de um
representante da empresa,
devidamente identificado, durante todo
o pregão (que não um pregão
eletrônico)?

Paulo Gomes ©

ENAP 114

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim (é recomendável, mas não
obrigatório na forma da lei), devendo estar previsto
em edital. “Uma das peculiaridades que envolvem
essa nova modalidade licitatória é o dever de o
licitante fazer-se representado. Nesse compasso,
entendemos ser condição essencial para a aceitação
da proposta e sua posterior análise que o licitante se
faça representar pessoalmente e, ainda, que
comprove os poderes para agir, seja por meio do ato
constitutivo, tratando-se de sócio-gerente, seja
através de procuração, tratando-se de representante
nomeado para tanto” (ILC de agosto/2000 e BLC de
julho/2001, p. 453).
Paulo Gomes ©

57
ENAP 115

CASO
• Num pregão, na hipótese de só acudir um
interessado, ou seja, apenas uma proposta
de preços, há necessidade de revogação do
certame?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 116

• COMENTÁRIO - Não, a priori, pois o texto da Lei n.º


10.520/02 não contempla qualquer delimitação de
número de participantes na licitação realizada na
modalidade pregão. Caso a Administração julgue
conveniente revogá-lo - visando à ampliação da
competitividade, uma maior disputa de preço, com o
conseqüente alcance da proposta mais vantajosa -
só poderá fazê-lo desde que tenha sido prevista
expressamente tal hipótese em cláusula do edital,
consoante inc. XVII, art. 40 da Lei n.° 8.666/93.
“Comparecendo apenas um interessado, com a
conseqüente abertura de apenas uma proposta de
preços e, em não havendo disposição em contrário em
edital, o certame prosseguirá normalmente, não
havendo que se falar em sua revogação” (ILC de
junho/2000). ...
Paulo Gomes ©

58
COMENTÁRIO
ENAP 117

• COMENTÁRIO - Cabe lembrar, por oportuno, que a


legislação relativa ao pregão não prevê a hipótese de
licitações desertas, ou seja, certames a que não acudam
interessados. Assim – buscando amparo no art. 9.° da Lei
(aplicação subsidiária da Lei n.° 8.666/93) – e
considerando que um certame na modalidade pregão reste
deserto, deveria “a Administração repetir os expedientes
licitatórios, tomando a cautela de verificar se as cláusulas
editalícias não contêm quesitos restritivos à competição ou
elementos que desestimulem a participação; (...) não
tendo sido encontradas irregularidades ou cláusulas
restritivas e, além disso, se a repetição do certame for
comprovadamente prejudicial à Administração, pode ser
realizada a contratação direta fundamentada,
subsidiariamente, no disposto no art. 24, inc. V, da Lei n.°
8.666/93” (BLC n.° 1/2002, p. 63).
Paulo Gomes ©

ENAP 118

CASO
• É possível, no pregão, o oferecimento de lances
verbais de pelo menos três proponentes cujas
propostas escritas situaram-se entre a de
menor preço e de 10% acima da primeira,
conforme inc. VIII, art. 4.° da Lei n.°
10.520/02. Diversamente, num pregão em que
foram apresentadas as seguintes propostas
escritas: P1=$10; P2=$12; P3=$15 e P4=$18;
quais as empresas que poderão ofertar lances
verbais?

Paulo Gomes ©

59
ENAP 119

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Considerando a
impossibilidade de obtenção de 3 ofertantes
(situados no intervalo entre a menor proposta
escrita e 10% a mais), poderão ofertar lances
verbais as empresas autoras das 3 melhores
propostas - independentemente de estarem
inicialmente ou não inseridas naquele intervalo
- quais sejam: P1=$10; P2=$12 e P3=$15.

Paulo Gomes ©

ENAP 120

CASO

• E se, num pregão, fossem apresentadas


as seguintes propostas escritas:
P1=$10; P2=$10; P3=$12; P4=$12 e
P5=$15. Quantos ofertantes poderiam
apresentar propostas verbais?

Paulo Gomes ©

60
COMENTÁRIO
ENAP 121

• COMENTÁRIO - Quatro, pois que há que se preservar


o princípio da igualdade entre os ofertantes 1 & 2 e 3
& 4, conforme art. 3.° da Lei n.° 8.666/93, casado
com o art. 9.° da Lei n.° 10.520/02, que diz aplicar-se
subsidiariamente ao pregão o contido na Lei n.°
8.666/93.
Sobre os princípios básicos que condicionam a
licitação na modalidade de pregão – legalidade,
impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade,
eficiência, probidade administrativa, vinculação ao
instrumento convocatório, julgamento objetivo,
razoabilidade, isonomia, finalidade e segurança da
contratação – vide o art. 5° do Decreto n° 5.450, de
31.05.2005, publicado no D.O.U. de 01.06.2005.
Paulo Gomes ©

ENAP 122

CASO

• O que acontece ao licitante que se nega


a apresentar lances verbais em licitação
na modalidade pregão?

Paulo Gomes ©

61
ENAP 123

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Nada [:)], pelo inc. X, art. 1.° do
Decreto n.° 3.693, de 20/12/00 (que alterou a
redação do inc. X, art. 11 do Decreto n.° 3.555/00),“a
desistência em apresentar lance verbal, quando
convocado pelo pregoeiro, implicará a exclusão do
licitante da etapa de lances verbais e na manutenção
do último preço apresentado pelo licitante, para efeito
de ordenação das propostas” (vide ILC de abril/2001).

Paulo Gomes ©

ENAP 124

CASO

• O Sr. Martin Deciso, representando uma


empresa em licitação na modalidade de
pregão, solicita desistência de proposta
imediatamente após a apresentação da
proposta escrita, juntamente com o
envelope da documentação. Esta
entrega, seguida de imediato
arrependimento, é possível?

Paulo Gomes ©

62
ENAP 125

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, em princípio. No pregão
(ato contínuo submetido a rito próprio), os
licitantes não podem desistir de suas propostas.
“Para que a questão não suscite discussões,
diante da ocorrência de casos concretos, a
melhor opção é discipliná-la no edital, (…)
tendo-se em vista que a Medida Provisória (Lei
n.° 10.520/02) não regula a questão”
(desistência), conforme orientação do ILC de
mar/2002, páginas 215 a 217.
Paulo Gomes ©

ENAP 126

CASO
• A Lei n.° 10.520/2002, que dispõe
sobre o pregão, fixa, no inciso XVIII do
art. 4º, o prazo de três dias para a
interposição de recurso. Já o Decreto
Federal n.º 3.555, que regulamenta a
referida lei, estabelece o prazo de três
dias úteis. Em face da contradição, o
prazo de recurso deve ser considerado
em dia útil ou dia corrido?

Paulo Gomes ©

63
COMENTÁRIO
ENAP 127

• COMENTÁRIO - Em dia útil, segundo § 1.°, art. 184 da Lei


n.° 5.869, de 11/01/1973 (CPC), com a redação dada pela
Lei n.° 5.925, de 01/10/1973; em que pese o ILC de abril
de 2001 afirmar que, diante daquela antinomia normativa,
restaria a “prevalência da medida provisória (Lei) sobre o
decreto. A questão é de mera hierarquia normativa. O
decreto não pode inovar na ordem jurídica. Se não pode
inovar, ou seja, dispor sobre matéria não versada pela lei
(leia-se medida provisória, também), igualmente não pode
contrariar o que diz a lei. A alteração do prazo de recurso,
pelo Decreto nº 3.555, e do modo de se exercer o direito
de recurso, representa alteração da MP (Lei). Assim, para
todos os efeitos legais, o prazo de recurso é de três dias e
não três dias úteis, bem como o exercício do direito de
recorrer será exercido e oportunizado de acordo com as
disposições da Medida Provisória” (Sic, ILC de abril/2001).
Paulo Gomes ©

ENAP 128

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - A própria Lei n.° 10.406, de
10/01/2002, que institui o novo Código Civil (a vigorar
a partir de 11/01/2003), no seu art. 132, § 1.°, que:
“Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-
se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil”.
• A Equipe de instrutores sugere, portanto, para evitar
problemas futuro à repartição, que o edital do pregão,
ao dispor sobre os 3 dias quanto à interposição de
recurso, não se refira, apenas, ao inc. XVIII, art. 4.°
da Lei n.° 10.520, de 17/07/2002, mas que cite,
também, os dispositivos do Código Civil e do CPC,
além do parágrafo único, art. 110 da Lei n.° 8.666/93.
Paulo Gomes ©

64
ENAP 129

CASO
• Em face da necessidade de representação na
sessão do pregão, como devem ser
demonstrados os poderes para a atuação no
certame?

Paulo Gomes ©

ENAP 130

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - “Tal demonstração poderá se dar por meio
do ato constitutivo, tratando-se de sócio-gerente, ou através
de procuração, tratando-se de representante nomeado para
tanto. Impende ressaltar que, quando a representação se
fizer por instrumento de mandato (procuração), este deverá
vir acompanhado do contrato social, por certo com a última
alteração, a fim de assegurar que o mandante (aquele que
outorgou a procuração) detém poderes para tanto. E mais,
que tal procuração deverá conter, além dos poderes gerais
para atuar no certame, poderes específicos para ofertar
lances e para a manifestação da intenção de interpor
recurso” (ILC de abril de 2001).
Impõe-se à Administração, o dever de, ao elaborar o edital
do pregão, disciplinar tal matéria, explicitando no
instrumento convocatório a necessidade da comprovada
representação (preferencialmente como condição para a
admissibilidade das propostas), para atuar no pregão. Paulo Gomes ©

65
ENAP 131

CASO
• Na hipótese de serem inabilitadas todas as
empresas que participaram da etapa dos
lances verbais; como deve proceder o
pregoeiro?

Paulo Gomes ©

ENAP 132

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Nesse caso, restará ao pregoeiro
convocar a empresa que tenha apresentado a
proposta escrita melhor classificada (que não tenha
dado lance verbal) “e tentar negociar um preço
melhor” (BLC de março/2001, p. 211; ver, também,
§§ 8° e 9°, art. 24 do Decreto n° 5.450, de
31.05.2005) . Sobre as atribuições do pregoeiro, é
interessante a leitura do ILC de dez/2001, páginas
1.036 e 1.037.
¾ Outra saída (recomendável na hipótese de o 4.°
colocado, nas propostas escritas, já ter se ausentado):
o art. 48, § 3° da Lei n.° 8.666/93, combinado com o
art. 9.° da Lei n.° 10.520, de 17/07/2002. Paulo Gomes ©

66
ENAP 133

CASO
Quais são as regras básicas do BIRD em
aquisições de bens, de contratação de obras civis
ou de seleção de consultores?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 134

Resposta – São basicamente 4 as modalidades que estarão


explicitadas no Acordo de Empréstimo com o BIRD:
a) ICB (International Competitive Bidding, ou concorrência
pública internacional) – é a regra geral; é utilizada quando as
obras importam mais de US$ 5 milhões, e a aquisição de bens
e a contratação de serviços somarem mais de US$ 350 mil. Há
ampla divulgação (United Nations Development Business,
Notificação Geral de Aquisições; jornal de circulação nacional;
embaixadas e/ou missões comerciais); preferência doméstica
somente para bens brasileiros; em inglês, francês ou espanhol;
especificação da moeda de cotação; procedimento em 1
envelope; exame prévio e obrigatório pelo Banco; prazo
razoável para elaboração das propostas; critério de avaliação
explícito (geralmente o menor preço avaliado). O BIRD não
permite que se dê vista das propostas em sessão de abertura.
Paulo Gomes ©

67
ENAP 135

COMENTÁRIO
Resposta (continuação) – b) NCB (National Competitive
Bidding, ou concorrência pública nacional, de âmbito
internacional) – se algum fornecedor estrangeiro quiser
participar, poderá fazê-lo. A única diferença marcante com
relação à ICB é quanto à divulgação (em jornais nacionais). O
idioma nacional é aceitável, as preferências não são aceitáveis
e o prazo para preparar ofertas não é menor do que 30 dias;
c) Shopping (comparação de preços) – para comprar em 10 a
15 dias; compras pequenas; comissão de avaliação; pode-se
variar em até 15% (excepcionalmente; sem aval do Banco;
semelhante ao § 1.°, art. 65 da Lei n.° 8.666/93); no mínimo
3 propostas escritas (fax é aceitável); não há habilitação; não
se pode falar de marca; deve-se definir quantidade dos bens,
prazo e lugar de entrega dos mesmos.
Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 136

Resposta (continuação) – d) LCB (Limited International


Bidding, ou concorrência internacional limitada) – quando o
número de fornecedores é limitado quando da aquisição de
componentes especializados em projetos industriais. Deve-se
solicitar propostas a um número limitado de fornecedores,
com a não objeção do Banco, utilizando-se os mesmos
procedimentos de uma licitação pública internacional (ICB),
não aplicando preferências nacionais.
¾Atenção: o Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão tem orientado (em treinamentos gratuitos) os
interessados nesses assuntos “birdianos”; tratar com a
Secretaria de Assuntos Internacionais – SEAIN/MP, telefones
n.°s (61) 3429-4823 ou (61) 3429-4395, e-mail:
jesiel.silva@planejamento.gov.br
Paulo Gomes ©

68
CASO
ENAP 137

– É possível a entrega de mercadoria e a emissão de


nota fiscal por uma empresa filial (não
centralizadora de recolhimentos tributários), sendo
que a matriz (ou outra filial) foi a vencedora do
certame licitatório?
™ Deverá ser evitada a inabilitação de participantes
de processos licitatórios em razão somente de
diferenças entre números de registro de CGC
(CNPJ) das respectivas matriz e filiais, nos
comprovantes pertinentes ao CND, ao FGTS, INSS e
Relação de Empregados, quando a empresa
interessada comprovar a centralização do
recolhimento de contribuições, tendo em vista a
legalidade desse procedimento (Decisão n°
679/1997-TCU-Plenário). Paulo Gomes ©

ENAP 138

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, visto que foi a vencedora da
licitação que atendeu todas as exigências do processo
licitatório, e não a filial que se pretende entregue o
material e emita a nota fiscal. É inarredável o requisito
legal de regularidade da empresa fornecedora quando
de seu relacionamento comercial com a
Administração. De outra forma, o procedimento
pretendido constituiria um artifício para burlar as
legislações que regem a matéria. Ademais, esta nota
fiscal emitida por filial, não adjudicada em certame
licitatório, não tem amparo legal na licitação, o que
tornaria impossível a “liquidação da despesa”
(orientação da SFC, em atendimento à
mensagem/COMUNICA/n.° 754441, da CCI-TRE/MG).
Paulo Gomes ©

69
ENAP 139

CASO
• Na hipótese de uma pequena empresa
subcontratar outra empresa, conforme
permissão prévia no edital, de qual das duas
deverá o órgão/entidade público(a) exigir a
documentação relativa à regularidade com o
INSS? Ou as duas deverão fazê-lo?

Paulo Gomes ©

ENAP 140

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não há dúvidas de que a
documentação do contratado (relativa à regularidade
com o INSS) deverá ser exigida; todavia, faz-se
necessária cláusula no instrumento de contrato
exigindo idêntica comprovação por parte do(s)
subcontratado(s). No caso de ser permitida a
subcontratação de parte da obra, serviço ou
fornecimento, entende o TCU que deva ser observada
a regularidade da subcontratada, visando prevenir a
ocorrência de prejuízos para a Administração, no
cumprimento do objeto contratado (Decisão n.º
226/2000 – TCU-Plenário, in D.O.U. de 25.04.2000).

Paulo Gomes ©

70
ENAP 141

CASO
• É possível o instituto civilista da sub-rogação
num contrato administrativo?

Obs.: na sub-rogação ocorre a substituição


de uma coisa ou de uma pessoa por outra.

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 142

• COMENTÁRIO - Não; “devido à natureza


personalíssima do contrato administrativo, resta
impossibilitada a sub-rogação a terceiros e muito
menos a uma empresa anteriormente inabilitada no
próprio procedimento da licitação, uma vez que tal
fato, além de frustrar a eficácia das normas sobre a
habilitação, pode caracterizar conluio entre as
interessadas e ensejar manifestação contrária dos
órgãos de controles interno e externo da
Administração” (BLC de jun/2001, p. 385). A sub-
rogação é motivo ensejador da rescisão unilateral do
contrato, sem prejuízo da imposição de penalidades.
Conferir TC-003.839/98-2, publicado no DOU de
14/06/99.
Paulo Gomes ©

71
ENAP 143

CASO

• Posso efetuar pagamento à empresa


prestadora de serviços - embargada
junto ao CADIN (Lei n.° 10.522, de
19/07/2002), ou sistema similar na UF -
já tendo a contratada prestado
serviços?

Paulo Gomes ©

ENAP 144

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim, pois o não pagamento, neste caso,
poder-se-ia configurar enriquecimento ilícito (sem causa) por
parte da Administração, já que esta teve o serviço para ela
executado, sem por este efetuar a devida contraprestação.
Há que se fazer uma analogia com o § único do art. 59 da
Lei n.° 8.666/93. Após procedido o pagamento requerido, o
contrato deve ser rescindido e adotadas as providências de
regularização da situação que possibilitem a recontratação
(mensagens/SFC/nrs. 826811, 826974 e 826948). Registre-
se o art. 964 do CC, qual seja: “todo aquele que recebeu o
que não lhe era devido fica obrigado a restituir” (vide, ainda,
item 2 do Acórdão/TJ-DF/n.° 129861, de 14/06/00, in DJU 3,
27/09/00, p. 6: “Se, conquanto encerrado o prazo de
vigência do contrato (…) procede o pedido de
reconhecimento e declaração da existência da respectiva
relação jurídica, que nada mais é do que apenas o
reconhecimento de uma situação de fato existente”).
Paulo Gomes ©

72
ENAP 145

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO (continuação…) – Todavia, há que se trazer
ao debate: a) Decisão n.° 705/94/TCU-Plenário, a qual
afirmou que as condições de habilitação deverão ser
mantidas durante todo o prazo de vigência do instrumento
de contrato, no mesmo diapasão § 10, art. 30 e do inc.
XIII, art. 55 da Lei n.° 8.666/93, e do inc. I, § 1.°, art. 1.°
do Decreto n.° 3.722/01, na redação do Decreto n.°
4.485/02; b) Decisão n.° 377/97/TCU-Plenário, onde o
TCU afirma que “nos contratos de execução continuada ou
parcelada, a cada pagamento efetivado pela Administração
contratante, há que existir a prévia verificação da
regularidade da contratada com o sistema da seguridade
social, sob pena de violação do disposto no § 3.° do art.
195 da Constituição Federal” (vide, ainda, ILC de
dez/2001, p. 1.032); c) é obrigatória a consulta prévia ao
CADIN para a celebração de contratos administrativos, cf.
inc. III, art. 6.° da Lei n.° 10.522, de 19/07/2002. Paulo Gomes ©

ENAP 146

CASO
– Pode-se contratar serviços de informática a serem
prestados por fundação de apoio (instalação de
redes, organização de dados...) com base no inciso
XIII, art. 24 da Lei n° 8.666/93 (dispensa de
licitação)?

Paulo Gomes ©

73
ENAP 147

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, conforme entendimento do
Tribunal de Contas da União na Decisão n.° 252/1999-
TCU-Plenário e na Decisão n.° 968/2001-TCU-Plenário.

™Observação: o Tribunal de Contas da União


determinou ao Banco da Amazônia S/A que em
contratos de locação de hardware, faça constar
cláusula concernentes à obsolescência do
equipamento com vistas a acompanhar a
modernização tecnológica do setor (item 9.1.1,
Acórdão nº 772/2005-TCU-Plenário, DOU de
23.06.2005, S. 1, p. 86).
Paulo Gomes ©

ENAP 148

CASO
• A assinatura de periódicos jurídicos se
configura em hipótese de inexigibilidade de
licitação?

Paulo Gomes ©

74
ENAP

COMENTÁRIO
149

• COMENTÁRIO - Sim, desde que ultrapasse o limite estabelecido


para dispensa de licitação; é um caso típico de hipótese diversa
daquelas expressas, a título exemplificativo, nos incisos do art.
25. Há singularidade (de natureza íntima) do objeto pela
impossibilidade de se estabelecerem critérios objetivos para o
seu julgamento, uma vez que, em se tratando de produtos de
cunho intelectual, científico e técnico, inexistem parâmetros
para a aferição daquele que melhor possa atender à
Administração (paradigma do confronto). Ademais, não se
licitam coisas desiguais (relação de equivalência*); vide ILC n.°
41, de julho/97, pergunta VII, p. 536, bem como
Resolução/TC/PR/n.° 188/96.
...
(*) "não se licitam coisas comprovadamente desiguais (...) no
momento em que se passa a confrontar coisas que não são
cotejáveis, a comparação torna-se impossível, não havendo
possibilidade de falar em afronta ao princípio da isonomia
nesses casos" (item 17, Voto do Ministro-Relator no Acórdão nº
204/2005-TCU-Plenário, DOU de 18.03.2005, S 1, p. 77).
Paulo Gomes ©

ENAP 150

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO (continuação) - O objeto singular muitas das
vezes pode ser ofertado por mais de uma pessoa, impondo-se,
nesse caso, processo seletivo. O pluralismo de idéias - previsto
no art. 206, III da CF - é alvo a ser buscado pelo agente
administrativo. Em existindo comprovada exclusividade de
fornecedor (editora), o respaldo legal será o inc. I do art. 25
(“vide” BLC n.° 1, jan/96, p. 25 a 27).
Lembre-se que há necessidade de demonstrar que só o bem
pretendido atende à Administração (vide Decisão n° 756/2001-
TCU-Plenário).
™ O Tribunal de Contas da União não aceitou a alegação de
exclusividade de fornecedor baseada em documento de
empresa privada, não previsto na legislação (item 9.6.2,
Acórdão nº 723/2005-TCU-Plenário, DOU de 20.06.2005, S. 1,
p. 137).
Paulo Gomes ©

75
ENAP 151

CASO

• Qual o prazo que deve ser fixado entre


a “convocação” dos licitantes e a
realização do sorteio a que se refere o §
2.º do art. 45?

Paulo Gomes ©

ENAP 152

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - A norma foi omissa neste particular,
ficando a critério do órgão/entidade licitante
estabelecer tal prazo, não se esquecendo do prazo de
validade das propostas. Neste caso, e considerando os
termos do art. 110, além da desistência de recursos, a
sessão em que se realizará o sorteio poderá, por
exemplo, ser marcada no dia seguinte ao da
convocação; sendo a presença dos licitantes
facultativa; ou seja, a Administração está obrigada a
convocar, mas os licitantes não estão obrigados a
comparecer. “O sorteio poderá ser realizado
independentemente do comparecimento dos
licitantes” (BLC n.° 1, de jan/96, p. 30).
Paulo Gomes ©

76
ENAP 153

CASO
• No tocante à qualificação econômico-
financeira, as empresas optantes pelo
“Simples” (Sistema Integrado de Pagamento
de Impostos e Contribuições) estão
dispensadas de apresentar balanço
patrimonial, conforme previsto no inc. I, art.
31 da Lei n.° 8.666/93?

Paulo Gomes ©

ENAP 154

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Primeiramente, há que se lembrar
que a Lei n.° 9.317, de 05/12/96, que instituiu o
“Simples”, dispensou as pessoas jurídicas de
pequeno porte e as microempresas de manter uma
escrituração contábil completa tão-somente para
efeitos fiscais, não se estendendo às legislações
comercial e previdenciária, por exemplo. “Assim,
ficam as empresas optantes pelo ‘Simples’ obrigadas
a escriturar apenas o Livro Caixa e o Livro de
Registro de Inventários.”
Logo, nada obsta a exigência da documentação do
inc. I, art. 31 da Lei n.° 8.666/93 das empresas
optantes pelo “Simples” (vide BLC n.° 10, de
out/2001, p. 649). Paulo Gomes ©

77
ENAP 155

CASO

• As minutas de editais de Ressaquinha-


MG, não examinadas e não aprovadas
previamente por assessoria jurídica,
anulam o certame licitatório?

Paulo Gomes ©

ENAP 156

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Em que pese o parágrafo único
do art. 38 assim o exigir; os jurisconsultos tem
afirmado que “a falta desse pronunciamento não
enseja, por si só, a nulidade do edital e do
respectivo procedimento,(...) seu descumprimento
apenas enseja responsabilidade administrativa de
quem lhe deu causa” (in BLC n.° 02, fev/96, p.
102). Se, dessa violação, também decorrer dano
por força de anulação futura do procedimento, o
seu causador deve responder civilmente,
indenizando todos os prejuízos sofridos pelos
prejudicados.
Paulo Gomes ©

78
ENAP 157

CASO

• A aprovação posterior da assessoria


jurídica convalida o procedimento
quanto à legalidade?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 158

• COMENTÁRIO - Não, pois os pronunciamentos da


assessoria jurídica são realizados no intuito de apurar a
compatibilidade dos atos com a lei. É um controle prévio
de legalidade, incidente sobre os instrumentos
convocatórios; não é a assessoria jurídica que lhes dará
legalidade. Logo, não cabe falar em aprovação posterior
com o fito de convalidar o instrumento convocatório (vide
BLC n.° 2, de fev/96, p. 102 e 103).
“O controle interno administrativo deve
assegurar observância às diretrizes, planos, normas, leis,
regulamentos e procedimentos administrativos, e que os
atos e fatos de gestão sejam efetuados mediante atos
legítimos, relacionados com a finalidade da
unidade/entidade” (princípio da aderência a diretrizes e
normas legais, cf. IN/SFC-MF/n.° 01, de 06/04/01). Paulo Gomes ©

79
ENAP 159

CASO

• O que se deve fazer na Prefeitura de


Doutor Pedrinho-SC, onde não se
consegue contar com o concurso
permanente de um profissional do
Direito para o exercício da advocacia
consultiva a que se refere o parágrafo
único, art. 38 da Lei n.° 8.666/93?

Paulo Gomes ©

ENAP 160

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Utilizando-se da preocupação do
Egrégio Tribunal de Contas da União, explicitada na
sua Súmula de n.° 190, seria de bom alvitre a
existência, na Prefeitura de Doutor Pedrinho-SC, da
manualização dos procedimentos licitatórios e
contratuais, com modelos ou padrões aprovados pelo
Exm.º(.ª) Senhor(a) Prefeito(a) ou autoridade
municipal delegada, desde que previamente
submetido o assunto à consideração de profissional do
Direito (vide, a título de exemplificação, manuais
existentes no Ministério da Agricultura e do
Abastecimento).
Paulo Gomes ©

80
ENAP 161

CASO
• Após o recebimento dos envelopes-documentação há
necessidade de seus conteúdos serem examinados na
mesma sessão pública em que foram entregues à
comissão?

Paulo Gomes ©

ENAP 162

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Não, serão examinados em local,


dia e hora designados no edital; podendo o
referido exame ocorrer na mesma sessão pública
em que foram abertos os envelopes ou em sessão
reservada, da qual só participam os membros da
comissão de licitação e, se for o caso, os
assessores desse colegiado.

Paulo Gomes ©

81
ENAP 163

CASO
• Diante de um acréscimo de 25% (§ 1.° do art. 65)
num contrato qualquer, poderia o valor contratual
extrapolar o limite relativo à modalidade de licitação
adotada originalmente?

™ATENÇÃO: a) o acréscimo de 25% em contrato


decorrente de licitação por itens deve ser aplicado
relativamente a cada item, conforme decidiu o
Tribunal de Contas da União na instrução do Acórdão
n° 73/2003-TCU-2ª Câmara; b) o acréscimo de 25%,
após uma redução pretérita, é ilegal (instrução à
Decisão n° 508/2001-TCU-Plenário).

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 164

• COMENTÁRIO – Há muita controvérsia nesses casos;


segundo o BLC de mai/01 (p. 328) e o ILC de set/97, sim,
pois “os aumentos quantitativos do objeto do contrato já
estão autorizados pela própria lei e, portanto, nada têm a
ver com a modalidade de licitação” (in ILC de set/97,
perguntas e respostas, pergunta 2); por outro lado, Jessé
Torres Pereira Junior entende que, a exemplo da vedação
à utilização de modalidade mais restrita quando o objeto
impõe a mais ampla, "a lei tampouco autoriza o
administrador a elevar o valor do contrato de modo a
ultrapassar o limite superior da modalidade de licitação de
que o contrato resultou (...)" (Jessé Torres Pereira Junior,
Comentários à lei das licitações e contratações da
administração pública, 4ª ed., p. 453. Vide, no mesmo
sentido, a manifestação exarada no ILC nº 40, de jun./97,
p. 466).
Paulo Gomes ©

82
ENAP 165

CASO
• Nos trabalhos preparatórios à realização de um
convite, a Administração estimou um preço para o
objeto que situou-se um pouco abaixo do limite
superior da modalidade convite; oportunamente, com
a abertura dos envelopes (contendo os preços), todas
as propostas situaram-se um pouco acima do limite
inferior da modalidade “tomada de preços”. Pode-se
prosseguir os trabalhos?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 166

• RESPOSTA – Desde que a Administração tenha se baseado em prévia


realização de pesquisa de preços (constante dos autos) em pelo menos duas
outras empresas pertencentes ao ramo do objeto do convite, visando
adequar seu valor estimado para a escolha de modalidade e comprovar a
compatibilidade dos preços a serem propostos com aqueles praticados no
mercado (alínea “a”, item 8.5 da Decisão n.° 462/99-TCU-Plenário, in DOU
de 30/07/99, S. 1, p. 63), poder-se-ia dar um prazo de três dias úteis para
que as empresas apresentassem novos preços situados na faixa de convite,
conforme § 3.°, art. 48 da Lei n.° 8.666/93, pois que as propostas
apresentaram valores acima do estabelecido no ato convocatório que, se
aceitos (no intervalo da TP), representarão desrespeito à norma instituída
no art. 23, II, “a”, da Lei n.° 8.666/93.
¾ Sugere-se, ainda, a leitura: a) do § 4.°, art. 23 da Lei n.° 8.666/93; b)
do BLC de julho/01, p. 452; c) do ILC de fev/2002, p. 115; d) o Tribunal de
Contas da União determinou à Comercializadora Brasileira de Energia
Emergencial que buscasse, quando do cadastramento e convite a empresas
para participar de licitação, meios válidos de se certificar se a habilitação do
proponente é compatível com a natureza do objeto licitado, por meio do
exame do ato constitutivo, estatuto ou contrato social do proponente (item
1.1.5, TC-009.901/2004-0, Acórdão nº 934/2005-TCU-2ª Câmara, DOU de
23.06.2005, S. 1, p. 136).

Paulo Gomes ©

83
ENAP 167

CASO

• A Administração pode marcar um dia


para recebimento dos envelopes e outro
para início de sua abertura?

Paulo Gomes ©

ENAP 168

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim, conforme o “caput” do
art. 40. Se a intenção do legislador tivesse sido
para que houvesse a marcação de uma única
data para esses dois eventos, haveria
disposição expressa na lei neste sentido. Cabe
à Administração optar; o que a Lei impõe é que
haja no instrumento convocatório previsão
designando a data ou datas em que serão
recebidos e abertos os envelopes (vide BLC n.°
11, de nov/95, p. 575).
Paulo Gomes ©

84
ENAP 169

CASO
• Na habilitação, é permitida a apresentação
de ART (Anotações de Responsabilidade
Técnica; Lei n.° 6.496/77) do engenheiro
contratado (responsável técnico) em nome de
outra empresa, para fins do disposto no inc.
I, § 1.° do art. 30?

Paulo Gomes ©

ENAP 170

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - “Não constitui óbice legal a apresentação,
pela empresa licitante, de atestado de responsável
técnico (ART) por obra executada anteriormente à sua
contratação, desde que o referido responsável técnico
integre o atual quadro permanente da licitante (ver
Decisão/TCU/n.° 166/97, processo n.° TC-003.539/96-2,
in DOU de 22/04/97); poderá ser habilitada a empresa” (in
BLC n.° 10, out/95, p. 510); em caso de dúvida, acionar o
“agente 43-§3.°”. Os Tribunais de Contas têm aceito a
formalização de contrato particular entre o Engenheiro e a
empreiteira, podendo o mesmo ser firmado até o
momento da licitação (“engenheiro de porta de licitação”),
à luz do art. 4.° da Resolução/CREA/n.° 317, de 31/10/86.
Atenção: o responsável técnico, imediatamente após a
assinatura do contrato, não pode abandonar o mister,
salvo motivo justificado aceito pela Administração.
Paulo Gomes ©

85
ENAP 171

CASO
• Na habilitação, é possível a apresentação de
ART (Anotações de Responsabilidade Técnica;
Lei n.° 6.496/77) de um engenheiro
contratado (como responsável técnico) por
duas empresas licitantes?

Paulo Gomes ©

ENAP 172

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Não, vide a respeito


instrução ao Acórdão n° 031/2000-TCU-
Plenário.

Paulo Gomes ©

86
ENAP 173

CASO
• Em que se constitui o “acervo técnico” da
pessoa jurídica (empreiteira, por exemplo)?

Paulo Gomes ©

ENAP 174

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Segundo o art. 4.° da
Resolução/CREA/n.° 317, de 31/10/86, que dispõe
sobre Registro de Acervo Técnico dos Profissionais de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia, o acervo
técnico das pessoas jurídicas é representado pelos
acervos técnicos dos profissionais do seu quadro e
seus consultores técnicos devidamente contratados.
Logo, o acervo técnico de uma firma de engenharia
variará em decorrência de alterações havidas no seu
quadro profissional.
Paulo Gomes ©

87
ENAP 175

CASO
• Em licitação que se objetive a contratação de
obras e serviços de engenharia, o Atestado
de Responsabilidade Técnica (ART) fornecido
pelo CREA é suficiente para demonstrar a
capacitação técnico-profissional?

Paulo Gomes ©

ENAP 176

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim; vide ILC n.° 29, de julho/96, p.
519.

Paulo Gomes ©

88
ENAP 177

CASO
• O Engenheiro, na condição de Responsável
Técnico de obra, tem que manter residência
no local onde a mesma está sendo realizada?

Paulo Gomes ©

ENAP 178

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Depende do CREA local, segundo o
art. 61 da Lei n.° 5.194/66 e Decisão
Normativa/CONFEA/ n.° 008, de 30/06/83. “A pessoa
jurídica que requer registro em qualquer Conselho
Regional deve apresentar Responsável Técnico que
mantenha residência em local que, a critério do CREA,
torne praticável a sua participação efetiva nas
atividades que a pessoa jurídica pretenda exercer na
jurisdição do respectivo órgão regional”.

Paulo Gomes ©

89
ENAP 179

CASO
• Os orçamentos de obras e de serviços de
engenharia, apresentados pelas empresas
licitantes, devem ser assinados por
Engenheiro?

Paulo Gomes ©

ENAP 180

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim, conforme art. 14 da Lei n.°
5.194/66, de 24/12/66, que regula o exercício da
profissão de Engenheiro (vide também ILC n.° 51, de
maio/98, p. 480).

Paulo Gomes ©

90
ENAP 181

CASO
• Numa licitação para levantamentos
topográficos, batimétricos, geodésicos e
aerofotogramétricos poderia figurar, como
responsável técnico de uma empresa
interessada, um engenheiro de minas (que
não necesseriamente de MG)?

Paulo Gomes ©

ENAP 182

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, conforme artigos 4.° e 6.° da
Resolução/CONFEA/n.° 218, de 29/06/1973 (in Diário
Oficial de 31/07/1973, que discrimina as atividades das
diferentes modalidades profissionais da Engenharia,
Arquitetura e Agronomia), os quais atribuem tais
competências aos engenheiros agrimensor, cartográfico,
de geodésia e topografia ou ao engenheiro geógrafo.
Diante disso, a empresa deverá ser inabilitada na licitação
sob exame.
A indicação de responsável técnico deve ater-se a
profissional cujas atribuições se coadunam com normas de
órgão de fiscalização profissional (vide, a título de
ilustração, Decisão n° 349/2000-TCU-Plenário).
™ Sobre dúvidas acerca da responsabilidade técnica
(engenheiro ou arquiteto?), ler Decisão n° 841/99-TCU-
Plenário. Paulo Gomes ©

91
ENAP 183

CASO
• Relativamente à qualificação econômico-
financeira, para fins de habilitação, é permitida
a exigência editalícia de que o capital mínimo
social integralizado tenha sido registrado na
Junta Comercial antes da publicação do ato
convocatório?

Os §§ 2.° e 3.°, art. 31 da Lei n.° 8.666/93


possibilitam a exigência de “capital mínimo”,
desde que seja respeitado o limite legalmente
estabelecido de 10% do “valor estimado da
contratação”. Paulo Gomes ©

ENAP 184

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO – Pode-se exigi-lo integralizado, apenas;
apesar de Marcal Justen Filho asseverar que “o direito da
sociedade relativamente ao capital apenas subscrito e não
integralizado equivale a um direito de crédito” (em
Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos,
5.ª ed., São Paulo, Dialética, 1998, p. 234). Todavia, “uma
vez exigida a integralização do capital, não parece possível a
exigência de que o capital social integralizado esteja
registrado na Junta Comercial antes da publicação do edital,
sob pena de restringir o caráter competitivo da licitação. O
que importa, para a Administração, é sua integralização no
ato da abertura do certame” (BLC n.° 5/2002, páginas 337 e
338).
Nos serviços continuados, a exigência de capital mínimo
(ou patrimônio mínimo) dar-se-á apenas relativamente à
primeiro vigência (exclusive as prorrogações), conforme item
8.2.2 da Decisão n° 503/2000-TCU-Plenário.
Paulo Gomes ©

92
ENAP 185

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO – Deve-se atentar para as disposições
contidas no art. 31, § 2°, da Lei n° 8.666, de 1993,
com alterações, de forma a não exigir,
simultaneamente, nos instrumentos convocatórios
de licitações, requisitos de capital social mínimo e
garantias para a comprovação da qualificação
econômico-financeira dos licitantes (Decisão n°
1.521/2002-TCU-Plenário). A Administração pode
exigir comprovação de capital mínimo ou de
patrimônio líquido mínimo, ou as garantias legais
previstas na Lei n° 8.666/93, estabelecidas em
edital; percebe-se, portanto, que essas exigências
não podem ser cumulativas. Paulo Gomes ©

ENAP 186

CASO

• A adoção de microfilmagem dispensa o


arquivamento dos originais dos
contratos?

Paulo Gomes ©

93
COMENTÁRIO
ENAP 187

• COMENTÁRIO - Sim, inclusive produz efeitos de fé


pública, conforme Lei n.° 5.433, de 08.05.68, e
Decreto n.° 64.398, de 24.04.69 (vide BLC n.° 9, de
set/95, p. 470).
™Observações: a) a normatização n.° 11.515, da
Associação Brasileira de Normas Técnicas, determina
que os back-ups devem ser custodiados em ambiente
externo; b) as notas fiscais geradas e recebidas
devem ser guardadas, no mínimo, por 5 anos; c)
documentação gerada pelo RH, principalmente
aquelas para efeito de aposentadoria, precisam ficar
guardadas por pelo menos 35 anos; d) § 5.°, art. 78
do Decreto-lei n.° 200/67 e § 2.°, art. 66 do Decreto
n.° 93.872/1986 (arquivamento por 5 anos, a contar
da aprovação das contas pelo Tribunal de Contas).
Paulo Gomes ©

ENAP 188

CASO

• Deve-se manter no processo todos os


documentos apresentados na licitação?

Paulo Gomes ©

94
COMENTÁRIO
ENAP 189

• COMENTÁRIO - “É obrigatória a manutenção, nos


autos (...), de todos os documentos e de todas as
propostas apresentadas na licitação. Na hipótese
de o documento ser apresentado na sua forma
original, o interessado poderá solicitar a sua
substituição por cópia autenticada (cf. § 3.°, art.
22, c/c inc. I, § 2.°, art. 1.° da Lei n.° 9.784, de
29/01/1999). Poderá a Administração, nesse caso,
inclusive, cobrar o custo da reprodução gráfica da
respectiva cópia” (vide ILC de jun/01, p. 9).
• O servidor público poderá autenticar cópia de
documento, conforme art. 32 da Lei n° 8.666/93 e
Decreto n° 83.936, de 06.09.1979. Paulo Gomes ©

ENAP 190

CASO

• O que fazer na recusa do licitante


vencedor em assinar o contrato, haja
vista que o prazo de validade de sua
proposta já se expirou?

Paulo Gomes ©

95
ENAP 191

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - “Diante dessa realidade, restará à
Administração tão-somente a possibilidade de
consultar os demais licitantes, observada
rigorosamente a ordem de classificação, para verificar
se algum deles concorda em celebrar o contrato nas
mesmas condições da proposta vencedora. Caso
nenhum licitante aceite, novo certame licitatório
deverá ser realizado” (BLC n.° 8, de ago/95, p. 412).

Paulo Gomes ©

ENAP 192

CASO

• Qual o prazo para que o adjudicatário,


após devidamente intimado, compareça
para assinar o instrumento de contrato
administrativo?

Paulo Gomes ©

96
COMENTÁRIO
ENAP 193

• COMENTÁRIO - Depende do prazo que estiver


estipulado no ato convocatório, conforme inc. II, art.
40 e caput do art. 64 da Lei n.° 8.666/93. Caso o
edital seja omisso, tal “omissão não enseja nulidade
da licitação. Assim, o interessado deverá ser intimado
para comparecer em um prazo razoável, estipulado
pela Administração. Caso o particular não possa
comparecer ou julgar que o prazo lhe é prejudicial,
deverá manifestar-se contra a estipulação feita pela
Administração” (ILC de julho/2001, p. 597). Observe
que o § 3.º, art. 64 da Lei n.º 8.666/93 dispõe que
“decorridos 60 dias da data da entrega das propostas,
sem convocação para a contratação, ficam os
licitantes liberados dos compromissos assumidos”. Paulo Gomes ©

ENAP 194

CASO

• O fato de um fornecedor estar inscrito no


CADIN (Cadastro Informativo de Fornecedores
Inadimplentes para com o Governo Federal e
suas Entidades), ou sistema estadual/municipal
semelhante, o caracteriza como “fornecedor
inidôneo”?

Paulo Gomes ©

97
COMENTÁRIO
ENAP 195

• COMENTÁRIO - Não, fornecedor inidôneo é apenas e


tão-somente aquele assim declarado por ato da
Administração Pública (com efeito em qualquer das
esferas administrativas), decorrente da aplicação da
penalidade prevista no inc. IV do art. 87 (vide BLC
n.°s 6, de jun/95, p.301; e 5/99, p. 262).
• J. Cretella Júnior - ao comentar o § 3.°, art. 87 da Lei
n.° 8.666/93 - na obra “Das licitações públicas”,
Edição Revista Forense, 15.ª edição (1998), p. 401,
afirma ser a declaração de inidoneidade para licitar ou
contratar da “competência exclusiva da autoridade
que fica diretamente subordinada ao Chefe do
Executivo em cada esfera” (Ministro de Estado ou
Secretários). Paulo Gomes ©

ENAP 196

CASO

• Pode-se aplicar cumulativamente a penalidade


de suspensão temporária do direito de
participar de licitação e de contratar com a
Administração (inc.III, art. 87 da Lei n.°
8.666/93) e a penalidade de declaração de
inidoneidade para licitar ou contratar (inc. IV,
art. 87 da Lei n.° 8.666/93)?

Paulo Gomes ©

98
COMENTÁRIO
ENAP 197

• COMENTÁRIO - Não; em sentido semelhante opera a


Súmula/STF/n.° 19 (“é inadmissível segunda punição de
servidor público, baseada no mesmo processo em que se
fundou a primeira”). Ademais, o § 2.°, art. 87 da Lei n.°
8.666/93 é de meridiana clareza ao estabelecer expressamente
os casos de cumulação (vide interessante entendimento do
BACEN no Parecer/DEJUR/n.° 176/96, de 09/07/96).
Outrossim, a penalidade do inciso IV já engloba os efeitos
daquela prevista no inciso III.
™ Em tempo, pelo § 2.°, art. 1.° do Decreto n.° 3.722/01, com a
redação do Decreto n.° 4.485/02, o SICAF conterá as sanções
aplicadas pela Administração Pública relativas ao impedimento
para contratar com o Poder Público. Para emissão do empenho,
faz-se necessária prévia consulta no SICAF.
™ O Tribunal de Contas da União informou ao Banco do Brasil
S.A. que, em qualquer modalidade de licitação, não se pode
exigir, mas se deve aceitar, a inscrição prévia no SICAF como
meio de prova da habilitação de interessado (item 9.3, Acórdão
nº 1.070/2005-TCU-1ª Câmara, DOU de 13.06.2005, S. 1, p.
110).
Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 198

• COMENTÁRIO (continuação)- O Tribunal de


Contas da União ratifica necessidade de que se
“observe os dispositivos legais concernentes ao
acompanhamento e fiscalização dos contratos,
aplicando ao contratado as penalidades
previstas no Estatuto das Licitações e Contratos
quando das ocorrências de descumprimento
das cláusulas contratuais (Lei n° 8.666/93, art.
67, §§ 1° e 2°; art. 78, incisos I, VII e VIII; 86,
caput, e § 1°; e 87, incisos I e II)”, consoante
item 8.1.1 da Decisão n° 528/98-TCU-Plenário.

Paulo Gomes ©

99
ENAP 199

CASO

• Um determinado órgão público poderá


estabelecer em edital a vedação de participação
em um certame licitatório de empresas que
tenham sido apenadas, por outros órgãos, com
a “suspensão do direito de licitar” (inciso III,
art. 87 da Lei nº 8.666/93)?

Paulo Gomes ©

ENAP

COMENTÁRIO
200

• COMENTÁRIO - Não. A inclusão, no edital de


licitação, de cláusula impeditiva de participação
no certame de interessados eventualmente
apenados por outro órgão ou entidade da
Administração Pública (com a suspensão do
direito de licitar), fere o princípio da legalidade,
vez que tal penalidade é adstrita ao órgão ou
entidade que a aplicou, consoante
Decisões/TCU/n.ºs 352/98 e 369/99 – Plenário,
Atas n.ºs 21/98 e 25/99, respectivamente; bem
como alínea “a”, item 8.2 da Decisão n° 52/99-
TCU-Plenário, in DOU de 12.03.1999.
Paulo Gomes ©

100
ENAP 201

CASO

• Numa concorrência pública, após a abertura


dos envelopes contendo as ofertas, pode um
representante de empresa licitante alegar que
outra empresa é inidônea?

Paulo Gomes ©

ENAP

COMENTÁRIO
202

• COMENTÁRIO - Uai, sô. Depende!!! Não é a boa


prática, pois que foram conhecidas as propostas das
empresas participantes. Veja, por exemplo, a seguinte
decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
(TJ/SP, in RDP, 12:207): “idoneidade dos concorrentes
deverá ser apreciada, necessariamente, antes de
abertas as propostas”.
Em acontecendo tal fato, recomenda-
se à Comissão Permanente de Licitação a urgente
promoção de diligência para esclarecer o assunto,
conforme preceitua o § 3.°, art. 43 da Lei n.°
8.666/93. Em se confirmando esse fato novo, deve a
CPL rever o ato de habilitação; caso contrário, ela
poderá ser penalizada vis-à-vis o ilícito previsto no art.
97 da Lei n.° 8.666/93. Paulo Gomes ©

101
ENAP 203

CASO

• Pode-se estabelecer (em edital de certame


licitatório não dividido em itens) proibição de
que uma mesma pessoa física figure como
representante (procurador) de diversas
empresas licitantes?

Paulo Gomes ©

ENAP 204

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - A Lei n.° 8.666/93 não regulou
a representação dos licitantes por terceiros na
execução de atos da licitação; logo, pode-se
afirmar que se aplica o Código Civil, no sentido
da possibilidade de os licitantes fazerem-se
representar por meio do regime jurídico do
mandato e da procuração. Todavia, impõem-se
cuidados redobrados (inclusive no instrumento
convocatório) para evitar a representação de
diversos licitantes por uma mesma pessoa,
dado o risco da produção de resultados lesivos
ao interesse público (conluio). Paulo Gomes ©

102
ENAP 205

CASO
• O Sr. Olar Ápio, sócio da empresa Irmãos
Metralha Cia. Ltda., após ter cometido
irregularidades em entrega de material à
Prefeitura de Canastrão-MG, pode eximir-se de
responsabilidades junto ao Tribunal de Contas
(multa, ressarcimento de prejuízos causados…)
desconstituindo aquela pessoa jurídica (falência
induzida)? [:(]

Paulo Gomes ©

ENAP 206

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não; o remédio jurídico adequado
seria a aplicação da teoria da desconsideração da
personalidade jurídica, que permite que não mais
se considerem os efeitos da personificação ou da
autonomia jurídica da sociedade para atingir e
vincular a responsabilidade dos sócios, com
objetivo de impedir a consumação de fraudes e
abusos de direito, cometidos por meio de
personalidade jurídica, que causem prejuízos ou
danos a terceiros, conforme Decisão n.° 222-TCU-
2.ª C, in DOU de 03/07/2000, S. 1, p. 50.
Paulo Gomes ©

103
ENAP 207

CASO

• A concordata do contratado, durante a


execução do objeto avençado, é motivo
para rescisão contratual?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 208

• COMENTÁRIO - Não, segundo o § 2.° do art. 80,


devendo-se incrementar a atuação do(a) servidor(a) a que
se refere o art. 67 (pois que a tendência, nesses casos, é
de a contratada adquirir seu produtos diretamente das
Organizações Tabajara). Todavia, há que se registrar que
o inc. II, art. 31 da Lei n.° 8.666/93, está a exigir, quando
da habilitação (documentação relativa à qualificação
econômico-financeira), “certidão negativa de falência ou
concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa
jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no
domicílio da pessoa física”. Em tempo, vale lembrar que o
caput, art. 7.° do Decreto-lei n.° 7.661, de 21/06/45,
dispõe que o juízo competente para declarar a falência
(Distribuidor Forense) é aquele situado na localidade do
estabelecimento principal da empresa. Vide, ainda, inc. IX,
art. 78 da Lei n.° 8.666/93.
Paulo Gomes ©

104
ENAP 209

CASO

• O licitante que não impugnou o edital


pode, após iniciada a licitação, alegar a
nulidade de uma de suas cláusulas, com
o propósito de invalidar sua
inabilitação?

Paulo Gomes ©

ENAP 210

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - A priori não, por força do § 2.° do
art. 41; todavia, quando verificada a ilegalidade, a
Administração, longe de razões de oportunidade e
conveniência, tem o poder-dever de anular todos os
feitos (princípio da autotutela dos atos
administrativos), segundo preceitua o art. 49 da Lei
n.° 8.666/93 e a Súmula/STF/n.° 473; sem embargos
à possibilidade de representação, nem da ação, dos
Controles Interno e Externo, visando a anulação da
cláusula ou do certame (vide BLC n.° 4/99, p. 212, e
ILC n.° 36, de fev./97). Há que se trazer à lembrança:
a) a pena de condescendência criminosa (art. 320 do
Código Penal), caso a Administração não determine a
apuração da alegada irregularidade; e b) o direito de
ampla defesa (art. 5.°, LV, da CF/88). Paulo Gomes ©

105
ENAP 211

CASO
• É possível aceitar propostas alternativas, ou
seja, o mesmo interessado apresentar várias
marcas de equipamento, cada qual com o seu
preço?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 212

• COMENTÁRIO - Não, pois é afrontoso ao princípio da igualdade previsto no


art. 3.°; o proponente, em assim o fazendo, estará participando mais
de uma vez do mesmo certame, ficando, destarte, em posição mais
vantajosa em relação aos demais interessados que formularem uma
única proposta. Uma vez corretamente enunciado o objeto da
licitação (art. 14), devem os interessados apresentar uma proposta
concreta - sem alternativas (“vide” BLC nr. 1/94, p. 46). Atenção para
o fato de que o “apresentar várias marcas de equipamento” não se
confunde com a “cotação em quantidade inferior à demandada na
licitação”, a que se refere o § 7.° do art. 23, acrescido pela Lei n.°
9.648/98.
¾ Atenção: a) pela alínea “h”, item 8.5 da Decisão n.° 462/99-TCU-P
(DOU de 30/07/99), em casos de convite, deve a empresa licitante
atuar no ramo de atividade pertinente ao objeto, conforme § 3.°, art.
22 da Lei n.° 8.666/93 (vide Decisão/TCU n.° 757/97-P, veiculada no
ILC n.° 48, de fev./98, p. 168; e item 9.5.5 do Acórdão nº
301/2005-TCU-Plenário); b) o Tribunal de Contas da União
determinou ao Ministério do Turismo que, em licitações públicas,
observe a compatibilidade entre as atividades constantes do objeto
social e os serviços licitados (item 1.1.3, TC-017.185/2004-1,
Acórdão nº 887/2005-TCU-2ª Câmara, DOU de 15.06.2005, S. 1, p.
98).
Paulo Gomes ©

106
ENAP 213

CASO
• É possível aproveitar uma licitação (já
realizada pela prefeitura) para solicitar de
determinado contratado “idôneo” a prestação
de um “pequeno serviço”, não previsto
originariamente no contrato administrativo?

Paulo Gomes ©

ENAP 214

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, conforme entendimento do Tribunal de Contas
da União no item 8.2.1 da Decisão n° 518/99-TCU-Plenário.
™ O Tribunal de Contas da União determinou à Petroquisa que
abstenha-se de firmar contrato com objeto amplo e indefinido, do
tipo "guarda-chuva", em observância aos termos do art. 54, § 1º, da
Lei nº 8.666/93 (item 9.2.3, Acórdão nº 717/2005-TCU-Plenário,
DOU de 20.06.2005, S. 1, p. 122); além disso, o Controle Externo
determinou à mesma Petroquisa que deixasse de firmar contratos por
prazo indeterminado, em observância dos termos dos arts. 55, IV, e
57, § 3º, da Lei nº 8.666/1993 (item 9.2.8, Acórdão nº 717/2005-
TCU-Plenário, DOU de 20.06.2005, S. 1, p. 122).
™ O Tribunal de Contas da União reforçou a necessidade da definição
clara e precisa dos serviços objeto da licitação, evitando descrições
genéricas e imprecisas, de modo a fazer com que cada serviço a ser
contratado seja precisamente definido em termos descritivos de sua
unidade de medida, da quantidade prevista, dos locais de realização
e, se for o caso, também em termos dos materiais a serem
fornecidos junto com o serviço (item 7.1.2 do Acórdão nº 653/2005-
TCU-2a Câmara, TC-009.545/2004-3, D.O.U. de 13.05.2005, S. 1, p.
83).
Paulo Gomes ©

107
ENAP 215

CASO
• É possível fixar no instrumento convocatório
(edital de concorrência) cláusula exigindo que
as empresas licitantes sejam fabricantes dos
bens de interesse da Administração?

Paulo Gomes ©

ENAP 216

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, pois pode prejudicar a
Administração na obtenção de proposta mais
vantajosa, além de prejudicar o livre exercício
do comércio (vide TFR, in RDA 166/114).
™O Tribunal de Contas da União entendeu que
a exigência editalícia de que os suprimentos
sejam produzidos pelo mesmo fabricante do
equipamento impressor é ilegal, com
infringência aos arts. 3º, § 1º, I e 15, § 7º, I
da Lei nº 8.666/93 (item 9.2 do Acórdão nº
520/2005-TCU-Plenário, DOU de 12.05.2005,
S. 1, p. 94).
Paulo Gomes ©

108
ENAP 217

CASO
• É possível fixar no instrumento convocatório
(edital) cláusula definindo que a contratação dar-
se-á apenas com pessoa jurídica, negando acesso
àquelas pessoas físicas legalmente habilitadas
[favor considerar que a Administração disponha de
dotações suficientes, relativamente ao objeto de
gasto, nos elementos de despesa 39 (Outros
Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica) e 36
(Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Física)] ?

Paulo Gomes ©

ENAP 218

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Não, segundo alínea “b”, item


8.4 da Decisão n° 020/2002-TCU-1ª Câmara, in
DOU de 28/02/2002, configurando-se em
restrição ao caráter competitivo do certame
licitatório.

Paulo Gomes ©

109
ENAP 219

CASO
• Diante da falência ou inadimplemento do
contratado (incs. I ou IX do art. 78) e tendo
em vista o fato de uma nova licitação
demandar tempo e dinheiro, para obras
muitas vezes atrasadas, pode-se dispensá-la
com base no inc. XI do art. 24?

Paulo Gomes ©

ENAP 220

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim, mas a Administração não é
obrigada a decidir-se pela solução prevista no inc. XI
do art. 24. Poder-se-á realizar nova licitação, inclusive
no caso de nenhum dos demais licitantes se dispuser
a contratar a execução do remanescente nas
condições ofertadas pelo licitante vencedor (“vide”
BLC nr. 2/94, p.87). Jessé Torres advoga ser melhor :
a) rescisão do contrato por inexecução, total ou
parcial (arts. 78 e 79); b) convocação ordenada das
empresas que participaram da licitação e, c) execução
do remanescente nas mesmas condições do contrato
inadimplido (p. 160).
Paulo Gomes ©

110
ENAP 221

CASO
• A ratificação, sob os cuidados da “autoridade superior”
(art. 26 da Lei n.° 8.666/93), é passível de delegação
de competência?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 222

• COMENTÁRIO - Não, pois que a “autoridade superior” é


aquela imediatamente acima do órgão ou seção
encarregado de promover a licitação (conceito vinculado à
estrutura hierárquico-organizacional, e não à
competência). Em se tratando de uma empresa pública,
tanto pode ser uma diretoria, quanto a presidência,
conforme convier à sua administração ou organização,
sendo certo que constará dos regulamentos (vide
Parecer/AGU/n.° GQ-191, in DOU de 7/05/99, S. 1, p.
113; bem como Parecer n.° 20/97-CORIC/SFC, de
29/08/97). Nas dispensas em casos de segurança nacional
(art. 24, inc. IX), a ratificação caberá ao titular da Pasta
ou órgão que tenha prerrogativa de Ministro de Estado,
consoante parágrafo único, art. 1.° do Decreto Federal n.°
2.295, de 04/08/97.
Paulo Gomes ©

111
ENAP 223

CASO

• Quando uma proposta poderá ser considerada


como “superfaturada” numa licitação para
compra de bens realizada pela Gerência
Regional de Administração do Ministério da
Fazenda no Pará (GRA-MF/PA)?

Paulo Gomes ©

ENAP 224

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - No âmbito do Poder Executivo Federal
(Sistema de Serviços Gerais), o superfaturamento estaria
configurado quando o preço cotado for superior a 20% do
maior preço praticado pelos órgãos e entidades integrantes do
Sistema de Serviços Gerais-SISG (registrado no
COMPRASNET/SIASG, módulo SIREP; vide IN/SLTI/n.° 1, de
08/08/2002, in DOU de 09/08/2002), no trimestre
imediatamente anterior ao da aquisição, no respectivo Estado
da Federação (Pará), conforme inciso V, art. 15 da Lei n.°
8.666/93; Decreto Federal n.° 1.094, de 23/03/1994; e o art.
3.° da IN/SEAP/MOG/n.° 04/99, de 08/04/99 (in DOU de
09/04/99), todavia esta Instrução Normativa foi revogada pelo
art. 11 da IN/SLTI/MPOG/n° 1, de 08.08.2002 (in DOU de
09.08.2002).
• No pregão eletrônico, após a etapa de lances, o pregoeiro
examinará a proposta ganhadora quanto à compatibilidade do
preço em relação ao estimado para a contratação (art. 25 do
Decreto n° 5.450, de 31.05.2005).
Paulo Gomes ©

112
ENAP 225

CASO
• Qual o novo significado da inexeqüibilidade
econômico-financeira da proposta, no caso de
licitação para obra e serviços de engenharia,
desenhada no corpo da Lei n.° 9.648/98, que
alterou o § 1.°, art. 48 da Lei n.° 8.666/93?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 226

• COMENTÁRIO - Para a análise da inexeqüibilidade da


proposta, confronta-se a média aritmética dos preços
das propostas - somente aquelas cujos valores sejam
superiores a 50% do valor previsto no ato
convocatório - com o valor orçado pela Administração,
buscando-se, pois, o menor. Sobre aquele que for o
menor, aplica-se o percentual de 70%, de que
resultará o parâmetro do menor preço de proposta
exeqüível (c.f. Luiz Carlos Alcoforado, in “Correio
Braziliense” de 15/03/99, caderno Direito & Justiça,
página 4). Quando verificada grande discrepância
entre o valor orçado pela Administração e as
propostas apresentadas pelos licitantes, sugerimos
leitura do BLC n.° 5/2002, p. 336, e da Decisão n°
45/1999-TCU-Plenário.
• Veja o seguinte exemplo fictício: Paulo Gomes ©

113
ENAP 227

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO (cont.) - Numa simulação em que o valor orçado
pela Prefeitura de Passa e Fica-RN, para a execução de obra ou
serviço de engenharia, venha a ser de $ 100; e as propostas,
p1= $ 55, p2= $ 49, p3= $ 39, p4= $ 95 e p5= $ 105,
processa-se o seguinte exercício:
→ a) encontra-se a média aritmética das propostas cujos valores
forem superiores a 50% do valor orçado pela prefeitura
[(55+95+105)/3]=85;
→ b) em seguida, compara-se a média aritmética das propostas
($ 85) com o valor orçado pela Administração ($ 100),
apurando-se o menor;
→ c) por fim, faz-se incidir 70% sobre os $ 85 (valor menor que
o orçado pela Prefeitura de Passa e Fica-RN), achando-se a
importância de $ 59,50, que representa o menor limite de
exeqüibilidade de uma proposta, no caso dessa licitação
hipotética.

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 228

• COMENTÁRIO (cont.) – No tocante à garantia adicional de que


trata o § 2° do art. 48, aceitemos como hipoteticamente
inalterados: a) a média aritmética das propostas cujos valores
forem superiores a 50% do valor orçado pela prefeitura ($ 85);
e b) valor orçado pela administração ($ 100). Imaginemos a
existência de uma outra proposta vencedora p6= $ 65
(superior ao limite de exeqüibilidade $ 59,50, e inferior a 80%
do menor valor das alíneas “a” e “b”, $ 68), exigir-se á da
empresa ofertante do p6, a título de garantia adicional (dentre
as modalidades do § 1° do art. 56, de até 5% do valor do
contrato), a diferença entre o valor resultante do § 1° do art.
48 ($ 59,50) e o valor da proposta vencedora correspondente
($ 65), ou seja, $ 5,50 de garantia adicional. Essa inovação da
Lei n° 9.648, de 27.05.1998, pretendeu assegurar à
Administração meios de se ressarcir de eventuais prejuízos por
inadimplência das obrigações assumidas pelo contratado.
Paulo Gomes ©

114
ENAP 229

CASO
• Na contratação de obras públicas, o que
significa a sigla BDI, utilizada no orçamento
detalhado em planilhas que expressem a
composição de todos os custos unitários nos
casos de obras?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 230

• COMENTÁRIO - BDI significa “benefício (ou


bonificação) e despesas indiretas”; e tem relação
direta com o princípio da economicidade, a ser
demonstrado efetivamente nas contratações públicas.
O inc. II, § 2.°, art. 7.° da Lei n.° 8.666/93 exige
levantamento estimado dos custos de obras e serviços
de engenharia, e este “orçamento consiste
essencialmente em determinar o custo direto através
dos diversos componentes. O custo indireto é
geralmente estimado e as empresas, em geral,
dispõem de meios para avaliá-lo com boa
aproximação” (Salvador E. Giammusso, Orçamento e
custos na construção civil, São Paulo, Pini, 1988, p.
33). … Paulo Gomes ©

115
COMENTÁRIO
ENAP 231

• RESPOSTA (cont.) – Entende-se por custos diretos


aqueles diretamente vinculados à execução dos
componentes que integram a obra (material, mão-de-
obra efetivamente empregada na atividade finalística
e respectivos encargos sociais, serviços de terceiros e
equipamentos), ao tempo em que custos indiretos
referem-se aos trabalhos de apoio necessários à
construção. Chama-se BDI o valor a ser acrescido ao
custo direto da obra para cobrir os custos indiretos
envolvidos e o lucro da empresa construtora.
Fernando Morethson Sampaio, em Orçamento e custo
da construção (São Paulo, Hemus, p. 62), define BDI
como a “taxa correspondente a despesas indiretas e
lucro, para execução de serviços, incidentes sobre a
soma dos custos de materiais, mão-de-obra,
equipamentos, etc.” … Paulo Gomes ©

ENAP 232

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Logo, BDI é o somatório das
despesas com materiais, pessoal e encargos diversos,
necessários à administração e ao controle da
execução de uma obra, acrescido das despesas
financeiras, riscos e imprevistos, lucro líquido e
impostos; é, portanto, um percentual que, aplicado
sobre o custo da obra, eleva-o ao preço final dos
serviços, gerando o preço de venda. O BDI, por seu
turno, divide-se em despesas indiretas (custos da
administração central, os eventuais, o custo financeiro
e os impostos) e benefícios (lucro bruto da empresa
contratada).
¾ Exemplo 1: no cálculo para BDI no item serviços,
vejamos os valores máximos permissíveis para:

Paulo Gomes ©

116
COMENTÁRIO
ENAP 233

• COMENTÁRIO - a) Custo de Administração Central – CAC


(6,00%); b) Eventuais – E (2,00%); c) Custos Financeiros
– CF (0,6492%); d) Benefício sobre os serviços – B
(7,00% de lucro líquido, correspondendo a 12,3% de lucro
bruto); e) Impostos e Taxas – IT (7,65%). Daí, tem-se o
BDI:
BDI= [(1,06 . 1,02 . 1,006492 . 1.123) – 1]/(1-0,0765) .
100
BDI=24,05% , podendo-se acrescentar, no máximo, o
percentual de 24,05%, para cumprimento do disposto no
art. 7.°, § 2.°, II.
¾ Exemplo 2: no cálculo para BDI no item materiais,
vejamos os valores máximos permissíveis: a) CAC
(6,00%); b) CF (0,15%); c) IT (5,65%), ficando zerados E
e B.
BDI= [(1,06 . 1,0015) – 1]/(1-0,0565) . 100 = 6,53% …

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 234

• COMENTÁRIO - Logo, sobre os preços do orçamento de custos para o


item materiais, deve-se acrescentar o percentual de, no máximo, 6,53%
, a título de BDI, para cumprimento do disposto no art. 7.°, § 2.°, II.
Na composição dos custos das obras de nov/2000, os materiais
representavam 51% do total dos custos. Isto posto, sugere-se quanto
ao orçamento estimado de custos: a) individualizar os valores referentes
a serviços e materiais; b) ser elaborado segundo critérios técnicos; c)
valores diferenciados para serviços e para materiais (respeitados os
limites máximos); d) o valor do BDI deverá ser informado à
Administração; e) a proposta vencedora deverá apresentar similaridade
de proporção entre as parcelas de serviços e materiais do orçamento, a
fim de evitar sonegação de impostos.
O Tribunal de Contas da União determinou à Secretaria de Estado de
Segurança Pública e Defesa do Distrito Federal que se abstivesse de
fixar percentual para o BDI (Bonificações e Despesas Indiretas) em
editais das próximas licitações pela falta de amparo legal para tanto e
porque tal procedimento impede os licitantes de desigualarem-se em
itens relevantes de suas propostas, como taxa de administração e lucro
(item 2.1.1, TC-005.570/2005-6, Acórdão nº 1.046/2005-TCU-1ª
Câmara, DOU de 13.06.2005, S. 1, p. 96).
¾ Sugestão de leitura: SINDUSCON-RS, Padronização dos critérios de
orçamentos para obras públicas, out./93. ...
Paulo Gomes ©

117
ENAP 235

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - O Tribunal de Contas da União determinou à
Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa do Distrito
Federal que explicite, quando da elaboração das planilhas de
referência para suas contratações, a composição do BDI (entre
materiais e serviços) que está sendo utilizada na formação dos
preços e exija que os licitantes façam o mesmo em relação às
suas propostas (item 2.1.2, TC-005.570/2005-6, Acórdão nº
1.046/2005-TCU-1ª Câmara, DOU de 13.06.2005, S. 1, p. 96. ).
• A Corte de Contas determinou, ainda, à Secretaria de Estado de
Segurança Pública e Defesa do Distrito Federal que, quando da
execução de obras públicas, apenas autorizasse a
implementação de serviços cujos custos unitários de materiais e
mão-de-obra estivessem superiores à mediana daqueles
constantes do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices
da Construção Civil (SINAPI) em situações especiais,
devidamente justificadas em relatório técnico circunstanciado
(item 2.1.3, TC-005.570/2005-6, Acórdão nº 1.046/2005-TCU-
1ª Câmara, DOU de 13.06.2005, S. 1, p. 96).

Paulo Gomes ©

ENAP
COMENTÁRIO 236

• COMENTÁRIO - Lembre-se que, no caso de obras, os desembolsos serão efetuados


proporcionalmente aos serviços executados (e efetivamente medidos) dentro do
prazo estabelecido e, ainda, em conformidade com o cronograma físico-financeiro da
obra. Além disso, todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato
devem ser inseridas em registro próprio (Diário de Obras), consoante § 1°, art. 67
da Lei n° 8.666/93 – vide Decisão n° 561/98-TCU-Plenário e item 8.5.22 do Acórdão
n° 645/2000-TCU-2ª Câmara.
™ O Tribunal de Contas da União determinou ao DNIT que observasse, nas medições
realizadas, a realidade dos serviços, obras e/ou fornecimentos, abstendo-se de
computar itens ainda não realizados ou postergar a aferição de itens já realizados
e/ou cumpridos, nos termos do art. 73 da Lei nº 8.666/93 (item 9.2.2 do Acórdão
nº 648/2005-TCU-Plenário, DOU de 03.06.2005, S. 1, p. 238).
™ O TCU (item 3.1 da Decisão n° 672/94-Plenário) determinou ao Ministério da
Fazenda que “doravante, ao elaborar certames licitatórios, passe a utilizar o
parcelamento como regra na contratação de obras (...), a menos que inviabilidade
de ordem técnica, devidamente comprovada, impeça tal atitude”.
™ O Tribunal de Contas da União determinou a divisão de obras, serviços e compras
em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis,
procedendo à licitação distinta para cada etapa ou conjunto de etapas da obra,
serviço ou compra, com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no
mercado e à ampliação da competitividade, sem perda da economia de escala,
conforme dispõe o art. 23, §§ 1º e 2º, da Lei nº 8.666/93 (item 9.3 do Acórdão nº
446/2005-TCU-Plenário, DOU de 29.04.2005, S.1, p. 218).
9 Recomendamos o conhecimento de como o TCU construiu o seu edifício anexo :-)

Paulo Gomes ©

118
ENAP 237

CASO
• Numa licitação pública, pode a Administração
aceitar oferta gratuita, no todo ou em parte?

Paulo Gomes ©

ENAP 238

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - O saudoso autor do Decreto-lei n.°
2.300/86 asseverou que “é discutível a legalidade da
oferta gratuita, no todo ou em parte, porque, salvo
motivação relevante, pressupõe a existência de
interesses escusos, a que o princípio da moralidade
administrativa se opõe veementemente” (Hely Lopes
Meirelles, in “Estudos e Pareceres de Direito Público”,
RT, São Paulo, vol. 3, página 95). Em tempo, há que
se falar na incompatibilidade do que dispõe a parte
final do § 3.°, art. 44 vis-à-vis o § 1.°, art. 48 da Lei
n.° 8.666/93, no que pertine a inexeqüibilidade em
licitações de menor preço para obras e serviços de
engenharia. Paulo Gomes ©

119
ENAP 239

CASO

• No tocante à comprovação da regularidade


fiscal por parte do interessado, é possível a
apresentação do protocolo do pedido de nova
certidão?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 240

• COMENTÁRIO - Não, é ilegal a apresentação “a


posteriori” de documentação que a Lei n.° 8.666/93
determina para fins de habilitação em procedimento
licitatório. Há que se ressaltar que o § 3.° do art. 43
veda expressamente a inclusão posterior de
documento ou informação que deveria constar
originariamente da proposta (vide BLC n.° 3/94, p.
122; e ILC de janeiro/2001, pergunta 4). Neste
sentido opera a Decisão/TCU/n.° 635, publicada no
DOU de 23/10/96.
™A Corte de Contas determina que "abstenha-se de
substituir documentos antigos dos autos por outros
emitidos mais recentemente, sobretudo aqueles
relativos à demonstração da regularidade fiscal das
instituições, de modo a evitar perda do registro de
fatos ocorridos" (item 9.1.3 do Acórdão nº 214/2005-
TCU-Plenário, DOU de 18.03.2005, S. 1, p. 108).
Paulo Gomes ©

120
ENAP 241

CASO

• Com o recebimento definitivo da obra, o


contratado fica liberado de suas obrigações
contratuais? E quanto às responsabilidades
legais (solidez/segurança e ética profissional)?

Paulo Gomes ©

ENAP 242

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim, todavia não há liberação das
responsabilidades legais (solidez e segurança; ética
profissional - plágio, usurpação e alteração do
projeto). Pela solidez e segurança da obra,
responderá durante 5 anos do recebimento
definitivo. O direito de responsabilizar o contratado
prescreve em 10 anos, mas da data do
aparecimento do vício ou defeito.
™O Tribunal de Contas da União determinou a uma
prefeitura municipal que evitasse a contratação de
serviços/obras de engenharia de má qualidade e
baixo padrão construtivo (item 9.2.1, Acórdão nº
1.082/2005-TCU-1ª Câmara, DOU de 13.06.2005,
S. 1, p. 121).
Paulo Gomes ©

121
ENAP 243

CASO

• É recomendável a nomeação de
suplentes na Comissão Permanente de
Licitação?

Paulo Gomes ©

ENAP 244

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim, é recomendável, pois a falta de
um de seus membros, como adverte Diógenes
Gasparini, impede a realização dos atos de
responsabilidade da Comissão, salvo quando
convocado suplente; devendo os trabalhos ser adiados
se não existir suplente para a substituição (BLC n.°
4/94, p. 172). Sem a presença de todos os membros,
como viabilizar-se o contido no § 3.° do art. 51?
Em tempo, há que se mencionar que “a instituição
da Comissão Permanente de Licitação é obrigatória,
não constituindo ato discricionário da Administração”
(BLC n.° 1/2002, p. 61).
Paulo Gomes ©

122
ENAP 245

CASO
• Após afastamento temporário (motivo de doença)
de um integrante efetivo da CPL, ele se recusa a
participar do julgamento das propostas, alegando
que seu suplente cometera erro quando da
habilitação. “E agora José?”

Paulo Gomes ©

ENAP 246

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - “Se não participou da fase de análise de
documentos habilitatórios, mas sim seu suplente, a
responsabilidade sobre a decisão recai sobre este”
(ILC de abril/2001, pergunta 2); todavia, é
recomendável que se faça constar em ata a ressalva
quanto aos licitantes cuja habilitação entenda
irregular, consoante previsão do § 3.°, art. 51 da Lei
n.° 8.666/93, de autoria do Senador Pedro Simon,
Relator do Substitutivo do Senador Federal ao Projeto
PLS n.º 59/92 (PLC n.º 1.491-D, de 1991, do Dep.
Luís Roberto Ponte).

Paulo Gomes ©

123
ENAP 247

CASO
• É possível a participação de um mesmo servidor
público municipal em duas comissões de licitação,
sejam elas permanentes ou não?

Paulo Gomes ©

ENAP 248

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim, “desde que não haja prejuízo
para os trabalhos respectivos” (SANTOS, Aires
Roberto dos. Treinamento sobre licitações. Brasília:
Edição da Consultoria Jurídica do Ministério da
Agricultura e do Abastecimento, 1998, p. 3).

Paulo Gomes ©

124
ENAP 249

CASO

• O pregoeiro pode ser presidente ou membro


da comissão permanente de licitação?

Paulo Gomes ©

ENAP 250

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim; “a autoridade competente poderá
designar como pregoeiro qualquer servidor do órgão
promotor da licitação, não existindo qualquer vedação
legal, tanto na MP quanto na Lei n° 8.666/93, de que o
presidente ou os membros da comissão de licitação sejam
designados como pregoeiro. Note-se que a autoridade
competente deverá verificar se é compatível, pela
quantidade de serviços a serem executados pelos
membros da CPL, que eles acumulem essas funções. De
qualquer forma, entende-se que o presidente ou qualquer
membro da comissão permanente de licitação, que sejam
servidores do órgão, poderão ser designados pela
autoridade competente para a função de pregoeiro, não
existindo nenhuma vedação legal com relação a esse
procedimento” (ILC de junho de 2000).
Paulo Gomes ©

125
ENAP 251

CASO
• É possível a padronização de móveis em
órgão ou entidade públicos?

Paulo Gomes ©

ENAP 252

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim, desde que demonstrada (nos autos) a
efetiva vantagem que se aufere dessa padronização (vide inc.
I, art. 15 e BLC n.° 8/94, p. 381). Lembre-se, treinando amigo,
há três coisas, em matéria de licitação pública, que muito
facilitam o cotidiano das repartições, quais sejam: a
padronização (inc. I, art. 15); a pré-qualificação (art. 114; vide
processo n.° 013.121/92-8, Decisão n.° 411, Ata 36/92-
TCU/1.ª C, in DOU de 23/10/92, ps. 14.935/50; e BLC de
jan/2001, p. 45) e o registro de preços (inc. II, art. 15 e
Decreto Federal n.° 3.931, de 19/09/2001, alterado pelo
Decreto Federal n.° 4.342, de 23/08/2002). Fique conectado!
™ O Tribunal de Contas da União determinou à Petrobrás que
evitasse a especificação do produto pela sua marca, em
desacordo com o inciso I, art. 25 da Lei nº 8.666/93, sem que
restasse comprovada a padronização necessária à justificativa
da contratação direta (item 9.6.1, Acórdão nº 723/2005-TCU-
Plenário, D.O.U. de 20.06.2005, S. 1, p. 137).
Paulo Gomes ©

126
ENAP 253

CASO
• É possível a aquisição direta de software,
com fundamento na inviabilidade de
competição?

Paulo Gomes ©

ENAP 254

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Depende. Em existindo prévia e
motivada (em termos técnicos) padronização, poderá
fazê-lo; entretanto, em situações normais de
temperatura e pressão, em existindo no mercado
outros programas que, indistintamente, atendam às
necessidades da Administração, impõe-se o
procedimento licitatório (vide entendimento do
Tribunal de Contas da União no processo n.°
001.777/97-1, in DOU de 29/06/1998, p. 23).

Paulo Gomes ©

127
ENAP 255

CASO
• Quando todas as propostas forem
desclassificadas (decorrido o prazo recursal do
art. 109) e, na via de conseqüência,
convocadas as empresas a apresentarem
novas propostas no prazo de 8 dias úteis; na
hipótese de serem novamente desclassificadas
as propostas, o que fazer?

Paulo Gomes ©

ENAP 256

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Segundo o BLC n.° 10/94,
p. 493, “parece ficar patente a inexistência de
interesse das proponentes em atender aos
termos do edital. Nada mais resta, pois,
senão declarar a licitação fracassada e
realizar outro procedimento” (inc. V do art.
24).

Paulo Gomes ©

128
ENAP 257

CASO
• A não apresentação de proposta pelos convidados
permite à Administração contratar com quem foi
convidado e não compareceu, com base no inc. V do
art. 24?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 258

• COMENTÁRIO - Sim, a priori; o fato de uma empresa do ramo


pertinente (§ 3.° do art. 22) não ter atendido ao chamamento é
irrelevante, podendo ser contratada desde que se verifiquem os
seguintes requisitos: a) não comparecimento de interessados
(licitação deserta); b) justificativa do gestor de que a realização
de nova licitação seria prejudicial aos interesses da
Administração; c) atendimento integral de todos os termos do
ato convocatório e; d) justificativa do § 7.° do art. 22 (BLC n.°
10/94, p. 495).
Todavia, se aquela empresa não tivesse atendido à carta
convite por estar impedida na forma dos incisos III ou IV, art.
87 da Lei n.° 8.666/93, não poderia a Administração contratá-la
pelo inc. V, art. 24 da Lei n.° 8.666/93.
™ Deve ser evitada a participação, em convites, sempre das
mesmas empresas, justificando-se caso isso não seja possível
(TC-017.060/2004-7, item 1.1.11, relativamente ao Acórdão nº
381/2005-TCU-Plenário, DOU de 22.04.2005, S. 1, p. 73).
Paulo Gomes ©

129
ENAP 259

CASO
• Na hipótese de o contratado rescindir o
contrato pagando a multa prevista, poderá o
mesmo participar de posterior licitação para
continuar os serviços?

Paulo Gomes ©

ENAP 260

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Uai, sô! Depende [;)]!! É
desaconselhável a aceitação da referida
empresa para participar do certame para o
mesmo objeto; ressalvada a ocorrência de
motivo justo, aceito pela Administração, já
comprovadamente superado (vide BLC n.°
11/94, p. 550). Há que se estudar o caso
concreto; sem embargos à ação do “agente
43-§3.°”. Ademais, só está impedida de
participar de licitação, a priori, a empresa
apenada anteriormente com o inciso III ou
o inciso IV, art. 87 da Lei n.° 8.666/93.
Paulo Gomes ©

130
ENAP 261

CASO
• Pode-se explicitar em cláusula do
instrumento de contrato a previsão,
para o Poder Público, de multa ou
indenização, em caso de rescisão
contratual?

Paulo Gomes ©

ENAP 262

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, segundo a
Súmula/TCU/n.° 205, conforme segue:
“É inadmissível (...) a inclusão, nos
contratos administrativos, de cláusula
que preveja, para o Poder Público,
multa ou indenização, em caso de
rescisão”.

Paulo Gomes ©

131
CASO
ENAP 263

• Pode participar de licitação empresa que apresente


certidão de quitação de tributos federais constando
que há débito sub judice?

™ Deve ser exigida dos participantes de processos


licitatórios, quando da prova da regularidade fiscal
com a Fazenda Nacional, a Certidão de Quitação de
Tributos e Contribuições Federais, bem como a
Certidão de Quitação da Dívida Ativa da União,
fornecidas pela Procuradoria da Fazenda Nacional, em
conformidade com o que dispõem o art. 29, inciso III,
da Lei n° 8.666, de 1993, e o art. 62 do Decreto-lei n°
147, de 1967 (Decisão n° 841/1999-TCU-Plenário).
Paulo Gomes ©

ENAP 264

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Segundo o BLC n.° 12/94, p. 591,
não havendo decisão transitada em julgado, não há
óbice à empresa em continuar a participar do
certame, porquanto evidências não tem o condão de
afastar o licitante do procedimento licitatório; cabendo
à Administração utilizar-se da faculdade contida no §
3.° do art. 43, quanto à diligência com o mister de
esclarecer ou complementar a instrução do processo
(vide Instrução Normativa/SRF/n.° 93, de 23/11/2001,
publicada no DOU de 12/12/2001).
• Obs: sobre a diferença de quitação e de regularidade,
recomendamos a leitura do BLC de nov/2002, p. 779.
Paulo Gomes ©

132
ENAP 265

CASO
• Diante de Certidão Negativa de Débito
para com a Fazenda Estadual constando
“débito parcelado” (e com prova do
adimplemento de cada parcela vencida)
ou “débito ajuizado” (e garantido com a
penhora de bens) pode a Administração
aceitá-la?

Paulo Gomes ©

ENAP 266

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim, nos termos do inciso III do
art. 29 da Lei n.° 8.666/93, combinado com os
artigos 205 e 206 do Código Tributário Nacional
(Lei n.° 5.172/66) (vide Parecer COG – 950/93,
do TC-SC, processo n.° 22.387/30, de 09/02/94).
• Atenção: a penhora em processo de execução
fiscal, desde que suficiente para garantir todo o
juízo, possibilita a expedição, pelos respectivos
órgãos fazendários, de certidão positiva com
efeitos de negativa (vide art. 206 do Código
Tributário Nacional e Súmula/TFR/n.° 38).

Paulo Gomes ©

133
ENAP 267

CASO
• Relativamente ao ISSQN, qual a alíquota a
ser aplicada pela Administração contratante,
a do município da empresa ou a do local
onde o serviço foi efetivamente prestado (DF,
por exemplo)?

Paulo Gomes ©

ENAP 268

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Depende da espécie de serviço prestado. As
leis distritais de n.°s 294, de 21/07/92, e 405, de 03/12/92,
ambas do Distrito Federal (tratando do local da incidência do
ISS, relativamente à prestação de serviços no âmbito dos
órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta da
União) devem ser analisadas, agora, à luz dos incisos do art.
3° da Lei Complementar n° 116, publicada no dia 01 de
agosto de 2003. Vide legislação tributária do DF no site:
http://www.fazenda.df.gov.br/
™ O Tribunal de Contas da União determinou que fossem
observadas as mudanças ocorridas na legislação sobre a
retenção e o recolhimento dos tributos e contribuições nos
pagamentos efetuados a pessoas jurídicas por órgãos da
Administração Pública Federal (item 1.3, TC-010.307/2004-
4, Acórdão nº 970/2005-TCU-1ª Câmara, DOU de
01.06.2005, S. 1, p. 132).
Paulo Gomes ©

134
ENAP 269

CASO
• O interessado em participar de certame está
obrigado a adquirir o edital (acompanhado ou não
de pastas, cadernos…)?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 270

• COMENTÁRIO - Não, via de regra (vide BLC n.ºs 12/93, p.


528; e 6/99, p. 310; ILC n.° 53, de julho/98, p. 664; e
Decisão/TCU/n.° 455/98, in DOU de 07/08/98, p. 42);
entretanto, caso a aquisição do edital for exigência (motivada)
constante do instrumento convocatório, o TCU já entendeu que
poderia ser aceita, em caráter excepcional, tal obrigatoriedade
de aquisição do instrumento convocatório, consoante Decisão
n.° 160/99-TCU-Plenário, in DOU de 3/05/99, Seção 1, p. 47
(processo TC-929.789/98-9). Porém, há que se ressaltar que a
Consultoria-Geral da República, em parecer publicado no DOU
de 26/01/89, considerou boa prática a venda de edital pelo
custo equivalente ao de sua reprodução (vide § 5.°, art. 32 da
Lei n.° 8.666/93, bem como ILC n.° 39, de mai./97), e não,
fornecê-lo gratuitamente; posição que o TCU acompanhou na
Decisão n.° 418/92, in DOU de 16/09/92, p. 12.903.
• Em pregão, o inc. II, art. 5.° da Lei n.° 10.520/2002, veda a
exigência de “aquisição do edital pelos licitantes, como
condição para participação no certame”. Paulo Gomes ©

135
COMENTÁRIO
ENAP 271

• COMENTÁRIO (continuação) – O § 1.°, art. 316 do


Código Penal considera crime a exigência, por servidor
público, de taxas ou emolumentos não autorizados em
lei (vide BLC n.° 4/2002, p. 261).
• Atenção: a) cuidados redobrados para a definição de
“prazos reduzidos para a venda de editais”
(infringência ao “princípio da publicidade”, segundo a
Decisão/TCU/n.° 310/94, de 19/05/94); b) não se
pode repassar para os interessados em adquirir o
edital o custo da elaboração do projeto básico, do
projeto executivo e da planilha de quantitativos e
preços unitários (vide ILC de abril/2001); c) sugere-se
a leitura da pergunta 10 do ILC de jun/2001.
Paulo Gomes ©

ENAP 272

CASO
• Em existindo previsão de multa no corpo do
instrumento de contrato, poder-se-ia relaxá-la
por tratar-se de fornecedor antigo?

Paulo Gomes ©

136
ENAP 273

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, em face do princípio da
indisponibilidade dos bens e interesses públicos. A
multa contratual só poderá deixar de ser cobrada,
em caráter excepcional, se o contratado faltoso tiver
condições de justificar o seu comportamento (vide
BLC n.º 12/93, p. 531). Às vezes, o descumprimento
contratual se deve a condições atípicas criadas pela
própria Administração (vide, por exemplo, teor da
Súmula/TCU/n.° 191; § 1.°, art. 57 da Lei n.°
8.666/93; e BLC n.° 5/2002, p. 338). Atenção
redobrada para o caso concreto!!!
Paulo Gomes ©

ENAP 274

CASO
• É permitido à Administração fixar como
critério de desempate, num procedimento
licitatório típico, o maior prazo de pagamento
ou o menor prazo de entrega do bem?

Paulo Gomes ©

137
ENAP 275

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, a lei é taxativa ao fixar o critério
de desempate entre propostas, consoante o § 2.° do
seu art. 45 (sorteio em ato público) (vide BLC n.º
06/97, p. 307). Entretanto, há que se diferenciar esta
pergunta daquela possibilidade de processo seletivo
entre diversos representantes comerciais
(inexigibilidade de licitação).
¾ Atenção: a) o TCU não aceitou o uso de nota técnica
como critério de desempate (cf. Decisão/TCU/n.°
153/92-P, processo n.° TC-008.142/92-0, in DOU de
23/04/92); b) sobre o critério de desempate a ser
adotado na aquisição de bens e serviços de
informática no âmbito da Administração Pública
Federal, sugerimos a leitura da pergunta 7 do ILC de
julho/98. Paulo Gomes ©

ENAP 276

CASO
• Se no decorrer do processo licitatório
terminar o mandato da Comissão, qual o
procedimento correto?

Paulo Gomes ©

138
COMENTÁRIO
ENAP 277

• COMENTÁRIO - O término do mandato de seus membros, no


decorrer de um dado certame, não acarreta maiores
consequências, salvo a necessidade de se formalizar
imediatamente a investidura de outros membros que darão
sequência ao procedimento (vide BLC n.º 06/97, p. 308).
Basta, para tanto, “a edição do ato de substituição, a juntada
de uma de suas cópias no processo licitatório e a
correspondente consignação dessa circunstância, quando for o
caso, na ata dos trabalhos” (SANTOS, Aires Roberto dos.
Treinamento sobre licitações. Brasília: Edição da Consultoria
Jurídica do Ministério da Agricultura e do Abastecimento, 1998,
p. 3).
No caso do pregão eletrônico, por exemplo, a designação do
pregoeiro, a critério da autoridade competente, poderá ocorrer
para o período de um ano, admitindo-se reconduções, ou para
licitação específica, conforme § 3°, art. 10 do Decreto n° 5.450,
de 31.05.2005, publicado no DOU de 01.06.2005.
Paulo Gomes ©

ENAP 278

CASO
• A comissão de licitação poderá ser composta
apenas por detentores de cargos em
comissão (comissionados sem vínculo)?

Paulo Gomes ©

139
COMENTÁRIO
ENAP 279

• COMENTÁRIO - Não, pelo “caput” do art. 51; pelo menos 2


dos membros da comissão de julgamento devem ser servidores
qualificados* pertencentes aos quadros permanentes da
Administração responsável pela licitação (servidores públicos;
vide instrução ao Acórdão n° 92/2003-TCU-Plenário). Curioso
se nos apresenta o Decreto paulista n.° 36.266, de 15/12/92, o
qual disciplina que as comissões de licitação permanentes e
especiais deverão ter um terço de seus membros indicados por
sociedades civis de ilibado conceito público, convidadas pela
Administração estadual (vide BLC de ago/2001, p. 529).
No pregão eletrônico, as designações do pregoeiro e da
equipe de apoio devem recair nos servidores do órgão ou
entidade promotora da licitação, ou de órgão ou entidade
integrante do SISG. E somente poderá exercer a função de
pregoeiro o servidor ou militar que reúna qualificação
profissional e perfil adequados, aferidos pela autoridade
competente (art. 10 do Decreto n° 5.450, de 31.05.2005).
Quando resta comprovado o despreparo técnico dos membros
da CPL, há risco de responsabilização de quem nomeia e de
quem aceita (Acórdão n° 506/2001-TCU-2ª Câmara, in DOU de
24.09.2001). Paulo Gomes ©

ENAP 280

CASO
• Faça um “ti-ti-ti” com o(a) seu(sua) colega ao
lado sobre um edital do Prefeito Omar Telada
para aquisição de um automóvel “tipo Kombi ou
assemelhado” (sem caracterização adicional).
Dê a sua nota: ( ) ZERO, ou ( ) DEZ.

Paulo Gomes ©

140
ENAP 281
COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Zero. Numa licitação pública, o objeto
deve ser definido de forma precisa e completa, tanto
no projeto básico quanto no edital, a fim de que seja
fornecido aos licitantes todo o conjunto de elementos
necessários e suficientes, com nível de precisão
adequado para caracterizar o objeto da licitação,
consoante inc. IX do art. 6.°, e inc. I, art. 40 da Lei
n.° 8.666/93, de forma a garantir a contratação do
objeto mais adequado ao município, em termos
qualitativos e quantitativos, sem embargos à
homogeneização, objetividade e igualdade de
tratamento às empresas licitantes (vide
Decisão/TCU/n.° 695/95, in DOU de 11/11/96, p.
233.950). Paulo Gomes ©

ENAP 282

CASO

• Numa licitação realizada para contratação de


seguro, admitiu-se a participação de
corretores. Esse procedimento é legal?

Paulo Gomes ©

141
ENAP 283

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não; em licitação pública deve-se
admitir apenas a participação de seguradoras, haja
vista que o Tribunal de Contas da União, no processo
n.° 010.330/95-0 (in DOU de 04/09/95, p. 13.620),
entendeu ser vedada a corretagem na contratação de
seguros pela Administração Pública, em consonância
com o § 1.°, art. 1.° Decreto n.° 59.417, de 26/10/66,
e o art. 23 do Decreto-lei n.° 73, de 21/11/66 (vide
ILC de julho/98).
¾ Atenção: devido ao art. 2.° da Lei n.° 8.666/93, que
impõe a prévia licitação pública, está derrogada a
forma de contratação direta pela Administração
Pública, mediante sorteio.
Paulo Gomes ©

ENAP 284

CASO
• A título de curiosidade, quais as atividades,
no âmbito do Governo Federal, que poderão
ser objeto de execução indireta
(terceirização)?

Paulo Gomes ©

142
ENAP

COMENTÁRIO
285

• COMENTÁRIO - Pelo Decreto Federal n.° 2.271, de


07.07.97 (in DOU de 08.07.97): conservação, limpeza,
segurança, vigilância, transportes, informática,
copeiragem, recepção, reprografia, telecomunicações e
manutenção de prédios, equipamentos e instalações. Além
disso, aquelas atribuições conferidas a cargos extintos da
Administração (ou em extinção), também poderão sê-las
(vide Súmula/TCU n° 097; alínea “a”, item 8.3 da Decisão
n° 25/2000-TCU-P; art. 2° da Lei n° 9.632, de 07/05/98).
• Em Consulta de n.° 442.370, sessão de 22/04/98, o
Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais defendeu
não ser possível a terceirização de todos os seus serviços,
mas apenas daqueles de natureza auxiliar, ligados à
atividade meio (vide também TCM/RJ, processo n.°
2.890/95, sessão de 30/05/95).
• Conferir ILC n.° 43, de set./97, p. 674. Paulo Gomes ©

ENAP

COMENTÁRIO
286

• COMENTÁRIO (cont.) - O Tribunal de Contas da União


determinou à SPOA/MMA que excluísse do contrato de
prestação de serviços celebrado com a empresa Múltipla
Prestação de Serviços e Higienização Ltda. as atividades que
detivessem correlação com atribuições dos cargos previstos no
quadro de pessoal do Ministério do Meio Ambiente ou
configurassem terceirização de atividades não passíveis de
execução indireta, consoante art. 1º, § 2º do Decreto nº
2.271/1997 (item 9.2.2, Acórdão nº 975/2005-TCU-2ª Câmara,
DOU de 23.06.2005, S. 1, p. 172).
O Tribunal de Contas da União determinou, também, ao
Ministério do Turismo que promovesse o encerramento da
contratação de serviços inerentes às atividades finalísticas do
Ministério e que fossem substituídos os funcionários
terceirizados que exercem atividades fins do Ministério por
servidores públicos efetivos (itens 1.1.1 e 1.1.2, TC-
017.185/2004-1, Acórdão nº 887/2005-TCU-2ª Câmara, D.O.U.
de 15.06.2005, S. 1, p. 98). Paulo Gomes
©

143
ENAP 287

CASO
• É lícito à Administração recusar-se a divulgar os
nomes das empresas que adquiriram o edital, a fim
de evitar possíveis acordos prévios entre as
licitantes?

Paulo Gomes ©

ENAP

COMENTÁRIO
288

• COMENTÁRIO - Tendo como basilar o princípio da publicidade


insculpido no caput do art. 3.° da Lei n.° 8.666/93, não seria
razoável ocultar informações sob a presunção de que tal
divulgação poderia facilitar um conluio entre as empresas
licitantes (vide BLC n.º 07/97, p. 358). O § 3.°, art. 3.° da Lei
n.° 8.666/93 dispõe: “A licitação não será sigilosa, sendo
públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento,
salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva
abertura” (Vide Decreto Federal n.° 2.295, de 04/08/97, sobre
dispensas em casos de comprometimento da segurança
nacional; bem como interessante análise do TCU no processo
n.° TC 003.974/96-0, in DOU de 16/01/97, p. 915-922,
referente à aquisição de radares para rastreamento da região
amazônica- “projeto SIVAM”).
¾ Sobre documentos públicos sigilosos e o acesso a eles,
sugerimos a leitura do art. 23 da Lei n.° 8.159, de 08/01/1991,
regulamentado pelo Decreto n.° 2.134, de 24/01/1997.
¾ No pregão eletrônico, qualquer interessado poderá acompanhar
o certame, em tempo real, por meio da Internet (art. 7°,
Decreto n° 5.450, de 31.05.2005). Paulo Gomes ©

144
ENAP 289

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO (cont.) - A Gazeta Mercantil de
18/07/2000 dá notícia de que o TRF da 1.ª
Região, em Brasília-DF, determinou à
Prefeitura de Salvador que permita à
construtora italiana Impregilo SpA o exame
integral dos documentos do processo
licitatório para a construção do metrô de
Salvador (à conta de $ do BIRD, no valor US$
307 milhões), encerrado há 9 meses (out/99),
com a assinatura de contrato com o consórcio
Camargo Corrêa-Andrade Gutierrez-Siemens,
2.° colocado na licitação. Paulo Gomes ©

ENAP 290

CASO
• É permitido que a Comissão Permanente de
Licitação exija a apresentação de amostras do
objeto, para testes, na fase de habilitação
e/ou julgamento em uma licitação por menor
preço?

Paulo Gomes ©

145
ENAP 291

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, em que pese a antiga
Decisão Sigilosa n.° 575/95-Plenário-TCU (Ata n.°
49/95; TC n.° 006.044/95-6, in DOU de 28/11/95)
afirmar que sim (vide BLC n.º 07/97, p. 363).
Segundo recentes entendimentos do Tribunal de
Contas da União, tal procedimento não encontra
amparo na Lei n.° 8.666/93, consoante: alínea
“a”, subitem 8.2 da Decisão n.º 201/1999-TCU-
Plenário, in DOU de 20/05/99 (vide também BLC
n.° 08/99, p. 409); Decisão n.° 450/2000-TCU-
Plenário, item 8.3, in DOU de 13/06/2000, S. 1, p.
49; e item 8.2.1 da Decisão n° 1102/2001-TCU-
Plenário, in DOU de 24/01/2002. ...
Paulo Gomes ©

ENAP
COMENTÁRIO 292

• COMENTÁRIO (continuação) - Todavia, nada impede a


Administração, no início da execução do contrato (e já
decorrida a fase da licitação), em promover diligência (por
intermédio do “ agente 67 ”) com vistas à obtenção de amostra
do objeto junto ao contratado, para testes. O TCU (item 8.3 da
Decisão n° 450/2000-Plenário) manifestou-se pela abstenção
de exigência de apresentação de protótipos em fase anterior à
assinatura do contrato por onerar os participantes do certame,
provocando restrição ao caráter competitivo da licitação.
Por oportuno, há que se mencionar, alternativamente, que a lei
faculta à autoridade superior – na forma do § 3.°, art. 43 da Lei
n.° 8.666/93 – a promoção de diligência nos procedimentos
pertinentes à homologação e à adjudicação, a que se refere o
inc. VI, art. 43 da Lei n.° 8.666/93.
Chamamos a atenção do leitor para o contido no ILC de
jan/2002, p. 39: “nas licitações do tipo ‘menor preço’, a
qualidade técnica do objeto não pode ser avaliada por ocasião
do julgamento”. Paulo Gomes ©

146
ENAP 293

CASO
• Pode-se utilizar o prazo previsto no inc. II,
art. 57 da Lei n.° 8.666/93 quanto a
fornecimento mensal de água mineral?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 294

• COMENTÁRIO - Não, pois que não é serviço; “vide” BLC 08/97, p. 409.
Deve-se “evitar o enquadramento como serviço do que seria, por definição
legal, compras” (item 8.3.8 da Decisão/TCU/n.° 359/95-Plenário e do
Relatório do Ministro Relator do proc. TC 005.110/95-5, Acórdão/TCU/n.°
149/96 - Plenário - Ata 37/96). Pela citada Decisão/TCU/n.° 359/95, o
fornecimento mensal de água mineral se trata de compra (com entrega
parcelada até 31/12, cf. Decisão/TCU/n.° 50/96, in DOU de 30/04/96, p.
5.558; vide BLC n.° 7/99, p. 357), não se enquadrando, por consequência,
nas exceções mencionadas no art. 57 da Lei 8.666/93 (a duração deve
limitar-se à vigência dos respectivos créditos). Veja inc. III, art. 15 do Lei
n.° 8.666/93.
• Em tempo: Na Administração Pública Federal, a aquisição de insumos “in
natura” (hortifrutigranjeiros, alface, p.e.; vide BLC n.° 4/2002, p. 264) para
o preparo de refeições tem sido considerada como compra (3390.30.07 -
material de consumo-gêneros de alimentação, cf. NE/STN/n.° 4/97, de
31/10/97); enquanto que a aquisição de refeições preparadas tem sido
caracterizada como serviços de terceiros (33490.39.41 - fornecimento de
alimentação, cf. NE/STN/n.° 4/97). Ver Portaria/STN/n.° 448, de 13/09/02.
• Conferir também ILC n.° 41, de jul./97, p. 503, sobre a distinção entre
compra e prestação de serviços; e BLC de abril/2001, p. 273. Paulo Gomes ©

147
ENAP 295

CASO
• Duas empresas com denominações
diferentes, mas com sócios comuns (laços de
família), podem participar de uma mesma
licitação, ainda que convite, considerando
que houve uma denúncia sobre o assunto?

Paulo Gomes ©

ENAP
COMENTÁRIO 296

• COMENTÁRIO - Não, pois que afrontoso ao princípio da igualdade (ou


isonomia; CF/88, art. 37, caput); sendo comum em casos de consórcios.
Deve-se vedar, em edital, que a mesma empresa participe de mais de um
consórcio ou participe com uma empresa em regime de consórcio e
isoladamente. Caso se verifique tal situação (na fase de habilitação),
promover-se-á a inabilitação (“vide” BLC n.° 10/97, p. 517). Ver parágrafo
único, art. 16 do Decreto n° 5.450, de 31.05.2005.
• Pelo Acórdão/TCU/n.° 113-41/95, relativamente à Fundação Nacional da
Saúde no Ceará, é ilegal a participação em licitações de empresas de
parentes, dados os laços familiares e acionários existentes entre seus
controladores (pelo corpo diretivo e pela composição do capital); bem
como alínea “l”, item 8.5 da Decisão n.° 462/99-TCU-Plenário, in DOU de
30/07/99, S. 1, p. 63.
• Sobre a participação, numa mesma licitação, de duas empresas que
tenham, em seu quadro societário, pessoas físicas em comum, sugerimos a
leitura do ILC de out/2001, p. 885 e 886.
• Outro não teria sido o “espírito” da Lei, quando o Legislador pátrio redigiu
os §§ 3.° e 4.°, art. 9.° da Lei n.° 8.666/93 (vide Súmula/TCU/n.° 185 ),
mesmo explicitando o art. 20 do Código Civil que as pessoas jurídicas
tenham existência distinta da de seus membros.
Paulo Gomes ©

148
ENAP 297

CASO
• Pode participar de certame licitatório
parente de servidor ou de dirigente em
exercício no órgão ou entidade
contratante (irmão do Prefeito, por
exemplo)?

Paulo Gomes ©

ENAP 298

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Em que pese o inciso II, art. 9.° da
Lei n.° 8.666/93 não vedar tal participação (vide, em
sentido afirmativo, processo n.° 17.546/37-93 do TC-
SC; Resolução/TC-PR n.° 4.492/94; e Decisão n°
603/97-TCU-Plenário, esta última diante de
especificidades do caso concreto), mais
recentemente o próprio Tribunal de Contas da União
– na instrução do Acórdão n° 138/2003-TCU-1ª
Câmara (DOU de 20.02.2003) – não aceitou
contratação de empresa (vencedora de licitação) cujo
irmão do Prefeito é sócio, nem a participação, no
referido certame licitatório, de outra empresa na qual
um dos sócios era a esposa do Prefeito.
Paulo Gomes ©

149
ENAP 299

CASO
• Pode uma empresa de propriedade do
Prefeito, única fornecedora do bem a ser
adquirido pela Prefeitura de Carrasco Bonito-
TO, ser contratada sob a ótica da
inexigibilidade de licitação?

Paulo Gomes ©

ENAP 300

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - O Tribunal de Contas do Estado do


Rio Grande do Sul, no processo n.° 4.707-02.00/93-
5, recomendou “a realização de procedimento
licitatório, através de convocação de empresas
sediadas em municípios vizinhos” (ver também
Resolução/TC-PR/n.° 14.196/96).

Paulo Gomes ©

150
ENAP 301

CASO
• É possível a contratação, pela Prefeitura de
Coxixola-PB, de firma que tenha como sócio
cotista o Secretário Municipal de Obras?

Paulo Gomes ©

ENAP 302

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Não, é ilegal (vide


entendimento do Tribunal de Contas da União
explicitado na Decisão/TCU/n.° 499/96, in
DOU de 18/07/94, p. 13.368; bem como
Resolução/TC-PR n.° 8.338/95, com relação ao
Vice-Prefeito).

Paulo Gomes ©

151
ENAP 303

CASO
• Numa licitação por itens, quando todas as propostas
são desclassificadas, a empresa que não cotou
determinado item anteriormente pode fazê-lo na
reapresentação de sua 2.ª proposta (§ 3.° do art. 48,
da Lei n.° 8.666/93, com a redação dada pela Lei n.°
9.648, de 27/05/98)?

Paulo Gomes ©

ENAP 304

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim, consoante § 3.°, art. 48 da Lei
n.° 8.666/93 (vide BLC 10/97, p. 519). Esse
acontecimento se dá como se fosse a primeira vez que
as propostas estivessem sendo apresentadas.
Ademais, a cotação (agora) de item não cotado na
proposta de então permite maior competitividade e
isso dá margem à Administração Pública para escolher
a melhor proposta.

Paulo Gomes ©

152
ENAP 305

CASO
• A Administração, ao invés de cobrar pena
pecuniária por atraso injustificado da
contratada, pode aceitar que a empresa lhe
preste um serviço?

Paulo Gomes ©

ENAP 306

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, pois a pena para atraso
injustificado, nos termos do art. 86 da Lei n.°
8.666/93, é a multa. Em se procedendo daquela
forma, poderia caracterizar-se uma burla ao princípio
da obrigatoriedade de licitar a que se sujeita a
Administração Pública (“vide” BLC n.° 11/97, p. 571).
¾ Atenção para o fato de que, às vezes, o atraso se
deve a situações criadas pela própria Administração
ou por fatores imprevisíveis (climáticos, p.e.); neste
sentido opera jurisprudência da 4.ª Turma, TRF da 1.ª
Região (in DJ de 16/02/01, S. 2, p. 3; ref. INCRA) no
sentido de que “é descabida a aplicação de sanção
contratual de multa por atraso na conclusão da obra
quando o retardamento na execução do contrato
decorre de chuvas reconhecidas, em documento, pelo
fiscal da obra” (o nosso “agente 67”).
Paulo Gomes ©

153
ENAP 307

CASO
• Conforme permissivo editalício, a
empresa proponente cotou os dois
itens, com a condicionante de que
somente forneceria os bens à
Administração se ganhasse
(concomitantemente) naqueles dois
itens. Isso é permitido?

Paulo Gomes ©

ENAP 308

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não. Deve ser evitado
prever, em edital, a possibilidade de
apresentação de propostas com qualquer
tipo de ressalvas, uma vez que cláusulas
dessa natureza não encontram amparo legal
e retiram do certame a transparência
necessária, dificultando, inclusive, as
atividades de controle e fiscalização
(Decisão n° 0197-10/2000-TCU-Plenário).

Paulo Gomes ©

154
ENAP 309

CASO
• Numa compra de R$ 500 milhões em
equipamentos para hospitais da Marinha,
pode o edital de licitação prever cláusula que
proíba a participação, na concorrência, de
empresas brasileiras (com a possibilidade,
apenas, da participação de empresas
francesas, inglesas, italianas e suecas)?

Paulo Gomes ©

ENAP 310

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não; tal exigência, inclusive,
foi objeto de matéria na revista Veja de
12/09/2001 (edição 1.717, ano 34, n.° 36, pág.
32) sob o título “Brasileiro não entra”. Na
referida reportagem, consta que a Justiça
Federal barrou tal devaneio [:(]. Deu água!!!

Paulo Gomes ©

155
ENAP 311

CASO

• Numa aquisição de material importado,


poder-se-á exigir, em edital de licitação
pública, documentação comprobatória
de que o bem foi legalmente
introduzido no país?

Paulo Gomes ©

ENAP 312

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim; “assim procedendo, a
Administração não estará cometendo qualquer
excesso em face da Lei de Licitações e, por
outro lado, estará se garantindo quanto à
licitude do procedimento de importação
realizado pelo contratado, intrinsecamente
relacionado à segurança na plena satisfação do
interesse público” (ILC de mai/2002, p. 408).

Paulo Gomes ©

156
ENAP 313

CASO
• Associação de municípios, mesmo sendo entidade com
personalidade jurídica de direito privado, está sujeita
à regra da licitação pública prevista na Lei n.° 8.666,
de 21/06/93, nas aquisições de bens e contratações
de serviços? E os consórcios municipais?

Paulo Gomes ©

ENAP 314
COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim, pois “são constituídas, mantidas e
controladas pelos próprios Municípios, estando,
portanto, sujeitas à regra da licitação” (FERRAZ, Luciano
de Araújo. Licitações - estudos e práticas. Rio de
Janeiro: Ed. Esplanada, 1998, p. 103), numa analogia ao
disposto no art. 1.° da Lei n.° 8.429, de 02/06/92.
“Dessa forma, se o Poder Público participar com mais de
50% do patrimônio e/ou receita anual da entidade,
pode-se considerá-la sujeita à regra da licitação”
(FERRAZ. Op. cit., p. 22) (Vide resposta do TCE/MG à
Consulta n.° 440.497, do CETEC, publicada na Revista
do Tribunal de Contas de Minas Gerais, Ano XV, n.° 4, p.
150 et seq., 1997). Idem para os consórcios municipais.
™ Indicamos a leitura da Lei nº 11.107, de 06 de abril de
2005, que dispõe sobre os consórcios públicos.
Paulo Gomes ©

157
ENAP 315

CASO
• Pode-se fixar em edital de licitação da
Prefeitura de Pessoa Anta-CE, para aquisição
de combustível, cláusula exigindo que as
empresas tenham sede na praça do órgão
contratante?

Paulo Gomes ©

ENAP 316

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Em que pese o inc. I, § 1.° do art.
3.° vedar cláusulas restritivas à participação de
eventuais interessados em critérios afetos à sede ou
domicílio dos pretensos licitantes, o caso sob exame é
excepcional diante dos impositivos de economicidade
(art. 70 da CF/88), desde que plenamente justificado
(nos autos) pelas necessidades colimadas. Os
Tribunais de Contas têm agido com bom-senso diante
de casos do gênero (vide BLC n.° 03/98, p. 155; e
BLC n.° 03/01, de março/2001, p. 210).
• Sugestão do “compasso”, tendo como origem a sede
da Prefeitura de Pessoa Anta-CE, desde que
tecnicamente justificado nos autos.
• Sobre a situação de o procedimento licitatório implicar
em gastos excessivos, que não se justificam em
termos econômicos, cf. TC/MG, pr. 116.009-5/93, de
28/04/94. Paulo Gomes ©

158
ENAP 317

CASO
• Se no município de Sem Peixe-MG existe
somente um posto de gasolina, é possível a
inexigibilidade de licitação?

Paulo Gomes ©

ENAP 318

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Uai, sô! Depende!! [;)] “Somente
será possível dar-se como inexigível a licitação se o
fornecimento do combustível por outros postos
localizados em municípios circunvizinhos implicar
gastos excessivos, prévia e devidamente
comprovados, os quais não justificam
economicamente a licitação, inviabilizando a
competição. Caso contrário, a licitação é obrigatória”
(FERRAZ, Luciano de Araújo. Licitações - estudos e
práticas. Rio de Janeiro: Ed. Esplanada, 1998, p. 109).
Em tempo, há que se inserir no processo comprovante
do órgão de registro do comércio que evidencie a
existência, no município de Sem Peixe-MG, de apenas
aquele posto de gasolina.

Paulo Gomes ©

159
ENAP 319

CASO
• Pode-se contratar para o fornecimento de
combustível, ao município de Naque-Nanuque
(MG), posto de gasolina de propriedade do
Prefeito?

Paulo Gomes ©

ENAP 320

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Depende. “Os postos de revenda de


combustíveis pertencentes ao Prefeito só poderiam,
por hipótese, fornecer ao município, na eventualidade
de falta do produto em outros postos de
abastecimento” (Decisão/TC-PE n.° 36/96, processo
n.° 9.507.566-5, Sessão de 17/01/96), demonstradas
nos autos, ainda, as razões de economicidade
justificadoras do fornecimento por aquele único posto
de gasolina.

Paulo Gomes ©

160
ENAP 321

CASO
• Em existindo no município de Óleo-SP apenas
dois postos de gasolina, é necessário fazer o
convite?

Paulo Gomes ©

ENAP 322

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim, “a existência no município de
apenas dois fornecedores de combustíveis não impede
a realização do processo licitatório na modalidade
convite” (vide art. 22, § 7.°, da Lei n.° 8.666/93),
conforme já decidiu o Tribunal de Contas do Estado
de Santa Catarina no processo n.° 10.291/34, de
04/11/93.
™ “Não se deve adjudicar licitação na modalidade
convite com menos de três propostas válidas por item
licitado, para não ferir o disposto no art. 22, § 7°, da
Lei n° 8.666, de 1993” (Decisão n° 472/1999-TCU-
Plenário).
Paulo Gomes ©

161
ENAP 323

CASO
• Faculta-se à Administração utilizar-se da
prerrogativa prevista no § 1.°, art. 65 da Lei
n.° 8.666/93, antes da efetiva contratação?

Paulo Gomes ©

ENAP 324

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não (vide BLC n.° 03/98, p.
158).

Paulo Gomes ©

162
ENAP 325

CASO
• A redução além dos limites previstos no art.
65, § 1.°, da Lei n.° 8.666/93 obriga o
contratado à sua aceitação?

Paulo Gomes ©

ENAP 326

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, considerando não
se tratar de “registro de preços”; a
redução somente poderá prosperar
mediante acordo de vontade entre as
partes. Subsistirá, pois, no caso
concreto, o direito do contratado de
pleitear a rescisão com base no art. 78,
inc. XIII, do Estatuto, se porventura
não concordar com a redução
pretendida (vide BLC n.° 04/98, p.
219). Paulo Gomes ©

163
ENAP 327

CASO
• No caso de concurso público federal, é
permitida a contratação direta de empresa
organizadora, ou a licitação é obrigatória?

Paulo Gomes ©

ENAP 328

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - O inciso XIII, art. 24 da Lei n.° 8.666/93
permite, em condições especialíssimas, a contratação
direta (em decorrência do § 4.°, art. 218 da CF/88). Vale
lembrar das exigências do inc. XIII: a) desde que o futuro
contratado (sem fins lucrativos) detenha inquestionável
reputação ético-profissional; b) os preços oferecidos
estarem compatíveis com os praticados no mercado,
observado o disposto no art. 26 (vide Decisão/TCU/n.°
470/93, TC-014.861/93-3, ref. CESGRANRIO; bem como
Decisão TC/PE n.° 1.416/95, processo n.° 9.506.712-7,
Sessão de 06/12/95); e c) o objeto da contratação seja
pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional (ILC n.°
24, de fev./96). “Se assim não for, dada a notória
viabilidade de competição entre entidades que prestam o
dito serviço, será imprescindível a realização de prévio
certame licitatório” (in BLC 05/98, p. 259; ver, ainda, BLC
de julho/2001, p. 449 e 450). Paulo Gomes ©

164
ENAP 329

CASO

• No caso da Prefeitura de Jacaré dos Homens-


AL estar interessada em contratar
determinada empresa de treinamento sobre
licitações públicas, contratos administrativos
e convênios federais poderá ser trilhado o
caminho da inexigibilidade de licitação? É
possível a contratação de consultoria por
inexigibilidade de licitação?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 330

• COMENTÁRIO - Sim, o Tribunal de Contas da União


entendeu que a inexigibilidade de licitação para a
contratação de treinamento e aperfeiçoamento de pessoal
é a regra geral, conforme Decisão/TCU/n.° 439/98, in
DOU de 31/07/1998 (vide Decreto Federal n.° 2.794, de
01/10/98). A propósito, o TCU incentivou a “participação
de servidores lotados nas áreas de convênios em cursos e
treinamentos” (item 8.6.1 da Decisão n.° 194/98-TCU-
Plenário, de 10/05/99, TC n.° 007.400/96-9); defendendo
“a importância vital do treinamento e aperfeiçoamento de
servidores para a excelência do serviço público” (Decisão
n.° 439/1998-Plenário, TC n.° 000.830/98-4).
Quanto à contratação de serviços de consultoria,
chamamos a atenção do(a) treinando(a) para o conteúdo
da interessante Decisão/TCU n.° 939/2000, sob a relatoria
do Min. Adhemar Paladini Ghisi, de 01/11/2000, in DOU nº
219-E, de 14/11/2000. Paulo Gomes ©

165
ENAP 331

CASO
• Qual o melhor caminho para um órgão
municipal que adquire remédios para doá-los
à população carente, considerando-se que é
difícil realizar uma estimativa para eleição da
modalidade licitatória?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 332

• COMENTÁRIO - A solução mais recomendável consiste na adoção do


sistema de registro de preços, consoante art. 15, inc. II e §§ 1.° a 5.°, da
Lei n.° 8.666/93 (vide Decretos Federais n.°s 3.931/01 e 4.342/02, bem
como IN/MARE/n.° 8, de 4/12/98, in DOU de 7/12/98; vide ainda
Decreto/MG/n.° 39.606, de 21/05/98), devendo este ser precedido de ampla
pesquisa de mercado. A Administração deverá adotar a concorrência como
modalidade, obrigando-se o vencedor “a manter os preços registrados por
certo período (máximo um ano), ficando compelido a entregar os bens
registrados à Administração, quando e como solicitado”; devendo-se adotar
o tipo de licitação de menor preço (em que pese o tabelamento - ótica dos
descontos) (vide BLC n.° 05/98, p. 260) ou, excepcionalmente, o tipo
técnica e preço, conforme § 1.°, art. 3.° do Decreto Federal n.° 3.931/01,
com a redação dada pelo Decreto n.° 4.342/02.
™ Sobre a temática de saúde, deve-se evitar a utilização do sistema de
Registro de Preços (o qual possibilita que qualquer outro órgão da
Administração contrate a empresa vencedora da licitação, na forma do
Decreto nº 3.931, de 19.09.2001) para a contratação de operadora de plano
de assistência à saúde, haja vista o fato de que essa espécie de serviço tem
seus preços calculados, em grande parte, em razão da composição etária da
massa de assistidos (Voto do Relator relativamente ao Acórdão nº
434/2005-TCU-Plenário, DOU de 29.04.2005, S. 1, p. 188).

Paulo Gomes ©

166
COMENTÁRIO
ENAP 333

• COMENTÁRIO (continuação…) - A existência de preços


registrados não obriga a Administração a firmar as contratações
que deles poderão advir, facultando-se a realização de licitação
específica para a aquisição pretendida, sendo assegurado ao
beneficiário do registro a preferência de fornecimento em
igualdade de condições (art. 7.° do Decreto n.° 3.931/01). O
edital de Concorrência para Registro de Preços contemplará a
estimativa de quantidades a serem adquiridas no prazo de
validade do registro, cujo compromisso de fornecimento será
consubstanciado na Ata de Registro de Preços.
™ Com o intuito de evitar o fracionamento de despesa, deve ser
utilizado, na aquisição de bens, o sistema de registro de preços
(Decisão n° 472/1999-TCU-Plenário).
™ Convém verificar a possibilidade de adotar o sistema de registro
de preços, previsto no art. 15 da Lei n° 8.666/93, a fim de
agilizar e facilitar as compras de gêneros alimentícios da
merenda escolar (Acórdão n° 653/2003-TCU-1ª Câmara).
Paulo Gomes ©

ENAP 334

Paulo Gomes ©

167
ENAP 335

CASO
• Pode a Prefeitura Municipal iniciar nova
licitação anteriormente à anulação definitiva
do procedimento licitatório anterior?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 336

• COMENTÁRIO - Não, a não ser que o


procedimento licitatório anterior tenha sido
para a obtenção de um registro de preços.
“Existe incompatibilidade em iniciar um novo
procedimento licitatório com o mesmo objeto
de um outro ainda em andamento. Enquanto
não for definitivamente decretada a anulação
do certame, considera-se não encerrado o
procedimento, ainda que exista vício insanável.
Isto porque a autoridade competente, em sede
de recurso, pode-se convencer de que existem
elementos que justifiquem a mantença do
certame” (BLC n.° 3/2002, p. 188).
Paulo Gomes ©

168
ENAP 337

CASO
• Pode a Administração firmar mais de um
contrato administrativo, concomitantemente,
para a execução do mesmo objeto?

Paulo Gomes ©

ENAP 338

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Não, em condições normais de


temperatura e pressão, vide instrução ao Acórdão n°
387/2001-TCU-2ª Câmara, publicado no DOU de
24.07.2001.
Todavia há que se trazer à baila a possibilidade de
cotação de item em quantidade inferior àquela
demandada pela Administração, quando poder-se-ia
ter, então, mais de um contrato para a execução do
mesmo objeto.

Paulo Gomes ©

169
ENAP 339

CASO
• Após adjudicação (por itens), num certame
de aquisição de material escolar, a empresa
vencedora alegou que houve engano na
formulação da proposta e que o preço correto
de determinado item corresponde ao dobro
daquele apresentado; e agora? [:(]

Paulo Gomes ©

ENAP 340

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Tendo em vista que já ocorreu a
adjudicação, a alegação do adjudicatário caracteriza-
se como recusa à assinatura do instrumento, com as
possíveis consequências do art. 81 (e art. 64, § 2.°)
da Lei n.° 8.666/93, devendo a Administração
convocar (convidar) os licitantes remanescentes, na
ordem de sua classificação, para assinar o termo de
contrato ou retirar o instrumento equivalente, nas
condições oferecidas pelo 1.° classificado. Não se
logrando êxito, proceder-se-á a novo certame (vide
BLC 06/98, p. 323).
Paulo Gomes ©

170
ENAP 341

CASO
• A empresa prestadora de serviços de
limpeza/conservação Porca Leão Ltda.,
convidada pelo Ministério X, apresentou
sua proposta contendo rasura, emenda
e borrão. A CPL deve aceitar tal
papelucho?

Paulo Gomes ©

ENAP 342

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Não, segundo


Decisão/TCU/n.° 040/97, processo n.° TC-
008.282/95-1, in DOU de 25/02/97.

Paulo Gomes ©

171
ENAP 343

CASO
• A empresa prestadora de serviços de
vigilância/segurança Esmero Ltda., em
licitação promovida pela Autarquia Y, trocou o
conteúdo dos envelopes de documentação e
de preço. A CPL deve aceitar tal “troquinha”?

Paulo Gomes ©

ENAP 344

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Não. Raciocínio idêntico pode


ser aplicado quando membro da CPL abre,
equivocadamente, o envelope errado [:(].

Paulo Gomes ©

172
ENAP 345

CASO
• Numa licitação pública para obra, pode
a autoridade superior à CPL excluir do
certame empresa proponente sob a
alegação verbal de que a referida
pessoa jurídica, no passado recente,
executou mal uma obra?

Paulo Gomes ©

ENAP
COMENTÁRIO 346

• COMENTÁRIO - Não, pois que não existe decisão ou registro anterior sobre
o fato (vide Tribunal de Alçada/SP, in RDP 24/197); “o alijamento do
certame apenas poderá prosperar se a licitante não preencher os requisitos
habilitatórios ou tiver sua proposta desclassificada, na forma da lei. (…) Para
evitar problemas desta natureza é extremamente importante que a
Administração realize um efetivo acompanhamento da execução contratual,
a fim de que eventuais irregularidades sejam corrigidas a tempo. Caso a
contratada venha a causar algum prejuízo ao interesse público, deverá a
Administração instaurar procedimento específico tendente a apurar a
gravidade dos atos praticados, aplicando à empresa desidiosa a sanção
devida, assegurando a esta, evidentemente, o direito de exercer o
contraditório e a ampla defesa” (BLC de julho/2001, p. 451).
™ “É competência da Comissão de Licitação processar e julgar a licitação.
Inadmissível a possibilidade de transferir para a autoridade superior ou para
a chamada 'Comissão Superior de Licitação' a responsabilidade pela
obrigatória verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos
do edital, bem assim dos preços ofertados com os de mercado (...) a
autoridade superior somente pode homologar a licitação e adjudicar o
objeto ao licitante vencedor" (Voto do Relator, relativamente ao Acórdão nº
397/2005-TCU-2ª Câmara, DOU de 08.04.2005, S. 1, p. 115). Cuidados
redobrados para evitar interferências ilegítimas de autoridades superiores
nos trabalhos da CPL, pois que ela não pode ser “comissão marionete”!

Paulo Gomes ©

173
ENAP 347

CASO
• A Câmara Municipal possui legitimidade para
decidir qual será o órgão oficial do Município?

Paulo Gomes ©

ENAP 348

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Não, pois que compete ao “Poder


Executivo fazer publicar as leis e atos normativos
municipais, selecionando, através de procedimento
licitacional, a proposta mais vantajosa para a
prestação de serviços de divulgação dos atos
praticados pela Administração” (Resolução/TC-PR n.°
5.222/94, de 28/06/94).

Paulo Gomes ©

174
ENAP 349

CASO
• Uma empresa que não tenha empregados
registrados, pelo fato de ser recém
constituída, pode requerer certidão negativa
de débitos no INSS?

Paulo Gomes ©

ENAP 350

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Sim, vide a respeito o ILC n.° 36, de


fevereiro/97, p. 128. ILC muito interessante, também,
pelo estudo sobre a demonstração financeira a ser
apresentada no ano em curso (empresa nova), p. 127.
¾ Obs.: vide Decreto n.° 3.788, de 11/04/01, publicado
no DOU de 12/04/01, o qual dispõe sobre o
Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP); bem
como Portaria/GM-MPAS/n.° 2.346, de 10/07/01, in
DOU de 12/07/01, S. 1, p. 49.

Paulo Gomes ©

175
ENAP 351

CASO
• Após a entrega das propostas em uma
concorrência, a autoridade competente
(aquela que assinou o edital ou a carta-
convite, p.e.) pode determinar a revogação
da licitação por motivo de contenção de
despesas?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 352

• COMENTÁRIO - Sim, de acordo com o disposto no


art. 49 da Lei n.° 8.666/93, desde que de forma
justificada, com base no interesse público; fundado
em fato superveniente, o motivo que sustenta tal
expediente (vide ILC n.° 49, de março de 1998).
• Obs.: a) “A Administração pode anular seus próprios
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los,
por motivo de conveniência e oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial” (Súmula n.° 473
do STF; RT 231:661 e 350:521); b) “Quem tem
competência para instaurar a licitação tem, também,
competência para promover a revogação” (ILC de
dez/2001, p. 1.036). Paulo Gomes ©

176
ENAP 353

CASO
• Em quanto tempo decai o direito de anular os
atos administrativos inquinados de
irregularidade de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários?

Paulo Gomes ©

ENAP 354

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Em termos de segurança jurídica, o
direito de a Administração anular os atos
administrativos decai em cinco anos (prescrição
qüinqüenal), contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má fé, conforme Lei n.°
9.784, art. 54, caput, bem como item 33 do
Parecer/AGU/GM-002, in DOU de 20/04/2.000, Seção
1, p. 17, repisando entendimento anterior do Decreto
n.° 20.910, de 06/01/1932.

Paulo Gomes ©

177
ENAP 355

CASO

• A faculdade de revogar pode ser conferida ao


Poder Judiciário, ao Poder Legislativo ou ao
Tribunal/Conselho de Contas?

Paulo Gomes ©

ENAP 356

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Não; pelo art. 49 da Lei n.° 8.666/93


cabe ao respectivo órgão administrativo fazê-lo, por
motivo de conveniência e de oportunidade (interesse
público) superveniente.

Paulo Gomes ©

178
ENAP 357

CASO
• Pode-se dispensar o instrumento de contrato,
no caso de compras, quando existir a
obrigação de o fornecedor prestar assistência
técnica (inspeção periódica, substituição de
peças após um ano, etc.)?

Paulo Gomes ©

ENAP 358

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Não; vide a cabeça do art. 62,


e § 4.° da Lei n.° 8.666/93. “Ressalte-se que a
simples manutenção da garantia pelo
fabricante, por determinado período após a
entrega, não constitui a obrigação futura de
assistência técnica mencionada” (in BLC n.°
10/98, p. 503).

Paulo Gomes ©

179
ENAP 359

CASO
• Considerando a exigência, em edital, da
apresentação das propostas em duas
vias, é obrigatória a desclassificação da
proposta de determinada empresa que
apresentou o menor preço, porém em
somente uma via, descumprindo o
edital?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 360

• COMENTÁRIO - Há que se mencionar que inexiste


obrigatoriedade legal de os documentos habilitatórios
serem apresentados em 2 vias; “tais documentos e
papéis devem ser apresentados em original, publicação
em jornal oficial ou cópia autenticada e numa única via.
A exigência de outras vias pode constituir uma
ilegalidade, conforme já decidiu o TRF da 1.ª Região ao
julgar Remessa Ex Officio n.° 89.01.06900-8-RO (DJU
de 13.11.89)” (Diógenes Gasparini, in BLC n.° 11/98, p.
566; vide, também, pergunta 2 do ILC de maio/98).
O TCU já decidiu no sentido de que a verificação de
falha formal não gera a invalidade do procedimento
licitatório (Decisão n.° 757/97, publicada no ILC n.° 48,
de fevereiro/98, p. 172; e item 8.2 da Decisão n°
681/2000-TCU-Plenário, in DOU de 01.09.2000)...
Paulo Gomes ©

180
ENAP 361

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Por oportuno, o Egrégio
Tribunal de Contas da União (item 8.2 da
Decisão n° 681/2000-TCU-Plenário, in DOU de
01.09.2000) determinou à Companhia Docas do
Maranhão “que se abstenha de desclassificar
propostas de licitantes com base em critérios
formais irrelevantes para a sua aferição e não
tragam prejuízo aos demais licitantes ou à
Administração”.

Paulo Gomes ©

ENAP 362

CASO
• Considerando a exigência, em edital, que as
propostas consignassem valores em algarismos
e por extenso. Uma empresa licitante
apresentou proposta na qual o valor constava
apenas em algarismos e grafada segundo
padrão norte-americano (com vírgulas, e não
pontos, para indicar os milhares). A Comissão
deveria desclassificar a proposta?

Paulo Gomes ©

181
ENAP 363

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, conforme decisão
prolatada pelo Superior Tribunal de Justiça no
julgamento do MS n.° 5.418/DF, quando
manifestou entendimento no sentido de que a
redação da proposta, ainda que não
coincidente com a exigência editalícia, não
acarretava dúvida acerca do montante ofertado
(vide BLC n.° 01/2002, p. 65).

Paulo Gomes ©

ENAP 364

CASO
• Ao descrever o objeto da licitação no edital, a
Administração inseriu determinadas
características que definem o produto de um
único fabricante, que, entretanto, possui
diversos fornecedores. Há alguma ilegalidade
nesta conduta?

Paulo Gomes ©

182
ENAP

COMENTÁRIO
365

• COMENTÁRIO - Não pode o edital descrever o objeto de


modo a conduzir a determinada marca (conforme
Acórdão/TCU/n.° 088/96, in DOU de 10/07/96, p. 12.784), sob
pena de burla ao art. 3.°, § 1.°, inc. I, c/c art. 7.°, § 5.°, e art.
15, § 7.°, inc. I, da Lei n.° 8.666/93, o que redundaria na
anulação do certame (art. 49 e Súmula/STF/n.° 473). Poderá a
Administração exigir marca se houver prévio processo de
padronização (consubstanciado e veiculado por meio de
Decreto ou Portaria) ou se existir justificativa técnica
previamente acostada ao processo (§ 5.° do art. 7.°),
devidamente demonstrada por laudo técnico (BLC 11/98, p.
570; conferir, ainda, BLC de fevereiro/2001, p. 152).
™ O Tribunal de Contas da União determinou que fosse
demonstrado, motivadamente, que a indicação de marca na
especificação de produtos de informática fosse a escolha mais
vantajosa para a Administração, em termos técnicos e
econômicos (item 9.2.4, Acórdão nº 735/2005-TCU-Plenário,
DOU de 20.06.2005, S. 1, p. 181).
Paulo Gomes ©

ENAP 366

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Nos processos licitatórios, é
vedado adotar preferência de marca, a menos
que seja demonstrado, tecnicamente e de
forma circunstanciada, que somente uma
atende às necessidades específicas da
Administração, conforme disposto nos artigos
7°, § 5° e 15, § 7°, inciso I, da Lei n° 8.666, de
1993 (Decisão n° 664/2001-TCU-Plenário).

Paulo Gomes ©

183
ENAP 367

CASO
• Quando da abertura do envelope
documentação, em pregão, verificou-se que a
empresa com o melhor lance verbal
desatendeu às exigências habilitatórias.
Diante disso, o pregoeiro deverá chamar a
2.ª colocada para que ofereça preço nas
mesmas condições propostas, verbalmente,
pela primeira colocada, em analogia ao que
dispõe o § 2.°, art. 64 da Lei n.° 8.666/93?

Paulo Gomes ©

ENAP

COMENTÁRIO
368

• COMENTÁRIO - Não, os incisos XVI e XVII, art.


4.° da Lei n.° 10.520, de 17/07/2002, explicitam
que, na situação em exame, “o pregoeiro poderá
negociar diretamente com o proponente para que
seja obtido preço melhor”. Igualmente o faria, na
hipótese de o pregoeiro não aceitar a proposta,
conforme inc. XI, art. 4.° da Lei n.° 10.520/2002.
Observe que está é a regra utilizada, por
exemplo, pelo BIRD.

Paulo Gomes ©

184
ENAP 369

CASO
• É permitido à Administração fixar no edital
prazo de validade das propostas superior ou
inferior àquele previsto no art. 64, § 3.° (60
dias), da Lei n.° 8.666/93?

Paulo Gomes ©

ENAP
COMENTÁRIO 370

• COMENTÁRIO - Marçal Justen Filho assevera: “Deve-


se reputar que a regra é supletiva, aplicando-se
quando o instrumento convocatório não dispuser em
contrário. Como o prazo de validade de propostas é
matéria referida preponderantemente ao interesse
privado, o instrumento convocatório pode estabelecer
regras diversas, quer ampliando, quer reduzindo o
prazo previsto no § 3.°” (em Comentários à Lei de
Licitações e Contratos Administrativos, 4.ª ed., Rio de
Janeiro, Aide, 1996, p. 391; vide também BLC 01/99,
p. 30). Por outro lado, se a empresa participante
desejar fixar prazo de validade além daquele fixado
em edital ou dos 60 dias, poderá fazê-lo (vide BLC de
set/01, p. 586). Em tempo, o art. 6.° da Lei n.°
10.520, de 17/07/2002, que dispõe sobre pregão,
afirma que “o prazo de validade das propostas será de
60 dias, se outro não estiver fixado no edital”.
Paulo Gomes ©

185
ENAP 371

CASO
• Dada a omissão do edital com relação à
possibilidade de prorrogação (serviço
contínuo, à luz do item 5.2.7 da IN/MARE/n.°
18/97), sendo esta admitida somente no
contrato, é possível que a Administração a
efetue?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 372

• COMENTÁRIO - Uai, sô! Depende!!! [;)] O edital é a lei interna da licitação,


não podendo a Administração afastar-se de seus termos, tampouco pode o
contrato ser firmado em dissonância com suas determinações. “Até porque
o prazo de duração da avença fixado no edital, sem previsão de
prorrogação, pode ter sido elemento desincentivador de eventuais
interessados em contratar com a Administração” (in BLC n.° 01/99, p. 33).
Por outro lado, há que se lembrar da obrigatoriedade em a minuta de
contrato integrar o edital (Decisões/TCU/n.°s 167/96, DOU de 05/08/96;
033/96, DOU de 18/03/96; e 235/2002-TCU-Plenário).
™ O Tribunal de Contas da União determinou à DATAPREV que somente
prorrogasse os contratos de prestação de serviços executados de forma
contínua com base no art. 57, § 4º, da Lei nº 8.666/93 (prorrogação em até
doze meses), em casos de excepcionalidades devidamente justificadas nos
processos e mediante autorização da autoridade superior (item 1.6, TC-
012.170/2003-8, Acórdão nº 892/2005-TCU-2ª Câmara, DOU de
15.06.2005, S. 1, p. 99).
™ O Tribunal de Contas da União determinou, ainda, à DATAPREV que
somente prorrogasse contrato de serviço de natureza continuada que
contivesse cláusula prevendo a possibilidade de prorrogação, em
conformidade com o art. 57, inciso II, da Lei nº 8.666/93 (item 1.7, TC-
012.170/2003-8, Acórdão nº 892/2005-TCU-2ª Câmara, DOU de
15.06.2005, S. 1, p. 99).

Paulo Gomes ©

186
ENAP 373

CASO
• Em 2002, haverá eleições estaduais e
federais. Isto posto, existe alguma vedação
legal relativa à realização de licitações e à
celebração de contratos administrativos em
virtude das eleições?

Paulo Gomes ©

ENAP 374

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, a Lei n.° 9.504, de
30/07/97, alterada pela Lei n.° 9.840, de
29/09/99, não trata do assunto. Todavia, é
oportuno lembrar que o art. 42 da Lei
Complementar n.° 101/2000 (LRF) veda, nos
últimos dois quadrimestres do mandato,
contrair obrigação de despesa que não possa
ser cumprida integralmente dentro dele, ou que
tenha parcelas a serem pagas no exercício
seguinte sem que haja suficiente
disponibilidade de caixa para esse efeito (vide
BLC n.° 4/2002, p. 266).
Paulo Gomes ©

187
ENAP 375

CASO
• Num município pequeno, onde resta
comprovada amplamente a ausência de
servidores, pode-se reconduzir o Presidente
da Comissão pela terceira vez?

Paulo Gomes ©

ENAP 376

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Nos termos do art. 51, § 4.°, da Lei
n.° 8.666/93, tão-somente a recondução total dos
membros da Comissão está expressamente vedada;
nada obstando, por outro lado, a recondução de
alguns destes membros. Logo, em tese (defendida por
Diógenes Gasparini), poder-se-ia supor a possibilidade
da terceira investidura do Presidente da Comissão
(vide BLC n.° 03/99, p. 160, e ILC n.° 33, de nov./96).
Outra não foi a preocupação do legislador pátrio ao
redigir o § 1.°, art. 51 da Lei n.° 8.666/93. O próprio
entendimento do Tribunal de Contas da União - na
Decisão n.° 245/2000-TCU-Plenário (in DOU de
21/07/200, S. 1, ps. 64 e 65) - opera nesse sentido.
Paulo Gomes ©

188
ENAP 377

CASO
• O rodízio apenas dos membros suplentes da
Comissão Permanente de Licitação (CPL) é
permitido?

Paulo Gomes ©

ENAP 378

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim, repetimos que tão-
somente a recondução total dos membros da
Comissão está expressamente vedada.

Paulo Gomes ©

189
ENAP 379

CASO
• O Tribunal de Contas da União (TCU) admite,
em caso excepcional, que sejam
ultrapassados os limites dos §§ 1.° e 2.°, art.
65 da Lei n.° 8.666/93, em contratos
administrativos? E nos convênios? Poder-se-ia
prorrogar um contrato administrativo,
tratando-se de emergencialidade para
conclusão no prazo máximo de 180 dias?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 380

• COMENTÁRIO - “É permitido à Administração ultrapassar os


aludidos limites, na hipótese de alterações contratuais
consensuais, qualitativas e excepcionalíssimas, no sentido de
que só seriam aceitáveis quando, no caso específico, a outra
alternativa - a rescisão do contrato por interesse público,
seguida de nova licitação e contratação - significar sacrifício
insuportável ao interesse coletivo primário a ser atendido, pela
obra ou serviço” (Decisão n.° 101/99-TCU-P, proc. TC n.°
930.039/98-0, in DOU de 08/04/99, S. 1, p. 66; bem como
Decisão n.° 215/99-TCU-P, in DOU de 21/05/99).
• Quanto aos convênios federais, a Nota/SFC/n.° 33, de
02/10/98, admite a inobservância do limite constante do § 1.°
do art. 65 quando houver alteração quantitativa do objeto do
convênio ou quando houver redirecionamento, com a
conseqüente reavaliação dos planos de trabalho, aplicação e
cronograma de desembolso. ... Paulo Gomes ©

190
COMENTÁRIO
ENAP 381

• COMENTÁRIO - Na hipótese desses contratos serem


emergenciais, não poderiam ser prorrogados, conforme
proibição do inc. IV, art. 24 da Lei n.° 8.666/93.
Em tempo, a tese esdrúxula defendida no item 31 do Voto
do Ministro Relator Bento José Bugarin na Decisão n.°
820/1996-P, DOU de 26/12/96 (qual seja: “embora tenham
prazo máximo de 180 dias para a conclusão das obras e
serviços, podem ser prorrogados, desde que ocorra,
posteriormente, fato excepcional ou imprevisível, estranho à
vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições
de execução do contrato”), não foi recepcionada pelo
Tribunal Pleno no item 2 da da Decisão n.° 820/1996-TCU-
Plenário, Sessão de 12/12/1996, o qual tratou exclusivamente
do retardamento do início da execução de contrato, devido à
morosidade na descentralização voluntária de recursos federais,
tomando-se por base a data da ocorrência da calamidade e da
decretação do estado de calamidade pública pelo Prefeito da
Cidade do Recife-PE. Paulo Gomes ©

ENAP 382

CASO
• E quanto à responsabilidade dos membros da
comissão de licitação?

Paulo Gomes ©

191
ENAP 383

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Segundo Yara Police Monteiro, os
funcionários da CPL “respondem administrativa, civil e
penalmente pela prática de atos contrários às
disposições do Estatuto dos Funcionários Públicos,
pela conduta culposa ou dolosa que cause danos
patrimoniais ao erário público e pela prática de ilícitos
penais tipificados nos arts. 316 a 326, do Código
Penal”.
• “Ademais, respondem solidariamente pelos seus atos
nos termos do art. 51, § 3.°, do Estatuto Federal
Licitatório. Também respondem penalmente nos
termos do art. 89 usque 98 desse mesmo Estatuto”
(cf. o doutrinador Aires Roberto dos Santos).
Paulo Gomes ©

ENAP 384

CASO
• Quanto à comprovação da capacidade técnica
de empresas prestadoras de serviço de
vigilância, pode o edital de licitação exigir a
apresentação de atestados de capacidade
técnica comprovando que 50% dos serviços
de vigilância foram prestados em
estabelecimento bancário ou financeiro onde
haja guarda de valores, mencionando, ainda,
o número de postos contratados e o prazo de
vigência do contrato, além de especificar
determinadas regiões no Estado de Minas
Gerais?
Paulo Gomes ©

192
COMENTÁRIO
ENAP 385

• COMENTÁRIO - Não, segundo o § 5.°, art. 30 da Lei n.°


8.666/93. O Tribunal de Contas da União decidiu pela
anulação de edital semelhante no âmbito do Banco do
Brasil S.A., conforme item 8.1 da Decisão n.°
166/2001-Plenário, Ata 11/2001, in DOU de
06/04/2001. Ademais, a Lei n.° 7.102/83, alterada
pela Lei n.° 9.017/95, e o Decreto n.° 89.056/83,
alterado pelo Decreto n.° 1.592/95, não fazem
distinção entre os serviços de segurança prestados às
instituições financeiras e aqueles prestados aos
demais estabelecimentos, públicos ou privados,
comerciais ou não.
O TCU, no item 8.3 daquela Decisão n° 166/2001-
TCU-Plenário, determinou, ainda, que não fossem
solicitados atestados de capacidade técnica relativos a
serviços prestados em entidades específicas.
Paulo Gomes ©

ENAP 386

CASO
• Os atestados para a comprovação de aptidão
para o desempenho da atividade objeto da
licitação (obra ou serviço) podem ser
fornecidos pelas empresas de direito privado?

Paulo Gomes ©

193
ENAP 387

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim; pelo § 1.°, art. 30 da Lei n.°
8.666/93, os atestados poderão ser fornecidos por
pessoas jurídicas de direito público ou privado. “O
antigo TFR considerou inaceitável, porque
discriminatória, a exigência de que os atestados sejam
fornecidos somente pela Administração direta,
autarquias e sociedades de economia mista, excluindo
as empresas públicas e as de direito privado” (DJU de
10/03/88, p. 4.564; citado por Renato Geraldo Mendes
em sua obra Lei de licitações e contratos anotada, Znt
Editora, 1998, p. 85).
Paulo Gomes ©

ENAP 388

CASO
• Converse com o(a) colega ao lado sobre a
legalidade de um edital que contém cláusula
exigindo declaração da empresa de que
possui capacidade mensal de produção
instalada, até a data da abertura da licitação.
O que a dupla debateu a respeito no “ti-ti-ti”?

Paulo Gomes ©

194
ENAP 389

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Devem ser evitadas tais
exigências nos instrumentos convocatórios,
pois que só têm pertinência em relação a
licitantes vencedores, os quais devem adequar-
se às necessidades dos contratos
administrativos, sob o olhar criterioso dos
“Agentes 67” (vide Decisão/TCU/n.° 292/98, in
DOU de 03/06/98, p. 59).

Paulo Gomes ©

ENAP 390

CASO
• É legal a exigência editalícia de declaração
de existência, nos quadros da empresa
interessada, de pelo menos sessenta
digitadores que tenham sido contratados há
mais de noventa dias da data de publicação
do edital?

Paulo Gomes ©

195
ENAP 391

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, segundo
Decisão/TCU/n.° 292/98, in DOU de 03/06/98,
p. 59.

Paulo Gomes ©

ENAP 392

CASO
• São aceitáveis exigências, em edital, para que
os licitantes comprovem, na fase de
habilitação, que: a) estão efetivamente
realizando serviços equivalentes em forma e
quantidade?; e b) comprovem atividade ou
aptidão com limitações de tempo ou época,
ou ainda em local específico?

Paulo Gomes ©

196
ENAP 393

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, pois que inibem a participação
no certame (ver § 5.°, art. 30 da Lei n.° 8.666/93).
Quanto à descabida exigência de comprovação (de
equivalência) quanti-qualitativa, ver Decisão/TC-
PE/n.° 742/95, processo n.° 9.503.318-0, Sessão de
05/07/95; no tocante à letra “b” da pergunta (época e
local), conferir Decisão/TCU/n.° 292/98, in DOU de
03/06/98, p. 59.
™O Tribunal de Contas da União determinou que não se
deve prever quesito de pontuação pelo tempo de
atuação da empresa licitante no ramo de prestação de
serviços nas áreas contempladas pela licitação, por
constituir-se em restrição injustificada ao princípio da
competitividade (item 9.2.3 do Acórdão nº 337/2005-
TCU-Plenário, DOU de 07.04.2005, S. 1, p. 197).
Paulo Gomes ©

ENAP 394

CASO
• Pode a Administração exigir os certificados da
série ISO (International Organization for
Standardization) quando da habilitação das
empresas licitantes em certame de menor
preço?

Paulo Gomes ©

197
ENAP

COMENTÁRIO
395

• COMENTÁRIO - Não, “vez que tal exigência não encontra


respaldo no rol de documentos previstos no texto legal,
sob pena de infringir o princípio da legalidade e, via de
conseqüência, restringir a participação de um maior
número de interessados na licitação” (BLC de jun/2001, p.
386). Em licitações do tipo técnica e preço, admite-se a
possibilidade dessa exigência diante de alto padrão
tecnológico do bem a ser licitado ou de determinada
peculiaridade na prestação do serviço a ser executado;
todavia, sugere-se “que a Administração ainda assim não
poderá atribuir alta pontuação para aquele que apresentar
os Certificados da série ISO-9000, ou associar a sua não-
apresentação à desclassificação da empresa-proponente,
sob pena de restringir o caráter competitivo da licitação”
(BLC de jun/2001, p. 386; vide TC-700.226/97-4, in DOU
de 16/02/98).
Paulo Gomes ©

CASO
ENAP 396

• Um edital de licitação exigia, para fins


habilitatórios, prévia vistoria técnica por parte
das empresas interessadas, para que
conhecessem o local da prestação dos serviços
(com escopo de afastar eventuais alegações do
futuro contratado de que não conhecia todas as
peculiaridades da obrigação assumida perante
a Administração). A alegação de uma empresa
licitante de que já conhecia o local de
realização dos serviços poderia ser acatada pela
CPL, em substituição ao atestado da vistoria
técnica, firmado por servidor responsável pelo
acompanhamento das vistorias no local?
Paulo Gomes ©

198
ENAP 397

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não; a Administração deveria
proceder a inabilitação da empresa, conforme
BLC n.° 6/2002, p. 397.

™ A exigência de vistoria encontra amparo tanto


na Lei n° 8.666, de 1993, quanto na
jurisprudência do Tribunal de Contas da União
(Decisão n° 783/2000-TCU-Plenário, Relatório
do Ministro Relator).

Paulo Gomes ©

ENAP 398

CASO
• Em existindo no mercado estabelecimentos
que comercializam peças e acessórios
originais, com a conseqüente possibilidade de
competição, pode a Administração adquiri-los
por inexigibilidade de licitação?

Paulo Gomes ©

199
ENAP

COMENTÁRIO
399

• COMENTÁRIO - Não, a inexigibilidade de licitação, nesses


casos, é considerada ilegal, segundo entendimento do
Tribunal de Contas da União constante da
Decisão/TCU/n.° 110/96, in DOU de 26/03/96, p. 5.023.
™ Nos procedimentos licitatórios para aquisição de toner
para impressoras ou outros produtos análogos, deve ser
evitado – em homenagem aos princípios que regem as
licitações no âmbito da Administração Pública e às
disposições da Resolução n° 05, de 05.01.1998 – a
indicação da preferência por marcas, ante a falta de
amparo legal, salvo na hipótese em que fique
demonstrada tecnicamente que só determinada marca
atende à necessidade da Administração, situação que deve
ficar devidamente demonstrada e justificada no processo
(Decisão n° 1.476/2002-TCU-Plenário). Sobre os princípios
básicos da modalidade pregão, veja o art. 5° do Decreto
n° 5.450, de 31.05.2005.
Paulo Gomes ©

ENAP

COMENTÁRIO
400

• COMENTÁRIO - Embora seja comum a crença de


que componentes genuínos do mesmo fabricante
do equipamento supostamente detenham a
vantagem de possuir uma garantia de fábrica e,
portanto, ofertem uma segurança a mais, não
pode a Administração se submeter a reservas de
mercado, com vínculo à marca comercial, quando
existem empresas que fabricam os mesmos
insumos com padrões de qualidade, fornecendo,
inclusive, a necessária garantia por seus produtos
(Decisão n° 130/2002-TCU-Plenário, Relatório do
Ministro Relator).
Paulo Gomes ©

200
ENAP 401

CASO
• Com a revogação do Decreto Federal n.° 449,
de 17/02/92, pelo art. 16 do Decreto n.°
2.743, de 21/08/98, fica dispensada, para a
Administração, a comprovação (em ata de
julgamento) da verificação de conformidade
das propostas com os preços de mercado? E
no caso de fornecedor exclusivo, como
justificar o preço da contratação?

Paulo Gomes ©

ENAP
COMENTÁRIO 402

• COMENTÁRIO - Não; consoante o disposto no art. 43, inc. IV,


da Lei n.° 8.666/93 e, ainda, conforme alínea “b”, subitem
8.1.1 da Decisão n.º 115/1999-TCU-1a. Câmara, in DOU de
26/05/99 (recomenda-se - segundo a alínea “a”, item 8.5 da
Decisão n.° 462/99-TCU-Plenário, in DOU de 30/07/99, S. 1, p.
63 - a “realização de pesquisa de preços em pelo menos duas
outras empresas pertencentes ao ramo do objeto licitado,
visando comprovar a compatibilidade dos preços propostos com
os praticados no mercado, e que seja feita sua inclusão no
processo para fins de comprovação”).
™ O Tribunal de Contas da União determinou que não fosse
realizada coleta de preços junto a empresas não cadastradas
na base de dados da Receita Federal (nome e CNPJ
inexistentes) ou que apresentassem irregularidades nesses
registros cadastrais, sob pena de invalidação do documento e
responsabilização de quem lhe deu causa (TC-006.172/2004-5,
item 1.7, Acórdão nº 555/2005-TCU-1ª Câmara, DOU de
13.04.2005, S. 1, p. 158).
Paulo Gomes ©

201
COMENTÁRIO
ENAP 403

• COMENTÁRIO - “Para justificar o preço da contratação, em se


tratando de fornecedor exclusivo, deve o órgão verificar os
praticados no âmbito dos órgãos da Administração Pública. Se
for o caso, indicar comparação com preços de produtos
similares” (Jorge Ulisses Jacoby Fernandes, in BLC de
novembro/2002, p. 751).
™ Atenção: nos processos de dispensa e de inexigibilidade,
afigura-se como ilegal a inexistência, nos autos, da razão da
escolha do fornecedor e da justificativa do preço do bem
adquirido (Decisão/TCU/n.° 035/96, in DOU de 18/03/96; vide
BLC de ago/2001, p. 528). Além disso, o art. 4º, § 2º, do
Decreto nº 5.450, de 31.05.2005, normatiza que na hipótese
de aquisições por dispensa de licitação (pequeno vulto),
fundamentadas no inciso II do art. 24 da Lei nº 8.666, de 21
de junho de 1993 (para outros serviços e compras de valor até
R$ 8.000,00 e para alienações, nos casos previstos nesta Lei,
desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço,
compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de
uma só vez), as unidades gestoras integrantes do SISG deverão
adotar, preferencialmente, o sistema de cotação eletrônica,
conforme disposto na legislação vigente. Paulo Gomes ©

ENAP 404

CASO
• A obrigatória pesquisa de preços que deve
ser realizada em toda licitação ou, para
justificar o preço em dispensas e
inexigibilidades, poderá ser feita
informalmente, por telefone, por exemplo?

Paulo Gomes ©

202
ENAP 405

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não há que se falar em
informalidade. “As pesquisas de caráter informal”,
sem a constituição de documentação
comprobatória, inibem o julgamento quanto aos
princípios basilares de impessoalidade e
moralidade, não sendo, desse modo, práticas
compatíveis com o tratamento da coisa pública
(Relatório que instruiu a Decisão n.º 481/2000 –
TCU - Plenário, in D.O.U. de 23.06.00). A pesquisa
de preços deve ser documentada (Decisão n°
481/2000-TCU-Plenário, in DOU de 23/06/2000).

Paulo Gomes ©

ENAP 406

CASO
• É permitida a realização de pesquisa informal
de preços (ligação telefônica, p.e.) para
verificação de compatibilidade dos preços
com os existentes no mercado (não se
tratando de “shopping”)?

Paulo Gomes ©

203
ENAP 407

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, conforme item 7.1.1
do relatório preparatório à Decisão n.º
481/2000-TCU-Plenário, in DOU de
23/06/2000, S. 1, p. 107.

Paulo Gomes ©

ENAP 408

CASO
• Num contrato de aluguel de imóvel para uso
de repartição pública federal, pode a
Administração reformar o prédio particular,
sem que haja previsão formal de que o valor
da reforma será posteriormente abatido dos
aluguéis mensais?

Paulo Gomes ©

204
ENAP 409

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, o Tribunal de Contas da União já
entendeu que tal fato (reforma em prédio de particular)
constitui-se em pagamento irregular, consoante Acórdão
n° 72/2003-TCU-2ª Câmara, in DOU de 17.02.2003.
Mais recentemente – e no mesmo diapasão – o
Controle Externo não aceitou a inexistência nos autos,
referente à recuperação (benfeitorias) de imóvel
particular alugado pela Administração, de documentação
de possível contrapartida por parte do locador com
relação às despesas relativas ao item recuperação (item
1.4.7, TC-013.704/2003-0, Acórdão nº 1.051/2005-TCU-
1ª Câmara, D.O.U. de 13.06.2005, S. 1, p. 97).

Paulo Gomes ©

ENAP 410

CASO
• Sempre que possível, a Administração deve
adquirir (de forma discricionária) diversos
bens (p.e. peças para reposição) em um
único procedimento licitatório, com vistas a
evitar fracionamento (ou fragmentação) de
despesas?

Paulo Gomes ©

205
COMENTÁRIO
ENAP 411

• COMENTÁRIO - Não, tais aquisições devem ser feitas por real


necessidade, evitando-se aquisições desnecessárias e
inoportunas, sem um planejamento adequado, com prováveis
perda de garantia ou deterioração dos estoques; vide Voto
preparatório ao Acórdão n.º 165/98-TCU-Plenário, in DOU de
20/11/98, S.1, p. 34; bem como Decisão n° 253/98-TCU-1ª
Câmara.
¾ Obs.: o ideal é o registro de preços.
™ Atenção (para esses 2 julgados do TCU): a) adote o sistemático
planejamento de sua compras, evitando o desnecessário
fracionamento na aquisição de produtos de uma mesma
natureza e possibilitando a utilização da correta modalidade de
licitação, nos termos do art. 15, § 7°, II, da Lei n° 8.666/93
(Acórdão n° 79/2000-TCU-Plenário); b) determinação quanto à
consolidação de compras de materiais e serviços de natureza
semelhante em licitações únicas e aperfeiçoe a sistemática de
planejamento das atividades, de modo a evitar o fracionamento
de despesas (TC-006.172/2004-5, item 1.8, Acórdão nº
555/2005-TCU-1ª Câmara, D.O.U. de 13.04.2005, S. 1, p. 158).
Paulo Gomes ©

ENAP 412

CASO
• A Administração - diante da necessidade de
melhor aproveitar os recursos disponíveis no
mercado e visando ampliar a competitividade
– pode parcelar a compra de mesas e de
cadeiras, na convicção de que resultará em
vantagem para a Administração? Não estaria
o gestor público incorrendo em
fracionamento do objeto “móveis”?

Paulo Gomes ©

206
ENAP 413

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, a priori; tal hipótese está
prevista no § 1.°, art. 23 da Lei n.° 8.666/93.
“Para a legalidade do parcelamento devem ser
adotadas as seguintes cautelas: a) a necessária
conjugação dos fatores anteriormente indicados;
e b) a modalidade licitatória deve ser aquela
pertinente ao custo total aferido para a
contratação, mesmo que por qualquer motivo
não se tenha condições de licitar o todo (cf. art.
23, §§ 2.° e 5.°, da Lei n.° 8.666/93)” (BLC de
fev/2001, p. 151). Em tempo, a convicção da
Administração deverá estar demonstrada nos
autos. Paulo Gomes ©

ENAP 414

CASO

• É permitido à Administração
determinar, em edital, qual a
modalidade de garantia que as
empresas deverão prestar?

Paulo Gomes ©

207
ENAP 415

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, pois tal estipulação como,
por exemplo, a fiança bancária, “faz surgir vício de
ilegalidade no procedimento, ensejando sua
anulação com fulcro no art. 49 da Lei n.° 8.666/93
c/c Súmula n.° 473 do STF (autotutela)” (BLC n.º
4/99, p. 209). O Tribunal de Contas da União , em
processo n.° TC-600.176/98-3 (in DOU de
25/08/98), determinou a anulação de concorrência
em cujo edital constava exigência de garantia
somente na modalidade caução em dinheiro (vide
BLC n.° 2/99, p. 103; e BLC n.° 10/01, p. 647).

Paulo Gomes ©

ENAP 416

CASO

• A garantia contratual, a que se refere o art. 56 da


Lei das Licitações, pode ser prestada de maneira
parcelada (conforme forem sendo feitas as
medições, por exemplo)?

Paulo Gomes ©

208
ENAP 417

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, pois que a finalidade da
garantia é “assegurar a execução do objeto
contratual como um todo e não simplesmente
assegurar parcela desse objeto”, hipótese em que
a Administração seria lesada em relação às demais
parcelas que não poderão ser executadas e para
as quais não foi oferecida a garantia. Tal
parcelamento “não é conveniente, oportuno e nem
sequer admissível” (ILC de março/2001).

Paulo Gomes ©

ENAP 418

CASO

• Quando deve ser devolvida a garantia de habilitação


(limitada a 1% do valor estimado da contratação),
prevista no inc. III, art. 31 da Lei n.° 8.666/93?

Paulo Gomes ©

209
ENAP 419

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - “A devolução da garantia é devida
após a fase de habilitação, aos inabilitados; de
classificação, aos desclassificados (Sic); escoado o
prazo de validade das propostas, aos que não
aceitarem prorrogar esse lapso e aos que desistirem
da proposta, desde que a desistência se dê antes de
devassado o envelope de propostas comerciais. (…)
Com a anuência da Administração quanto à retirada
da proposta, igualmente, terão direito à restituição da
garantia prestada para fins de habilitação. E
finalmente, com a adjudicação do objeto ao vencedor,
estarão os demais classificados (Sic) liberados das
obrigações assumidas através de suas propostas, de
modo que deve a Administração restituí-los da
garantia prestada” (ILC de fevereiro/2000, pergunta
6).
Paulo Gomes ©

ENAP 420

CASO

• É permitido – no âmbito da Administração


Pública Federal – o oferecimento de uma
apólice (título) da dívida pública federal
emitidas entre 1902 e 1926 (no valor de
1.000.000$ , 1 conto de réis) como caução
em licitação pública?
• Obs.: tais emissões foram autorizadas pelos
Decretos n.°s 8.154, de 18/08/1910; 8.033,
de 29/03/1911; 10.135, de 25/03/1913;
10.282, de 18/06/1913 e 11.434, de
13/01/1915.
Paulo Gomes ©

210
ENAP 421

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não, pois esses títulos
bastante antigos já prescreveram (em
02/07/1969), segundo os Decretos-leis de n.°
263, de 28/02/67, e de n.° 396, de dezembro
de 1968.
• Obs.: em caso de dúvida, sugerimos ao
interessado contactar a CODIP/STN-MF, em
Brasília-DF, nos tels. (61) 3412-3906 ou 3412-
3905; bem como a leitura atenta do
Parecer/PGFN/GAB/n.° 859/98, de 15/06/98,
aprovado pelo Senhor Ministro Pedro Sampaio
Malan e publicado no DOU de 06/07/98, S. 1,
ps. 13 a 17. Paulo Gomes ©

ENAP 422

CASO
• Na aquisição de veículos novos para a frota
da Prefeitura de Marcianópolis-GO, é possível
que veículos antigos sejam ofertados como
parte do pagamento, desde que constem (em
edital) as condições do pagamento?

Paulo Gomes ©

211
COMENTÁRIO
ENAP 423

• COMENTÁRIO - Sim, na dependência de lei municipal


(ver ADIN n.° 927-3-RS, DJU de 10/11/93); além de
“parecer ser esta a solução mais econômica e razoável
para determinados casos” (in BLC 6/99, p. 312), não
sendo necessária autorização legislativa específica para
tanto, ressalvada a existência de norma em sentido
contrário. Caberá à própria Administração proceder à
avaliação prévia e idônea dos bens antigos, atendo-se o
julgamento das propostas ao menor preço ofertado,
devendo, ainda, ser indicadas (em edital) as condições de
pagamento (conferir, também, BLC de maio/2001, p. 327).
™ O TCU entendeu legal a realização de licitação na
modalidade pregão para aquisição de veículos, dando
como parte do pagamento bens inservíveis para a
Administração. Considerou-se compra, e não alienação,
que é vedada por pregão (Acórdão n° 277/2003-TCU-
Plenário). Paulo Gomes ©

ENAP 424

CASO
• É possível a aquisição, pela Prefeitura de Anta
Gorda-RS, de veículos usados? Seria preciso
licitar?

Paulo Gomes ©

212
ENAP 425

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim; “havendo possibilidade de
competição a licitação é obrigatória” (FERRAZ, Luciano
de Araújo. Licitações - estudos e práticas. Rio de
Janeiro: Ed. Esplanada, 1998, p. 114; vide processo
n.° 008.226/87-3, Ata 47/88-TCU/Plenário, in DOU de
6/10/88, ps. 19.618/43).
♥ Olha o “carro velho” da Ivete Sangalo aí, gente !!!

Paulo Gomes ©

ENAP 426

CASO
• Diante da constituição de uma nova
empresa do setor de segurança, a partir
da cisão de uma outra empresa do
ramo, onde trabalhava determinado
vigilante. Pode esta nova empresa ter
de responder solidariamente pelos
créditos trabalhistas devidos àquele
vigilante, já que inexistem leis
trabalhistas que regulamentem os
direitos dos empregados das empresas
nessas circunstâncias?
Paulo Gomes ©

213
COMENTÁRIO
ENAP 427

• COMENTÁRIO - Sim, a Gazeta Mercantil de 09/09/2002


dá notícia de que a 5.ª Turma do TST utilizou o art. 233
da Lei das S.A. (Lei n.° 6.404/76) para afirmar que a
companhia cindida que subsistir e as que absorverem
parcelas de seu patrimônio responderão solidariamente
pelas obrigações anteriores à cisão; não cabendo falar-se
na aplicação do § 2.°, art. 2.° da CLT, pois que não há
mais direção, controle ou administração comum.
Devem ficar os administradores públicos, diante disso,
atentos para que indesejáveis consectários do gênero não
onerem a Administração diante do Enunciado/TST/n.°
331.
¾ Referências: Proforte S.A. – Transporte de Valores, de
Londrina (PR), constituída a partir da cisão da Seg
Serviços Especiais de Segurança e Transporte de Valores
S.A., na qual trabalhava o vigilante.
Paulo Gomes ©

ENAP 428

CASO
• É possível a alegação de desequilíbrio
econômico-financeiro embasada no reajuste
salarial de trabalhadores ocorrido durante a
vigência do contrato, antes de decorrido o
prazo de um ano a que se refere o art. 28 e
seus parágrafos da Lei n.° 9.069/95?

Paulo Gomes ©

214
COMENTÁRIO
ENAP 429

• COMENTÁRIO - Não, segundo Decisão n.° 457/95-TCU-


Plenário, de 06/09/95, in DOU de 25/09/95 (reiterada nas
Decisões n.ºs 245/96-P-Ata 18/96, de 15/05/96, e 425/96-P-
Ata 28/96, de 17/07/96), “os preços contratados não poderão
sofrer reajustes por incremento dos custos de mão-de-obra
decorrentes da data base de cada categoria, ou de qualquer
outra razão, por força do disposto no art. 28 e seus parágrafos
da Lei n.° 9.069/95, antes de decorrido o prazo de um ano” [da
assinatura, da repactuação, da revisão (Sic) ou do reajuste do
contrato; vide, ainda, §1°, art. 3° da Lei n.° 10.192, de
14/02/01; pelo BLC de set/01, p. 584, “a partir da data-limite
para apresentação das propostas ou do orçamento a que essa
se referir”].
• Após um ano – e diante da necessidade de se preservar o
equilíbrio econômico-financeiro – impõe-se a alteração dos
preços fixados anteriormente, “sob pena de locupletamento
ilícito da Administração Pública” (cf. Acórdão/TJ-DF/n.° 129861,
de 14/06/00, in DJU 3, 27/09/2000, p. 6). Paulo Gomes ©

ENAP 430

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO (cont.) - O Tribunal de Contas
da União posicionou-se no sentido de que,
em contratos de fornecimento de combustível
e óleos lubrificantes, devem ser especificados
mecanismos a serem utilizados pela
Administração para o acompanhamento dos
preços de mercado, estabelecendo critérios
objetivos que fundamentem os acréscimos ou
diminuições do valor contratado, em virtude
do reequilíbrio econômico-financeiro desses
contratos (item 1.8, TC-009.143/2004-7,
Acórdão nº 1.108/2005-TCU-1ª Câmara, DOU
de 22.06.2005, S. 1, p. 94).

Paulo Gomes ©

215
XXXXXX REAJUSTE REEQUILÍBRIO REPACTUAÇÃO REVISÃO
XXXXXX ECON.-FINANC. RECOMPOSIÇÃO
ÍNDICE Previsto no Não há previsão. Não há previsão Não há previsão.
contrato. (admite-se a
negociação).

PERÍODO Pré-definido Não há previsão. Pré-definido (de, no Não há previsão; pode


(de, no mínimo, 12 meses). se dar a qualquer
mínimo, 12 momento (em que pese
meses). a Dec./TCU/n° 457/95).
OBJETIVO Restabelece Restabelecer a Alcançar o preço do Fatos imprevisíveis
r o poder equação mercado. (efeitos incalculáveis)
aquisitivo da financeira, em que afetam a equação
moeda. face do aumento financeira (teoria da
$ dos insumos. imprevisão; ↑ elevação
do dólar em relação ao
real, p.e.)
FUNDAM. Art. 55, III, Art. 37, XXI, da Art. 55, III da Lei n° Art. 37, XXI, da CF/88
LEGAL da Lei n° CF/88 (manter 8.666/93. Decreto n° (manter condições da
8.666/93. condições da 2.271/97. IN n° 18. proposta). Art. 2°, § 2°
Art. 3° da proposta). Art. da Lei n°10.192/01.
Lei n° 65, II, “d” da Lei Doutrinadores do
10.192/01. n° 8.666/93. Direito Administrativo.
PREVISÃO Sim. Não. Sim. Não.
EDITAL

COMENTÁRIO
ENAP 432

• COMENTÁRIO - Não obstante tal fato, os contratados estão conseguindo, na justiça, o


citado reequilíbrio, considerando a própria natureza do dispositivo e o fato de ser devido
quando a ocorrência superveniente for ensejadora de retardamento ou impedimento da
execução do contrato avençado, o que tornaria impossível o aguardo de tanto tempo,
como pretendeu o TCU.
™ Curioso se nos apresenta o Acórdão nº 1.563/2004-TCU-Plenário, em que oss Ministros
do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, expediram as seguintes
orientações:a) os incrementos dos custos de mão-de-obra ocasionados pela data-base de
cada categoria profissional nos contratos de prestação de serviços de natureza contínua
não se constituem em fundamento para a alegação de desequilíbrio econômico-
financeiro; b) no caso da primeira repactuação dos contratos de prestação de serviços de
natureza contínua, o prazo mínimo de um ano a que se refere o item 8.1 da Decisão
457/1995 - Plenário conta-se a partir da apresentação da proposta ou da data do
orçamento a que a proposta se referir, sendo que, nessa última hipótese, considera-se
como data do orçamento a data do acordo, convenção, dissídio coletivo de trabalho ou
equivalente que estipular o salário vigente à época da apresentação da proposta, vedada
a inclusão, por ocasião da repactuação, de antecipações e de benefícios não previstos
originariamente, nos termos do disposto no art. 5° do Decreto 2.271/97 e do item 7.2 da
IN/Mare 18/97; c) no caso das repactuações dos contratos de prestação de serviços de
natureza contínua subseqüentes à primeira repactuação, o prazo mínimo de um ano a
que se refere o item 8.1 da Decisão 457/1995 - Plenário conta-se a partir da data da
última repactuação, nos termos do disposto no art. 5° do Decreto 2.271/97 e do item 7.1
da IN/Mare 18/97; d) os contratos de prestação de serviços de natureza contínua
admitem uma única repactuação a ser realizada no interregno mínimo de um ano,
conforme estabelecem o art. 2° da Lei 10.192/2000 e o art. 5° do Decreto 2.271/97; e) a
repactuação poderá contemplar todos os componentes de custo do contrato que tenham
sofrido variação, desde que haja demonstração analítica dessa variação devidamente
justificada, conforme preceitua o art. 5° do Decreto 2.271/97.
Paulo Gomes ©

216
ENAP 433

CASO
• Qual a data a ser considerada para o início da
contagem do prazo para reajuste, reavaliação
ou repactuação de contratos, quando
permitido (vigência maior que 12 meses)?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 434

• COMENTÁRIO - A data a ser considerada é a prevista para a


apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa
proposta se referir, e não a da assinatura do contrato, tendo
em vista o contido no art. 37, inciso XXI, da Constituição
Federal e art. 40, inciso XI, da Lei nº 8666/93, de acordo com o
relatório e a manifestação do Ministério Público, condutores da
Decisão n.º 41/2000 – Plenário, Ata n.º 03/2000. Vide, por
oportuno, § 1°, art. 3° da Lei n° 10.192, de 14/02/2001, bem
como BLC de set/2001 (p. 584).
™ O Tribunal de Contas da União determinou ao DNIT que fossem
explicitados, nos editais e contratos administrativos, os critérios
de reajustamento de preços, nos termos do art. 40, inc. XI, da
Lei nº 8.666/93 (item 9.2.1 do Acórdão nº 648/2005-TCU-
Plenário, DOU de 03.06.2005, S. 1, p. 238).

Paulo Gomes ©

217
ENAP 435

CASO
• Qual o fundamento legal, recomendado pelos
Tribunais de Contas, para a prestação dos
serviços de distribuição da publicidade legal
dos órgãos e entidades da Administração
Pública, quando divulgada em veículos da
imprensa comum ou geral (jornais e revistas),
por intermédio de empresa pública específica
(p.e., RADIOBRÁS)?

Paulo Gomes ©

ENAP 436

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - O caput do art. 25 da Lei n.°


8.666/93, segundo item 8.2 da Decisão n.°
538/99-TCU-Plenário, de 18/08/99, in DOU de
02/09/99, S.1, p. 35.

Paulo Gomes ©

218
ENAP 437

CASO
• Se um profissional de elevadíssima
qualificação (“pós-doctor” pelo MIT, com
reputação internacional) foi condição para a
escolha de determinada pessoa jurídica para
a pactuação de contrato administrativo pela
via da notória especialidade, com fulcro na
inexigibilidade do inc. II, art. 25 da Lei n.°
8.666/93, e durante a execução do contrato
ele vem a falecer (morreu /), a
Administração pode continuar o contrato com
aquela pessoa jurídica?
Paulo Gomes ©

ENAP 438

COMENTÁRIO

• COMENTÁRIO - Não, pois que se retirou a


configuração do § 1.°, art. 25 da Lei n.°
8.666/93; “caberá à Administração rescindir o
contrato com fundamento no art. 55, XIII,
combinado com o art. 78, I, da Lei n.° 8.666/93”
(ILC de julho/2001, p. 596). Afinal, não se está
diante de um Imortal da ABL [;)].

Paulo Gomes ©

219
ENAP 439

CASO
• O § 1.°, art. 48 da Lei n.° 8.666/93 deixou de
contemplar as demais licitações do tipo
menor preço (que não de obra ou de serviço
de engenharia) dentro de sua regra de
inexeqüibilidade econômico-financeira; isto
posto, poderia a Administração cercar-se de
tal critério para todas as licitações de menor
preço?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 440

• COMENTÁRIO - Em que pese o administrativista Luiz


Carlos Alcoforado, autor do livro Licitação e Contrato
Administrativo afirmar fazer “sentido a pretensão de
estender-se a regra a todas as licitações de menor preço,
independentemente da natureza jurídica do objeto
alvitrado pela administração, em nome do julgamento
objetivo” (in Caderno Direito & Justiça, “Correio
Braziliense” de 15/03/99, página 4); e a Consultoria Zênite
ter sugerido que fossem contemplados objetos além das
obras e serviços de engenharia (ILC de nov/99, p. 907, e
ILC de mar/2002, p. 208); de acordo com o próprio
dispositivo citado, a regra estabelecida só é aplicável em
licitações que visam a obra e ou serviços de engenharia do
tipo menor preço, não se aplicando à fornecimentos ou
serviços normais (cf. Relatório de instrução da Decisão n.º
959/2000 – TCU – Plenário, in D.O.U. de 24.11.2000).
Paulo Gomes ©

220
ENAP 441

CASO
• Qual a diferença entre a Certidão de Quitação
de Tributos Federais e a Certidão Negativa da
Dívida Ativa da União? Ambas encontram
respaldo na lei?

Paulo Gomes ©

ENAP 442

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Em linhas gerais, a Certidão de Quitação
de Tributos Federais, expedida pela SRF, comprova que o
contribuinte não está em débito tributário com a União; a
Certidão Negativa da Dívida Ativa da União, expedida pela
PFN nos termos do art. 62 do DL n.° 147/67 e da Portaria
n.° 414, de 15/07/98, comprova que o contribuinte não
está sendo executado judicialmente (qualquer débito),
supondo-se, portanto, que não está em débito com a
União. “A Administração Pública pode exigir no
instrumento convocatório a apresentação de apenas uma
dessas certidões ou de ambas” (Sic, in BLC n.° 07/99, p.
355); todavia, na esfera federal, o TCU recomenda (TC-
775.024/95-3; bem como Decisão n.° 246, in DOU de
21/05/97) que, para fins do inc. III do art. 29, sejam
obrigatoriamente exigidas ambas as certidões (vide BLC
n.° 12/97, p. 622). Tal é o mandamento do art. 62 do
Decreto-lei n.° 147/67. Paulo Gomes ©

221
ENAP 443

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Quanto à Certidão Negativa da Dívida
Ativa da União, expedida pela PFN/MF, há que se ressaltar
que, às vezes, existe a inscrição, todavia ainda não houve
a execução (pela Gazeta Mercantil de 28/06/00, havia 80
mil execuções fiscais que ainda não tinham ido para a
Justiça; em relação ao INSS, o volume era de 38 mil); sem
embargos à possibilidade de o contribuinte recolher o
respectivo montante ao Tesouro Nacional, antes mesmo
da execução.
• Atenção 1: a Lei Orgânica da PGFN (DL n.° 147, de
09/02/67), no art. 62, traz: “Em todos os casos em que a
lei exigir a apresentação de provas de quitação de tributos
federais, incluir-se-á, obrigatoriamente, dentre aqueles, a
certidão negativa de inscrição de dívida ativa da União,
fornecida pela Procuradoria da Fazenda Nacional
competente” (ver ILC n.° 53, de julho/98, p. 667). Paulo Gomes ©

ENAP 444

COMENTÁRIO
COMENTÁRIO (continuação)
• Atenção 2: Conferir Instrução Normativa da
Secretaria da Receita Federal n.° 80, de
23/10/97; e Portaria da Procuradoria-Geral da
Fazenda Nacional n.° 414, de 14/07/98.

Paulo Gomes ©

222
ENAP 445

CASO
• É permitida a interposição de recurso via fac-
símile numa licitação comum (que não o
pregão), com o compromisso de apresentar o
original no prazo de cinco dias?

Paulo Gomes ©

ENAP 446

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sim, desde que previsto em edital;
numa analogia ao art. 2.° da Lei n.° 9.800, de
26/05/99 (in DOU de 27/05/99), que obriga a
apresentação do documento original em Juízo, no
prazo de cinco dias, dos atos processuais enviados por
fac-símile. “A mensagem transmitida por fac-símile
registra a data da operação, indispensável à
comprovação da tempestividade da interposição do
recurso, e, além disso, possibilita a confirmação de
seu recebimento” (in BLC n.° 8/99, p. 410).
Paulo Gomes ©

223
ENAP 447

CASO
• É válido o pregão com menos de três
empresas licitantes participando do certame
(e apresentando propostas)? (na verdade,
um “preguinho”) [:)]

Paulo Gomes ©

ENAP 448

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Sabe-se que, num pregão, serão abertos os
envelopes contendo as propostas. O autor da proposta de menor
valor, bem como os das com valores superiores até 10% em relação
àquela, poderão fazer novos lances. Caso não haja propostas dentro
desse patamar, os autores das três menores é que apresentarão
lances. Ressalte-se que a segunda regra é excludente da primeira.
Assim, somente no caso de não haver propostas até o patamar
máximo de 10% acima da menor ofertada é que se passará a reunir
as três menores para a apresentação de lances.
Todavia, em havendo apenas dois proponentes, caso o segundo
menor preço não tenha proposta até 10% maior que a menor
ofertada, as duas propostas participantes terão oportunidade de
oferecer lances verbais e sucessivos; passa-se à segunda regra,
conforme previsto no inciso IX, art. 4.° da Lei n.° 10.520, de
17/07/02, de conteúdo semelhante ao inc. VII, art. 11 do
Regulamento.
Não é necessária, portanto, a existência de três propostas no pregão,
o qual poderá ser processado com apenas um ou dois proponentes.
Paulo Gomes ©

224
ENAP 449

CASO
• No que consiste o fracionamento (ou fragmentação)
do objeto desejado pela Administração Pública ?

Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 450

• COMENTÁRIO - Relativamente à programação de cada


exercício financeiro, caracterizar-se-á quando se dividirem
aquisições de um mesmo objeto em vários certames ou
dispensas de licitação (pequeno vulto), visto que, se
somados, obter-se-ia um valor que demandaria modalidade
licitatória mais complexa, burlando-se, desta forma, o
disposto no § 5.°, art. 23 da Lei n.º 8.666/93 (vide, também,
BLC n.° 9/99, p. 459). “As despesas com aquisição de bens
(...) devem ser estimadas com base na periodicidade anual,
isto é, é necessário estimar os gastos a serem realizados no
exercício financeiro e, em função do valor apurado,
determinar a modalidade de licitação” (Aires Santos, op. cit.,
p. 23); consoante, ainda, ao que dispõe a Mensagem/SFC-
MF/n.° 084904, de 05/03/1998 (ver Decisões/TCU/n.°s
253/98 e 292/98, e Acórdãos/TCU/n.°s 048/98 e 167/99).
• Conferir, ainda, Decisão/TCU/n.°528/98, in DOU de
25/08/98, p. 24; e Dec./TC-PE/n.° 1.128/97, pr. 9.703.198-
7, sessão de 23/07/97). Paulo Gomes ©

225
FRACIONAMENTO
ENAP 451

™ Evite a prática do fracionamento de licitações, mantendo-se


a modalidade pertinente ao valor global do objeto licitado,
em consonância com o art. 23, § 5° da Lei n° 8.666/93
(Acórdão n° 76/2002-TCU-2ª C).
™ Atingido o limite legalmente fixado para dispensa de
licitação, as demais contratações para serviços da mesma
natureza deverão observar a obrigatoriedade da realização
de certame licitatório, evitando a ocorrência de
fracionamento de despesa (Acórdão n° 73/2003-TCU-2ª
Câmara).
™ Contratações, em datas distintas, de serviço de leitura de
disquete junto a empresa, cujos valores somados extrapolam
o limite de dispensa vigente à época, contrariando o art. 24,
inc. II, da Lei n° 8.666/93 e caracterizando fracionamento de
licitação (Acórdão n° 66/1999-TCU-Plenário).
Paulo Gomes ©

ENAP 452

CASO
• É lícito à Administração pulverizar uma
Tomada de Preços em diversos Convites sob
a argumentação da agilidade do
procedimento?

Paulo Gomes ©

226
ENAP 453

COMENTÁRIO
• COMENTÁRIO - Não. O Tribunal de Contas da
União considerou insubsistente a argumentação da
agilidade do procedimento, conforme
Decisão/TCU/n.° 529/98, in DOU de 25/08/98, p.
26. Quanto ao fracionamento (ilegal) de uma TP
em diversos Convites, o TCU também já se
manifestou, de forma contrária, na
Decisão/TCU/n.° 167/96, in DOU de 05/08/96, p.
14.673.

Paulo Gomes ©

ENAP 454

CASO
• O pagamento de instalação e mobilização para
execução de obras ou serviços, a que se refere o inc.
XIII do art. 40, configura-se na “antecipação de
pagamento”, vedada na forma da alínea “c”, inciso II,
art. 65 da Lei n.° 8.666/93?

É comum “custo, para os eventuais interessados


e/ou futuros contratados, atrelado, por exemplo, à
instalação de um canteiro de obras, à mobilização de
funcionários, ao transporte de maquinário e
equipamentos para o local de execução da obra,
dentre outros” (BLC n.° 3/2002, p. 185).
Paulo Gomes ©

227
COMENTÁRIO
ENAP 455

• COMENTÁRIO - É proibido tal pagamento a título de


antecipações. O dito pagamento ao contratado deve
ocorrer na forma de reembolso, nos limites e critérios a
serem definidos no edital (e em separado das demais
parcelas em planilhas, cf. Decisão n°561/98-TCU-
Plenário). A Lei n.° 4.320/64, em seus artigos 62 e 63,
veda pagamentos antecipados aos contratados, bem como
o art. 38 do Decreto n.° 93.872, de 23/12/86. O Tribunal
de Contas da União tem se manifestado contrário à
efetivação de pagamentos antecipados (vide alínea “g”,
item 8.1 da Decisão n° 267/98-TCU-2ª C); ressalvando,
entretanto, apenas hipóteses sobremaneira excepcionais
(assinatura de jornal, p.e.) e, ainda assim, somente
mediante a oferta de garantia pelo contratado (TC-
004.773/96-9, in DOU de 04/03/97; vide BLC n.° 10/99, p.
518). ...
Paulo Gomes ©

COMENTÁRIO
ENAP 456

• COMENTÁRIO - O Tribunal de Contas da União considerou


“pagamento de despesa sem a regular liquidação, na seguinte
forma: 60% do valor contratual da obra no ato da assinatura
do contrato e os outros 40% após a mobilização de todo o
equipamento e início do serviço (arts. 62 e 63 da Lei n°
4.320/64 e art. 38 do Decreto n° 93.872/86)” – vide Decisão n°
561/98-TCU-Plenário, in DOU de 27.08.1998.
• Em tempo, o TCU também não aceita a realização de serviços
antes da assinatura do instrumento de contrato (vide instrução
à Decisão n° 953/2001-TCU-Plenário).
• Antecipação de pagamento: a) ILC n.° 29, de julho/96, p. 521;
b) Acórdão do TCU n.° 152/98, DOU de 12/05/98, p. 153; e c)
processo n.° 004.860/95-0, in DOU de 22/04/98, p. 124.
...

Paulo Gomes ©

228
COMENTÁRIO
ENAP 457

• COMENTÁRIO - Por oportuno, o Tribunal de Contas da


União – na Decisão n° 547/97-Plenário – abordou a
desmobilização de pessoal de empresa de supervisão de
obras (que envolve grandes despesas provenientes de
encargos sociais e transporte de pessoal e equipamentos
ao local de origem), relativamente à dúvida se a
desmobilização total só deveria ser providenciada diante
da certeza de que as obras não teriam mais andamento.
™ O Tribunal de Contas da União determinou às Centrais
Elétricas do Norte do Brasil S.A. que não realizasse
antecipações de pagamento, sem a devida
contraprestação de fornecimento de bens ou execução de
obra ou serviço, nos contratos que celebrasse, ressalvados
os casos em que o adiantamento de parcela contratual
visasse a sensível economia de recursos para a
Administração, tivesse previsão no edital e o contratante
apresentasse suficientes garantias de ressarcimento ao
Erário (item 9.2.2 do Acórdão nº 690/2005-TCU-Plenário,
DOU de 10.06.2005, S. 1, p. 335). Paulo Gomes ©

ENAP 458

CASO
• É sabido que o “pagamento antecipado” é
vedado pelos arts. 62 a 64 da Lei n.°
4.320/64 e pelo art. 38 do Decreto n.°
93.872/86. Isto posto, não haveria
excepcionalidade em efetuá-lo
antecipadamente nos casos de prêmios de
seguro ou em se tratando de assinatura de
diários oficiais ou de jornais?

Paulo Gomes ©

229
COMENTÁRIO
ENAP 459

• COMENTÁRIO - Sim, nesse sentido operou a


alínea “b” da Resolução da Comissão de
Coordenação das Inspetorias-Gerais de Finanças –
INGECOR de n.° 29, de 28/04/77 (in DOU de
06/05/77, Seção I, Parte I, páginas 5.334 e
5.335).
• Obs. 1: a INGECOR teve seu Regimento Interno
institucionalizado pela Portaria GB/MF n.° 186, de
13/04/77, do Ministro da Fazenda.
• Obs. 2: sugere-se a leitura do BLC n.° 11/01, de
novembro/2001, p. 707 e 708, bem como TC-
004.773/96-9, publicado no DOU de 04/03/97, do
Tribunal de Contas da União.
Paulo Gomes ©

Se planejamos para um ano, devemos plantar


cereais. Se planejamos para uma década,
devemos plantar árvores. Se planejamos para
uma vida toda, devemos educar e treinar o
homem.

Paulo Ricardo G. Gomes


(no Orkut)
profpgomes@gmail.com
equipetd@brturbo.com.br

230

Você também pode gostar