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Janela Afonso (2010) defende, ainda, que a gestão possui uma função operacionalizadora, que
aplica as políticas e orientações da instituição de ensino. Estas políticas podem ser produtivistas,
competitivas, controladoras, democrática, autônoma e participativa. Nesse sentido, pode-se trazer
esse conceito de gestão para o contexto integrativo existente dentro do conceito da Gestão
Educacional.
Outro ponto importante na gestão escolar é a autonomia que a escola possui e que esta prevista
na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996. Através dessa autonomia as
escolas conseguem atender as especificidades regionais e locais, assim como as diversas
clientelas e necessidades para o desenvolvimento de uma aprendizagem de qualidade. Com
base nisso, podemos perceber que a gestão educacional é compreendida através das iniciativas
desenvolvidas pelos sistemas de ensino. Já a gestão escolar, situa-se no âmbito da escola e trata
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Uma forma diferente de aprender
das tarefas que estão sob sua responsabilidade, ou seja, procura promover o ensino e a
aprendizagem para todos.
Desta forma Libâneo (2001), diz que atualmente, o modelo democrático-participativo tem sido
influenciado por uma corrente teórica que compreende a organização escolar como cultura e
identidade organizacional. Esta corrente afirma que a escola não é uma estrutura totalmente
objetiva, calculável, independente das pessoas, ao contrário, ela depende muito das experiências
subjetivas das pessoas e de suas interações sociais, ou seja, dos significados que as pessoas
dão as coisas em quanto significados socialmente produzidos e mantidos.
Pimenta (1993), fala que o resultado que a escola pretende é contribuir para o processo de
humanização do aluno-cidadão consciente de si no mundo, capaz de ler e interpretar o mundo no
qual está e nele inserir-se criticamente para transformá-lo - não se consegue pelo trabalho
parcelado e fragmentado da equipe escolar- à semelhança da produção de um carro, onde um
grupo de operários aperta cada parafuso, sempre da mesma maneira, conforme o que foi
concluıd
́ o fora da linha de montagem, mas sim com o trabalho coletivo. Neste há contribuição de
todos no todo, e de todos no de cada um. A especialização de um não é somada a especialização
de outro, mas ela colabora com e se nutre da especialização do outro, visando a finalidades
comuns.
A Gestão Educacional é dividida em três áreas que se inter-relacionam de modo sistêmico, quais
sejam: Gestão Pedagógica, Gestão Administrativa e Gestão de Recursos Humanos. A Gestão
Pedagógica estabelece objetivos gerais e específicos no âmbito do ensino. Nesse sentido, define
as linhas de atuação, traça as metas a serem atingidas, elabora os conteúdos curriculares,
acompanha e avalia o desempenho da proposta pedagógica e dos resultados obtidos, de modo a
garantir o cumprimento das metas e dos objetivos traçados. Esta avalia, ainda, de forma
transparente, o desempenho dos corpos docente, discente e de funcionários da instituição como
um todo. Todas as especificidades da Gestão Pedagógica estão cerceadas pelos Regimentos
Escolares e Projeto Pedagógico da instituição.
Alguns elementos da Gestão Pedagógica, tais como plano de curso, plano de aula, metas gerais
e específicas e treinamento e avaliação do time escolar, estão inseridos no Plano Político
Pedagógico de Gestão Escolar. A Gestão Administrativa é responsável tanto pela parte
institucional, quanto pela parte física. A parte institucional engloba os direitos e deveres,
atividades de secretaria e legislação escolar. Por outro lado, a parte física cuida de prédios,
materiais e equipamentos da instituição de ensino. O Plano Escolar e o Regimento Escolar têm
enunciadas as diretrizes da Gestão Administrativa.
A gestão de Recursos Humanos é, sem dúvidas, o pilar mais crítico desta tríade. Alinhar pessoas
com expectativas e costumes distintos em direção ao cumprimento de uma mesma meta ou de
um mesmo objetivo, pode ser um desafio considerável. O Gestor de Recursos Humanos deve ter
a capacidade de orientar e treinar a equipe escolar e os alunos, em relação aos direitos, deveres
e atribuições cabíveis dentro do ambiente escolar. Se a execução da função deste gestor falhar,
pode ocorrer o fracasso de toda a formulação educacional planejada.
Sob a perspectiva democrática, a Gestão Educacional vem sendo compreendida como uma
oportunidade de desenvolvimento das instituições de ensino e de uma maior reflexão em áreas e
temas importantes no que se refere a educação.
b) externo - ligado à função social da escola, na forma como produz, divulga e socializa o
conhecimento.
Enquanto a autonomia permite que a instituição implemente suas políticas internas sem
condicionamentos externos. Para Dourado (2006) a gestão democrática, como instrumento de
participação e autonomia, é um processo contın
́ uo que almeja a transformação da instituição e da
própria sociedade na qual está inserida. Nesta direção, entendemos que a gestão democrática
não se constrói somente com a vontade de mudar, mas requer o reconhecimento do contexto na
qual a instituição, de modo especial neste estudo, a universidade, está inserida, pois as polıt́ icas
externas embora anunciem a importância da gestão democrática, de outro modo, engessam,
essa construção, quando não disponibilizam recursos suficientes, quando intensificam o trabalho
dos profissionais, quando atrelam os Projetos Pedagógicos aos interesses do mercado, dentre
outros fatores corrosivos à implementação de um processo participativo com exercı́cio da
autonomia.
A ação de gerir, numa gestão de fato democrática não poderá ser de forma mecânica e/ou
catalisadora das determinações exteriores, seja do Ministério da Educação e/ou dos organismos
internacionais, dentre outros organismos reguladores, mas de ações advindas de participação
ativa e interna a instituição. Para Dourado (2006) essa possibilidade requer gestores e instancias
colegiadas atuantes, representativas dos interesses institucionais e não de seus próprios
interesses pessoais e polıt́ icos. Esses devem ser espaços de discussão, debate, proposições e
decisões coletivas e representativas do conjunto da instituição. Portanto, poderá ser um espaço
de conflitos, se considerarmos a existência de idéias divergentes, posicionamentos contrários,
etc., caracterıś ticas aceitáveis num processo democrático, onde o coletivo também apresenta
A gestão democrática requer o exercıć io da autonomia das universidades públicas. Essa é uma
questão polêmica pela importância que exerce para o desenvolvimento das instituições e por
suas limitações, no entanto, temos clareza que a autonomia, quando colocada em prática,
oportuniza a participação dos diferentes segmentos da instituição, pois estes terão motivação
para discutir os rumos de suas ações, de forma coletiva, considerando também as peculiaridades
e necessidades da universidade. Exercer a autonomia é importante para a identidade da
instituição, pois possibilita “[...] gerir, orientar, as diversas dependências em que os indivıd
́ uos e
os grupos se encontram no seu meio biológico ou social, de acordo com as suas próprias leis”
(BARROSO, 2006, p. 16).
A sua autonomia perpassa, portanto, pelo aspecto didático, cientıf́ ico e administrativo- financeiro.
Para os autores a autonomia didática diz respeito ao reconhecimento da competência da
universidade para definir a importância do conhecimento a ser produzido, bem como, a sua forma
de transmissão. Por sua vez a autonomia cientıf́ ica está relacionada a capacidade e a maneira
pela qual os problemas podem ser pesquisados, julgados os resultados da investigação por parâ
metros internos, sem atrelamentos aos interesses externos. Já a administrativa perpassa pela
condição de elaborar normas próprias de organização interna, em se tratando do didático e
cientıf́ ico, bem como de administração de recursos humanos e materiais e do direito de eleger os
dirigentes. Compreendemos que a autonomia universitária, uma vez materializada permite a
definição da própria instituição sobre as polıt́ icas a serem implementadas. Nessa perspectiva
envolve sujeitos individuais e coletivos, requer relações de diálogo, encaminhamentos e
deliberações de ações, se utilizada a serviço da construção de espaços democráticos e
participativos. A autonomia, num contexto determinado pelas polıt́ icas neoliberais é utilizada
como um instrumento de regulação a serviço do Estado capitalista, dada as novas manifestações
de atuação do Estado e suas nuances nas polıt́ icas educacionais. Entretanto, cabe ressaltar que
há uma luta instalada em prol da universidade com gestão democrática, autônoma e participativa.
Essa luta requer a superação da lógica da autonomia associada ao controle impregnada no
modelo de gestão centralizadora do Estado neoliberal, como será discutido adiante.
A participação é um princıp
́ io fundamental para a concretização da democracia, compreendida
segundo Silva (2010) como um instrumento que requer a cooperação aliada a solidariedade e a
responsabilidade, para combater os males advindos da competição e da racionalidade individual
que nega os interesses dos outros, do coletivo. A participação deve ser pensada como forma de
vida, com um bem promotor da coletividade.
Dessa forma surge como crıt́ ica ao movimento liberal de sociedade, que supõe a autonomia da
pessoa concebida abstratamente como livre e igual. A participação visa formar pessoas na sua
totalidade como membro de uma comunidade (SILVA, 2010, p.40). Para o autor a legitimidade do
exercıć io democrático não centra nas opções ou decisões individuais, competitivas e
produtivistas, mas é, sobretudo, um produto coletivo, do interesse comum e de todos. As
proposições, ações, escolhas e decisões devem expressar reconhecimentos de deveres,
vontades, definidos coletivamente com companheirismos e responsabilidades.
Em certa medida, esta nova situação sugere o papel do último perfil de líder mencionado: o que
enfrenta problemas "intratáveis", cuja solução não é técnica, mas de engajamento e sintonia com
o grupo que está envolvido e que tem muito a ganhar com a superação do desafio.
No caso da escola, a qualidade da educação é interesse tanto da equipe escolar, quanto dos
alunos e de suas famílias (além do Estado, das autoridades educacionais e da nação como um
todo). Sua melhoria depende da busca de sintonia da escola com ela mesma e com seus
usuários. Uma escola de qualidade tem uma personalidade especial, que integra os perfis
(aspirações e valores) de suas equipes internas, alunos, pais e comunidade externa.
Desenvolvimento profissional de professores e funcionários. Estados planejaram investir em
programas de capacitação de professores e dirigentes escolares, Incluiu um programa de
capacitação em liderança de escolas estaduais inovador baseado na escola. O enfoque da
capacitação prático e não teórico. Os programas e seu material de apoio são desenvolvidos por
grupo de treinamento central. O objetivo dos estados participantes é reforçar o conteúdo de
capacitação e desenvolver escolas para demonstração. O fator crítico para o alcance do objetivo
do estado é de descentralizar o processo divisório das escolas. Por que incentivar o
desenvolvimento dos professores e funcionários.
As duas razões principais para que se tenha uma forte ênfase ao desenvolvimento dos
funcionários e professores são: crescimento profissional e desenvolvimento pessoal. Os
funcionários devem se sentir motivados para treinar e aprender mais na área em que atua, isto
vai ser lucro para ambas as partes escola e funcionário. Os diretores poderão crescer mais em
seus projetos e desenvolver cada vez melhor seu "perfil", sendo capaz de solucionar problemas
com decisões certas. Porque sem este desenvolvimento os diretores tomavam decisões
baseadas apenas em experiências e muitas vezes sem dinâmicas e sem percepção. Estratégias
participativas do desenvolvimento de pessoal. Tanto os professores como os gestores devem ser
envolvidos na concepção de programas de desenvolvimento de pessoal. Há cinco elementos
chave de urna abordagem participativa de desenvolvimento pessoal:
1 - Consultar o pessoal sobre o que consideram necessário para promover o seu próprio
crescimento e aprimorar o seu desempenho.
No caso das Universidades, observa-se que as atuais polıt́ icas de gestão, no curso da Reforma
do Estado, são influenciadas pelas teorias modernizadoras difundidas pelos organismos
internacionais e consentidas internamente. Estas perpassam pelo planejamento eficiente, pela
avaliação produtivista, pela descentralização administrativa como mecanismo de aquisição de
recursos financeiros junto ao mercado. Contraditoriamente, observa-se que apesar de
documentos oficiais como a LDB 9.394/96, dentre outros, anunciarem a gestão democrática por
meio das instâncias colegiadas, na prática ainda predomina a centralização no gestor/gerente
além do que os conselheiros expressam uma representação de si mesmos e não dos interesses
do grupo ou segmento universitário que representam, não expressando o compromisso com a
coletividade. Isso é perigoso para a democracia por centrar a liderança num sujeito individual. No
modelo de gestão gerencial a “autonomia é individual”, pois centraliza no gestor a autoridade
capaz de exercê-la. Esse tipo de autonomia é denominada por Janela Afonso (2010) de
“autonomia do chefe, em detrimento da autonomia institucional”. Como enfatiza a seguir:
Trata-se de uma autoridade cuja legitimidade advém agora da revalorização neoliberal do direito
de gerir – direito esse, por sua vez, apresentado como altamente convergente com a idéia
neoconservadora que vê a gestão como uma espécie de tecnologia moral ao serviço da ordem
social, polıt́ ica e econômica (JANELA AFONSO, 2010, p.13).
Esse modelo de gestão vinculado à lógica de mercado respalda formas de avaliação com vistas
ao controle de resultados e comparação de produção com o estabelecimento de ranques, por
meio de divulgação pública de resultados alcançados.
Outro aspecto que realça na lógica neoliberal é que dificilmente observamos acontecer processo
de avaliação do órgão de gestão, considerando seus vários aspectos. Ao mesmo tempo em que
sobre a gestão e a instituição recaem as responsabilizações pelo fracasso ou sucesso dos
resultados, o que isenta o Estado da responsabilidade. Neste sentido, Bresser Pereira (2006,
p.07) afirma que “Na administração pública gerencial [...] novas formas passam a ser
empregadas: a responsabilização por resultados, a competição administrada e o controle social
por organizações da sociedade civil.” Além do que os gestores são cobrados por meio de
“Contrato de gestão” para que a instituição produza cada vez mais. Diante das cobranças pelo
alcance de metas estabelecidas, os gestores tenderão a criar mecanismos de controle cada vez
mais severo e formas de gestão supostamente mais eficientes e eficazes para garantir as
condições necessárias à obtenção de bons resultados acadêmicos e educacionais. É também por
isso que a ideologia organizativa designada por gestão da qualidade total (nascidas nas
empresas lucrativas e agora transpostas para as organizações educativas e de saúde) pode
transformar a escola no novo mercado, incrementando os mecanismos de controle e vigilância
sobre os seus atores educativos (JANELA AFONSO, 2010, p.14). A autonomia e a gestão estão
vinculados à cobrança de prestação de contas dos resultados produtivistas, pautados na
concepção de qualidade total. Sobre essa produção e seu resultado é exercido controle, fator
este que aproxima as instituições do modelo de grupo empresarial.
BIBLIOGRAFIA
http://www.infoescola.com/educacao/gestao-educacional-e-gestao-escolar/
http://www.infoescola.com/educacao/gestao-educacional/
http://educador.brasilescola.uol.com.br/gestao-educacional/
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/a-gestao-educacional-e-a-
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VÍDEOS
https://www.youtube.com/watch?v=50X6IXRFkYw
https://www.youtube.com/watch?v=-LNlNIyjIlw
https://www.youtube.com/watch?v=y8B2J8SB5gU