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TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA EM ODONTOPEDIATRIA

- A medicação é coadjuvante; a intervenção do profissional é sempre o mais


importante.

- O cálculo do medicamento é sempre baseado no peso da criança (a partir de


37 kg eu faço o cálculo igual ao de adulto.)

- Aferir sinais vitais e comparar com tabela de normalidade (estas tabelas se


atualizam a cada ano e estão disponíveis em internet e livros), porém a
pressão arterial só é aferida a partir dos 3 anos

a) Controle de ansiedade : Alguns fatores durante o atendimento, podem


causar a ansiedade como por exemplo a visão dos instrumentais, a visão do
profissional paramentado, e visão de sangua; então trabalhamos com
ansiolíticos (benzodiazepínicos) que nos dão uma sedação de grau 1. Eu
apenas uso o medicamento naquela criança que já teve o comportamento
modulado pelo odontopediatra. Sempre que for utilizar o benzodiazepínico eu
tenho a necessidade de um termo de consentimento que explique o nome do
medicamento, efeitos colaterais e os efeitos do medicamento.

- Indicação : Não funcionamento da iatrosedação (técnicas de manejo


de comportamento); realização de procedimentos longos; condição sistêmica
grave ( como casos de convulsão) e situação pós trauma.

- Contra indicação : Casos de efeito paradoxal; Casos em que não


posso ter uma depressão respiratória (como em asmáticos) e casos de alergia
ao medicamento.

Os medicamentos utilizados são Diazepam ou Midazolam. O Diazepam agem


em 45-60 minutos e é eliminado em 6-8 horas. O Midazolam provoca uma
maior sedação, sei efeito é mais rápido e é eliminado em 2 – 3 horas

Diazepam : 0,2 – 0,5 mg/Kg

Midazolam : 0,25 – 0,5 mg/Kg

SEMPRE COMEÇAR PELA DOSE


MAIS BAIXA !!!!

REDUZIR EM 30% A DOSE DO


ANESTÉZICO QUANDO UTILIZAR
OS BENZODIAZEPÍNICOS !!!
2) Prevenção e Controle da dor : A injúria gera o ácido araquidônico, e este
ácido pode seguir por dois caminhos. O caminho da cicloxigenase gera
prostaglandina, aumenta a permeabilidade vascular, causa vasodilatação e
gera também o fator de necrose tumoral. P caminho da lipoxigenase gera
leucotrienos, fator quimiotático para neutrófilos e causa um maior edema. Amos
os caminhos geram a dor, que deve ser controlada de alguma maneira.

- AIES : Utilizo o esteroidal quando eu realizo um procedimento que vai


gerar dor moderada-intensa no pós operatório. Eu utilizo uma dose única 30
minutos antes do procedimento para prevenção de dor e edema. (Celestone
solução 0,5mg/ml, 2 gotas por kg)

OBS : NÃO UTILIZAR CORTICÓIDES EM PACIENTES DIABÉTICOS


DEPENDENTES DE INSULINA POIS A MOLÉCULA DO MEDICAMENTE
COMPETE PELO LOCAL COM A INSULINA, CORTANDO PARTE DE SEU
EFEITO.

- Analgésico : Temos dois protocolos, o de menos complexidade para


dores leves (analgésico por 24 horas, sendo a primeira dose antes ou logo
após o procedimento) e o de maior complexidade (48 horas de analgésico,
sendo a primeira dose antes ou logo após o procedimento). (Dipirona 500
mg/ml, 1 gota /kg a cada 6 horas sendo no máximo 30 gotas; Paracetamol 200
mg/ml, 1 gota /kg a cada 6 horas sendo no máximo 30 gotas; Ibuprofeno
50mg/ml, 1 gota/kg a cada 6 ou 8 horas.)

CONTROLE DE INFECÇÃO EM ODONTOPEDIATRIA

- Só indico antibiótico quando a criança não é ASA I (casos em que há


uma imunodepressão como diabetes, lúpus, uso contínuo de corticóide) e
quando há sinais de disseminação de infecção (febre, disfagia, dor, edema).

- Sempre recomendar a MAIOR dose possível no MENOR período de tempo.


(LEMBRAR DA PROF FALANDO “BATA FORTE”) Ou seja, se a dose é de 0,2
a 0,6 SEMPRE USAR O 0,6.

- Em casos que não há melhora, sempre reavaliar o caso a cada 3 dias, para
avaliar se há necessidade de aumentar dose, mudar medicamento ou realizar
alguma outra intervenção.

- Profilaxia antibiótica : APENAS EM CASOS DE PREVENÇÃO DE


ENDOCARDITE BACTERIANA ! Sempre 50 mg/kg, 1 hora antes do
procedimento !
1ª opção : penicilina

2ª opção : estearato de
eritromicina

3ª opção : clindamicina
Para casos graves :

Amoxicilina + Metronidazol

Amoxicilina + clavulanato de
potássio

CORREÇÃO DE EXERCÍCIOS :

- Para asmáticos que usam corticóide evitar vasoconstritores adrenérgicos pois


é acompanhado de bissulfito de sódio. Preferir a prilocaína com felipressina.
Asma sem origem alérgica não há necessidade de alterar o sal e o vaso.

- Diabético compensado : qualquer sal e qualquer vaso

- Até 220 mg/dl de glicemia, eu posso atender em consultório desde que não
haja corpos cetônicos na urina;

- Vaso adrenérgico : HIPERGLICEMIANTE (glicogenólise e gliconeogênese).

- Anemia ferropriva : há dificuldade no transporte de O2, então não usar a


prilocaína pois pode causar metahemunoglobinemia.

- Glicemia alterada : Anestésico sem vaso ou Prilocaína.

- Glicemia alterada + anemia : ANESTÉSICO SEM VASO

Quando não usar vaso


adrenérgico?

- Pacientes que tomam o anti-


convulsivante CLORPROMAZINA

- Pacientes que tomam


PROPANOLOL

- ANTIDEPRESSIVO TRICÍCLICO

- USO DE CRACK OU COCAÍNA 24


HORAS ANTES DA CONSULTA
CASO CLÍNICO

1ª consulta : identificação da criança, anamnese, exame físico e clínico após


uma boa profilaxia sem o uso de corantes.

Fase urgencial : trato dores, abcesso agudo e traumas.

Fase médico sistêmica : analiso os medicamentos que este paciente pode


precisar antes de toda sessão odontológica. (EXEMPLO : profilaxia para
endocardite)

Fase preparatória : se divide em educação do paciente em núcleo familiar (


como avaliar alimentação da família, ajudar na retirada de mamadeira/chupeta,
técnica de escovação etc) e em adequação do meio (remoção de foco infeccios
como exodontias, aplicação de flúor em manchas brancas, selamento de
cavidades abertas, curativo pulpar, selamento de manchas)

Fase restauradora : restauração em resina, uso de selante resinoso,


frenectomia, exodontia para ortodontia, capeamento indireto.

Fase ortodôntica : Muitas vezes o mantenedor vai para a fase de adequação.

Fase de controle : você já terminou o seu plano de tratamento e decide


quando precisa chamar o paciente para análise e acompanhamento do caso.
Bruxismo Infantil

Movimento de contração facial controlado pelo sistema nervoso


central, esta relacionado com a questão emocional do paciente, o
tratamento é medicamentoso para controlar estresse a ansiedade, tem
prevalência em crianças de 3 a 5 anos.

Critérios de diagnóstico: autorelato, relato dos responsaveis,


sinais clínicos e a polissonografia.

Fatores que interferem no ciclo do sono: estímulos sonoros e


luminosos (luz branca aumenta muito o índice de bruxismo em crianças
devido interferencia na produção de melatonina, causando
microdespertares.)

Tratamento: é multidissiplinar e consiste em orientar os


responsaveis sobre a qualidade do sono, a inclusão de tarefas
prazerosas, exercícios fitoterápicos e necessidade de suporte
psicológico.

A intensidade do bruxismo esta diretamente relacionado ao que a


criança come antes de dormir, como gorduras, a apnéia do sono também
aumenta o risco de bruxismo, com necessidade de uma avaliação
neurológica.

A placa mio relaxante apenas uma proteção para os dentes e não


é o tratamento definitivo para o bruxismo, a placa semi- rígida é a mais
utilizada em crianças por possibilitar ajustes conforme mudanças na
dentição.

A toxina botulínica bloqueia a produção de acetil colina, inibindo a


contração muscular, mas não evita o contato dental não servindo como
tratamento definitivo para o bruxismo, com a diminição gradativa de seu
efeito necessita de reaplicação de 3 em 3 meses levando a atrofia
neurogênica das fibras musculares.
Lesões Traumáticas em Odontopediatria

É o resultado de impactos em que a força agressora supera a


resistência dos tecidos ósseos, muscular e dentais podendo ser de
origem acidental ou intencional, apresentam extensão, intensidade e
gravidade variáveis.

O trauma pode ser de forma direta ocorrendo diretamente no


elemento dentário, e indireta apresentando algum tecido mole ou outro
objeto que se interponha a estrutura mineralizada.

Tem prevalencia em bebês de 0 a 3 anos, fase em que a criança


começa aprender a andar com dificuldades de motricidade e equilíbrio,
seguido pela adolescência, 7 a 14 anos por conta da frequênte pratica de
esportes radicais, sem uso de equipametos de segurança.

A síndrome da criança espancada tem como cacteristica acometer


os incisivos centrais seguidos dos laterais.

Deve-se consultar imediatamente o dentista após o trauma, onde


será feito exame clinico intra e extra oral para avaliar a situação,
anamnese completa para obter informações sobre o trauma (quando,
como e onde aconteceu) e realizar um exame radiográfico da região para
precisão do diagnóstico, planejamento e conduta de tratamento.

Fatores etiológicos dos traumas: quedas, iatrogênicos


(intubação, levando a alterações hipoplásicas nos dentes e
consequentemente fraturas), praticas esportivas, brigas, espancamento,
retardo mental, epilepsia, comprometimento oclusal favorecendo o
trauma (sobressaliência e sobremordida), pacientes classe II div. I de
angle (overget acentuado) e classe I de angle com sobressaliência
maxilar, mordida aberta e ausência de selamento labial.
Classificação das Lesões Traumáticas

Tecidos Duros e polpa

1) Trinca de Esmalte

Fratura parcial de esmalte sem perda de tecido dentário ou


deslocamento do elemento, diagnóstico através da luz do
fotopolimerizador posicionada atrás do dente revelando a trinca.

 radiografia inicial e nos retornos do paciente.

 Usar pastas flúoretadas para redução da sensibilidade, em


alguns casos necessidade de selantes.

2) Fratura de Esmalte

Fratura e perda de esmalte pequena sem envolvimento de


dentina.

 Desgaste e polimento das bordas cortantes, sem restaurações


por não ter a exposição da dentina.

 Acompanhamento clínico e radiográfico.

3) Fratura de Esmalte e Dentina

Fratura com perda de dentina e esmalte sem o comprometimento


pulpar.

 Proteção do complexo dentino-pulpar se houver necessidade


devido proximidade da polpa.

 Restauração em resina composta ou colagem do fragmento.

 Acompanhamento radiográfico de 6 em 6 meses.

4) Fratura Coronária Complicada

Fratura com perda de esmalte e dentina e exposição pulpar


 A conduta é depende do ciclo biológico do dente, do tempo pós
trauma, tamanho e localização da exposição pulpar.

 1/3 ou menos de raiz no elemento dental é a exodontia.

 Remanescente radicular maior que 1/3 o tratamento é


polpotomia (remoção da polpa coronária)

 Crianças muito novas sem ápice radicular fechado: 72 horas


depois do trauma o tratamento é polpotomia, sendo necessário
pelo menos 2/3 remanescente radicuar, se ao remover a polpa
coronária houver grande sangramento, realizar a pulpectomia.

 Controle radiográfico de 3 em 3 meses, e apos 1 ano


realizadas as intervenções acompanhamento a cada 6 meses
(para pulpotomia) e mensal (para pulpectomia).

Lesões dos Tecidos Periodontais

1) Concussão

Traumatismo dos tecidos de suporte dentário (LPD), sem


mobilidade anormal, apresenta pequeno sangramento pelo sulco
gengival.

 Deixar o dente acometido em repouso.

 Fazer higiene local com cotonete embebido em clorexidina.

 Fazer alivio oclusal para remover contato.

 Repouso mastigatório com alimentos macios por 21 dias.

 Remover hábitos de mamadeira e chupeta.

 Controle radiográfico: radiografia inicial no dia que houve o


trauma, 1 mês depois, 3 meses, 6 em 6 meses realizando teste
de vitalidade pulpar.

 Só fazer endo se houver algum sinal clinico para indicação do


tratamento como fistula, mobilidade patológica, dor espontânea
e lesão de origem endodôntica nas radiografias de controle.
 Prescrição de analgésico por 24 horas para dor leve/moderada.

2) Subluxação

Traumatismo que compromete os ligamentos periodontais,


acompanhado de mobilidade dental anormal e sangramento pelo sulco
gengival.

 Deixar o dente acometido em repouso.

 Fazer higiene local com cotonete embebido em clorexidina

 Fazer alivio oclusal para remover contato

 Repouso mastigatório com alimentos macios por 21 dias.

 Remover hábitos de mamadeira e chupeta.

 Contenção semi-rígida em 2 dentes vizinhos ao do trauma com


fio de amaria 0,30 por 21 dias, tempo que o LDP leva para se
regenerar.

 Orientar higienização correta da região para não agravar o


caso.

 Controle radiográfico: radiografia inicial no dia que houve o


trauma, 1 mês depois, 3 meses, 6 em 6 meses realizando teste
de vitalidade pulpar.

 Só fazer endo se houver algum sinal clinico para indicação do


tratamento como fistula, mobilidade patológica, dor espontânea
e lesão de origem endodôntica nas radiografias de controle.

 Prescrição de analgésico por 24 horas para dor leve/moderada.

3) Luxação Intrusiva

Traumatismo com deslocamento do dente em direção ao alvéolo


comprometendo o periodonto de suporte.

 Se houve o contato deste dente com o germe do permanente é


indicado a exodontia do decíduo, o que é avaliado na técnica
radiográfica chamada de técnica lateral
 Caso não haja contato do deciduo com o permanete não fazer
NADA, pois o dente decíduo vai reerupcionar passivamente
(parcialmete de 15 a 30 dias e totalmente dentre 3 a 6 meses,
sem reimplante.)

 Orientar higienização correta da região para não agravar o


caso.

 Controle radiográfico: radiografia inicial no dia que houve o


trauma, 1 mês depois, 3 meses, 6 em 6 meses realizando teste
de vitalidade pulpar.

 Só fazer endo se houver algum sinal clinico para indicação do


tratamento como fistula, mobilidade patológica, dor espontânea
e lesão de origem endodôntica nas radiografias de controle.

 Nesse caso é considerado dor severa, receitar analgésico por


48 horas, e em casos mais graves anti-inflamatório 48 horas
após o trauma.

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