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Perdido em Marte

Pedro Henrique Dias Sousa

COL. EST. Emília Maria Guimarães

14/11/2018

Perdido em Marte

Os cientistas podem apontar alguns pormenores científicos que


falharam, mas no geral o rigor científico do filme é apreciável. A NASA foi
consultora científica do realizador e o Observador foi perceber o que se
diz sobre o rigor científico do filme.

Gravidade

No filme, o personagem principal caminha de um lado para o outro


como faria na Terra. O que nos faz ter os pés bem assentes no chão e dar
passadas firmes é a gravidade que o planeta azul exerce sobre o nosso
corpo, mas em Marte, com cerca de metade do diâmetro da Terra, a
gravidade é 0,375 da do nosso planeta. A título de exemplo, uma pessoa
que pese 70 quilogramas na Terra, pesará pouco mais de 26 quilos em
Marte.

“Não poderiam andar normalmente. Seria mais aos saltinhos, como


acontece na Lua”, disse John Logsdon.

Um outro momento em que foi empregada a utilização da gravidade


foi quando a nave Ermes regressou à marte para resgatar Mark Watney.
Ela usou um efeito, que os cientistas chamam de Estilingue Gravitacional.
Essa manobra nada mais é que dar a volta na Terra, em uma órbita muito
alta e usar a aceleração que a terra gera ao atrair a Ares 3 para regressar
a Marte.
Como a maioria das naves do cinema, a Ares 3 possui uma
estrutura giratória, em forma de roda. Esse é o meio mais simples de
produzir “gravidade artificial” em uma nave no espaço. A rotação da
estrutura produz uma força centrífuga que substitui a gravidade. Naves
assim foram usadas em “2001 – Uma Odisséia no Espaço”, “Interestelar”
e agora em “Perdido em Marte”. Em “2001” a Estação Espacial 1 é uma
roda completa, no “Interestelar” a nave Endurance é um colar de módulos.
A Ares 3 usa uma roda segmentada.

Esse é um luxo restrito aos astronautas do cinema. Na vida real


uma estrutura giratória desse tipo tornaria a nave mais pesada. A Nasa
prefere fazer as naves mais leves e colocar os astronautas sob uma dieta
de exercícios para combater os efeitos da falta de gravidade.

Radiação

A atmosfera da Terra funciona como um filtro que retém parte da


radiação nociva vinda do Sol e do espaço em geral. Mas a atmosfera
pouco densa de Marte não permite esse nível de proteção. É por isso
que John Logsdon acrescenta mais uma crítica: não há referência à
radiação solar e cósmica a que o personagem está sujeito. “O botânico
poderia ficar muito doente ou, caso voltasse para casa, morrer de câncer
no ano seguinte.”

Os riscos que Watney corriam ficaram ainda maiores quando ele,


em uma tentativa de chegar a cratera Schiaparelli, otimiza a duração das
baterias de seu Rover, desativando o aquecedor e pondo em vigor uma
lei que já à muito tempo é conhecida, a lei da Termodinâmica.

Com o auxílio de um gerador de energias de radioisótopos, Watney


obtém todo o calor que precisa, já que, a geração de energia por meio
desse gerador bem simples, como o próprio nome já diz, é exotérmica, e
por falar nisso, é do calor gerado na decomposição radioativa dos
radioisótopos presentes nesse gerador que possibilita a geração de
energia.
Como a Nave se move no espaço: por meio da propulsão iônica
Ela usa grades carregadas de eletricidade para acelerar íons de gases
como o xenônio. A eletricidade é produzida por painéis coletores de
energia solar. A aceleração é gradual, mas pode ser mantida durante
meses gastando muito pouco combustível. É o contrário dos foguetes
químicos que aceleram rapidamente, mas gastam toneladas de
combustível. A sonda espacial Dawn, que está orbitando o asteroide
Ceres, usa um propulsor iônico semelhante ao da nave de “Perdido em
Marte”.

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