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Advogado criminalista e Doutor em Direito Processual Penal pela Universidad Complutense de Madrid.
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Graduando do 6º período do Curso de Direito da Universidade CEUMA.
tem a presunção de inocência. Se o MP não produzir as provas necessárias,
tem-se que garantir à defesa a presunção de inocência. O juiz criminal deve
conduzir o processo pela lei e a constituição, com imparcialidade e somente ao
final do processo, sopesando adequadamente as provas reconhecer a culpa ou
declarar a absolvição.
Experimento de Rosenhan e o Efeito primazia – Rosenhan
Mas no Brasil essa realidade do juiz imparcial ainda está distante, pois
muitos juízes além de serem colocados em um lugar que não é seu, o juiz entra
excessivamente contaminado. Grande maioria dos juízes apresenta ausência
total de originalidade cognitiva. Conforme o experimento de Rosenhan, o efeito
primazia trata-se do fato de que as primeiras informações recebidas tem mais
peso que as demais, fundamentando-se a ideia de que há uma preponderância
das cognições oriundas da primeira impressão relativamente as outras a elas
conectadas. Sendo assim, a primeira informação é a que fica. Desse modo, a
maioria dos juízes acreditam no direito penal do autor, dando pouca atenção ao
réu.
Teoria da dissonância cognitiva
Ao falar da teoria da dissonância cognitiva, o professor Aury Lopes Jr
disse que o indivíduo busca – como mecanismo de defesa do ego – um equilíbrio
em seu sistema cognitivo, reduzindo o nível de contradição entre o seu
conhecimento e sua opinião. Trata-se de um anseio por eliminação das
contradições cognitivas. No contexto do judiciário, tem-se um problema: O
mesmo juiz receber acusação, realizar a instrução e o julgamento. Os juízes
apresentam uma situação desconfortável gerada pela posição diante de duas
teses antagônicas.
Medidas de redução de danos:
- Vedação da atuação de ofício.
- Não pode ser o mesmo a receber a denúncia e sentenciar.
- Prevenção como critério de exclusão.
- Imprescindibilidade do juiz das garantias.
- Exclusão física dos autos do inquérito.
Normalizando o anormal
Ele utilizou o mito da caverna de Platão, o qual consta no livro “A
República”, para mostrar que atualmente estamos normalizando o anormal
funcionamento da justiça. O processo penal brasileiro é primitivo, portanto, é um
sistema processual ultrapassado, pois possui uma estrutura inquisitória. Como
se viu, o juiz entra contaminado, não possuindo originalidade cognitiva. Além
disso, o mesmo juiz faz tudo. Ausência de estética de imparcialidade.
Por fim, teceu críticas ao “Pacote anti crime”, do ministro de Estado da
Justiça, Sérgio. A crítica se concentrou na previsão de barganha que o projeto
prevê, o que seria uma forma de monetizar o processo penal, levando ao fim o
próprio processo penal. Finalizou dizendo que diante dessas coisas ora
expostas, se torna urgente fazer um exercício de estranhamento a esse estado
de coisas.