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Dessa forma, tudo precisava ser avaliado em função do modo como contribuiria ou não para
o bem-estar do indivíduo. Os efeitos deste ponto de vista recaíram sobre a religião, os sistemas
filosóficos, a educação, a ordem social e às artes.
“As luzes foram uma era prosaica. A melhor literatura da época foi a prosa, e em todas as artes passaram a ser
valorizadas as virtudes da boa escrita em prosa: a clareza, a vivacidade, o bom gosto, o sentido das proporções e a
elegância.” (GROUT; PALISCA, 1960, p. 479)
Apesar da era das luzes ter sido predominantemente cosmopolita, os estilos nacionais
continuaram existindo, e em 1750 as formas nacionais de ópera começaram a impor-se em cada país.
indicando a era romântica.
A reforma da Ópera
Embora as composições deste período tenham sido, em sua maioria, de caráter religioso, os
compositores também se interessavam pela ópera. Os maiores compositores deste gênero dramático
foram Gluck (1714 - 1787) e Mozart (1756 - 1791).
Gluck trabalhou em vários lugares da Europa, mas teve seus momentos mais decisivos em
Viena. Em sua geração a ópera ainda era o mais popular dos gêneros eruditos. Ele foi seu primeiro
reformador - assim como outros compositores e críticos, se preocupava com o fato da ópera estar se
tornando muito estilizada. Até o momento, os cantores possuíam papéis de grande importância, as
representações mais comuns faziam referência a Grécia Antiga (trazendo deuses à terra para
interagirem com os homens, por exemplo), o público não tinham muito interesse pelos recitativos,
mas sim pelas árias, onde os cantores exibiam seu virtuosismo. Entretanto, Gluck desejava um retorno
à simplicidade.
“Foi em Orfeu e Eurídice, sua ópera mais conhecida, apresentada em Viena no ano de 1762, que ele pela
primeira vez pôs em prática suas idéias.” (BENNETT, 1986, p. 53)
Cinco anos depois, Gluck expôs no prefácio da partitura da ópera Alceste, aquilo que na sua
opinião devia ser uma ópera.
“A música teria de estar a serviço do enredo, refletindo o drama e a emoção da poesia. Não deveria haver tanta
distinção entre a ária e recitativo, e a ação teria de ser mais contínua, evitando-se interrupções apenas para atender às
exigências dos cantores.” (BENNETT, 1986, p. 53)
Suas três principais óperas foram: Orfeu e Eurídice, Alceste e Iphigénie en Aulide.
Também em Viena, Mozart foi quem deu o segundo passo na reforma da Ópera. Diferente de
Gluck, Mozart trouxe temas contemporâneos para a ópera. Dessa forma, os personagens já não eram
mais deuses ou heróis da Antiguidade, mas sim o nobre, o criado, o soldado, o camponês - em relações
amorosas ou de conflitos sociais, vistas com humor e ironia.
As óperas mais significativas de Mozart foram as que ele trabalhou em parceria com o
libretista Da Ponte, e suas três principais óperas foram: As Bodas de Figaro, Don Giovanni e A Flauta
Mágica.
Referência Bibliográfica
GROUT, D.; PALISCA, C. História da Música Ocidental, 5. ed. Editora Gradiva, 2007