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Também falamos que assim como a gente adquire a posse de forma originária e
derivada, o mesmo acontece com a propriedade.
Vimos sobre a herança e a transcrição. Herança não é objeto de estudo do direito das
coisas, mas do direito das sucessões.
No primeiro tipo de aquisição da propriedade imóvel, tem um instituto que é dos mais
demandados nas nossas avaliações- é o usucapião (prescrição aquisitiva: é uma
prescrição cujo decurso do tempo leva à sua aquisição e não à sua perda. Então aplica-
se todas as hipóteses de suspensão ou de interrupção que se aplica no caso do
devedor - leitura do art. 197, 198, 199, 200, 201. Então nós vimos que o usucapião por
ser uma relação jurídica ele exige três requisitos:
- subjetivos ou pessoais;
- Objetivos ou reais; e
- os formais.
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Os requisitos subjetivos são aqueles que diz respeito às pessoas para a relação de
usucapião - seja o usucapiendo (aquele que quer usucapir a coisa), seja aquele que
está perdendo o direito de propriedade. Diz a doutrina majoritária que por ser uma
relação jurídica ambos necessitam possuir capacidade genérica para a prática de atos
da vida civil. E aí foi aquilo que eu tava falando - art. 1244cc combinado com esses
dispositivos, porque as vezes a pessoa é capaz mas a relação jurídica não se
desenvolve porque aquela fruição do prazo, nós vamos ver que pode ser 15, 10, 5, 2
ela não flui - ascendente, descendente, cônjuges, pessoas absolutamente incapazes,
aqueles que estão em missão fora do Brasil, pendência de condição suspensiva,
nenhuma dessas hipóteses permite fluidez desse prazo.
Requisitos reais: (estudem isso porque pode cair na prova de vcs). A gente tem que
pensar se aquele objeto é passível de usucapião, porque nem todo objeto é possível
usucapir. Aquilo que não for objeto de propriedade não pode haver usucapião - os
bens fora de comércio, os bens públicos, o condomínio também não, porque enquanto
não cessar a comunhão não pode haver usucapião, eu não posso adquirir algo que eu
seja dono.
Quanto aos requisitos formais nós vimos que tem dois tipos: Comuns e especiais.
Comuns porque estão presentes de forma geral em todas as modalidades de
usucapião - posse no tempo caracteriza justamente a posse ad usucapionem. Os
especiais é justo titulo e boa fé porque esses dois so vão está presente em uma
modalidade de usucapião que é o Ordinário.
A posse deve ser ad usucapionem, mansa e pacifica, contínua, publica e justa. O lapso
temporal varia. Antes de expirar-se o prazo o possuidor poderá valer-se dos interdictos
possessórios - eu ainda não tenho direito de usucapião mas eu já tenho a posse ad
interdicta. A ação de usucapião é imprescritível porque é uma ação declaratória.
Modalidades de usucapião:
hipóteses:
- Extraordinária;
- Ordinária;
- E eu tenho a especial rural que é chamada de pro labore (pelo trabalho que a pessoa
desenvolveu naquela area que tem até 50hc, para fim de moradia). São essas seis, mas
não são os únicos.
Usucapião extraordinário:
- Posse mansa, pacifica, contínua. A posse não pode ter sofrido contestação e tem que
ser contínua, não se admite (***) dessa continuidade, não se admite a soma de posse,
a posse tem que ser atual, tem que ser contínua.
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- Para que haja usucapião tem que ficar demonstrado o comportamento - animus
domini, ele tem que querer a propriedade.
Obs: o legislador atribuiu a esse tipo de usucapião a presunção absoluta de justo titulo
e boa fé. Como essa presunção é absoluta não se pode discutir o titulo, não se pode
exigir do possuidor que ele exiba documentos no processo, que ele exiba o titulo,
também não se pode pedir que se declare a inexistência do título. Não se admite prova
em contrário. Dois efeitos que decorrem diretamente dessa presunção absoluta: Não
pode pedir a inscrição do documento e nem a declaração de inexistência do
documento porque para o direito isso não interessa, gerou para o possuidor uma
presunção absoluta - a partir dos 15 anos presume-se que ele é um possuidor de boa
fé. E como isso é um requisito geral é necessário que haja uma sentença declaratória.
Ex: Eu entro com uma ação reinvidicatória, de uma propriedade imóvel, mas a pessoa
já ta la ha 17 anos, em tese ela ja tem o direito de usucapião, mas eu apareci com o
titulo dizendo que o terreno é meu, ela vai dizer que não vai me devolver o imóvel
porque contra mim ocorreu uma prescrição porque passou mais de 15 anos, ela teve
uma prescrição aquisitiva. Aí ela alega no processo dizendo que ela preencheu os
requisitos e vai usucapir os bens e por isso eu vou perder o meu direito de
propriedade. Nessa ação reinvidicatória o juiz não poderá declarar o usucapião dela,
porque ação reinvidicatória não é ação declaratória. O que o juiz vai ter que fazer? O
juiz acatando o direito dela de usucapião (...............) reunir as provas, ouvir as
testemunhas, testemunhas, ela se apresentou como dona, ela que paga conta de luz,
conta de água. O que o juiz vai fazer? ele vai julgar improcedente a minha ação, então
aquela sentença vai surtir efeito para nós dois, mas segundo a doutrina majoritária ela
não vai poder levar essa sentença para registrar no cartório de imóveis dizendo que
ganhou o usucapião. O que ela precisaria fazer é ajuizar uma ação de usucapião,
porque até então ela resolveu contra mim, mas e contra terceiros? Resumindo, mesmo
que ela ganhe porque o juiz julgou improcedente a minha ação, não dispensa ela a
obrigação de ir ao juiz e requerer uma ação declaratória, que é imprescritiva que o juiz
declare o direito dela - aí essa ação declaratória ela pega a sentença e vai para o
cartório de imóveis e faz o registro. Qual é a diferença? A maior parte da doutrina diz
que o efeito da defesa de usucapião é a improcedência da ação reinvidicatória, ela
precisa ajuizar uma ação declaratória de usucapião para obter a sentença.
- 1241cc.
Usucapião Ordinário:
Usucapião ordinário - art. art. 1242cc: Aqui diminui o prazo. Parag. único - será de 5
anos o prazo - aqui trata-se da posse-trabalho: aquela que se dá destinação social.
Esse usucapião ordinário tem a sua peculiaridade: Qual a diferença do ordinário? É que
eu preciso ter um justo titulo e uma boa fé (lembrem o que é justo titulo: é aquele
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titulo hábil a transferir, mas não transferiu porque tem um vicio) e a boa fé é aquela
pessoa que desconhece os vícios. O titulo pode ser judicial ou extrajudicial. Então para
essa modalidade de usucapião a lei exige justo titulo e boa fé, ou seja, aquele que ta
usucapindo a coisa não pode ter noção do impedimento. Por isso é que tanto no caput
quanto no parágrafo único ele exige que o bem tenha sido adquirido de forma onerosa
com base no titulo que foi posteriormente cancelado. É diferente do extraordinário
que eu posso conseguir a posse de qualquer jeito (mas aqui no ordinário quando se
fala de titulo é porque alguém transferiu a posse para ele, tem o elemento da
translatividade).
- Ex: Imagina que você ta vendendo um imóvel e eu compro da tua mão, a gente faz
um contrato de compra e venda, mas quando eu vou transferir aquele imóvel eu
descubro que aquele imóvel ta sendo retomado pelo banco, uma ação contra você. O
justo título é aquele que é formalmente hábil para transferência, mas ele vai ser
posteriormente anulado porque ele tem um vício. (48:00).
- O legislador diminuiu o prazo porque a pessoa tem o justo titulo e a boa fé que são
requisitos indispensáveis do usucapião ordinário. Esse titulo pode ser um contrato,
uma escritura.
- Então o que caracteriza o ordinário é o justo titulo e boa fé, não gera presunção e se
é requisito tem que ser comprovado no processo.
Obs: o prazo diminuiu porque eu moro no imóvel, porque eu posso adquirir usucapião
sem morar no imóvel. Se eu não morar o prazo permanece 100 anos. (52:35:00).
Usucapião Especial:
Esse dispositivo tem assento na CF, por isso é que ele também é chamado de
usucapião constitucional - art. 183 CF e o artigo 1240cc. Esse dispositivo vem
reproduzido no art. 1240cc.
- Utilização do imóvel, pro misero, porque presume-se que ele não tem aonde morar
obs: Não se consegue se é proprietário de outro imóvel rural, e também não pode
recair sobre imóveis públicos. Nem se consegue ao mesmo possuidor mais de uma vez.
OBS: Enunciado de uma doutrina que a jurisprudência vem encampando "Para efeito
do art. 1240 caput, entende-se por área urbana o imóvel edificado ou não - pode ser
um terreno e pode ser a construção".
OBS: Não se inclui nesse preceito posse anterior a 88, porque esse usucapião só foi
criado em 88.
Esse tipo de usucapião foi inserido no código civil por uma lei de 2011 que veio
acrescentar essa nova modalidade de usucapião Especial Urbana que é para fins de
moradia também na alínea A.
- Então se tiver o animus donandi aquele que permaneceu no imóvel pode ir ao juiz e
requerer o usucapião.
- Área urbana com mais de 250 metros, a outra era com área ate 240 metros.
- Existem no local das famílias de baixa renda utilizando o imóvel para a moradia, por
isso que ele é chamado de coletivo;
OBS: É uma modalidade que se assemelha ao outro mas tem duas distinções: Primeiro
a área que tem que ser superior a 250 m2 e a impossibilidade de você demarcar qual a
área de cada possuidor, por isso é chamado de usucapião coletivo.
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Usucapião rural ou pro labore CF art. 191 - vamos ler esse artigo. Vamos ler também
art. 1239cc
Requisitos:
- Não pode recair sobre bens públicos. Na verdade não pode incidir usucapião sobre
bens públicos. (1:18:00).